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Cérebro pode interpretar o mesmo som de maneiras diferentes, revela estudo

O cérebro humano é um órgão extremamente complexo. Mesmo após décadas de estudos, os cientistas ainda são surpreendidos por revelações sobre como ele funciona. Mas algumas dúvidas sobre as incríveis capacidades cerebrais ainda persistem.

Uma delas diz respeito ao que faz com que regiões quase idênticas em hemisférios opostos do cérebro processem diferentes tipos de informação? Um artigo publicado no The Conversation por Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, pode apresentar a resposta.

Lados diferentes, funções diferentes

  • Algumas das funções cognitivas mais complexas são possíveis porque diferentes lados do cérebro as controlam.
  • O principal deles é a percepção da fala, a capacidade de interpretar a linguagem.
  • Nos seres humanos, este processo é tipicamente dominado pelo hemisfério esquerdo.
  • O processamento sensorial dos sons começa na cóclea, uma parte do ouvido interno onde as frequências sonoras são convertidas em eletricidade e encaminhadas para o córtex auditivo do cérebro.
  • Os cientistas acreditam que a divisão do trabalho entre os hemisférios cerebrais necessária para reconhecer os padrões sonoros começa nessa região.
  • Recentes descobertas apontam que a divisão do processamento de som no cérebro não é uma exclusivamente humana.
  • E esta conclusão foi fundamental para a realização de novas análises sobre o assunto.
Novo estudo aumenta compreensão sobre as capacidades cerebrais (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

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Estudo ajuda a ampliar conhecimento sobre o cérebro

Em seu recente trabalho, o professor Hysell V. Oviedo descobriu que o lado esquerdo do cérebro tem conexões mais focadas e especializadas que podem ajudar a detectar características-chave da fala, como distinguir uma palavra de outra. Enquanto isso, o lado direito é mais amplamente conectado, adequado para processar melodias e a entonação da fala.

Rastreamos como os circuitos neurais no córtex auditivo esquerdo e direito se desenvolvem desde o início da vida até a idade adulta. Para fazer isso, registramos sinais elétricos em cérebros de camundongos para observar como o córtex auditivo amadurece e ver como as experiências sonoras moldam sua estrutura. Surpreendentemente, descobrimos que o hemisfério direito superou consistentemente o esquerdo no desenvolvimento, mostrando crescimento e refinamento mais rápidos. Isso sugere que existem janelas críticas de desenvolvimento – breves períodos em que o cérebro é especialmente adaptável e sensível ao som ambiental – específicas para cada hemisfério que ocorrem em momentos diferentes.

Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis

Orelha de mulher em vermelho e preto e branco
Som é captado pelo ouvido e interpretado pelo cérebro (Imagem: BLACKDAY/Shutterstock)

Para testar as consequências dessa assincronia, o especialista expôs camundongos jovens a tons específicos durante períodos sensíveis. Na idade adulta, o som que era processado em seus cérebros era permanentemente distorcido. Já os animais que ouviram os tons durante a janela crítica anterior do hemisfério direito tiveram uma super-representação dessas frequências mapeadas no córtex auditivo direito.

Outra descoberta foi que essas janelas críticas variam de acordo com o sexo. A janela crítica do hemisfério direito abre mais cedo em camundongos fêmeas, e a janela do hemisfério esquerdo abre poucos dias depois. Em contraste, os camundongos machos tinham uma janela crítica do hemisfério direito muito sensível, mas nenhuma janela detectável à esquerda. Isso aponta para o papel indescritível que o sexo pode desempenhar na plasticidade cerebral.

Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis

Representação de um cérebro humano pairando sobre um par de mãos
Cérebro pode codificar o mesmo som de maneiras diferentes (Imagem: Anucha Tiemsom/Shutterstock)

Estas conclusões fornecem uma nova maneira de entender como diferentes hemisférios do cérebro processam o som e por que isso pode variar entre pessoas. Elas também fornecem evidências de que o cérebro pode codificar o mesmo som de maneiras diferentes, dependendo de quando ocorre e de qual hemisfério está preparado para recebê-lo.

