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Especialistas avaliam impacto no meio ambiente da derrubada da estação espacial

Nesta quinta-feira (5), comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que chama atenção para os impactos das atividades humanas no planeta – inclusive as que ocorrem no espaço. Um dos temas em debate é o fim da Estação Espacial Internacional (ISS). A NASA planeja tirá-la de órbita (ou seja, derrubá-la na Terra) no início da próxima década, o que levanta preocupações sobre possíveis danos à atmosfera e aos oceanos.

Segundo especialistas consultados pelo site Space.com, a principal medida para reduzir os riscos ambientais é garantir que a reentrada da estação seja feita de forma controlada. Isso significa conduzir a estrutura até uma área remota do oceano, evitando que pedaços caiam em regiões habitadas ou causem danos ao meio ambiente. A operação precisa ser planejada com cuidado, já que falhas nesse processo podem resultar em sérias consequências.

Proximidade do fim da vida útil da ISS aumenta preocupações sobre a desorbitação da estrutura em relação ao meio ambiente. Crédito: Artsiom P – Shutterstock

Em 2023, um comitê de segurança ligado à NASA reforçou a urgência de desenvolver um plano seguro para a desorbitação da ISS. O grupo alertou que, caso ocorra um defeito grave na estação, pode ser necessário agir rapidamente. 

Estação espacial será derrubada pela SpaceX

Por isso, a agência contratou a SpaceX para criar um veículo capaz de guiar o complexo científico até sua destruição segura no mar.

O contrato com a empresa de Elon Musk foi firmado por US$843 milhões, o equivalente a mais de R$4,8 bilhões, para desenvolver o Veículo Deorbital dos EUA (USDV), que deverá estar pronto para uso em 2031. A ISS pesa cerca de 450 toneladas, o que torna a reentrada especialmente desafiadora e exige extrema precisão técnica.

Representação artística elaborada com Inteligência Artificial mostra a Estação Espacial Internacional (ISS) caindo no oceano. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

O cientista Leonard Schulz, do Instituto de Geofísica da Universidade de Braunschweig, na Alemanha, alerta que o peso da estação pode liberar substâncias na atmosfera durante a queda. Segundo ele, os efeitos dessas substâncias na camada de ozônio e no clima ainda não são totalmente compreendidos. “Provavelmente, no futuro, veremos o que essa reentrada pode trazer para a atmosfera em termos de substâncias liberadas”, disse ele, lembrando que a preocupação com o meio ambiente aumenta com o crescimento do número de reentradas espaciais.

Já o físico italiano Luciano Anselmo, do Instituto de Ciências de Pisa, acredita que os impactos nos oceanos serão mínimos. “A reentrada de objetos espaciais é um contribuinte muito pequeno para a poluição dos oceanos, se comparada aos navios afundados ou outros resíduos”, garante. No entanto, ele concorda que os efeitos na atmosfera superior merecem mais atenção.

Ilustração do Veículo de Desórbita dos EUA (USDV), que será fornecido pela SpaceX para conduzir a Estação Espacial Internacional a uma reentrada ardente na atmosfera da Terra. Crédito: SpaceX

David Santillo, do Greenpeace, disse que o grupo já monitorou outras reentradas, como a da estação russa Mir, em 2001. Ele sugere o uso de tratados internacionais, como a Convenção de Londres, para criar regras que ajudem a proteger o meio ambiente espacial e terrestre.

É essencial que decisões sobre a ISS considerem não só a segurança da operação, mas também seus impactos ambientais – afinal, o espaço não está fora do alcance das nossas responsabilidades com o planeta.

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Dia Mundial do Meio Ambiente: adaptação climática é urgente e lucrativa

Apesar do agravamento de desastres naturais como enchentes e incêndios florestais nos últimos anos, muita gente ainda pensa que a preservação do meio ambiente é um custo desnecessário – mas, além da importância vital para o mundo, essas ações ainda podem ser lucrativas.

Um estudo do World Resources Institute (WRI) revela que o financiamento para adaptação climática não é apenas urgente, mas também altamente vantajoso. Segundo o levantamento, projetos de adaptação oferecem retornos em três frentes: evitam perdas causadas por desastres, geram ganhos econômicos – como criação de empregos e aumento da produtividade – e promovem benefícios sociais e ambientais, como melhoria da saúde pública e da biodiversidade. Saiba mais aqui.

