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O plano de Trump para que os EUA se tornem líderes em voos supersônicos

A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos está novamente autorizada a realizar voos supersônicos em solo americano. O presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva derrubando a proibição que vigorava há 52 anos. 

De acordo com a Casa Branca, avanços na engenharia aeroespacial, ciência dos materiais e redução de ruído agora tornam o voo supersônico não apenas possível, mas seguro, sustentável e comercialmente viável. 

“A realidade é que os americanos deveriam conseguir voar de Nova York para Los Angeles em menos de quatro horas”, disse Michael Kratsios, diretor do Gabinete de Política Científica e Tecnológica da Casa Branca, a repórteres.

FAA terá de estabelecer um padrão provisório de certificação baseado em ruído em até 18 meses (Imagem: CRobertson/iStock)

O que diz a ordem

O documento diz que esse é o início de um “esforço nacional histórico para restabelecer os Estados Unidos como líderes indiscutíveis na aviação de alta velocidade”. 

Ficará a cargo da FAA estabelecer um padrão provisório de certificação baseado em ruído, permitindo voos mais rápidos que o som, desde que nenhum estrondo sônico atinja o solo. 

“A regra proposta deverá definir limites de ruído aceitáveis ​​para decolagem, pouso e operação supersônica em rota com base em testes operacionais e dados de pesquisa, desenvolvimento, teste e avaliação”, diz a ordem.

Além disso, a ordem inclui a revogação de leis com “barreiras regulatórias adicionais que impedem o avanço da tecnologia de aviação supersônica nos Estados Unidos”.

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Trump quer tornar os EUA “líderes indiscutíveis na aviação de alta velocidade” (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Trump também ordenou o envolvimento dos secretários de Defesa, Comércio, Transporte, além do Administrador da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, para desenvolver projetos de pesquisa sobre voos supersônicos.

A equipe deverá envolver a Organização Internacional de Aviação Civil e os principais parceiros estrangeiros para buscar alinhamento global em relação às abordagens regulatórias supersônicas, diz a ordem.

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Boom Technology é uma das startups favorecidas pelas mudanças na FAA (Imagem: Divulgação/Boom Technology)

E já tem interessado na história…

A mudança pode favorecer o desenvolvimento de jatos comerciais da Boom Supersonic, empresa que criou o XB-1. No início do ano, a aeronave quebrou a barreira do som no seu último voo de teste — isso ocorre quando sua velocidade atinge 1.234 km/h, algo inédito nos EUA.

Ao site TechCrunch, o CEO da Boom, Blake Scholl, se manifestou sobre as mudanças na FAA: “A barreira do som nunca foi física — foi regulatória. Com a legalização do supersônico, o retorno das viagens aéreas de passageiros supersônicas é apenas uma questão de tempo.”

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OVNIs: EUA alimentaram teorias da conspiração para proteger segredos

No ano passado, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos revelou documentos secretos sobre objetos voadores não identificados (OVNIs). A revelação quebrou uma tradição de décadas do governo americano de ocultar essas informações. Porém, segundo o Wall Street Journal, as autoridades não apenas protegiam os segredos, mas também criavam teorias da conspiração.

Desde a década de 1950, oficiais militares espalharam informações falsas e materiais adulterados sobre OVNIs para desviar a atenção de programas confidenciais, como o desenvolvimento de aeronaves furtivas em locais como a Área 51.

A reportagem destaca a presença de um coronel da Força Aérea que visitou um bar próximo à área. No local, ele entregou fotos aos proprietários, alegando que eram de OVNIs encontrados pelas autoridades.

O que poderia ser apenas um caso isolado era, na verdade, parte de uma missão: as fotos haviam sido adulteradas, e o coronel estava lá justamente para disseminar desinformação e ocultar projetos militares americanos.

Crédito: Departamento de Defesa dos EUA

Investigação sobre OVNIs

Desde o incidente de Roswell, em 1947, o governo americano negou e ocultou informações sobre fenômenos aéreos estranhos, o que levou ao surgimento de teorias da conspiração e especulações sobre vida extraterrestre.

