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EUA dizem que China está criando um ‘Capitão América’ da vida real

Você já assistiu Capitão América? No filme da Marvel, os Estados Unidos criam um supersoldado geneticamente modificado para enfrentar os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O resto é história. Agora, imagine um Capitão América chinês. Claro que, neste caso, ele não teria esse nome.

Ao que tudo indica, os EUA realmente acreditam que isso pode ser possível: o país acusa a China de supostamente planejar um exército de soldados geneticamente modificados, mas dessa vez com inteligência artificial. Os hipotéticos planos chineses estão descritos em um relatório da Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente… sem nenhuma evidência que comprove as suposições.

Ou seja, por enquanto, tudo não passa de uma ‘teoria maluca’ tirada de um filme de ficção. E vale lembrar: não é a primeira vez que os americanos acusam os chineses sem provas. Por exemplo, a gestão de Donald Trump já acusou Pequim de iniciar a pandemia de Covid-19 em laboratório. Novamente, sem evidências.

Mas, claro, a teoria deu o que falar. O Olhar Digital conversou com especialistas para explicar de onde vem essa acusação e o quanto os supostos ‘soldados geneticamente modificados’ podem ter um fundo de verdade – ou mera viabilidade científica.

Segundo especialistas, relatório americano está mais para uma ‘teoria maluca’ do que realidade (Imagem gerada por IA via DALL-E/Vitória Gomez/Olhar Digital)

Suposto exército de soldados geneticamente modificados da China: o que dizem os EUA?

Não é segredo que os Estados Unidos estão travando uma guerra comercial e tecnológica contra a China – por exemplo, com a guerra dos chips e imposição de tarifas de 145% para produtos importados chineses. Se depender dos americanos, a batalha de narrativas se estenderá para os campos militar e da biotecnologia.

A ‘teoria’ está presente em um relatório da Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente. Segundo o site Interesting Engineering, o documento foi apresentado ao Congresso Nacional após dois anos de análise.

Veja o que os Estados Unidos dizem:

  • O documento analisou a abordagem da China no que diz respeito à união de biotecnologia e segurança nacional;
  • No centro dessa união, estaria um suposto desenvolvimento de um exército de classe mundial de soldados geneticamente modificados, que combinam decisões orientadas por inteligência artificial e integração no campo de batalha;
  • Os supersolados estariam nos planos do Exército de Liberação Popular (ELP) e poderiam ficar prontos até 2049;
  • O relatório também cita uma suposta ameaça estratégica amplificada na área de defesa, com técnicas melhoras de resistência, cognição e resistência, o que tornaria a “guerra por drones” antiquada;
  • Ainda de acordo com o documento, o método da China consiste em roubar propriedade intelectual, escalar a produção e controlar as cadeias de suprimentos, o que levaria uma manipulação dos mercados de tecnologias pelas mãos das entidades chinesas.
EUA e China travam uma guerra comercial e tecnológica… sem nenhum soldado envolvido (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Além de descrever os supostos métodos chineses para dominar o mercado de biotecnologia, o documento propõe estratégias para combater esse cenário hipotético. Veja o que diz o resumo do relatório:

Haverá um momento de ChatGPT para a biotecnologia, e se a China chegar lá primeiro, não importa o quão rápido corramos, nunca a alcançaremos.

Nossa janela de ação está se fechando. Precisamos de uma estratégia de duas vias: fazer os Estados Unidos inovarem mais rápido e desacelerar a China.

Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente

Basicamente, os EUA propõem acelerar a inovação nacional, incluindo um investimento federal de no mínimo US$ 15 bilhões nos próximos cinco anos, e desacelerar a ascensão da China, o que inclui proteger propriedade intelectual de biotecnologia contra os chineses e não reconhecer empresas chinesas no mercado.

Como já destacamos aqui: o documento foi elaborado pelos Estados Unidos, sem nenhuma prova apresentada que embase as acusações. A China não confirmou nada.

O Olhar Digital deu mais detalhes sobre o relatório neste link.

Exército de robôs futuristas
IA já é usada em guerras… mas nada de modificações genéticas (Imagem: Mykola Holyutyak/Shutterstock)

A teoria maluca dos EUA pode ser verdadeira ou, no mínimo, viável?

Para Roberto Pena Spinelli, físico pela USP, com especialidade em Machine Learning por Stanford, pesquisador na área de Inteligência Artificial e colunista do Olhar Digital News, é muito difícil saber o quanto isso é real ou apenas “uma grande viagem” por parte dos Estados Unidos. Isso porque não sabemos o que está acontecendo na China ou o quanto a ‘teoria maluca’ é apenas uma cortina de fumaça dos EUA.