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Cientistas da NASA colhem “alface espacial”

Dentro do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, cientistas acabam de colher a alface romana ‘Outredgeous’ cultivada no Advanced Plant Habitat, um laboratório terrestre especializado. Esta colheita faz parte do controle de solo do experimento Plant Habitat-07, enviado à Estação Espacial Internacional (ISS) em novembro de 2024, durante a missão de reabastecimento CRS-31 da SpaceX.

Segundo um comunicado da agência espacial norte-americana, o estudo busca entender como a umidade afeta o crescimento das plantas na microgravidade. Ele investiga também o conteúdo de nutrientes e o microbioma das plantas, informações essenciais para a criação de alimentos saudáveis e seguros para astronautas em missões espaciais de longa duração.

Essa pesquisa é uma continuação dos experimentos feitos desde 2014, quando a mesma alface foi cultivada pela primeira vez na ISS. O Plant Habitat-07 amplia o uso do Advanced Plant Habitat, ajudando a entender melhor como as plantas se adaptam às condições do espaço. As descobertas podem apoiar futuras missões à Lua, Marte e além, além de trazer benefícios para a agricultura na Terra.

Plantação de alface romana Outredgeous no Advanced Plant Habitat, um laboratório terrestre controlado que faz parte do projeto Plant Habitat-07. Crédito: NASA

Primeiro tomate cultivado no espaço se perdeu na estação espacial  

Além das alfaces, outro experimento de agricultura espacial ocorreu em março de 2023, quando o astronauta Frank Rubio colheu o primeiro tomate cultivado no espaço. O experimento, iniciado quatro meses antes, com a missão CRS-26 da SpaceX, também fazia parte do projeto da NASA de desenvolver um sistema contínuo de produção de alimentos frescos fora da Terra. No entanto, algo inusitado aconteceu: pouco após a colheita, o tomate desapareceu misteriosamente.

Quando voltou à Terra, Rubio explicou em entrevista que havia colocado o tomate em um saquinho para mostrá-lo a estudantes em um evento, mas o vegetal simplesmente sumiu. Clique aqui para saber como terminou esta história.

Tomates se perderam na Estação Espacial Internacional. Crédito: NASA

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China colhe arroz cultivado no espaço – e ele é mais doce

E não é somente a NASA que tem investido em cultivar alimentos no espaço. Em 2022, seis sementes de arroz foram enviadas à estação espacial Tiangong, da China. Ao longo de 180 dias, taikonautas (designação para astronautas da China) da missão Shenzhou-14 conduziram experimentos com esses grãos, cultivando 59 sementes em órbita a partir deles.

Ao retornarem para a Terra, algumas foram selecionadas para cultivo em uma sala de clima controlado, e o processo gerou cerca de 10 mil sementes adicionais, que foram plantadas em campos agrícolas para uma colheita em maior escala.

Zheng Huiqiong, pesquisadora do Centro de Excelência em Ciências Moleculares de Plantas da Academia Chinesa de Ciências, que lidera os estudos com o chamado “arroz espacial”, revelou à agência de notícias Xinhua as descobertas iniciais sobre as gerações resultantes. Uma delas é que esse arroz é “mais doce” – saiba mais aqui.

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Estação espacial faz manobra de emergência para desviar de pedaço de foguete chinês

Um procedimento de emergência foi realizado na Estação Espacial Internacional (ISS) na noite de quarta-feira (30) para evitar uma possível colisão com um pedaço de lixo espacial. O detrito em questão era parte de um foguete chinês Long March lançado em 2005, que viaja descontrolado em órbita da Terra.

Com a aproximação do fragmento, a NASA e a agência espacial russa, Roscosmos, decidiram realizar uma manobra preventiva. A operação foi feita para aumentar a distância entre a ISS e o objeto ameaçador, garantindo mais segurança aos astronautas e à estrutura.

Em poucas palavras:

  • A ISS fez uma manobra para evitar colidir com um pedaço de foguete chinês em órbita desde 2005;
  • A cápsula Progress 91, da Rússia, foi usada para empurrar a estação;
  • O desvio afastou o fragmento a 640 metros da ISS, evitando danos graves;
  • A agenda da estação seguiu normalmente após a operação.