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Durante a Guerra Fria, o Pentágono e as agências de inteligência deliberadamente espalharam desinformação para proteger tecnologias sensíveis. Projetos como o avião-espião U-2 e o caça stealth F-117 muitas vezes foram confundidos com OVNIs, mas o governo preferiu manter o sigilo em vez de oferecer explicações claras. Segundo a reportagem, essa falta de transparência alimentou narrativas de acobertamento e alienígenas, mesmo quando havia explicações mundanas para os fenômenos observados.

Muitos avistamentos, na realidade, eram projetos militares secretos, como aeronaves experimentais e tecnologias de espionagem, mas o sigilo em torno desses programas fez com que o público interpretasse mal esses eventos.

As explicações vão além de equipamentos secretos. O escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios (AARO), liderado pelo cientista Sean Kirkpatrick, ainda concluiu que, muitos avistamentos de OVNIs têm explicações comuns, como aves, drones ou reflexos de satélites.

Ovnis: governo dos EUA admite não ter explicação
UFO/Computer Earth/Shutterstock

Segundo o WSJ, o relatório final divulgado no ano passado omitiu descobertas significativas para evitar constrangimentos e proteger programas classificados. Deixou de fora, por exemplo, o fato de o governo dos EUA ter criado boa parte das teorias. Espera-se que um segundo relatório forneça mais esclarecimentos.

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Braço de ferro entre China e EUA pode paralisar indústria automobilística

A disputa entre Estados Unidos e China tem causado efeitos negativos que são sentidos no mundo todo. Mas alguns deles podem piorar (e muito) nas próximas semanas, especialmente quando falamos da indústria automobilística.

Montadoras de veículos da Europa e dos EUA podem ser obrigadas a suspender as operações em razão da falta das chamadas terras raras. De fato, alguns fabricantes de peças automotivas já interromperam as linhas de produção, de acordo com a Associação Europeia de Fornecedores Automotivos (CLEPA).

Fabricação de novos veículos pode ser impactada (Imagem: Cris Faga/Shutterstock)

China restringiu o acesso a diversos recursos fundamentais

Depois que Donald Trump anunciou tarifas de mais de 100% sobre as importações chinesas, Pequim revisou suas regras de exportação das terras raras. Desde o início de abril, o país exige que as empresas obtenham licenças especiais para exportar os metais raros.

Estimativas apontam que, após a mudanças nas regras, apenas 25% dos pedidos de exportação foram aprovados pelas autoridades chinesas. Por conta disso, fabricantes suspenderam parte da produção, o que pode causar mais escassez no futuro.

Disputa entre EUA e China traz graves consequências econômicas para o mundo (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Este cenário pode impactar vários setores, incluindo robótica e defesa. Mas os maiores riscos são para os fabricantes de automóveis. As principais empresas do ramo estão alertando que a produção pode ser reduzida dentro de semanas. As informações são da The Verge.

Com uma cadeia de suprimentos global profundamente entrelaçada, as restrições à exportação da China já estão interrompendo a produção no setor fornecedor da Europa. Pedimos urgentemente às autoridades da UE e da China que se envolvam em um diálogo construtivo para garantir que o processo de licenciamento seja transparente, proporcional e alinhado com as normas internacionais.

Benjamin Krieger, secretário-geral da CLEPA

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Terras raras.
Metais são usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais (Imagem: Joaquin Corbalan/Shutterstock)

Importância das terras rarras

  • As chamadas terras raras são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas que são difíceis de se encontrar e explorar em grandes quantidades.
  • Também conhecidos como metais raros, eles são usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.
  • Hoje, a extração destes recursos está concentrada em apenas alguns países, sendo a China responsável por mais de 70% deste importante mercado.
  • Por outro lado, os EUA têm um acesso limitado aos recursos.
  • É por isso, por exemplo, que o presidente Donald Trump pressionou a Ucrânia para fechar um acordo envolvendo as terras raras do leste europeu.
  • Os ucranianos possuem grandes depósitos de metais raros, mas parte deles já está sendo controlada pela Rússia.
  • Ao mesmo tempo, Groenlândia conta com um importante suprimento destes recursos.
  • E não é coincidência que a Casa Branca esteja de olho na região, com Trump inclusive ameaçando tomar o território militarmente.
  • No entanto, especialistas apontam que somente um acordo com a China poderia evitar a escassez destes fundamentais recursos.

