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Descobertas explosões cósmicas mais potentes desde o Big Bang

Astrônomos descobriram as explosões cósmicas mais potentes desde o Big Bang. Nomeadas de “Transientes Nucleares Extremos” (ENTs), esses fenômenos ocorrem quando estrelas massivas — acima de três vezes o tamanho do Sol — são despedaçadas ao se aproximar de um buraco negro supermassivo (SMBH).

Segundo o estudo, enquanto uma supernova típica libera, em apenas um ano, a mesma quantidade de energia que o Sol emite ao longo de seus 10 bilhões de anos de vida, os ENTs emitem, em média, em um único ano, energia equivalente à produzida por 100 sóis durante toda a sua existência. O ENT mais energético registrado pela pesquisa, conhecido como Gaia18cdj, emitiu cerca de 25 vezes mais energia do que a supernova mais potente conhecida

“Observamos estrelas sendo dilaceradas por eventos de ruptura de maré há mais de uma década, mas essas ENTs são diferentes. Eles atingem brilhos quase dez vezes maiores do que o que normalmente vemos”, disse Jason Hinkle, pesquisador líder do estudo publicado na Science Advances, em um comunicado.

Hinkle descobriu esses fenômenos quando analisava dados de artigos anteriores sobre erupções de longa duração originadas em centros de galáxias. Duas erupções incomuns, captadas pela sonda Gaia, da Agência Espacial Europeia em 2016 e 2018, chamaram sua atenção. Elas brilhavam em uma escala de tempo muito maior do que as exemplares conhecidas e não tinham características em comum com elas.

“Gaia não diz o que é um transiente, apenas que o brilho de algo mudou. Mas, quando vi essas erupções suaves e duradouras vindas do centro de galáxias distantes, soube que estávamos observando algo incomum”, comentou o cientista.

Ilustração dos Transientes Nucleares Extremos (ENTs). (Imagem: Observatório W. M. Keck / Adam Makarenko.)

Terceira explosão confirmou hipótese

Em 2020, um terceiro evento foi descoberto pelo Zwicky Transient Facility (ZTF) — levantamento feito pelo Observatório Palomar, na Califórnia, dedicado a captar mudanças rápidas no céu. Esse fenômeno tinha semelhanças com os registrados por Gaia, o que levou os pesquisadores a suspeitarem da existência de uma nova classe de mega explosões cósmicas.

O grupo rejeitou a possibilidade desses eventos serem supernovas, porque a energia expelida por eles é muito maior. A combinação de uma enorme liberação energética com curvas de luz suaves e prolongadas levou a equipe a pensar em um outro mecanismo: a acreção de buracos negros supermassivos.

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Esses eventos são valiosos para o estudo de SMBHs e galáxias distantes. Segundo o professor Benjamin Shappee, coautor da pesquisa, ao observar essas erupções prolongadas, pesquisadores podem obter informações sobre quando o Universo tinha metade de sua idade atual. Nesse momento, as galáxias estavam em lugares diferentes — formando estrelas e alimentando buracos negros supermassivos com uma intensidade 10 vezes maior do que hoje.

“Esses ENTs não marcam apenas o fim dramático da vida de uma estrela massiva. Eles iluminam os processos responsáveis pelo crescimento dos maiores buracos negros do Universo”, concluiu Hinkle.

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Starship: SpaceX revela por que a nave explodiu durante o 8º voo

No mesmo dia em que anunciou a data do nono lançamento do megafoguete Starship, a SpaceX divulgou os resultados da investigação sobre a explosão do estágio superior do veículo durante o oitavo voo de teste, ocorrido em março. Nesta terça-feira (27), o maior foguete do mundo deve voar novamente – e você poderá acompanhar tudo com o Olhar Digital.

Em 6 de março, o Starship partiu normalmente da Starbase, espaçoporto da SpaceX no sul do Texas. Em seguida, assim como no teste anterior, o primeiro estágio retornou para a plataforma de lançamento e foi capturado pelos braços mecânicos da Torre Mechazilla, conforme o planejado. Já a parte superior do Starship, que dá nome a todo o complexo veicular, não teve o mesmo desempenho.