Esse desvio foi feito pela cápsula de carga russa Progress 91, que está acoplada ao módulo Zvezda da ISS. Às 19h10 (pelo horário de Brasília), os motores da espaçonave foram ativados e permaneceram em funcionamento por três minutos e 33 segundos, tempo suficiente para alterar ligeiramente a rota da estação.

Nave de carga Progress do mesmo modelo da que está atualmente acoplada na Estação Espacial Internacional e que ajudou a desviar a estrutura da mira de um pedaço de foguete perdido em órbita. Crédito: NASA

Acidente entre detrito e estação espacial poderia ter sido grave

Sem esse impulso, o pedaço de foguete chinês poderia ter passado a apenas 640 metros do laboratório orbital – distância considerada crítica no espaço, onde colisões com objetos pequenos podem causar danos gravíssimos. De acordo com um comunicado da NASA, a manobra foi planejada com antecedência para evitar riscos maiores.

A Progress 91 foi lançada no fim de fevereiro a partir do Cazaquistão, levando suprimentos à estação. Ela é preparada para fazer manobras orbitais, como essa, sempre que necessário.

Configuração da Estação Espacial Internacional em 30 de abril de 2025. Cinco naves espaciais estão acopladas: duas Dragon, da SpaceX, a cápsula tripulada russa Soyuz MS-27 e os cargueiros Progress 90 e 91, também da Rússia. Crédito: NASA

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Desvios desse tipo estão se tornando mais comuns. Desde 1999, a estação já realizou 41 manobras para evitar colisões com detritos espaciais. Em 2024, só em novembro, duas dessas ações foram necessárias.

Mesmo com o procedimento de emergência, a agenda da estação seguiu normalmente. Nesta quinta-feira (1), duas astronautas da NASA, Anne McClain e Nichole Ayers fizeram uma caminhada espacial de seis horas e meia, conforme estava planejado.

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Estamos prestes a receber o sinal de tempo mais preciso já transmitido do espaço

A fronteira da medição do tempo será expandida para além da atmosfera terrestre. A Agência Espacial Europeia (AEE) deu um passo audacioso e vai instalar na Estação Espacial Internacional (EEI) o ACES, sigla para Conjunto de Relógios Atômicos no Espaço.

Este projeto inovador representa um salto importante na precisão da cronometragem no espaço, abrindo novas perspectivas para testar as bases da física moderna e explorar os mistérios do universo.

Desvendando os mistérios da relatividade

O objetivo desta missão é submeter as teorias da relatividade especial e geral de Einstein a um julgamento mais rigoroso. Um dos pilares dessas teorias é o intrigante efeito da dilatação do tempo.

Segundo a relatividade especial, quanto maior a velocidade de um objeto, mais lentamente seu tempo interno traspassa. Já a relatividade geral afirma que, quanto mais profundo um objeto estiver imerso em um campo gravitacional, mais lento será o seu ritmo temporal.

Esses efeitos, embora sutis para a nossa percepção, manifestam-se de forma mensurável em ambientes extremos como a órbita da ISS.

Estação Espacial Internacional fotografada em novembro de 2021 por uma espaçonave da SpaceX. Crédito: NASA/SpaceX

A estação espacial, movendo-se a impressionantes 8 quilômetros por segundo e orbitando a uma distância considerável do centro da Terra, experimenta uma combinação desses efeitos. A menor atração gravitacional na órbita da ISS e sua alta velocidade resultam em uma minúscula, porém detectável, diferença no tempo em comparação com relógios terrestres.

Dilatação do tempo em ação

Essa discrepância temporal, imperceptível para nós, é um campo fértil para os relógios atômicos de alta precisão. Ao longo dos 30 meses previstos para a realização dos experimentos, o ACES se dedicará a coletar medições contínuas em intervalos de pelo menos 10 sessões de 25 dias cada.

Os sinais emitidos pelos relógios serão enviados à Terra por meio de dois métodos distintos, onde serão meticulosamente comparados com os seus equivalentes terrestres.

Luigi Cacciapuoti, cientista do projeto na ESA, expressou grande entusiasmo com o potencial da missão. “Estamos entusiasmados com as oportunidades que a rede de relógios estabelecida trará para a pesquisa de física fundamental e cronometragem global”, afirmou em comunicado.

