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Entenda como a caminhada ajuda na saúde mental e do corpo

Apesar de muitas vezes subestimadas, alguns tipos de caminhada podem trazer benefícios para o corpo e mente, em especial, as que têm um ritmo acelerado, conforme indicam pesquisas recentes.

Uma caminhada com ritmo acelerado pode diminuir o risco de anormalidades no ritmo do coração, como taquicardia e bradicardia, segundo uma pesquisa publicada na revista Heart em abril deste ano. Os resultados foram mais fortes para mulheres abaixo de 60 anos sem obesidade e condições pré-existentes de longo prazo.

O estudo analisou o impacto de diferentes ritmos de caminhadas em quase 421 mil participantes cujos dados estavam disponíveis na base UK Biobank a partir de questionários.

Andar em ritmo rápido reduz os riscos de anormalidades em relação aos batimentos cardíacos. Imagem: Shutterstock/Maridav

Anormalidades na frequência do batimento cardíacos podem ser consideradas comuns, observam os autores do estudo. Apenas a fibrilação atrial, em que os batimentos ficam acelerados e irregulares, dobrou sua prevalência nas últimas décadas e chegou a 60 milhões de casos no mundo em 2019.

O estudo considerou como um ritmo acelerado de caminhada a partir de 6,4 km por hora, o que trouxe uma redução de 27% do risco de desenvolver anormalidades cardíacas. A média das idades dos participantes era de 55 anos e mais da metade (55%) deles eram mulheres.

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Outra pesquisa publicada na revista European Journal of Preventive Cardiology em agosto de 2023 indicou que dar mil passos por dia está relacionado com uma queda de 15% de todas as causas de mortalidade. Já um incremento de 500 passos por dia pode reduzir causas de mortalidade em 7%.

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Caminhar reduz a chance de desenvolver depressão. Imagem: fongbeerredhot / Shutterstock.com

A caminhada também tem mostrado seus benefícios para a saúde mental. Um deles concluiu que realizar mesmo pequenas doses de exercício físico, o que inclui caminhadas com um ritmo acelerado, reduz de forma significativa o risco de desenvolver depressão.

Publicado na Jama Network em abril de 2022, a pesquisa fez uma revisão de 15 estudos que, juntos, somaram mais de 191 mil participantes. Os pesquisadores encontraram que 2,5 horas por semana de uma caminhada rápida reduz em 25% a chance de desenvolver depressão.

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“Pílula do exercício” substitui a atividade física?

Desenvolvido por cientistas, o composto SLU-PP-332, ou “pílula do exercício”, foi projetado para ativar proteínas chamadas Receptores Relacionados ao Estrogênio (ERRs). Essas proteínas desempenham um papel no metabolismo energético, especialmente em músculos e coração.

Em estudos com camundongos, a novidade demonstrou imitar alguns efeitos do exercício aeróbico, como aumentar a queima de gordura, melhorar a resistência e induzir perda de peso em animais obesos, sem alterar o apetite. Mas será que o medicamento consegue substituir a atividade física?

O que os especialistas dizem sobre a “pílula do exercício”

  • Os próprios pesquisadores enfatizam que o composto não é um substituto para quem pode se exercitar.
  • A intenção é oferecer uma opção terapêutica para pessoas que não podem praticar atividades físicas devido à idade avançada, doenças como câncer, condições genéticas, atrofia muscular ou outras limitações severas.
  • Poderia também ajudar a preservar músculos em pacientes que perdem peso com outros medicamentos.  
O composto SLU-PP-332, embora promissor, não pode substituir os benefícios abrangentes da atividade física regular. Imagem: peampath2812/Shutterstock

Em entrevista ao Olhar Digital, o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP, também deu a sua perspectiva sobre a “pílula do exercício”.

É importante entender que a “pílula” está longe de substituir tudo o que o exercício proporciona ao nosso corpo, destacou. “Ela pode ser um complemento em casos muito específicos, mas não um atalho para quem pode -e deve – se manter ativo”.

Até o momento, nenhum medicamento conseguiu replicar todos os efeitos do exercício real, complementou Neves.

O exercício físico melhora a saúde de forma integrada. Ele fortalece ossos e articulações, melhora a capacidade respiratória e cardiovascular, reduz sintomas de ansiedade e depressão, estimula conexões cerebrais e até fortalece o sistema imunológico. Além disso, o movimento tem um papel social e emocional importante: ele nos conecta com outras pessoas, melhora o humor e nos traz senso de conquista. Nenhuma pílula é capaz de oferecer esse conjunto de benefícios.

Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP

A “pílula do exercício” também pode gerar um impacto negativo na adesão às atividades físicas e pode ser mal interpretada como um substituto ao invés de um recurso complementar, acrescenta o especialista. “Por isso, é essencial que haja no futuro uma comunicação clara e ética sobre sua indicação e limites. Atividade física é insubstituível para quem pode praticá-la. Acredito que a pílula não será um atalho para a saúde e sim um auxílio para quem não pode se movimentar”.

