Um grupo de arqueólogos norte-americanos desenterrou um complexo militar do século XVIII na costa nordeste da Flórida, nos Estados Unidos. A construção fazia parte de um antigo sistema de defesa criado pelos espanhóis e ocupado posteriormente pelos britânicos.
O achado ocorreu em St. Augustine, o mais antigo assentamento europeu continuamente habitado nos EUA. Além disso, representa a primeira evidência já localizada de um momento específico da ocupação britânica na região.
Região foi dominada por espanhóis e ingleses antes de passar para os EUA
Fundada pelos espanhóis no século XVI, St. Augustine (ou Santo Agostinho, na época) permaneceu como capital da região de “La Florida” por mais de 200 anos.
Os britânicos só assumiram o controle do território depois do Tratado de Paris, de 1763.
Foram 20 anos sob domínio inglês, até que a região fosse oficialmente parte dos Estados Unidos.
A Independência dos EUA data do dia 4 de julho de 1776, mas os ingleses somente reconheceram o novo país em 1783.
Primeiros sinais de construções britânicas no local
Segundo os pesquisadores, os espanhóis construíram vastas redes de defesa antes de abandonarem o território. De fato, diversos vestígios desta época já foram encontrados em escavações realizadas em St. Augustine.
Ruínas de complexo militar antigo localizadas nos EUA (Imagem: Programa de Arqueologia da Cidade de Santo Agostinho)
Mesmo com a estrutura já existente, os britânicos decidiram criar novas defesas ao longo da borda oeste da cidade. Eles temiam uma possível ameaça vinda de um rio próximo e fontes históricas mencionam a existência desses postos militares avançados.
O problema é que nenhum sinal destas estruturas britânicas havia sido encontrado até agora. Por isso, a descoberta é tão importante, revelando os primeiros vestígios da ocupação britânica no local nesta época.
Os Estados Unidos anunciaram o início da produção em larga escala de uma nova arma nuclear. A fabricação da bomba B61-13 começou sete meses antes do previsto. E integra o programa de modernização do arsenal nuclear estadunidense.
“Em resposta a um desafio crítico e uma necessidade urgente, o programa B61-13 adotou um planejamento que resultou numa entrega prevista sete meses antes do esperado”, informou o Sandia Naitonal Laboratories (SNL), em nota.
O projeto foi iniciado em 2023 pela Administração Nacional de Segurança Nuclear dos EUA (NNSA, na sigla em inglês), com custo estimado em US$ 92 milhões (aproximadamente R$ 528 milhões).
Por dentro da B61-13, a nova bomba nuclear gravitacional dos Estados Unidos
A B61-13 é uma bomba gravitacional. O nome parece saído de uma história sci-fi, mas significa apenas que a bomba é jogada de aviões, ao invés de lançada em mísseis. Baseada no modelo B61-7, ela traz melhorias nos sistemas de segurança para evitar o uso não autorizado.
Bombas gravitacionais são as jogadas de aviões, ao invés de lançadas em mísseis (Imagem: Ivan Cholakov/Shutterstock)
A bomba tem ogiva de rendimento variável e pode ser programada para explodir com potências entre dez e 360 quilotons. Isso permite ajustar seu uso contra alvos convencionais ou estruturas mais resistentes. Assim, seu uso tem mais precisão e menos danos colaterais.
Com kit de cauda guiado, a bomba se torna mais precisa e permite que o avião se mantenha distante das defesas inimigas. Inicialmente, ela será usada pelo bombardeiro B-2 Spirit. No futuro, será integrada ao novo bombardeiro furtivo B-21 Raider.
Nova bomba nuclear aumenta capacidade de dissuasão dos EUA sem ampliar seu total de armas (Imagem: Alones/Shutterstock)
A B61-13 também pode substituir ogivas antigas e recentes, o que aumenta a capacidade de dissuasão dos EUA sem ampliar o número total de armas.
“A equipe do B61-13 reordenou as prioridades das atividades de qualificação, planejou testes em conjunto com os parceiros da Força Aérea dos EUA e finalizou os requisitos em parceria com o Laboratório Nacional de Los Alamos e a NNSA”, diz a nota do SNL.
As medidas adotadas por Donald Trump após assumir o cargo de presidente dos Estados Unidos estão gerando uma série de incertezas. Uma delas diz respeito ao futuro de cidadãos estrangeiros que moram no país, entre eles os brasileiros.