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Guerra comercial derruba número de usuários da Temu nos EUA

A guerra tarifária dos Estados Unidos com o resto do mundo impactou fortemente as movimentações da varejista chinesa Temu em maio. O número de usuários estadunidenses diários na plataforma caiu 58%, segundo a empresa de inteligência de mercado Sensor Tower. A informação foi divulgada pela Reuters.

A empresa teve de mudar a estratégia de atendimento depois que a Casa Branca encerrou a possibilidade de envio de pacotes de baixo valor sem a cobrança de tarifas. Foi essa prática que garantiu os preços baixos da plataforma por anos no país.

“Embora o ambiente tarifário seja incerto, se o status quo permanecer por um longo período, acreditamos que a ameaça competitiva da Temu continuará a enfraquecer“, disse Simeon Gutman, analista de ações do Morgan Stanley, à Reuters.

Mudança da Casa Branca para envio de pacotes de baixo valor afetou compras na Temu (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Promessas…

  • A Temu é controlada pela empresa chinesa de comércio eletrônico PDD Holdings, responsável também pela plataforma doméstica Pinduoduo;
  • As ações do grupo listadas nos EUA caíram 7% após a divulgação dos resultados de vendas no primeiro trimestre do ano;
  • O lucro líquido da PDD caiu 47%, para 14,74 bilhões de yuans (R$ 11,57 bilhões, na conversão direta) no trimestre, ante 28 bilhões de yuans (R$ 21,98 bilhões) no ano anterior, como informou a Reuters na semana passada;
  • Em teleconferência, os executivos disseram que as tarifas criaram pressão significativa para seus comerciantes, mas prometeram manter os preços estáveis e buscar novos modelos de atendimento.
Comerciantes da Temu estão sendo pressionados por novos encargos (Imagem: Robert Way/iStock)

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Pressão global na Temu

Até então, os comerciantes da Temu eram responsáveis por encomendar e fornecer seus produtos, enquanto a empresa sediada na China gerenciava a maior parte da logística, preços e marketing.

Agora, os vendedores terão de arcar com “tarifas, encargos alfandegários e burocracia” para enviar pedidos individuais da China para armazéns estadunidenses parceiros da Temu, segundo analistas do HSBC.

Plataforma ainda cresce em mercados fora dos EUA, segundo analistas (Imagem: ArLawKa AungTun/iStock)

Em mercados fora dos EUA, a Temu registrou aumento de usuários ativos, que representam 90% dos seus 405 milhões de clientes mensais globais no segundo trimestre. O aumento cresceu mais rapidamente em mercados menos ricos, segundo os analistas.

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Um ‘Sol artificial’ nascerá nos EUA – e com apoio das big techs

A startup Commonwealth Fusion Systems (CFS), empresa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), arrecadou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para construir a primeira usina de energia de fusão em escala de rede do mundo nos Estados Unidos.

O investimento foi liderado por um desenvolvedor de hiperescala não identificado, segundo o Axios Pro. Grandes empresas de tecnologia, incluindo Google e Microsoft, já investiram no negócio. A Microsoft, aliás, é a provedora de serviços de nuvem da CFS.

O plano da nova usina de fusão, chamada ARC, foi revelado no fim do ano passado, com a promessa de início de operação no início da década de 2030.

Parênteses: o que é fusão nuclear?

A fusão nuclear busca reproduzir o processo que acontece no núcleo do Sol, onde átomos de hidrogênio se fundem para gerar energia – daí o termo ‘Sol artificial’. Essa tecnologia é vista como uma alternativa limpa à fissão nuclear, pois utiliza menos recursos e não gera resíduos radioativos de longa duração.

CFS está atualmente concluindo o desenvolvimento de sua máquina de demonstração de fusão, a SPARC (Imagem: CFS/Divulgação)

Como será a usina?

A ARC será capaz de gerar cerca de 400 megawatts de eletricidade limpa e livre de carbono — energia suficiente para abastecer grandes instalações industriais ou cerca de 150.000 residências.

A usina será construída no Parque Industrial James River, nos arredores de Richmond, por meio de uma colaboração não financeira com a Dominion Energy Virginia, que fornecerá desenvolvimento e expertise técnica, além de direitos de arrendamento para o local. A CFS financiará, construirá, possuirá e operará a usina de forma independente.

Vale lembrar que a Virgínia é o estado com o maior número de data centers do país. Em 2023, mais de 25% de toda a energia gerada por lá foi destinada aos centros de serviços em nuvem — e a previsão é que esse número suba para 46% até 2030.