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É crucial lembrar que toda a pesquisa sobre o SLU-PP-332 ainda está em fase pré-clínica, testada apenas em células e animais. Seus efeitos e segurança em humanos são desconhecidos. Portanto, embora seja um avanço científico interessante para necessidades médicas específicas, o SLU-PP-332 não substitui a ida à academia ou uma boa caminhada.

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“Pílula do exercício” pode ser usada para tratar obesidade?

A chamada “pílula do exercício” tem sido vista com interesse crescente pela comunidade científica por sua capacidade de simular, em alguma medida, os efeitos metabólicos da atividade física. Embora o composto ainda esteja em fase experimental, há quem aponte um possível uso como ferramenta complementar no tratamento da obesidade.

Segundo especialistas, substâncias como o SLU-PP-332 — que mostrou resultados promissores em camundongos obesos ao estimular a queima de gordura e melhorar a sensibilidade à insulina — podem ter aplicação clínica no futuro. A ideia é que essas pílulas possam ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, contribuindo para o gasto energético mesmo em indivíduos com mobilidade limitada.

Uso da pílula do exercício seria restrito e supervisionado

Apesar do potencial, o uso desse tipo de medicamento não seria generalizado nem indicado como substituto ao exercício físico. Em entrevista ao Olhar Digital, o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP, afirma que a aplicação clínica da pílula seria restrita a casos mais graves ou específicos.

Exemplos disto seriam a obesidade severa associada a limitações físicas, doenças crônicas ou quadros pós-operatórios que impeçam a prática de atividade física regular.

Quando aprovado, medicamento pode ser recomendado para casos de obesidade severa, entre outras condições que causem limitação física (Imagem: VGstockstudio / Shutterstock.com)

Segundo ele, pessoas com doenças neuromusculares, idosos com perda de massa muscular (sarcopenia), pacientes renais em hemodiálise ou com doenças degenerativas também podem se beneficiar. “Essa é uma aplicação clínica legítima e até necessária, diferente do uso indiscriminado que alguns podem desejar”, afirma.

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Complemento e não substituto

Mesmo que novos estudos avancem, o tratamento da obesidade deve continuar sendo multidisciplinar, com foco na reeducação alimentar, exercício supervisionado e acompanhamento médico, afirma o Dr. Marco Aurélio. Ou seja, a pílula pode atuar como ferramenta adicional, mas não substitui os efeitos globais da atividade física.

“A chave está em integrar essa inovação com o cuidado humanizado, e não em substituí-lo”, destaca o médico. Ele também alerta que a saúde metabólica é complexa e que intervenções devem ser feitas com critério.

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“Pílula do exercício” não substitui atividade física (Imagem: sportpoint / iStock)

A proposta da “pílula do exercício” ainda precisa de testes em humanos e de aprovação regulatória. Mas, mesmo com uma futura aprovação para humanos, seu uso deve ser considerado com cautela e rigor técnico.

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Proteção para o coração e o cérebro: quais os benefícios da “pílula do exercício”?

Imagine poder obter alguns dos benefícios de se exercitar tomando somente uma pílula. Essa é a promessa de um composto chamado SLU-PP-332, que está sendo estudado por cientistas. Ele funciona como uma “pílula do exercício”, ativando processos no corpo que normalmente são ligados pela atividade física, especialmente exercícios aeróbicos.  

É importante saber que o SLU-PP-332 ainda está em fase inicial de pesquisa e foi testado principalmente em ratos e camundongos. No entanto, os resultados em animais são animadores e mostram vários benefícios potenciais.  

Os efeitos da “pílula do exercício”

  • Um dos efeitos mais notáveis do SLU-PP-332 em estudos com camundongos foi o aumento da resistência física.
  • Animais que receberam o composto conseguiram correr por muito mais tempo e distâncias maiores (até 70% a mais) do que aqueles que não receberam, mesmo sem treinamento prévio.  
  • Isso parece acontecer porque o SLU-PP-332 ajuda os músculos a funcionarem de forma mais eficiente.
  • O SLU-PP-332 também mostrou efeitos positivos no metabolismo e no controle de peso em camundongos obesos.
  • O composto também ajudou a diminuir o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática).  
  • Por esses motivos, os pesquisadores acreditam que o SLU-PP-332 pode ser útil no futuro para tratar obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.  
O composto parece “convencer” o corpo a gastar mais energia, mesmo em repouso, e a queimar mais gordura. (Imagem: Aleksandr Pobeda/Shutterstock)

Proteção para o coração

O coração também parece se beneficiar do SLU-PP-332, especialmente em animais com problemas cardíacos como insuficiência cardíaca (quando o coração não bombeia sangue eficientemente) e danos por falta de oxigênio (isquemia). Os estudos evidenciaram que o composto pode:  

  • Aumentar a capacidade do coração de bombear sangue.  
  • Diminuir a formação de tecido cicatricial (fibrose) no músculo cardíaco, que atrapalha seu funcionamento.  
  • Reduzir a morte das células do músculo do coração (apoptose).  
  • Melhorar como o coração produz e usa energia, principalmente a partir de gorduras.  
  • Ajudar a evitar alterações prejudiciais na forma e tamanho do coração que ocorrem em doenças cardíacas.  
  • Esses resultados sugerem que o SLU-PP-332 também pode se tornar um tratamento para insuficiência cardíaca no futuro.  
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Em alguns estudos com animais com insuficiência cardíaca induzida, o tratamento aumentou a taxa de sobrevivência. (Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock)