Em meio a este cenário, o governo do Brasil pode ter uma oportunidade única para repatriar cientistas que deixaram o território brasileiro e foram viver nos EUA nos últimos anos. As informações são do Jornal da USP.
Liderança científica dos EUA pode estar ameaçada
As principais motivações que fariam com que os brasileiros desejassem voltar para casa são os cortes de verbas, demissões em massa, discursos negacionistas e a adoção de outras medidas pela Casa Branca consideradas como hostis às universidades, à liberdade de pesquisa e à presença de imigrantes no país.
Lembrando que grande parte da força de trabalho da ciência norte-americana vem de outros países.
Além disso, muitos desses estrangeiros não possuem um vínculo permanente de emprego no país.
Eles costumam ser recrutados pelas instituições para trabalhar em projetos específicos e cuja remuneração provém majoritariamente, ou até integralmente, de verbas governamentais.
Um cenário que pode comprometer o protagonismo científico histórico dos EUA, que desde o fim da Segunda Guerra Mundial consolidou o país como maior potência mundial do setor.
O avanço da China, por exemplo, já ameaça a liderança norte-americana.
Ações de Trump tem gerado preocupação na comunidade científica dos EUA (Imagem: Anna Moneymaker/Shutterstock)
Programa do governo quer atrair cientistas que vivem no exterior
Segundo um levantamento da revista Nature, 75% dos pesquisadores que hoje vivem nos EUA disseram que estão considerando deixar o país por causa das interferências do governo Trump na ciência. Os destinos de preferência seriam Canadá e Europa.
Neste cenário, no entanto, o Brasil pode virar uma alternativa. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência federal de fomento à pesquisa no país, lançou em abril de 2024 um programa de repatriamento de cientistas, chamado Conhecimento Brasil.
Se o Brasil tiver uma visão estratégica, agora é o momento. Porque vai ter muita gente querendo voltar; especialmente os jovens.
Helena Nader, professora da Universidade Federal de São Paulo e presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC)
Pesquisadores podem retornar ao Brasil (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)
Com investimento previsto de R$ 822 milhões, a iniciativa visa pagar bolsas de R$ 10 mil a R$ 13 mil por mês, durante cinco anos, para profissionais com mestrado ou doutorado que concluíram sua formação recentemente no exterior ou que possuem vínculo com instituição fora do país e queiram retornar ao Brasil para desenvolver pesquisas dentro de instituições ou empresas brasileiras.
O CNPq, inclusive, estuda, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a possibilidade de criar um programa para atrair professores dos Estados Unidos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros, para passar um período de um ou dois anos no Brasil. Além disso, a entidade analisa estender o programa original para repatriar mais brasileiros.
Obviamente, muitos brasileiros vão pensar se querem continuar lá ou não. O cenário mudou completamente desde que nós lançamos o programa.
Ricardo Galvão, professor aposentado do Instituto de Física da USP e presidente do CNPq
A Força Espacial dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (26), que certificou o foguete Vulcan, da United Launch Alliance, para realizar missões de segurança nacional.
“Ter acesso garantido ao espaço é função essencial da Força Espacial e elemento crítico para a segurança nacional“, afirmou o general de brigada Panzenhagen, responsável pelo programa de Acesso Garantido ao Espaço, em comunicado à imprensa. “A certificação do Vulcan aumenta a capacidade de lançamentos, a resiliência e a flexibilidade necessárias para os sistemas espaciais mais críticos de nossa nação.”
Falcon 9 e Vulcan serão “companheiros” (Imagem: Sundry Photography/Shutterstock)
Foguete Vulcan voando com o Falcon 9?
O anúncio oficial encerra processo que durou anos, marcado por vários atrasos no desenvolvimento do foguete Vulcan, além de duas anomalias ocorridas nos últimos anos, que também atrasaram a certificação;
A primeira anomalia, uma explosão em uma bancada de testes no norte do Alabama (EUA) na primavera estadunidense de 2023, atrasou o primeiro voo de teste do Vulcan em vários meses;
Em seguida, em outubro de 2024, durante o segundo voo de teste do foguete, ocorreu uma falha em um dos bicos de um dos dois propulsores laterais do Vulcan;
Essa questão do bico, ocorrida há mais de cinco meses, agravou a extensa papelada necessária para certificar o Vulcan para as missões mais sensíveis do Departamento de Defesa dos EUA.