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Por que seu cérebro fica antissocial com o passar do tempo

Um novo estudo realizado pela Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, analisou porque as pessoas tendem a se tornar mais antissociais com o passar do tempo. E a conclusão é que isso não tem nenhuma relação com o comportamento individual de cada um.

De acordo com os pesquisadores, a causa são alterações na conectividade funcional entre áreas cerebrais. Em outras palavras, mudanças estruturais ocorridas no cérebro ao longo da vida são as responsáveis pelo menor interesse nas interações sociais.

Comportamento antissocial pode ter relação com o cérebro (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Áreas do cérebro envolvidas no processamento de emoções negativas prevaleceram

Durante o trabalho, os cientistas analisaram 196 participantes com idades entre 20 e 77 anos. Todos passaram por exames e responderam a um questionário sobre traços de personalidade, incluindo um indicador de sociabilidade. Estas respostas definiram a capacidade de se comunicar, manter interações sociais e lidar com emoções nesses contextos.

As conclusões foram que as áreas do cérebro envolvidas no processamento de emoções negativas e da chamada “dor social”, como a exclusão ou a rejeição, apresentaram maior número de conexões com o passar dos anos.

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Mudanças estruturais ocorridas no cérebro foram verificadas (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

Isso significa que, com a idade, há uma reorganização funcional que pode tornar as pessoas mais sensíveis a interações sociais negativas e menos aptas a interpretar ou responder a situações sociais de forma espontânea.

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Pessoas tendem a se tornar mais antissociais com o passar do tempo (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

Resultados do estudo foram contestados por outros cientistas

  • Um dos principais pontos de discussão é a distribuição etária dos participantes.
  • Isso porque a média de idade dos participantes era de cerca de 38 anos, e havia faixas etárias pouco representadas, como os maiores de 70.
  • Outra questão levantada é que o trabalho não acompanhou os pacientes ao longo do tempo.
  • Para os críticos, isso torna impossível afirmar se o cérebro está mudando e provocando o isolamento, ou se ele está apenas refletindo os efeitos prolongados do isolamento já vivido.
  • Por fim, os responsáveis pela pesquisa não investigaram as condições clínicas ou psíquicas dos participantes.
  • Dessa forma, alguns participantes podiam ter depressão, transtornos de ansiedade, ou mesmo estar nos estágios iniciais de quadros demenciais, como Alzheimer.

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Sentir tédio pode fazer bem para o seu cérebro

Geralmente definido como a dificuldade em manter a atenção ou o interesse em uma atividade, o tédio é visto como algo negativo, que devemos tentar evitar. Mas isso pode ser uma coisa positiva para o cérebro.

Cientistas explicam que ficar entediado é uma arma do nosso organismo para minimizar os efeitos do estresse. Isso serve para evitar a superestimulação do nosso sistema nervoso, o que pode aumentar nosso risco de ansiedade.

Tentativa de relaxar o sistema nervoso

A rede cerebral é um sistema de redes interconectadas que trabalham juntas para suportar diferentes funções. A rede de atenção, por exemplo, prioriza estímulos relevantes enquanto trabalha para filtrar as distrações. No entanto, à medida que nossa atenção diminui, esta atividade diminui, refletindo nossa capacidade reduzida de manter o foco em algum conteúdo. Da mesma forma, a diminuição da atividade ocorre na rede de controle frontoparietal.

Simultaneamente, a rede de modo padrão é ativada, mudando nossa atenção para pensamentos internos e autorreflexão. Esta é uma função central da rede de modo padrão, conhecida como introspecção e sugestiva de uma estratégia para lidar com o tédio. Essa complexa interação de redes envolve várias regiões-chave do cérebro “trabalhando juntas” durante o estado de tédio. A ínsula é um centro fundamental para o processamento sensorial e emocional. Essa região mostra maior atividade ao detectar sinais internos do corpo, como pensamentos relacionados ao tédio.