O que é o ACES

  • O coração do ACES é composto por dois relógios de última geração.
  • O PHARAO (Projeto de Relógio Atômico à Refrescamento de Átomos em Órbita) é um relógio atômico de césio, similar aos padrões terrestres, mas significativamente menor devido à microgravidade.
  • O segundo instrumento é o SHM (Maser de Hidrogênio Espacial), que utiliza micro-ondas e uma transição no hidrogênio para marcar o tempo com extrema precisão.
  • Um maser é análogo a um laser, mas operando na faixa das micro-ondas.
  • A combinação dos dois relógios do ACES é tão precisa que, juntos, atrasariam apenas um segundo a cada 300 milhões de anos.
  • Este sistema de cronometragem de ponta será acoplado à parte externa do módulo Columbus da ISS através do braço robótico da estação.

A complexidade do projeto exigiu soluções inovadoras, como explica Thomas Peignier, Engenheiro Principal do projeto. A sensibilidade dos relógios a campos magnéticos demandou um rigoroso processo de desmagnetização de todos os componentes e ferramentas utilizados na proximidade do equipamento. “É um trabalho de alta precisão para uma instalação de alta precisão”, resumiu.

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Sinal de tempo mais preciso já transmitido do espaço

Embora os relógios ópticos terrestres ostentem uma precisão impressionante (na ordem de algumas partes por bilhão de bilhões), a rede ACES representa um feito inédito para sistemas de satélite.

Essa precisão sem precedentes permitirá testes de dilatação do tempo com a maior exatidão já alcançada, além de possibilitar a investigação de possíveis variações em constantes fundamentais da natureza.

Adicionalmente, o ACES poderá ser uma ferramenta valiosa na busca por faixas de massa da elusiva matéria escura e no estudo das propriedades internas do nosso planeta, destaca o portal IFL Science.

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Conheça o robô flutuante de olhos azuis que vigia a Estação Espacial Internacional

Um fotógrafo pessoal que simplesmente flutua e registra todos os trabalhos feitos… no espaço. Parecido com uma bola de futebol e tendo dois belos e simpáticos olhos azuis, o Int-Ball2 é um robô bem curioso a bordo da Estação Espacial Internacional.

O nome tem a ver com “Internal Ball Camera-2”, sendo um companheiro dos astronautas para documentar as tarefas diárias fora da Terra. Desenvolvido pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, a JAXA, o robô é um assistente silencioso e eficiente. Enquanto os astronautas se concentram em suas missões científicas e técnicas, ele paira livremente pela estação, registrando tudo em fotos e vídeos de alta qualidade.

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Os trabalhos do colega robótico aliviam a carga para os astronautas, que precisavam parar suas atividades para ajustar câmeras ou posicioná-las corretamente. Agora, os controladores na Terra também são beneficiados para acompanhar o que acontece na estação espacial. O Int-Ball2 deixa esse trabalho totalmente automatizado – o que significa mais tempo para ciência, experimentos e exploração – e menos preocupação com “selfies espaciais”.

As capacidades do vigia da estação

O robô flutuante é operado remotamente por controladores da JAXA na Terra, mas também tem “mente própria”. Ele usa uma unidade de medição inercial, ou IMU, desenvolvida pela Epson, além de sistemas avançados de mapeamento visual, para navegar pela estação sem bater em nada. Já quando a bateria está acabando, o Int-Ball2 retorna sozinho à sua base de carregamento e se conecta de forma autônoma.

A própria Nasa reconhece o papel fundamental do robozinho japonês. Nos detalhes do experimento, a agência cita que “o tempo da tripulação é um dos recursos mais valiosos na Estação Espacial Internacional, e muitas tarefas simples e repetitivas poderiam ser automatizadas. Isso libera tempo da tripulação para atividades mais importantes”.

Então, da próxima vez que você vir imagens incríveis do laboratório orbital, lembre-se: pode ser que elas tenham sido capturadas por um fotógrafo especial… que não precisa nem de traje espacial!

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Não é só carro! A Honda está chegando ao espaço

A Honda anunciou um plano para testar um novo tipo de combustível na Estação Espacial Internacional (ISS). Segundo a montadora japonesa, o objetivo é fornecer armazenamento avançado de energia capaz de sustentar a vida humana na superfície lunar.