Burocracia para aprovação de foguetes nos EUA
O exército dispõe de várias opções para que as empresas certifiquem seus foguetes, dependendo do número de voos realizados, que pode ser dois, três ou mais. Quanto menor o número de voos, maior a quantidade de documentos e revisões que precisam ser feitos.
No caso do Vulcan, esse processo incluiu:
52 critérios de certificação;
Mais de 180 tarefas discretas;
Duas demonstrações de voo de certificação;
60 verificações dos requisitos de interface de carga útil;
18 revisões de design e teste dos subsistemas;
114 auditorias de hardware e software.
Com o processo de certificação concluído, a United Launch Alliance, agora, está apta a realizar missões de segurança nacional ao lado da SpaceX, cuja frota de foguetes é composta pelos Falcon 9 e Falcon Heavy.
Quanto à anomalia no propulsor, o chefe da United Launch Alliance, Tory Bruno, explicou, recentemente, que ela se deveu a defeito de fabricação.
“Isolamos a causa raiz e tomamos as medidas corretivas apropriadas“, afirmou ao ArsTechnica, conforme confirmado em teste de ignição estática de um motor em um centro de testes da Northrop em Utah (EUA), em fevereiro. “Portanto, estamos retomando a fabricação de hardware e, pelo menos inicialmente, buscando identificar a causa raiz do problema.”
Entretanto, o Vulcan não será o próximo foguete a ser lançado pela empresa. O primeiro a ser lançado será um dos propulsores remanescentes do Atlas 5, transportando os satélites de banda larga do Projeto Kuiper, da Amazon.
Esse lançamento pode ocorrer em abril, embora a United Launch ainda não tenha definido uma data. Em seguida, virão os dois primeiros lançamentos de segurança nacional com o Vulcan, USSF-106 e USSF-87. Segundo a Força Espacial, o primeiro desses lançamentos pode ocorrer “durante o próximo verão“.
Foguete Atlas V, da ULA, sendo transportado para a plataforma de lançamento (Imagem: Divulgação/United Launch Alliance)
Agora que a United Launch Alliance concluiu o processo de certificação, o próximo passo é acelerar a cadência de lançamentos do veículo.
Antes deste ano, Bruno havia afirmado que a empresa planejava lançar duas dúzias de foguetes em 2025 (uma mistura de Atlases e Vulcans), mas essa estimativa foi reduzida para cerca de uma dúzia.
No ano passado, um alto oficial da Força Aérea expressou preocupação quanto à capacidade da United Launch de ampliar sua capacidade de fabricação e atingir alta cadência de lançamentos. Bruno e outros representantes da empresa afirmaram que isso seria viável após a conclusão do processo de certificação.
A pandemia de Covid-19 oficialmente já terminou. No entanto, milhares de pessoas continuam sendo infectadas pelo vírus todos os meses e equipes de pesquisadores do mundo todo ainda trabalham para entender melhor esta doença.
No entanto, todo este trabalho pode ser prejudicado por uma recente decisão do governo dos Estados Unidos. A Casa Branca está cancelando bilhões de dólares em financiamento de pesquisas relacionadas ao coronavírus.
EUA são o maior financiador mundial de pesquisas
A medida foi anunciada após a posse do presidente Donald Trump e faz parte dos esforços de redução de gastos do governo dos EUA.
De acordo com um documento interno dos Institutos Nacionais de Saúde, os recursos foram liberados para combater a pandemia, uma situação que já foi superada.
Por conta disso, não seriam necessários mais recursos para trabalhos do tipo.
Lembrando que os EUA são o maior financiador mundial de pesquisas e concedeu subsídios a quase 600 projetos em andamento que têm alguma relação com o vírus.
Casa Branca cancelou bilhões de dólares em financiamento de pesquisas relacionadas ao coronavírus (Imagem: ImageFlow/Shutterstock)
Decisão pode prejudicar o enfrentamento de novas pandemias
O SARS-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, matou mais de 7 milhões de pessoas em todo o mundo. Embora a situação esteja controlada, pesquisadores alertam que estudar a doença é crucial para prevenir a próxima pandemia.
Em publicação na revista Nature, um grupo de cientistas condenou a decisão da Casa Branca. Eles afirmaram que cancelar o repasse de recursos para pesquisas é algo “perigoso para a preparação para futuras pandemias”.