A fusão pode gerar energia a partir de combustíveis abundantes, como isótopos de hidrogênio e lítio, que podem ser obtidos da água do mar, sem deixar emissões ou resíduos tóxicos. No entanto, aproveitar a fusão de forma a produzir mais energia do que consome tem se mostrado difícil devido às altas temperaturas necessárias para criar e manter a reação de fusão.

A CFS está atualmente concluindo o desenvolvimento de sua máquina de demonstração de fusão, a SPARC, em sua sede em Devens, Massachusetts. A previsão é que a SPARC produza seu primeiro plasma em 2026 e, em seguida, energia de fusão líquida, demonstrando pela primeira vez um projeto comercialmente relevante que produzirá mais energia do que consome.

Fusão pode gerar energia limpa a partir de combustíveis abundantes, como isótopos de hidrogênio e lítio (Imagem: CFS/Divulgação)

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Mercado incerto

Apesar do otimismo com a CFS, investimentos em fusão ainda são considerados arriscados — ainda mais em um cenário econômico incerto, com tensões geopolíticas. 

Este mês, o valor da First Light Fusion, do Reino Unido, caiu 60%, após abandonar os planos para uma usina de energia protótipo devido a dificuldades de financiamento, segundo o site Data Center Dynamics.

No Canadá, o CEO da General Fusion disse que foi forçado a demitir um quarto dos funcionários porque os investimentos secaram. “O cenário de financiamento atual é mais desafiador do que nunca, à medida que investidores e governos navegam em um clima político e de mercado incerto e em rápida mudança”, disse o CEO Greg Twinney.

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Ilhas Marshall: estudo revela lado B de testes nucleares dos EUA

Um novo estudo revelou que os efeitos dos testes de armas nucleares nas Ilhas Marshall foram piores do que aqueles reconhecidos publicamente pelo governo dos Estados Unidos. Os experimentos foram encerrados há quase sete décadas.

Segundo a pesquisa mais recente, todos os atóis, incluindo os atóis do sul, receberam precipitação radioativa, mas apenas três dos 24 atóis, todos do norte e habitados no momento da precipitação, passaram por exames médicos para detectar câncer.

O levantamento “O Legado dos Testes Nucleares dos EUA nas Ilhas Marshall” foi encomendado pelo Greenpeace Alemanha e realizado pelo Instituto de Pesquisa Energética e Ambiental (IEER) com base em documentos oficiais de 1945 até os dias atuais.

“Entre os muitos aspectos preocupantes do legado nuclear das Ilhas Marshall está o fato de os Estados Unidos terem concluído, em 1948, após apenas três testes, que as Ilhas Marshall não eram ‘um local adequado para experimentos atômicos’ por não atenderem aos critérios meteorológicos exigidos. Mesmo assim, os testes continuaram”, disse Arjun Makhijani, autor do relatório e presidente do IEER. 

Novo estudo mostra que todo o país foi afetado pela precipitação radioativa (Imagem: Edpats/Shutterstock)

As principais conclusões do estudo

  • As medições de radioatividade e estimativas de dose do governo dos EUA mostram que todo o país foi afetado pela precipitação radioativa;
  • Imediatamente após o teste de Castle Bravo – o maior teste de armas nucleares já realizado pelo governo dos EUA – sua capital, Majuro, foi oficialmente considerada um atol de “exposição muito baixa”. No entanto, os níveis de radiação eram dezenas de vezes, e até 300 vezes maiores, em relação aos níveis de radiação gama de fundo;
  • Testes nucleares nas Ilhas Marshall geraram exposições à radiação em todo o mundo, com “pontos críticos” detectados a oeste das Ilhas Marshall, como Colombo, Sri Lanka, e a leste, até a Cidade do México;
  • A força explosiva total detonada nas Ilhas Marshall foi de 108 megatons – o equivalente a lançar uma bomba de Hiroshima todos os dias durante vinte anos. Em termos proporcionais, estima-se que a precipitação nuclear resulte em cerca de 100.000 mortes por câncer em excesso em todo o mundo;
  • A remediação de áreas contaminadas é complexa e custosa. As Ilhas Marshall carecem de capacidade técnica em diversas áreas cruciais para a saúde, a proteção ambiental e a possibilidade de reassentamento;
  • O histórico de danos e a desconfiança em relação aos Estados Unidos são agravados pela dependência marshallesa dos Estados Unidos para financiamento e conhecimento científico e médico. Por exemplo, o Runit Dome, que abriga décadas de resíduos nucleares, foi considerado “seguro” pelo Departamento de Energia dos EUA, apesar das rachaduras e do impacto das mudanças climáticas e da elevação do nível do mar.
Greenpeace realizou missão de seis semanas pelos atóis para apoiar luta das Ilhas Marshall por compensação (Imagem: D_Zheleva/Shutterstock)