O projeto será conduzido em colaboração com as empresas espaciais e de tecnologia Sierra Space, que fará o transporte de materiais no avião espacial Dream Chaser (o único avião espacial comercial do mundo) e a Tec-Masters, especialista na ISS.

A Honda vai testar princípios de eletrólise de água de alta pressão diferencial após acumular anos de expertise com hidrogênio. A empresa criou um sistema de energia renovável circulante, que produzirá continuamente oxigênio, hidrogênio e eletricidade.

Programa vai testar sistema de energia renovável circulante da Honda (Imagem: Honda/Divulgação)

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As etapas do teste

  • Durante o Dia Lunar, o sistema usará eletricidade gerada pelo sol para alimentar o processo: o sistema de eletrólise produzirá hidrogênio e oxigênio a partir da água;
  • Durante a Noite Lunar, quando a Lua não está recebendo luz solar, parte do oxigênio será usado para os astronautas respirarem;
  • O sistema usará o oxigênio restante, junto com o hidrogênio produzido durante o Dia Lunar, para gerar eletricidade;
  • Depois que as células de combustível geram eletricidade, o único subproduto é a água, que é reciclada de volta ao sistema para criar um ciclo de energia de circuito fechado. 
Parte do oxigênio será usado para os astronautas respirarem (Imagem: Honda/Divulgação)

O processo é semelhante a sistemas de energia solar na Terra, onde o excesso de energia é armazenado em baterias de energia doméstica para fornecer energia durante a noite, segundo a empresa.

“Ao aprimorar o desempenho do sistema de energia renovável circulante, melhorias podem ser feitas em células de combustível regenerativas de longa vida que podem ser usadas como uma fonte de energia escalável, limpa e renovável tanto no espaço quanto na Terra”, diz o comunicado.

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Astronauta da ISS filma raro relâmpago colorido do espaço

A Estação Espacial Internacional (ISS) mais uma vez nos brinda com imagens espetaculares de nosso planeta, desta vez capturando um fenômeno atmosférico raro e fascinante: os relâmpagos coloridos, também conhecidos como Eventos Luminosos Transientes (TLEs na sigla em inglês) ou “sprites”.

O astronauta da NASA Don Pettit, em órbita sobre a América do Sul, registrou em vídeo esses flashes de luz vibrantes, proporcionando um vislumbre valioso de um dos mistérios da atmosfera terrestre.

“Sprites” vermelhos e azuis

As imagens mostram os sprites brilhando acima das densas nuvens da bacia amazônica, um espetáculo de luzes que dura apenas alguns segundos, mas que revela a complexidade e a beleza dos processos atmosféricos.

Os sprites, diferentemente dos raios comuns que se propagam da nuvem para o solo, ocorrem nas camadas superiores da atmosfera, a cerca de 80 quilômetros de altitude. Eles são criados por descargas elétricas que se propagam para cima, gerando explosões de plasma na ionosfera.

A sigla “TLE” (Eventos Luminosos Transientes) descreve a natureza fugaz e a localização desses fenômenos, que permanecem um tanto quanto enigmáticos para a ciência.

Pettit compartilhou o vídeo do fenômeno no X (antigo Twitter):

A captura de vídeo por Pettit não é um evento isolado. Em 2024, o astronauta Matthew Dominick também registrou sprites vermelhos, um tipo ainda mais raro de TLE, durante uma tempestade particularmente intensa. Essas observações espaciais são cruciais para a pesquisa, pois fornecem uma perspectiva única e privilegiada para o estudo desses fenômenos.

Apesar de terem sido relatados há mais de um século, os sprites só foram capturados em vídeo pela primeira vez em 1989. Desde então, a tecnologia avançou consideravelmente, permitindo que astronautas e cientistas registrem esses eventos com detalhes cada vez maiores. As imagens capturadas da ISS, como as de Pettit e Dominick, ajudam os pesquisadores a entender melhor a dinâmica da atmosfera e a relação entre os raios comuns e os sprites.