Cientistas alertam que corte de recursos prejudicará enfrentamento de novas crises sanitárias (Imagem: Manoej Paateel/Shutterstock)
Além de estudos sobre o vírus, são impactados pela decisão novos trabalhos envolvendo o desenvolvimento de vacinas mais eficazes. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA não se pronunciou oficialmente sobre a situação.
Elon Musk pretendia modernizar a administração pública estadunidense, mas suas medidas drásticas de corte orçamentário, especialmente no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, desencadearam cenário de caos ecológico.
Escargots gigantes, besourosasiáticos e outras espécies invasoras, agora, ameaçam o equilíbrio dos ecossistemas e a economia do país, segundo o Jeux Video.
Decisões tomadas pelo DOGE ameaçam equilíbrio ecológico do país (Imagem: hyotographics/Shutterstock)
Recentemente, Musk enaltecia a eficácia do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), onde os funcionários, supostamente, trabalham 120 horas semanais.
Essa intensidade extrema, embora tenha permitido cortes orçamentários significativos, também provocou uma série de falhas críticas, como a divulgação acidental de informações confidenciais e a demissão seguida de uma contratação emergencial de especialistas em segurança nuclear.
No entanto, o recorte mais impactante ocorreu no DOGE, onde, em fevereiro, seis mil funcionários foram dispensados – entre eles, numerosos especialistas: inspetores, biólogos e até adestradores de cães treinados para detectar pragas.
Essa decisão provocou verdadeiro terremoto na segurança alimentar e na proteção do setor agrícola estadunidense.
Sistema de Musk está em colapso?
As equipes responsáveis pela proteção e quarentena de plantas sofreram grandes perdas;
Centenas de inspetores foram demitidos, o que reduziu, drasticamente, o controle sobre as importações agrícolas;
Nos portos de Los Angeles e Miami – pontos de entrada cruciais para produtos importados – o contingente de funcionários de quarentena caiu 35%, enquanto a equipe de detecção de contrabando foi reduzida em 60%;
O resultado foi o caos nas inspeções: os prazos de liberação de mercadorias aumentaram, causando desperdício de alimentos perecíveis e potencial disparada nos preços dos produtos nos supermercados.
Derek Copeland, ex-treinador do National Dog Detection Training Center, alerta que a diminuição das equipes pode comprometer a capacidade do país de identificar ameaças biológicas, como o caracol africano gigante e o besouro asiático com chifres longos. Segundo ele, a instalação dessas espécies pode dizimar plantações e desequilibrar os ecossistemas locais, gerando prejuízos econômicos incalculáveis.
Mike Lahar, especialista em regulamentação aduaneira, complementa: “Uma única falha na detecção de uma praga pode aniquilar plantações inteiras, afetando toda a cadeia de abastecimento alimentar.”
Os contêineres que não passam pela inspeção se acumulam, bloqueando tanto alimentos quanto outros bens essenciais, agravando a situação para consumidores e empresas.
Enquanto a administração defende os cortes como busca por maior eficiência, a realidade aponta para cenário desastroso.
Alguns senadores republicanos, antes favoráveis ao programa de detecção canina, permanecem em silêncio, e dois juízes federais já determinaram a reintegração de alguns funcionários, decisão que a Casa Branca classificou como “absurda e inconstitucional”.
O DOGE anunciou suspensão de 45 dias nas demissões, mas sem garantir a recontratação dos afetados. Em meio a essa instabilidade, cresce o temor de que uma crise semelhante à pandêmica se instale, comprometendo o abastecimento e elevando os preços dos alimentos.
Joe Hudicka, veterano na cadeia de suprimentos, prevê escassez de determinados produtos, enquanto Kit Johnson, especialista em conformidade comercial, adverte para possível “catástrofe agrícola” se as inspeções não retornarem aos níveis necessários.
Duas hipóteses circulam para explicar esse fiasco administrativo, conforme apontado pela Wired. A primeira sugere que o DOGE nunca teve a intenção de aprimorar a eficiência governamental, mas, sim, de desmantelar agências para facilitar a privatização e o acesso a dados sensíveis.
O caos e a redução das regulamentações abririam caminho para que empresas privadas assumissem setores estratégicos, como defesa, agricultura e segurança.
A segunda hipótese defende que Musk e sua equipe acreditam genuinamente na missão proposta, mas carecem das habilidades necessárias para administrar um aparato estatal.