Não é preciso lutar contra o tédio (Imagem: songsak chalardpongpun/iStock)

O que os cientistas descobriram é que todo este processo é vantajoso para diminuir o estresse. Algo fundamental em um mundo onde vivemos constantemente agitados e praticamente sem tempo livre, como explica um artigo publicado no portal The Conversation escrito pelos pesquisadores Michelle Kennedy e Daniel Hermens, da Universidade da Costa do Sol, na Austrália.

Em pequenas doses, o tédio é o contrapeso necessário ao mundo superestimulado em que vivemos. Pode oferecer benefícios únicos para o nosso sistema nervoso e nossa saúde mental. Isso se opõe a longos períodos de tédio, onde o aumento da atividade da rede no modo padrão pode estar associado à depressão.

Artigo publicado no The Conversation

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Se sentir entediado faz bem para o sistema nervoso (Imagem: Shutterstock/Kampan)

Os benefícios do tédio

  • Melhora a criatividade, permitindo um melhor “fluxo” em nossos pensamentos.
  • Desenvolve a independência no pensamento e nos incentiva a encontrar outros interesses, em vez de depender de informações externas constantes.
  • Bom para a autoestima e a regulação emocional, ajudando a lidar com nossos sentimentos e a controlar a ansiedade.
  • Reequilibra o sistema nervoso.

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Quer saber qual o segredo da felicidade? Este estudo tem a chave

O segredo da felicidade está mais perto do que você imagina — e não está no dinheiro, no sucesso ou na fama. Após quase um século de pesquisa acompanhando centenas de vidas, cientistas, finalmente, teriam comprovado que o verdadeiro combustível para uma vida longa, saudável e feliz é a qualidade das relações humanas.

Por quase nove décadas, pesquisadores acompanharam a trajetória de centenas de pessoas de diferentes origens, observando, cuidadosamente, sua saúde, carreira, hábitos e, principalmente, a qualidade das conexões que mantinham com as pessoas ao seu redor.

O que a ciência descobriu ao longo desse tempo surpreendeu até os próprios pesquisadores: quem mantém laços afetivos fortes, com família, amigos e comunidade, não só vive mais, mas, também, se sente mais feliz e saudável.

Harvard confirma: vínculos humanos são a chave para uma vida plena (Imagem: Ridofranz/iStock)

O estudo que mudou a forma de entender a felicidade

  • Tudo começou em 1938, quando um grupo de pesquisadores de Harvard decidiu acompanhar a vida de 268 jovens estudantes para entender o que fazia alguém realmente feliz e saudável;
  • Ao longo de décadas, eles passaram por entrevistas detalhadas, exames médicos e questionários que revelavam suas condições físicas e suas histórias pessoais, emoções e relacionamentos;
  • Na década de 1970, o foco do estudo se ampliou com a inclusão de um grupo de 456 homens de origens mais humildes na região de Boston (EUA), permitindo que os pesquisadores analisassem como diferentes trajetórias de vida influenciavam o bem-estar a longo prazo, segundo reportagem do The New York Times;
  • Um dos resultados mais surpreendentes veio em 2001, quando os estudos mostraram que o melhor indicador de bem-estar na velhice não era a carreira, nem o dinheiro, mas a qualidade do casamento aos 50 anos;
  • A pesquisa revelou que relacionamentos estáveis e felizes atuam como uma verdadeira âncora, protegendo a saúde mental e física contra o desgaste do tempo.

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O que realmente importa para ser feliz

Mais do que saúde ou sucesso profissional, o estudo de Harvard revelou que a felicidade depende, acima de tudo, das conexões que cultivamos. Relações sólidas e cheias de afeto são o que mantém as pessoas saudáveis e realizadas, mesmo diante dos desafios da vida.

Casamentos felizes aos 50 anos, amizades duradouras e laços familiares fortes funcionam como um suporte que protege contra o estresse e doenças, garantindo bem-estar físico e emocional na velhice. É a qualidade dessas relações, não a quantidade, que faz toda a diferença.

No fundo, algo essencial é revelado: dedicar atenção e cuidado às relações humanas é fundamental para o nosso bem-estar. Afinal, são esses vínculos que dão sentido e profundidade à nossa trajetória ao longo da vida.