Ela cita um caso curioso envolve tardígrados. Em 2023, uma equipe de médicos militares chineses disse ter inserido genes dos tardígrados (criaturas microscópicas resistentes a ambientes extremos e radiação) em células-tronco embrionárias humanas.

Todo esse experimento aumentou a resistência das células humanas à radiação. Para eles, o sucesso do experimento poderia levar à criação de supersoldados geneticamente modificados capazes de sobreviver à radiação nuclear. O estudo chega a descrever todo o processo de modificação genética, mas, claro, tudo estava em estágios muito iniciais e não chegou nem perto de humanos. O caso foi reportado pelo jornal South China Morning Post.

O que isso nos diz sobre o caso? Pena lembra que é, sim, possível fazer modificações genéticas desse tipo, algo que é bastante usado na indústria farmacêutica para encontrar novas curas, por exemplo. Agora, em humanos? É bastante improvável que isso esteja acontecendo. O especialista afirma que seria algo extremamente antiético, que viola todos os critérios da Comissão de Ética Internacional.

Pena menciona que, indo muito longe na viagem americana, isso poderia estar acontecendo ‘debaixo dos panos’, mas é bastante cético sobre a hipótese. Agora, em relação à inteligência artificial, é mais provável:

A parte da inteligência artificial pode ser mais real, já que já existem avanços de IA nesse sentido [no campo militar]. Avanços na robótica também são mais reais, pé no chão. Dá para embarcar tecnologia no próprio solado, mas geneticamente… difícil.

Roberto Pena Spinelli

O especialista cita os exemplos da guerra da Ucrânia, em que drones equipados com IA já são utilizados em campo, ou na área da medicina, dando suporte em campo. Ainda, existem casos em que os próprios soldados usam inteligência artificial para ajudar nas estratégias e tomada de decisões.

Mas um exército de soldados geneticamente modificados com IA? Não.

Roberto Pena Spinelli também destrinchou o assunto na coluna Fala AI, no programa Olhar Digital News. Você pode conferir na íntegra aqui.

Montagem com fotos de Donald Trump e Xi Jinping
Atualmente, guerra envolve diplomacia (Imagem: Chip Somodevilla e Kaliva – Shutterstock)

Qual o objetivo dos Estados Unidos com tudo isso?

As suposições americanas são facilmente desmentidas. Então, qual o objetivo para todas as acusações?

O doutor Álvaro Machado Dias, neurocientista, futurista e colunista do Olhar Digital News, lembra como rumores deste tipo já surgiram antes. Ele chama atenção para algo importante no relatório desta vez: um pedido de financiamento bilionário, em um momento em que a guerra comercial acirrada entre EUA e China deixou os americanos em maus lençóis.

E pior: diante dos temores com o tarifaço de Trump, o orçamento estadunidense está disputado, ao mesmo tempo que o DOGE (departamento comandando por Elon Musk) precisar cortar gastos. Ou seja, “pleitear grana do governo americano não está sendo fácil”, explicou o especialista.

Leia mais:

Daí vem as acusações americanas: para Álvaro, trata-se de uma estratégia para manipular a opinião pública, criando um movimento favorável à liberação do orçamento, mesmo em um contexto de corte de gastos e incertezas.

Há todos os indícios de que isso seja meramente uma estratégia um tanto capciosa para trazer orçamento para uma divisão das Forças Armadas aos olhos dos congressistas, dado o impacto na mídia. Não há nenhum indício de que isso [as acusações americanas] seja verdade.

Álvaro Machado Dias

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China estaria planejando exército de soldados geneticamente modificados com IA

Os Estados Unidos estão preocupados com a capacidade bélica e tecnológica da China. Um relatório da Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente cita a possibilidade dos chineses estarem desenvolvendo um exército de soldados geneticamente modificados.

Esses ‘supersoldados’ contariam com decisões orientadas por inteligência artificial e devem integrar um exército de classe mundial até 2049.

O relatório ainda alerta para as consequências futuras desse plano e traz estratégias para impedi-lo.

Relatório elaborado pelos EUA pede urgência na ação contra a China (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Exército de supersoldados da China combina tecnologia e segurança nacional

De acordo com o site Interesting Engineering, o relatório da Comissão de Segurança Nacional foi entregue ao Congresso dos EUA após dois anos de análise. Ele pede ação urgente a nível nacional.