Essa postura, típica da “arrogância” do Vale do Silício, parte do princípio de que dominar softwares é o suficiente para gerir as complexidades do governo.
Caos e redução das regulamentações abririam caminho para que empresas privadas assumissem setores estratégicos, como defesa, agricultura e segurança dos EUA (Imagem: photosince/Shutterstock)
Consequências para os EUA e possíveis repercussões globais
Independentemente da causa, as implicações dessa política podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista econômico quanto geopolítico.
A demissão de milhares de funcionários elevou o desemprego e desestabilizou setores cruciais. A segurança alimentar e a proteção da agricultura estão seriamente comprometidas, num momento em que a cadeia de abastecimento já enfrenta desafios com a gripe aviária e tensões comerciais com a China.
Se essa situação não for rapidamente revertida, os Estados Unidos poderão enfrentar crise agrícola sem precedentes, com efeitos que se estenderão para além de suas fronteiras.
A experiência de Elon Musk com a administração pública, marcada por cortes abruptos e falhas operacionais, pode representar alto custo para toda a nação.
A Nasa está planejando implementar um plano de reorganização para responder a ordem do presidente Donald Trump de eliminar “desperdício, inchaço e insularidade” em órgãos governamentais, sob a supervisão do departamento comandado por Elon Musk.
O timing não poderia ser pior: a agência espacial americana tem pela frente metas das mais ambiciosas em seus quase 67 anos de história, incluindo um assentamento lunar permanente após a retomada de missões à superfície da Lua no final da década.
Em um e-mail ao qual a CNN obteve acesso, a administradora interina da Nasa, Janet Petro afirmou que uma equipe interna vai definir uma “estratégia para identificar e agir em oportunidades de otimização da nossa organização — seja simplificando operações ou reduzindo relatórios”.
DOGE pressiona por demissões na agência espacial americana (Imagem: bella1105/Shutterstock)
O grupo recebeu o nome de “Tiger Team”, termo usado na era Apollo para se referir a reuniões criadas para lidar com um problema complexo em tempo real durante uma missão espacial, como explica a reportagem.
Janet Petro foi escolhida para liderar a agência até que o Senado americano confirme o novo administrador, o CEO da Shift4 Payments, Jared Isaacman, nomeado por Trump. A engenheira já chefiou as instalações de lançamento do Kennedy Space Center na Flórida.
Em fevereiro, a Nasa fechou um acordo com o Office of Personnel Management que evitou demissões generalizadas de trabalhadores em estágio probatório, como solicitado pelo departamento de Musk, conhecido como DOGE.
Escritórios inteiros da Nasa foram fechados em março (Imagem: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)
Mas isso não impediu uma rodada de desligamentos no início de março, quando três escritórios tiveram as atividades encerradas, incluindo duas das principais divisões de políticas e alguns funcionários seniores de ciência e engenharia, em Washington, DC.
Segundo a CNN, os 23 profissionais receberam apenas 30 dias de aviso, e não 60, como prevê um regulamento da agência. A Nasa informou à reportagem que o cronograma está alinhado com a “necessidade urgente de cumprir a Ordem Executiva de Trump e cronogramas mais amplos de reestruturação do governo”.
Por enquanto, não há planos para preencher as posições agora desocupadas, que incluía, por exemplo, a equipe do Escritório de Tecnologia, Política e Estratégia (OTPS) e uma filial específica de Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade. Funcionários disseram à CNN que esperam cortes de 30% a 50% da equipe da agência.
Elon Musk participou de reunião com o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, no Pentágono recentemente, segundo a Reuters. Pouco antes, o New York Times tinha publicado que o bilionário teria acesso a planos secretos de guerra contra a China. No X, o empresário disse aguardar processos contra “aqueles no Pentágono que estão vazando informações maliciosamente falsas para o NYT”.
Além de Musk, o presidente dos EUA, Donald Trump, e outros negaram que o bilionário teria acesso aos tais planos secretos. Hegseth disse que conversou com o empresário sobre inovação e eficiência. “Não havia planos de guerra, nem planos de guerra chineses. Não havia planos secretos.“
Musk participa de reunião com secretário de Defesa enquanto governo investiga possíveis leakers
Ao sair da reunião com o secretário de Defesa, Musk teria dito que a reunião foi bem-sucedida. “Se houver algo que eu possa fazer para ajudar… gostaria que tivéssemos um bom resultado aqui”, teria dito o empresário ao sair. Musk lidera a investida interna da administração Trump para cortar gastos do governo.