E você, como tem cultivado suas conexões mais importantes?

Estudos apontam: conexões humanas consistentes são fatores-chave para o bem-estar físico e emocional (Imagem: Keeproll/Shutterstock)

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Americanos pensam que bacon é planta, revela estudo

41% das crianças americanas pensam que o bacon vem de uma planta, revela um estudo publicado no Journal of Environmental Psychology. E não para por aí: o artigo trouxe uma série de outros alimentos que foram categorizados pelos participantes – como batata frita, cuja origem foi relacionada aos animais.

Entenda:

  • Um estudo revelou que 41% das crianças americanas acreditam que o bacon é uma planta;
  • A pesquisa ainda mostra que salsicha, queijo e nuggets de frango também foram relacionados aos vegetais;
  • A batata frita, por sua vez, foi apontada como tendo origem animal pelas crianças;
  • Além disso, grande parte dos participantes acredita que vacas, porcos e frango não são comestíveis.
Para 47% das crianças do estudo, batata frita vem dos animais. (Imagem: Jag_cz/iStock)

O estudo reuniu 176 crianças do sudeste dos Estados Unidos com idades entre 4 a 7 anos, e envolveu uma equipe de psicólogos. Durante a pesquisa, os participantes tiveram que apontar as origens de alimentos como queijo, pipoca, ovos, camarão, amêndoas, batatas fritas e, claro, bacon.

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Bacon, nuggets e queijo foram descritos como plantas em estudo

Entre os resultados da pesquisa, os autores apontam que 47% das crianças acreditavam que a deliciosa batata frita vem dos animais. Já o queijo foi descrito como um vegetal por 44% dos participantes – assim como os nuggets de frango, relacionados ao grupo das folhas e legumes por 38% das crianças.

No caso do bacon, 41% disseram se tratar de uma planta, e outros 40% pensavam o mesmo das salsichas. A equipe também questionou as crianças sobre quais alimentos podem ou não ser consumidos, e a maioria apontou vacas (77%), porcos (73%) e frango (65%) como não comestíveis. Areia, por outro lado, foi considerada um alimento por 1% das crianças.

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Pais devem educar seus filhos sobre a origem dos alimentos. (Imagem: Rimma Bondarenko/Shutterstock)

Origem dos alimentos deve ser discutida com as crianças  

Para os pesquisadores, os resultados do estudo podem ser vistos como uma oportunidade para que os pais eduquem seus filhos sobre o conteúdo de seus pratos. “A maioria das crianças nos Estados Unidos come produtos de origem animal, mas, diferentemente dos adultos […] as crianças parecem ser consumidoras ingênuas de carne.”

“A infância pode representar uma janela de oportunidade única, durante a qual dietas baseadas em vegetais para toda a vida podem ser estabelecidas com mais facilidade em comparação com a fase adulta”, destaca a equipe no artigo.

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De onde vem a felicidade? Estudo sugere três caminhos

Você já se perguntou qual é o segredo da felicidade? Um artigo publicado nesta sexta-feira (2) na revista Nature Human Behavior pode trazer a resposta para essa questão existencial.

Segundo a pesquisa, a felicidade pode ter origens diferentes para cada pessoa. Para alguns, ela vem de dentro. Para outros, é moldada por fatores externos, como saúde, emprego e relacionamentos. E há quem não se encaixe em nenhuma dessas categorias.

Durante séculos, filósofos e cientistas buscaram entender o que nos faz felizes. Nos últimos anos, relatórios internacionais vêm tentando encontrar caminhos para melhorar o bem-estar global. Mas ainda não havia uma resposta única que servisse para todos.

De baixo para cima e de cima para baixo

A psicóloga Emorie Beck, da Universidade da Califórnia, nos EUA, liderou um estudo com mais de 40 mil pessoas. Ela defende que compreender as origens da felicidade é essencial para criar ações que realmente façam diferença na vida das pessoas.

Existem três principais teorias sobre a felicidade. A primeira é a “de baixo para cima”: nossa satisfação geral seria reflexo do quanto gostamos de aspectos práticos da vida, como moradia, renda, saúde e vínculos afetivos.