O documento analisou a abordagem da China no que diz respeito à união de biotecnologia e segurança nacional. No centro dessa união, estaria um suposto desenvolvimento de um exército de classe mundial de soldados geneticamente modificados, que combinam decisões orientadas por inteligência artificial e integração no campo de batalha. Os supersolados estariam nos planos do Exército de Liberação Popular (ELP) e podem ficar pronto até 2049.

Segundo o relatório, “haverá um momento ChatGPT para a biotecnologia”, se referindo ao momento que um lançamento de inteligência artificial popularizou a tecnologia e a tornou mais acessível. O documento complementa: “se a China chegar lá primeiro, talvez nunca a alcancemos”.

Documento alerta para possível dominância chinesa no setor militar, caso o plano se torne realidade (Imagem feita com inteligência Artificial via DALL-E/Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital)

Guerra por drones ficou no passado

O relatório cita uma ameaça estratégica amplificada na área de defesa, que tornaria a “guerra por drones” antiquada. O exército geneticamente modificado seria o próximo passo em técnicas melhoradas de resistência, cognição e resiliência.

Tudo isso forçaria o campo militar global, incluindo chinês, a entrar em uma área até então desconhecida.

A guerra por drones parecerá antiquada, se tivermos que lidar com supersoldados do ELP geneticamente modificados, com humanos e IA fundidos.

Comissão de Segurança Nacional dos EUA sobre Biotecnologia Emergente

Exército de robôs futuristas
Relatório apontou medidas de proteção dos EUA contra a China (Imagem: Mykola Holyutyak/Shutterstock)

Leia mais:

Se isso der certo, quais as consequências?

  • De acordo com o relatório, o método da China consiste em roubar propriedade intelectual, escalar a produção com subsídios vindos do Estados e controlar as cadeias de suprimentos;
  • Isso levaria a uma manipulação dos mercados de biotecnologia pelas mãos das entidades chinesas;
  • Em seguida, as empresas chinesas cresceriam de forma atípica, prejudicando a concorrência estrangeira, inclusive em áreas sensíveis, como o setor farmacêutico e de sequenciamento genômico;
  • Isso levaria outros países a tomar medidas defensivas.

Para combater esse cenário, o relatório pede uma estratégia em duas partes. Primeiro, uma aceleração de inovação nos Estados Unidos, que inclui investimento federal de no mínimo US$ 15 bilhões nos próximos cinco anos. Segundo, uma desaceleração da ascensão da China, que inclui proteger propriedade intelectual de biotecnologia contra os chineses e não reconhecer empresas chinesas no mercado.

Vale lembrar que o documento foi elaborado pelos Estados Unidos. A China não confirmou nada.

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Palantir lança sistemas de IA para o exército dos EUA

A Palantir anunciou o lançamento de seus dois primeiros sistemas habilitados para inteligência artificial (IA) para o exército dos EUA, chamados Tactical Intelligence Targeting Access Node (TITAN).

Esses sistemas móveis foram projetados para coletar dados de sensores espaciais e ajudar na estratégia militar, melhorando a precisão e a eficácia dos ataques, segundo informou a CNBC.

O contrato de US$ 178 milhões, conquistado pela Palantir em março, marca um grande passo para a empresa, pois é a primeira vez que ela atua como contratada principal em um programa de hardware significativo, superando concorrentes como a RTX Corp.

IA vai ganhando espaço no exército americano

  • Cada sistema TITAN inclui equipamentos avançados, como caminhões maiores e veículos, que permitem aos soldados tomar decisões de inteligência sem depender da nuvem, colocando toda a tecnologia diretamente em seus veículos.
  • Além disso, a Palantir se associou com empresas como Northrop Grumman, L3Harris e Anduril Industries para aprimorar os recursos do programa.
  • O contrato com o Exército reflete um crescente interesse por soluções de IA no campo de batalha, com a empresa se beneficiando de uma demanda crescente por tecnologias baseadas em IA.
Sistemas da Palantir tem foco em precisão militar (Imagem: TSViPhoto/Shutterstock)

Leia mais:

Embora as ações da Palantir tenham enfrentado um período de volatilidade no mercado, a empresa viu um crescimento significativo de 45% no segmento de defesa no último trimestre, além de um aumento de 340% em seu valor no último ano.

O CEO Alex Karp tem sido um defensor vocal da necessidade de investimentos no setor de tecnologia dos EUA, especialmente em um cenário de crescente concorrência com empresas internacionais, como a DeepSeek.

A Palantir continua a trabalhar em estreita colaboração com o Exército dos EUA, recebendo feedback dos soldados para entregar os sistemas dentro do prazo e do orçamento estipulado.

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Avanços de IA vão entrando cada vez mais no setor militar – Imagem: Mike Mareen/Shutterstock

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