Musk lidera a investida interna da administração Trump para cortar gastos do governo (Imagem: bella1105/Shutterstock)
Depois da reunião entre Musk e o secretário de Defesa, Trump disse que não queria mostrar os planos dos Estados Unidos para uma possível guerra com a China a ninguém.
“Não quero mostrar isso a ninguém. Mas certamente você não mostraria isso a um empresário que está nos ajudando tanto”, disse Trump. “Elon tem negócios na China, e ele seria suscetível, talvez, a isso”, acrescentou.
A Casa Branca já havia dito anteriormente que Musk não se envolveria caso surgissem conflitos de interesse entre suas negociações comerciais e sua função de cortar os gastos do governo federal.
Consequências e investigações
Após a controvérsia em torno da matéria do New York Times, uma reunião planejada entre Trump e membros do Estado-Maior Conjunto numa sala conhecida como “The Tank” foi cancelada.
Trump disse que não queria mostrar os planos dos EUA para uma possível guerra com a China a ninguém (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
Recentemente, a diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, disse que havia ordenado uma investigação sobre os vazamentos de dentro da comunidade de inteligência. Além disso, disse investigar as salas de bate-papo internas em busca de qualquer má conduta por parte dos funcionários.
O Prêmio Nobel é uma das maiores honrarias mundiais — e talvez o maior trunfo de uma universidade. Instituído em 1895, o título é concedido anualmente às realizações de destaque em seis categorias: Física, Química, Literatura, Paz, Medicina e Economia.
Um ranking acaba de ser divulgado com as universidades americanas que mais “produziram” ganhadores do Prêmio Nobel ao longo desses anos. O levantamento foi feito pelo site Best Master’s Programs, com base em conquistas de docentes e ex-alunos.
E aqui um detalhe curioso: 30% dos vencedores ligados a instituições americanas não nasceram nos Estados Unidos, o que reforça a tese de “migração de cérebros” para o país por causa de sua excelência acadêmica.
1. Universidade de Harvard: 161 vencedores
Uma das escolas mais prestigiadas do mundo, Harvard é conhecida como uma universidade de pesquisa, com nível de excelência acadêmica de destaque no campo de ciências. A maioria das conquistas partiu de pesquisas em Matemática e Química.
O primeiro prêmio veio com TW Richards, em 1914, que foi também o primeiro cientista americano laureado com um Nobel, na categoria Química, pelas determinações exatas de pesos atômicos de elementos químicos.
2. Universidade da Califórnia, Berkeley: 110 vencedores
Com ganhadores do prêmio Nobel em cinco categorias diferentes, a Berkeley é conhecida por ser uma das universidades mais avançadas na costa oeste dos EUA. Os maiores atrativos da escola são os programas de graduação acadêmica e o alto nível de diversidade.
O vencedor mais conhecido de todos os ganhadores na instituição é Linus Pauling, única pessoa a receber dois prêmios em categorias distintas sem dividi-los com outros cientistas. Ele foi laureado com o Nobel de Química em 1954, por diversos trabalhos na área, e o da Paz, em 1962, por campanhas contra testes nucleares.
3. Universidade de Chicago: 100 vencedores
Localizada no Centro-Oeste americano, a universidade é conhecida pelos altos padrões acadêmicos. A maioria dos ganhadores contribuiu com pesquisas nas áreas de Física, Química, Fisiologia ou Medicina e Economia, respectivamente.
A instituição também celebra dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz até o momento: Emily Greene Balch, por seu trabalho como líder central da Liga Internacional de Mulheres pela Paz e Liberdade, em 1946; e Barack Obama, ex-presidente dos EUA, em 2009, por “fortalecer organismos internacionais e promover o desarmamento nuclear”.
Campus do MIT em Cambridge, Massachusetts (Imagem: hapabapa/iStock)
4. Instituto de Tecnologia de Massachusetts: 97 vencedores
Também conhecido como MIT, é o instituto referência em tecnologia avançada. Os principais campos de pesquisa reconhecidos pelo Nobel são das áreas de Física, Química ou Economia. A escola tem um ganhador do Nobel da Paz: Kofi Annan, que criou o Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária quando era secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
5. Universidade de Columbia: 96 vencedores
Física, Química e Economia são as categorias com o maior número de ganhadores do Prêmio Nobel em Columbia, com destaque também para Literatura.