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Política desumana

Em março e abril, o Greenpeace e seu navio principal, o Rainbow Warrior, completaram uma missão de seis semanas com especialistas em radiação e cientistas independentes para conduzir pesquisas nos atóis para apoiar o governo das Ilhas Marshall em sua luta contínua por justiça nuclear e compensação.

“Os testes nas Ilhas Marshall são exemplares de uma política imperial desumana que sacrificou deliberadamente vidas humanas e ignorou as culturas do Pacífico. Como resultado desse legado nuclear, os marshalleses foram despojados de suas terras, tradições e cultura, com o povo de Bikini e Rongelap deslocado para sempre”, disse Shiva Gounden, Chefe do Pacífico do Greenpeace Austrália-Pacífico. 

“Os EUA ainda não reconhecem a extensão total do profundo impacto. No entanto, esses testes de bombas atômicas não são um capítulo encerrado e continuam tendo impacto hoje. Reparações que correspondam à extensão dos danos causados ​​pelos testes já deveriam ter sido feitas há muito tempo.”

Em julho, o Greenpeace e o Rainbow Warrior comemorarão mais um aniversário de 40 anos: o bombardeio do Rainbow Warrior I pelo serviço secreto francês, que tentava interromper a campanha do Greenpeace contra os testes nucleares na Polinésia Francesa (Maohi Nui). 

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Moradores da “cidade da SpaceX” podem perder suas propriedades; entenda

A cidade de Starbase, no Texas (EUA), sede das instalações da SpaceX, empresa aeroespacial de Elon Musk, notificou alguns moradores sobre a possibilidade de perderem o direito de continuar utilizando suas propriedades como fazem atualmente. A informação consta em um memorando obtido pela CNBC.

Segundo o documento, Starbase está considerando a adoção de novo zoneamento e mapa urbano atualizado. A proposta afeta proprietários de imóveis localizados em uma área denominada “Distrito de Uso Misto“, que permitiria o uso residencial, comercial, de escritórios e serviços de pequeno porte.

Starbase conta com cerca de 500 moradores, entre funcionários e seus familiares (Imagem: Findaview/Shutterstock)

Um aviso assinado por Kent Myers, administrador da cidade de Starbase, informa que será realizada uma audiência pública no dia 23 de junho, às 9h, na prefeitura temporária da cidade, localizada em Brownsville, Texas (EUA). O objetivo é ouvir comentários da população, discutir e votar a adoção dos novos zoneamento e mapa urbano.

O aviso alerta os proprietários de que, caso a proposta seja aprovada, eles podem perder o direito de continuar usando suas propriedades conforme o uso atual. Essa notificação está em conformidade com o código de governo local do Texas.

Starbase? Cidade da SpaceX? Como assim?

  • Starbase foi oficialmente constituída neste mês como uma “corporação municipal do tipo C“, após a SpaceX vencer uma eleição local;
  • Os dirigentes da cidade são funcionários e ex-funcionários da empresa;
  • Até o início de 2025, a população de Starbase era de cerca de 500 pessoas, das quais aproximadamente 260 trabalham diretamente para a SpaceX. Os demais são, em sua maioria, parentes de funcionários da empresa;
  • A cidade abriga a base de lançamento de foguetes da empresa, onde são realizados testes do foguete Starship;
  • A área total da cidade cobre aproximadamente 4,1 km², em terrenos de propriedade da própria companhia.

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Testes em Starbase

Na última terça-feira (27), a SpaceX realizou o nono voo de teste do Starship a partir das instalações costeiras no Texas.

O foguete explodiu durante o voo, representando a terceira falha consecutiva no programa de testes. Apesar disso, Elon Musk destacou a importância dos dados obtidos e das lições aprendidas com os incidentes.