Para alguns, a felicidade vem de dentro. Para outros, é moldada por fatores externos. Um terceiro grupo considera uma mistura das duas possibilidades. Crédito: Ibragimova – Shutterstock

Esse modelo é seguido por relatórios como o da Organização das Nações Unidas (ONU), que recomendam políticas públicas voltadas para melhorar essas áreas. A ideia é que se o ambiente melhora, a felicidade aumenta.

Mas há também a teoria “de cima para baixo”. Ela diz que a felicidade nasce de dentro, de características pessoais como otimismo e equilíbrio emocional. Nesse caso, práticas como meditação ou terapia poderiam fazer mais diferença que dinheiro ou status.

A terceira hipótese combina as duas abordagens. Ou seja, a felicidade seria fruto de uma troca constante entre fatores internos e externos. Melhorar qualquer um deles ajudaria no bem-estar geral.

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Não existe um único padrão que explique a felicidade

Para entender melhor essas possibilidades, os pesquisadores analisaram dados de moradores da Alemanha, Reino Unido, Suíça, Holanda e Austrália. As entrevistas foram feitas ao longo de até 30 anos.

As perguntas mediam a satisfação geral com a vida e em áreas específicas como saúde, trabalho e relacionamentos. O resultado foi surpreendente: não existe um único padrão que explique a felicidade.

Algumas pessoas são mais influenciadas pelo ambiente externo. Outras, por fatores internos. Há ainda um grupo para o qual nenhuma dessas influências parece determinar o bem-estar.

Em um comunicado, Beck explica que isso mostra que políticas públicas amplas podem não funcionar para todos. A chave pode estar em soluções personalizadas, que levem em conta tanto o contexto quanto as características de cada um.

“A felicidade não depende só do que nos cerca, nem apenas de como pensamos. É uma combinação que varia de pessoa para pessoa”, conclui a pesquisadora.

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“Her” na vida real? 80% dos Gen Z se casariam com uma IA, aponta estudo

Em 2013, o filme Her (ou “Ela” aqui no Brasil) trouxe Joaquin Phoenix no papel de um homem que se apaixona por um sistema de inteligência artificial. E apesar de fictícia, a trama sobre relações entre humanos e IA reflete um fenômeno atual cada vez mais comum – principalmente na chamada Gen Z, de acordo com um novo estudo.

Entenda:

  • 80% dos jovens da Gen Z se casariam com uma IA, revela um estudo da Joi AI, empresa de chatbots de inteligência artificial;
  • Ainda, 83% acredita que conseguiria formar vínculos emocionais profundos com essa tecnologia – e 75% dos jovens até acham que ela poderia substituir completamente a companhia humana;
  • Uma especialista em relacionamentos da empresa explica que as IAs representam uma forma de “suporte emocional” para pessoas que se sentem estressadas ou sozinhas;
  • Essa busca pela tecnologia, entretanto, está enfraquecendo cada vez mais as conexões humanas entre a Geração Z, e aproximando-a de relações simuladas.
Gen Z está cada vez mais próxima da IA, apontam especialistas. (Imagem: Kar-Tr/iStock)

A pesquisa realizada pela Joi AI, empresa de chatbots de inteligência artificial, contou com 2 mil membros da Geração Z. Dos participantes, 80% afirmaram que se casariam com uma IA, e 83% disseram conseguir formar vínculos emocionais profundos com esse tipo de tecnologia.

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Gen Z acredita que IA pode substituir companhia humana

O estudo ainda aponta que, para 75% dos participantes, os sistemas de inteligência artificial poderiam substituir completamente a companhia humana. Isso porque os chatbots “oferecem um tipo distinto de suporte emocional”, afirma Jaime Bronstein, terapeuta e especialista em relacionamentos da Joi AI, à Forbes.

Bronstein explica que, da mesma forma que buscamos a IA para tarefas do cotidiano, as pessoas começaram a perceber que ela também pode ser usada como um “melhor amigo digital” em caso de estresse ou solidão. “Às vezes, é simplesmente bom ter alguém, mesmo que seja uma IA.”