Há seis ganhadores do Prêmio Nobel da Paz associados à universidade. Theodore Roosevelt foi o primeiro ganhador em 1906. Os vencedores seguintes foram Nicholas Butler (1931), Al Gore (2007), Barack Obama (2009), Liu Xiaobo (2010) e Leyman Gbowee (2011).
Além de manter programas educacionais com alta qualidade, Stanford também é reconhecida pelo ambiente geral de aprendizagem e pelos membros profissionais do corpo docente.
Física, Química, Economia e Fisiologia ou Medicina são as principais categorias, além de três vencedores que se enquadram na categoria de Literatura, incluindo o ex-aluno John Steinbeck. Suas principais obras são A Leste do Paraíso e As Vinhas da Ira.
7. Instituto de Tecnologia da Califórnia: 76 vencedores
O California Institute of Technology é considerado uma das escolas mais avançadas do mundo quando se trata de tecnologia e pesquisa científica de ponta. Embora a escola tenha 76 afiliados notáveis que ganharam um Prêmio Nobel, há mais seis que não se qualificam.
A maioria dos ganhadores do Prêmio Nobel se enquadra em uma das quatro categorias principais, incluindo Química, Física, Economia ou Fisiologia ou Medicina. Linus Pauling é o único afiliado/membro do corpo docente que ganhou o Prêmio Nobel da Paz.
8. Universidade de Princeton: 69 vencedores
Considerada uma das escolas de elite de todas as Ivy League, Princeton tem uma longa história quando se trata de pesquisa científica e excelência acadêmica.
Woodrow Wilson ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1919. Ele se formou em Princeton em 1879, foi um distinto membro do corpo docente e também serviu como Presidente Emérito. Wilson também foi o 28º Presidente dos Estados Unidos.
Blair Hall da Universidade de Princeton (Imagem: arlutz73/iStock)
9. Universidade de Yale: 65 vencedores
Yale é uma das universidades mais respeitadas do mundo e também faz parte das escolas da Ivy League, com muitos recursos que ajudam os alunos a entrar no mercado de trabalho.
Os ganhadores do Prêmio Nobel podem ser encontrados em todas as principais categorias, incluindo cinco afiliações no campo da Literatura. Há três ganhadores do Prêmio Nobel da Paz que são afiliados à escola. Eles incluem Philip Noel-Baker (1959), Elle Wiesel (1986) e Wangari Maathai (2004).
10. Universidade Cornell: 61 vencedores
Fundada em 1865, a Cornell se destaca pelas conquistas na área da Física, com destaque também para Química, Fisiologia ou Medicina e Economia.
A Literatura ostenta quatro ganhadores do Prêmio Nobel, um dos quais é a famosa escritora Pearl S. Buck, em 1938, autora de “A Boa Terra”, “The exile” e “Fighting angel”. A universidade também tem dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz. Eles são John R. Mott em 1946 e Norman Borlaug em 1970.
Rodrigo Nogueira, um dos nomes de destaque na inteligência artificial (IA) no Brasil, teve seu visto para os Estados Unidos negado. Dessa forma, o paulista, fundador da startup Maritaca AI – especializada em modelos de linguagem semelhantes ao ChatGPT – não poderá palestrar na Universidade Harvard (EUA), evento marcado para 18 de abril.
Segundo Nogueira, o indeferimento deve estar ligado à sua área de atuação, que, hoje, é um ponto de disputa global entre grandes potências. Tanto a Embaixada dos EUA no Brasil quanto o Consulado em São Paulo optaram por não comentar o caso, justificando que, “por política do governo dos Estados Unidos, não comentamos sobre casos individuais de visto”.
Em conversa com o Estado de S.Paulo, Nogueira relatou que a entrevista ocorreu no consulado de São Paulo (SP), em 27 de fevereiro, e tudo transcorreu normalmente até mencionar seu trabalho com IA.
“No instante em que declarei minha atuação com chatbots, que atendem majoritariamente clientes brasileiros, a atmosfera da conversa mudou abruptamente, como se uma nuvem de chuva tivesse se formado,” afirmou. Ele também detalhou que precisou justificar uma viagem a Taiwan, realizada em 2023, para participar da conferência Sigir, focada em buscas.