Segundo a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), não houve relatos de feridos ou danos a propriedades públicas.

O sistema Starship foi desenvolvido para transportar pessoas e equipamentos na Terra, à Lua e, futuramente, para possibilitar a colonização de Marte. Desde 2008, a SpaceX já recebeu mais de US$ 20 bilhões (R$ 113,33 bilhões, na conversão direta) em contratos com o governo dos EUA e deve continuar obtendo recursos significativos nos próximos anos.

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Starship fez seu nono voo na última terça-feira (27); administração municipal quer fechar acessos à cidade e à praia sem necessidade de autorização judicial (Imagem: luckyluke007/Shutterstock)

A criação de Starbase como cidade corporativa permite à SpaceX maior liberdade para construir, testar e lançar foguetes a partir de seu complexo industrial na costa do Golfo do México. A administração municipal ainda busca aprovação para fechar estradas principais e acessos às praias durante atividades de lançamento sem necessidade de autorização externa.

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Guerra dos chips: EUA proíbem venda de tecnologia para a China

O governo Trump ordenou que empresas americanas de software para design de semicondutores, como Synopsys, Cadence e Siemens EDA, suspendam a venda de suas tecnologias a grupos chineses. As informações são do Financial Times.

A medida, comunicada por cartas do Departamento de Comércio dos EUA, visa dificultar o avanço da China no desenvolvimento de chips de inteligência artificial.

A nova diretriz marca mais uma ofensiva dos EUA na disputa tecnológica com a China e segue restrições anteriores à exportação de chips avançados da Nvidia.

O setor de software de automação de projetos eletrônicos (EDA) é essencial para projetar chips de última geração, embora represente uma fatia modesta da indústria de semicondutores.

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Empresas de software como Synopsys e Siemens EDA são orientadas a suspender exportações – Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock

Empresas lucravam com vendas para a China

  • As empresas afetadas concentram cerca de 80% do mercado chinês de EDA.
  • A Synopsys, por exemplo, obteve quase US$ 1 bilhão em vendas na China em 2024 — cerca de 16% da receita total — e viu suas ações caírem 9,6% após o anúncio.
  • A Cadence perdeu 10,7%. Já a Siemens confirmou que o setor foi informado das novas restrições.

Possíveis consequências

A ação ocorre em meio a uma trégua comercial frágil entre EUA e China e pode ameaçar negociações em andamento. Analistas alertam que a medida pode acelerar o fortalecimento de empresas chinesas de EDA, cujas ações subiram mais de 10% na quinta-feira.

O impacto também pode afetar fusões, como a compra da Ansys pela Synopsys, atualmente sob análise regulatória.

Silhuetas de Xi Jinping e Donald Trump na frente de bandeiras da China e dos Estados Unidos, respectivamente
Governo Trump amplia restrições para conter avanço tecnológico chinês; ações despencam após anúncio (Imagem: amagnawa1092/Shutterstock)

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Coreia do Norte critica domo dos EUA e fala em guerra nuclear espacial

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte classificou como “presunçoso e arrogante” o plano dos Estados Unidos de criar um escudo antimísseis futurista chamado Domo de Ouro.

Segundo a AFP, Pyongyang avalia que a medida pode “transformar o Espaço sideral em potencial campo de guerra nuclear” e acusa o governo Donald Trump de estar “obcecado” com a militarização do Espaço.

O projeto estadunidense teria capacidade de enfraquecer significativamente o arsenal nuclear da Coreia do Norte, na opinião do analista sênior do Instituto Coreano para a Unificação Nacional, Hong Min.

Domo de Ouro é inspirado em sistema de defesa de Israel (Imagem: Oren Ravid/Shutterstock)

“Se os EUA concluírem seu novo programa de defesa antimísseis, o Norte será forçado a desenvolver meios alternativos para contorná-lo ou neutralizá-lo”, afirmou à reportagem.