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O estudo dos sprites é importante para a compreensão dos processos elétricos na atmosfera e seu impacto no clima e nas comunicações. A ionosfera, onde os sprites ocorrem, desempenha um papel fundamental na propagação de ondas de rádio, e as perturbações causadas por esses eventos podem afetar as comunicações e os sistemas de navegação.

A cada nova imagem capturada da ISS, os cientistas se aproximam um pouco mais da compreensão completa desses fenômenos luminosos e misteriosos, que continuam a encantar e intrigar a humanidade.

Com informações do Space.

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Vai ter hora extra? Veja quanto os astronautas da NASA ‘presos’ na ISS ganham

Como reportou o Olhar Digital, os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams finalmente retornaram à Terra. Eles foram enviados à Estação Espacial Internacional em junho do ano passado para uma missão de oito dias, mas acabaram ficando ‘presos’ na ISS por nove meses devido a um problema na cápsula Starliner, da Boeing, que os traria de volta.

Uma série de adiamentos nas tentativas de retorno (com boatos de que a NASA os havia abandonado) transformou uma estadia de oito dias em 286 dias. Rapidamente, surgiu o questionamento: quando os astronautas estão ganhando pelo serviço? Vai ter hora extra?

Espaçonave SpaceX Dragon Freedom pousando no mar com quatro astronautas, incluindo os dois da Starliner que ficaram 9 meses em missão estendida (Imagem: NASA TV)

NASA respondeu: astronautas vão ganhar hora extra?

Foram nove meses no espaço. Butch Wilmore e Sunita Williams só conseguiram voltar para a Terra no fim da tarde de terça-feira (18), quando a cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, pousou no Golfo da Flórida. A nave ainda trazia Nick Hague e o cosmonauta Aleksandr Gorbunov, que faziam parte da missão Crew-9 (lançada posteriormente com apenas dois membros, justamente para ‘caber’ a dupla que ficou para trás).

A chegada dos astronautas foi muito celebrada. Relembraremos o caso completo adiante.

Mas vamos à resposta: os astronautas vão receber hora extra? Não! Em nota, a NASA explicou que Wilmore e Williams recebem “salários regulares de uma semana de trabalho de 40 horas” sem pagamento de horas extras, feriados ou finais de semana.

Veja o que a agência espacial americana escreveu:

Enquanto estão na ISS, os astronautas da Nasa cumprem ordens oficiais de viagem como funcionários federais, então, seu transporte, hospedagem e refeições são fornecidos. Eles também estão em serviço temporário de longa duração e recebem um valor para cada dia que estão no espaço.

NASA, em nota

De acordo com a emissora norte-americana CBS, a dupla tem o nível salarial mais alto entre servidores federais. Com base no General Pay Schedule (Cronograma de Pagamentos Gerais dos EUA), eles ganham entre US$ 125 mil e US$ 162.600 por ano (entre R$ 708 e 919 mil).

Membros da SpaceX Crew-9
Os membros da SpaceX Crew-9 da NASA posam juntos dentro do canal entre a Estação Espacial Internacional e a espaçonave Dragon Freedom. No sentido horário, a partir da esquerda, estão os astronautas da NASA Butch Wilmore, Nick Hague e Sunita Williams, e o cosmonauta da Roscosmos Aleksandr Gorbunov (Crédito: NASA)

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Relembre o caso dos astronautas presos na ISS

  • Após uma série de adiamentos, o Teste de Voo Tripulado da Starliner foi lançado em 5 de junho de 2024, levando Butch Wilmore e Suni Williams à Estação Espacial Internacional;
  • O último adiamento aconteceu por causa de um vazamento de hélio na cápsula, que não foi considerado grave. A nave decolou mesmo assim;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados, além da falha de cinco dos 28 propulsores. Isso fez com que a Starliner voltasse à Terra vazia, deixando os astronautas na ISS;
  • Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore voltariam para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9.

Os adiamentos no resgate dos astronautas presos na ISS gerou controvérsias. O presidente dos Estados Unidos, chegou a acusar o governo de Biden, seu antecessor, de abandoná-los. A afirmação rapidamente foi desmentida.

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Astronautas que ficaram “presos” no espaço chegam à Terra

Eles estão de volta! Finalmente, após 286 dias na Estação Espacial Internacional (ISS), os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore, da NASA, voltaram para a Terra. Eles pousaram no Golfo da Flórida no fim da tarde desta terça-feira (18), junto com os membros da missão SpaceX Crew-9, a bordo da cápsula Dragon Freedom. E o Olhar Digital transmitiu esse momento emocionante ao vivo!