Geração Z está se afastando de conexões humanas. (Imagem: kieferpix/iStock)

Estudo revela tendência preocupante

Para a socióloga digital Julie Albright, os dados divulgados pela Joi AI são preocupantes.

Ela diz que a inteligência artificial está provocando mudanças fundamentais nos hábitos de relacionamento das gerações mais jovens, fazendo com que se apoiem na tecnologia e recorram cada vez menos às conexões humanas.

“Isso irá, de certa forma, satisfazer essa necessidade de conexão por meio de um relacionamento simulado, distanciando-nos ainda mais uns dos outros, já que a conveniência e a facilidade dos relacionamentos sem atrito da IA ​​substituem os relacionamentos mais confusos, difíceis e, às vezes, cheios de atrito da carne”, destaca.

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Essa aranha colorida pode revolucionar a engenharia

A aranha-pavão australiana é capaz de saltar longas distâncias e resistir a forças gravitacionais mais altas do que as enfrentadas por pilotos de caça. Para isso, elas se impulsionam usando uma combinação distinta de pressão hidráulica e ação muscular.

Esta capacidade sempre impressionou os cientistas. Agora, pesquisadores da Universidade Macquarie, em Sydney, na Austrália, revelaram a biomecânica por trás dos insetos. Uma descoberta que pode revolucionar a engenharia e a robótica.

Pequenas, mas saltadoras incríveis

  • A aranha-pavão australiana é tão pequena que é possível colocar cinco delas apenas na unha do polegar.
  • Os machos pesam dois miligramas, enquanto as fêmeas são seis vezes mais pesadas.
  • Mas o que realmente impressiona é o fato destes insetos serem exímios saltadores.
  • Embora estes animais tenham músculos flexores nas pernas, eles não têm os músculos necessários para a extensão das pernas e o salto de força, como acontece com os humanos.
  • Em vez disso, as aranhas usam uma estratégia incomum que é chamada de “sistema de locomoção semi-hidráulico”.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Experimental Biology e podem ser utilizadas agora para criar novos sistemas de movimento para robôs.
Machos e fêmeas da espécie são diferentes (Imagem: Journal of Experimental Biology)

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Aranhas têm um sistema de “propulsão” único

Os pesquisadores explicam que, antes de uma aranha pular, ela contrai os músculos de seu cefalotórax (a cabeça e o tórax fundidos destes insetos) para empurrar a hemolinfa, sua versão de sangue, para dentro de suas pernas. A hemolinfa aumenta a pressão nas pernas, fazendo com que elas se estendam rapidamente.

Quando a pressão é liberada, as pernas se movem para frente, impulsionando o animal no ar com grande força. Devido aos seus diferentes tamanhos e formas corporais, as aranhas saltadoras machos e fêmeas exibem diferentes dinâmicas de salto.

Como as aranhas saltam (Imagem: Journal of Experimental Biology)

A equipe coletou 10 aranhas machos e 12 fêmeas, analisando como ocorriam os saltos destes insetos. Os pesquisadores descobriram que o terceiro e o quarto pares de pernas “desempenharam um papel crucial” nestes movimentos.

As aranhas-pavão levantaram seus dois primeiros pares de pernas e as estenderam na frente de seus corpos. O quarto par deixou a plataforma de decolagem em seguida, seguido alguns milissegundos depois pelo terceiro par, que foram as últimas pernas a deixar o solo. Essas descobertas sugeriram que a perna três era a “perna propulsiva”.

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Este hábito tipicamente brasileiro pode ajudar o cérebro

Os brasileiros são verdadeiros especialistas na arte de batucar. E para isso nem é necessária a presença de um instrumento musical. Basta bater o dedo em uma superfície qualquer e escolher o ritmo de sua escolha.

Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aix-Marseille, na França, aponta que este hábito pode fazer bem para o cérebro. Segundo eles, este batuque ajuda a “sintonizar” melhor a fala.