Relembre o plano do domo

  • O sistema de defesa é inspirado no “Domo de Ferro” operado em Israel e tem como objetivo combater ameaças aéreas de “próxima geração“, incluindo mísseis balísticos e de cruzeiro;
  • O custo é alto e pode impedir que o plano avance: por enquanto, um fundo de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 141 bilhões) foi aprovado para a ideia desenvolvida pelo Pentágono, mas o governo estima que o valor final possa ser até 20 vezes maior;
  • A justificativa da Agência de Inteligência de Defesa para a construção do Domo de Ouro é a ameaça de mísseis elaborados pelos governos de China e Rússia, além de mísseis balísticos de longo alcance da Coreia do Norte e o projeto de míssil balístico intercontinental do Irã;
  • Esse tipo de sistema pode detectar e destruir mísseis antes do lançamento, interceptá-los no estágio inicial do voo, pará-los no meio do caminho no ar e detê-los nos minutos finais enquanto descem em direção a um alvo.

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Desafios internacionais

Nos últimos anos, o regime norte-coreano tem testado diferentes tipos de mísseis balísticos e de cruzeiro com o objetivo de atender uma lei, aprovada em 2022, que declara o país como potência nuclear.

Recentemente, Pyongyang disparou um míssil balístico de alcance intermediário com ogiva hipersônica que “será capaz de conter, de forma confiável, quaisquer rivais na região do Pacífico”, segundo o regime.

Donald Trump falando
Governo estadunidense aprovou fundo de R$ 141 bilhões para projeto liderado pelo Pentágono (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

A China também já se posicionou de forma contrária ao plano do governo Trump. Pequim avalia que o Domo de Ouro tem “fortes implicações ofensivas”, reforçando a análise de especialistas de que o projeto pode enfrentar desafios técnicos e políticos.

“Os Estados Unidos, ao seguir uma política de ‘EUA em primeiro lugar’, estão obcecados em buscar segurança absoluta para si mesmos“, disse o Ministério das Relações Exteriores da China. “Isso viola o princípio de que a segurança de todos os países não deve ser comprometida e mina o equilíbrio e a estabilidade estratégicos globais.”

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O plano da China para vencer os EUA na corrida pela IA

Existe uma clara disputa pela hegemonia tecnológica global. Existem vários exemplos deste confronto entre Estados Unidos e China, mas a busca pelo aperfeiçoamento de ferramentas de inteligência artificial é considerado uma prioridade pelos dois países.

A diferença é a estratégia que vem sendo adotada pelos governos. E, de acordo com analistas ouvidos pelo jornal The Economist, o modelo chinês pode acabar saindo vencedor, colocando Pequim numa posição dominante no futuro.

Visão sobre a IA é diferente

Para Zhang Yaqin, ex-chefe da Baidu e agora pesquisador na Universidade de Tsinghua, o governo da China entendeu que é preciso focar nas aplicações práticas da IA e em como isso pode melhorar a vida e a experiência dos consumidores. Enquanto isso, os EUA continuam priorizando o modelo da tecnologia.

Enquanto os líderes de tecnologia norte-americanos muitas vezes enquadram a IA com aspirações utópicas, o governo da China parece mais focado em usá-la para resolver problemas concretos como crescimento econômico e modernização industrial.

Karson Elmgren, pesquisador da RAND Corporation

IA é considerada estratégica para os dois países (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

A visão norte-americana da inteligência artificial é muitas vezes abstrata e hiperbólica. Espera-se que os avanços tecnológicos permitam que as ferramentas se aproximem cada vez mais das habilidades cognitivas humanas, o que pode acontecer ainda nos próximos anos.

Barath Harithas, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, explica que a Casa Branca entende que quem atingir este patamar primeiro terá uma vantagem expressiva. É isso o que motiva as sanções aplicadas contra a China: impedir o avanço das tecnologias pelo rival.

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Bandeiras de Estados Unidos e China
EUA e China disputam a hegemonia tecnológica global (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Aposta arriscada

  • Segundo os especialistas ouvidos, a China tenta minar o monopólio que os Estados Unidos possuem sobre a IA avançada, replicando as inovações ocidentais, mas com algumas diferenças.
  • É o caso do DeepSeek e de seu código aberto.
  • A ideia é que os benefícios gerados pela inteligência artificial ficarão com quem aplica a tecnologia e não com quem a desenvolve.
  • Se isso der certo, os chineses conseguirão criar um ecossistema mais robusto e difícil de ser quebrado pelos rivais norte-americanos.
  • É importante destacar, no entanto, que esta é uma aposta arriscada e que os EUA continuam criando medidas para impedir o avanço chinês.
  • O futuro nos mostrará quem será o vencedor desta corrida.

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