Especialista teve visto negado após dizer quem era (Imagem: hafakot/Shutterstock)
Inicialmente, o visto havia sido aprovado, mas, no dia seguinte, o consulado passou a exigir esclarecimentos adicionais, como o motivo da viagem a Taiwan e informações sobre sua pesquisa na Universidade de Nova York (EUA).
Por lá, ele viveu por seis anos e realizou, durante cinco deles, seu doutorado. Nesse período, Nogueira integrou o mesmo laboratório que o renomado francês Yann LeCun, laureado com o Prêmio Turing em 2018, considerado o “Nobel da Computação.”
Em 10 de março, o consulado solicitou o currículo completo, uma cópia da tese elaborada nos EUA, cópias de todos os artigos publicados e o histórico de viagens do pesquisador.
Embora Nogueira tenha enviado todos os documentos – exceto os artigos, dos quais apresentou lista com os respectivos links –, em 12 de março, foi informado que o visto havia sido negado e que não poderia solicitar um novo por 12 meses.
Segundo ele, a negativa ocorreu sob a sessão 221 (g), que mantém os documentos em análise e abre a possibilidade de eventual reversão da decisão, embora o consulado não tenha estipulado prazo para nova resposta.
Com a negativa do visto, o pesquisador não poderá participar do painel “Inteligência Artificial no Brasil”, organizado em Harvard por professores brasileiros e apoiado por diversos centros acadêmicos e pelo Consulado Geral do Brasil em Boston (EUA).
O evento, que já teve sua realização transferida para o formato online, teria a presença de Nogueira para discutir os avanços da Maritaca AI – empresa que atende mais de 100 clientes no país, entre eles, o JusBrasil, que lançou nova ferramenta com a tecnologia da startup.
Rodrigo, que já havia obtido vistos de estudante, turismo e negócios anteriormente, destacou que fatores financeiros não influenciaram a decisão. “O que parece ter gerado maior atenção foi minha atuação na área de IA e a viagem a Taiwan.
Se eu atuasse em marketing, por exemplo, uma viagem similar, provavelmente, não teria sido questionada,” comentou.
Ele também sugeriu que algumas postagens feitas no LinkedIn podem ter contribuído para a situação, ressaltando seu compromisso com a criação de infraestrutura nacional de IA para reduzir a dependência do Brasil em relação a outras nações. Em artigo para o Estadão, já em 2024, ele defendia essa ideia.
A situação compartilhada pelo pesquisador em sua rede social surpreendeu a comunidade de IA no Brasil, que reconheceu que “estamos vivendo novos tempos”.
Isso já aconteceu antes!
A questão não é isolada. Em 9 de março, conforme noticiado pelo Le Monde, um pesquisador francês especializado em Espaço teve sua entrada nos EUA negada enquanto se deslocava para participar de uma conferência em Houston, Texas (EUA), como parte de uma missão do CNRS;
O motivo apontado pelas autoridades foi a divulgação de “mensagens de ódio e conspiratórias”, com críticas ao presidente Donald Trump, o que teria sido interpretado como incitação ao terrorismo;
Seus dispositivos eletrônicos foram confiscados e, em 10 de março, ele foi encaminhado de volta à Europa, além de ter sido alvo de uma investigação do FBI, que, posteriormente, foi arquivada;
O ministro francês da Educação e Pesquisa, Philippe Baptiste, expressou preocupação com o episódio e reafirmou seu compromisso com a liberdade de opinião, pesquisa e acadêmica, enquanto o renomado cientista Yann LeCun destacou, via LinkedIn, a violação da privacidade e da liberdade de expressão envolvida na situação.
Rodrigo Nogueira faria palestra nos EUA (Imagem: Divulgação)
Quem é Rodrigo Nogueira, especialista em IA
Rodrigo Nogueira, formado pela Unicamp, iniciou sua trajetória em IA em 2020, após concluir seu doutorado na Universidade de Nova York, onde trabalhou no laboratório de LeCun sob a orientação de Kyunghyun Cho – um dos criadores do mecanismo de atenção, fundamental para o desenvolvimento do Transformer, arquitetura revolucionária na área.
Durante esse período, ele criou o Bertinbal, modelo de IA voltado para o português, fundamentado no BERT, do Google. Em 2022, lançou a Maritaca AI, com a proposta de se tornar uma espécie de “OpenAI brasileira”, adaptando grandes modelos de linguagem para o contexto do português brasileiro. Entre seus produtos, destaca-se o Sabiá, que opera no chatbot MariTalk.