Melhor processamento da linguagem pelo cérebro

  • De acordo com os cientistas, o sistema motor é conhecido por processar informações temporais, e mover-se ritmicamente enquanto ouve uma melodia pode melhorar o processamento auditivo.
  • Dessa forma, a equipe realizou experimentos comportamentais para demonstrar como esse efeito se traduz no processamento da fala.
  • No primeiro deles, 35 participantes tocaram um dedo em diferentes batidas – lenta, média, rápida – antes de ouvirem uma longa frase falada em meio a um ruído de fundo.
  • A ideia é que, como a fala tem ritmos naturais diferentes entre suas sílabas e palavras, preparar seu cérebro para sintonizar esse padrão pode ajudá-lo a processar melhor a linguagem rítmica.
  • Os pesquisadores, então, descobriram que havia uma compreensão muito melhor dessa frase barulhenta depois de batucar.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Batucar com o dedo pode ajudar uma função cerebral (Imagem: jajam_e/Shutterstock)

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Capacidade pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos

No segundo experimento, os cientistas descobriram que apenas ouvir a frase sem uma resposta física não foi tão impactante. O resultado sugere que a batucada foi fundamental para que os participantes entendessem o que era falado.

De acordo com a equipe, “essas descobertas fornecem evidências do papel funcional do sistema motor no processamento da dinâmica temporal da fala naturalista”. Apesar dos resultados, os pesquisadores admitem que novas pesquisas são necessárias.

Hábito pode melhorar processamento da linguagem pelo cérebro (Imagem: Shutterstock/meeboonstudio)

Entre os pontos limitantes do estudo estava o fato dos participantes serem franceses. Isso porque pesquisas anteriores mostraram que a preparação rítmica pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos.

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Misterioso fóssil de 444 milhões de anos intriga cientistas

Um novo estudo descreve um fóssil de 444 milhões de anos com tecidos moles notavelmente intactos, como músculos, tendões e até órgãos digestivos. O que mais chamou a atenção dos cientistas foi o estado de conservação, embora as penas e a cabeça estejam faltando.

A espécie foi considerada um artrópode antigo, grupo do qual também fazem parte os camarões, aranhas e insetos. Foram 25 anos de análises sobre os ossos, que foram apelidados de Sue e receberam o nome científico de Keurbos susanae. 

Condições do fóssil são praticamente únicas

  • Os artrópodes têm uma longa e bem documentada história fóssil, abrangendo mais de 500 milhões de anos.
  • Os especialistas geralmente estudam a forma externa do animal porque a casca externa dura é o que fossiliza.
  • No entanto, tudo foi diferente com Sue.
  • O fóssil preserva os tecidos moles internos do animal, como músculos, tendões e vísceras.
  • Essa preservação única é uma mina de ouro científica, mas também um grande desafio para os pesquisadores.
  • As descobertas foram divulgadas pela Universidade de Leicester.

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Animal antigo ainda está envolto em mistérios

O fóssil foi descoberto no xisto de Soom, uma formação rochosa sedimentar composta de lodos e argilas ao norte da Cidade do Cabo, na África do Sul. Essas camadas de rocha, formadas em um antigo fundo do mar há mais de 440 milhões de anos, fornecem informações sobre o passado da Terra.

Este período coincidiu com um grande evento de glaciação que desencadeou uma das “cinco grandes” extinções em massa do nosso planeta. O evento de extinção Ordoviciano-Siluriano levou à extinção de quase 85% de todos os organismos vivos.

Professora Sarah Gabbott, uma das responsáveis pelo estudo, no local onde o fóssil foi descoberto (Imagem: Universidade de Leicester)

A antiga bacia marinha onde este artrópode viveu ofereceu um refúgio, permitindo que uma comunidade diversificada de animais marinhos sobrevivesse. Os sedimentos onde Sue foi fossilizada eram extremamente ásperos, sem oxigênio e contendo altos níveis de sulfeto de hidrogênio tóxico.

Os pesquisadores acreditam que esse ambiente único contribuiu para a preservação incomum dos tecidos moles do fóssil por meio de um processo químico ainda desconhecido. Apesar de todas as descobertas, ainda é difícil determinar a posição precisa do animal na história evolutiva.

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