[Em atualização]

Vamos relembrar a saga dos astronautas “presos” no espaço:

  • O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado no dia 5 de junho de 2024, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida;
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
  • A última suspensão foi em razão de um vazamento de hélio na cápsula;
  • O problema não foi entendido como tão grave, e a espaçonave decolou rumo à ISS;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
  • A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
  • Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore iriam voltar para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9 (que foi lançada com apenas dois membros justamente para esse fim);
  • Já a cápsula Boeing Starliner foi enviada de volta à Terra vazia, por motivos de segurança, em setembro.

O vídeo acima, compartilhado no perfil oficial da ISS no X (antigo Twitter), mostra o desacoplamento da cápsula Dragon Freedom.

De acordo com a CBS News, no total, Williams e Wilmore passaram 286 dias e 7 horas na estação, completando 4.576 órbitas e quase 195 milhões de km. Além deles, também pousaram os astronautas da missão SpaceX Crew-9, Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da agência espacial russa, após uma missão de seis meses no laboratório orbital (que durou o tempo previsto).

Os membros da SpaceX Crew-9 da NASA posam juntos dentro do canal entre a Estação Espacial Internacional e a espaçonave Dragon Freedom. No sentido horário, a partir da esquerda, estão os astronautas da NASA Butch Wilmore, Nick Hague e Sunita Williams, e o cosmonauta da Roscosmos Aleksandr Gorbunov. Williams e Wilmore são originalmente da missão Starliner CFT-1, mas foram incorporados à Crew-9. Crédito: NASA

Condições climáticas na Flórida ajudaram a reduzir tempo de espera

A princípio, o retorno do quarteto aconteceria na quarta-feira (19), mas a NASA informou, em comunicado, que o processo seria antecipado porque as condições climáticas estariam mais favoráveis na região do pouso.

A reentrada na atmosfera da Terra começou às 18h11 (pelo horário de Brasília), com duração estimada em 7,5 minutos. Os astronautas atingiram a atmosfera em velocidade hipersônica, protegidos por um escudo térmico vital das temperaturas escaldantes da reentrada, que podem exceder 1.700℃.

O processo terminou com o mergulho da nave no oceano com a ajuda de paraquedas acontecendo às 18h59 – tudo transmitido em tempo real pelo Olhar Digital no YouTube, Facebook, Instagram, LinkedIn e TikTok.

A live foi apresentada por Bruno Capozzi, nosso editor-executivo, e pelo astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.

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Missão Crew-9 foi modificada para resgatar astronautas da Starliner

Conforme mencionado acima, além dos astronautas “resgatados” da missão Starliner CFT-1, a cápsula Dragon Freedom trouxe também os integrantes da missão SpaceX Crew-9 – que chegaram à ISS em 29 de setembro de 2024.

Inicialmente, a tripulação contaria com quatro membros, mas a composição precisou ser alterada. Os assentos das astronautas norte-americanas Zena Cardman e Stephanie Wilson, que participariam da missão, foram ocupados por simuladores de massa, enquanto ambas permanecem elegíveis para futuras missões. Essa alteração foi justamente para acomodar Sunita Williams e Butch Wilmore na tão aguardada viagem de volta para casa.

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Astronautas “presos”: após mais de nove meses no Espaço, dupla está a caminho da Terra

Após mais de nove meses “presos” no Espaço, a dupla de astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore, da NASA, deixaram a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) rumo à Terra. Na madrugada desta terça-feira (18), Williams e Wilmore “pegaram carona” com os membros da missão Crew-9Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da Roscosmos.

Após cerca de duas horas de preparação, a Dragon Endurance (que já foi usada anteriormente nas missões Crew-3, Crew-5 e Crew-7) foi desacoplada da ISS e partiu às 2h05 (horário de Brasília), com o quarteto de astronautas, de volta à Terra.

Após cerca de 17 horas de viagem, a cápsula deve pousar no mar, na costa da Flórida (EUA), por volta das 18h57 (horário de Brasília). O Olhar Digital vai transmitir tudo ao vivo: nossa live começa às 17h45 (horário de Brasília) desta terça-feira (18). Você pode acompanhar neste link, na home de nosso site, ou na janela abaixo.