Efeitos contra o envelhecimento celular

Estudos em roedores mais velhos também indicaram que o SLU-PP-332 pode combater alguns sinais de envelhecimento nas células:  

  • Melhora o funcionamento das mitocôndrias em órgãos como rins e fígado.  
  • Diminui marcadores de inflamação associados à idade.  
  • Reduz danos ao DNA das mitocôndrias.  
  • Estimula processos de autofagia e mitofagia, que ajudam a remover componentes celulares danificados.  
  • Isso levanta a possibilidade de que o composto possa ajudar em condições relacionadas ao envelhecimento, como a perda de massa muscular (sarcopenia).  

Potencial para melhorar a saúde do cérebro

Há um interesse em saber se o SLU-PP-332 também poderia ajudar em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. A ideia é que, ao melhorar a função das mitocôndrias (que também ficam prejudicadas nessas doenças), o composto poderia ter um efeito protetor no cérebro.  

No entanto, essa área ainda está bem no começo. O SLU-PP-332 original pode não conseguir entrar facilmente no cérebro, mas os cientistas estão trabalhando em versões modificadas que talvez consigam. Portanto, ainda é cedo para dizer se ele realmente trará benefícios para doenças cerebrais.  

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Ainda é cedo para dizer se a “pílula do exercício” realmente trará benefícios para doenças cerebrais. (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

O SLU-PP-332 é um composto fascinante que, em estudos com animais, mostrou uma capacidade notável de imitar vários benefícios importantes do exercício físico, como aumentar a resistência, ajudar na perda de peso, melhorar o metabolismo e proteger o coração. Ele representa uma esperança, especialmente para pessoas que não podem se exercitar devido a doenças, idade ou limitações físicas.  

Contudo, é fundamental lembrar que toda essa pesquisa continua na fase pré-clínica. O SLU-PP-332 ainda não foi testado em humanos, e sua segurança e eficácia a longo prazo precisam ser cuidadosamente avaliadas antes que ele possa se tornar um medicamento real. Os cientistas estão otimistas e trabalhando para levar versões aprimoradas do composto para testes clínicos.  

Leia mais sobre a pílula do exercício:

As informações são de um artigo escrito pelo professor Álvaro Carmona, da Universidade Loyola Andalucía, publicado no The Conversation. A pesquisa sobre a “pílula do exerício” foi publicada na ACS Chemical Biology em 2023.

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Dedos e altura de jogadoras de futebol poderiam prever seu desempenho

Pesquisadores da Universidade de Swansea (Inglaterra) estão conduzindo estudo focado em como os níveis de lactato, substância gerada pelo corpo durante exercícios físicos intensos, podem ser previstos com base na proporção entre os comprimentos dos dedos indicador e anelar (2D:4D) de jogadoras de futebol profissional.

Os resultados estão publicados na revista Early Human Development. No ano passado, foi publicado na mesma revista o estudo sobre jogadores do futebol masculino.

O lactato é liberado na corrente sanguínea durante atividades de alta intensidade e, em níveis elevados, pode indicar que o corpo está em um estado de estresse.

Descobertas da pesquisa que relaciona altura dos dedos e o lactato

  • O estudo, liderado pelo Professor John Manning, descobriu que, para as mulheres, tanto a altura quanto a proporção 2D:4D (comprimento relativo do dedo anelar em relação ao indicador) são preditores significativos de como o corpo reage ao exercício;
  • Mulheres altas e aquelas com dedos anelares mais longos, em relação aos indicadores, apresentaram níveis mais baixos de lactato após exercícios intensos;
  • Essa relação é atribuída ao impacto do equilíbrio hormonal entre testosterona e estrogênio durante o desenvolvimento fetal e a puberdade;
  • Para os homens, o principal fator preditor de níveis de lactato era a proporção 2D:4D, com homens que tinham dedos anelares mais longos em relação aos indicadores mostrando menor produção de lactato, mas a altura não foi um fator como foi para as mulheres.
Relação entre os comprimentos dos dedos indicador e anelar pode indicar a resposta do corpo ao exercício intenso (Imagem: Oleksandr Osipov/Shutterstock)

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Esses achados têm implicações significativas não apenas para o futebol, mas também para outras modalidades esportivas, como a corrida de longa distância.

Além disso, a pesquisa pode ser relevante em ambientes clínicos, já que altos níveis de lactato são frequentemente observados em condições médicas graves, como após um ataque cardíaco.

O trabalho do professor Manning, pioneiro no estudo da relação entre a proporção de dedos e vários aspectos da saúde, também está explorando outras conexões, como a influência dos dedos no consumo de oxigênio e nos hábitos de consumo de álcool das pessoas.

Descobertas do estudo podem ter implicações para o desempenho esportivo e a saúde geral (Imagem: fotokostic/iStock)

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