Como o resgate dos astronautas da NASA foi arquitetado

Para que os astronautas “presos” no Espaço pudessem ser resgatados, a agência espacial estadunidense, em parceria com a SpaceX, enviou, à ISS, a missão Crew-10, com Anne McClain e Nichole Ayers, da NASATakuya Onishi, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA, na sigla em inglês) e o cosmonauta russo Kirill Peskov, da Roscosmos, a bordo da Dragon Endurance, enviada ao Espaço por um foguete Falcon 9.

A nova equipe de astronautas foi enviada ao laboratório orbital na sexta-feira (14), às 20h03 (horário de Brasília)após dois adiamentos. Saiba mais sobre o time aqui e entenda aqui o que a missão Crew-10 vai fazer na ISS.

Foto oficial dos membros da missão SpaceX Crew-10 (da esquerda) o especialista da missão Kirill Peskov, da Roscosmos; a piloto Nicole Ayers e a comandante Anne McClain, ambas astronautas da NASA; e o especialista da missão Takuya Onishi, da JAXA (Imagem: NASA/Bill Stafford/Helen Arase Vargas)

Cronologia dos astronautas “presos” e como voltarão à Terra

Williams e Wilmore partiram para a ISS em junho de 2024, no primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, para missão de oito dias – que durou mais de nove meses.

Vamos relembrar a saga dos astronautas “presos” no espaço:

  • O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado em 5 de junho de 2024, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA);
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
  • A última suspensão foi em razão de vazamento de hélio na cápsula;
  • O problema não foi entendido como tão grave e a espaçonave decolou rumo à ISS;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
  • A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
  • Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore voltariam para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9 (que foi lançada com apenas dois membros justamente para esse fim);
  • Já a cápsula Boeing Starliner foi enviada de volta à Terra vazia, por motivos de segurançaem setembro.

Mas, por que tanta demora? O presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a acusar o governo anterior de deixar os astronautas “abandonados” na ISS – o que foi desmentido pela dupla.

Momento em que a Dragon foi desacoplada da ISS
Momento em que a Dragon foi desacoplada da ISS (Imagem: Reprodução/YouTube/NASA)

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Acontece que há um calendário e um trânsito a se cumprir no laboratório orbital. Todas as tripulações que vão para lá sabem que a previsão de volta pode não se cumprir dentro do prazo estabelecido (e tudo é meticulosamente calculado).

As equipes normalmente voltam para a Terra no mesmo veículo que as conduziram, que fica atracado na estação durante todo o percurso da missão. Como a espaçonave Starliner apresentou problemas graves e precisou regressar vazia ao planeta, seus tripulantes tiveram que aguardar a oportunidade mais adequada de retorno.

E não foi a primeira vez que isso aconteceu. É comum que astronautas excedam (e muito) o tempo de permanência previsto na ISS. Normalmente, as missões duram cerca de seis meses, mas podem ser estendidas por vários motivos, como experimentos ou imprevistos.

Barry "Buch" Wilmore e Sunita "Suni" Williams, os astronautas da NASA que estão "presos" no espaço após problemas com a nave Starliner, da Boeing
Barry “Buch” Wilmore e Sunita “Suni” Williams, os astronautas da NASA em missão prolongada no Espaço após problemas com a nave Starliner, da Boeing (Imagem: NASA)

No caso de Williams e Wilmore, eles passaram 286 dias em órbita. O astronauta Frank Rubio, dos EUA, junto com os russos Sergey Prokopyev e Dmitri Petelin, permaneceram 371 dias consecutivos no Espaço entre 2022 e 2023.

Isso porque um incidente danificou a espaçonave russa Soyuz que os traria de volta à Terra, motivo pelo qual a estadia do trio no laboratório orbital foi prorrogada por mais seis meses, até a chegada de uma cápsula de substituição.

Embora garantam que não se sentiam “presos”, vale uma observação curiosa: a cápsula Dragon da missão Crew-9 onde Williams e Wilmore embarcaram de volta para a Terra se chama Freedom – “Liberdade”, em inglês.

Matéria em atualização

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