Pouso do propoulsor Super Heavy na plataforma durante 8º voo de teste do megafoguete Starship, da SpaceX. Crédito: SpaceX

Tanto no sétimo quanto no oitavo voo, a espaçonave explodiu sobre o oceano. A explosão foi tão forte que pôde ser vista da Flórida e até das ilhas Bahamas. No voo 7, o problema foi um vazamento de combustível e um incêndio na parte superior da nave, ou “sótão”. No voo 8, a falha foi na parte inferior, próxima aos motores, de acordo com um comunicado da Spacex.

Essa região onde aconteceu o problema é chamada informalmente de “porão” da nave. É onde ficam os seis motores Raptor responsáveis por impulsioná-la no espaço. A missão do voo 8 era lançar quatro cargas falsas, simulando satélites, e pousar no Oceano Índico, perto da Austrália. No entanto, esse objetivo não foi alcançado.

SpaceX atribui falha ‘flash’ nos motores do foguete

Segundo a SpaceX, um “flash” de luz apareceu perto de um dos motores centrais. Logo depois, houve uma explosão que desligou esse motor. Os outros dois motores próximos também pararam, assim como um motor otimizado para funcionar no vácuo do espaço. Sem controle, a nave começou a cair.

Cerca de dois minutos após esse problema, a comunicação com a Starship foi perdida. Isso acionou um sistema automático de destruição, que causou a explosão final da espaçonave. A SpaceX concluiu que o motivo mais provável foi uma falha em um dos motores, que causou uma mistura de gases inflamáveis no momento errado.

Starship perde o controle no Espaço
Estágio superior do foguete Starship foi perdido e se autodestruiu durante o 8º voo de teste do veículo. Crédito: Reprodução/X/SpaceX

Embora o primeiro estágio, chamado Super Heavy, tenha conseguido voltar para a base, ele também enfrentou dificuldades. Durante o acionamento para voltar, nem todos os motores conseguiram religar corretamente – alguns falharam por causa de superaquecimento.

A SpaceX explicou que reforçou as áreas mais afetadas com mais isolamento térmico, para evitar que o calor interfira no funcionamento dos motores. Também fez ajustes nos sistemas de ignição, responsáveis por ligar os motores durante o voo e na volta.

No estágio superior, os engenheiros da empresa apertaram conexões críticas e melhoraram o sistema de encanamento, para evitar que gases inflamáveis se acumulem onde não devem. Um novo motor, o Raptor 3, será usado em voos futuros, com melhorias para evitar essas falhas.

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Olhar Digital transmite voo 9 do Starship ao vivo

A investigação envolveu mais de 100 testes com os motores nas instalações da empresa no Texas. O processo foi acompanhado por representantes da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), da NASA, do Conselho de Segurança em Transportes e da Força Espacial.

Na última quinta-feira (22), a FAA informou que a SpaceX corrigiu os problemas identificados no voo anterior. Com isso, a agência deu sinal verde para que o próximo lançamento da Starship aconteça. A expectativa é que esse novo teste aconteça sem os erros do passado.

A janela de lançamento da Starship abre às 20h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (27). O Olhar Digital vai transmitir o evento diretamente após o Olhar Digital News, programa apresentado por Marisa Silva, que começa às 19h30. O lançamento será comentado por Lucas Soares, editor de ciência do Olhar Digital, e pelo astrônomo Marcelo Zurita.

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Homem sofre queimaduras graves após explosão de celular em SP

Aparecido de Jesus Romão, 47 anos, sofreu queimaduras de terceiro grau na perna quando seu celular explodiu enquanto estava no bolso. O incidente ocorreu em sua residência no bairro Bom Sucesso, em Avaré (SP), em 12 de abril.

Após a explosão, Aparecido foi imediatamente socorrido por seu irmão e levado ao pronto-socorro local, onde recebeu os primeiros atendimentos.

Explosão levou vítima ao hospital (Imagem: Cristina Aparecida Almeida Candini/Arquivo Pessoal)

Socorro ao homem com queimaduras após explosão de celular

  • De acordo com Cristina Aparecida Almeida Candini, de 55 anos, irmã da vítima, os médicos, inicialmente, recomendaram tratamento domiciliar, mas a ferida acabou infeccionando três dias depois, explicou ao g1;
  • Com a complicação do quadro, ele precisou retornar ao hospital, onde a ferida foi tratada;
  • O acompanhamento subsequente foi realizado em uma Unidade Básica de Atendimento (UBS);
  • Durante esse atendimento, uma médica emitiu encaminhamento para que Aparecido fosse transferido para um hospital especializado em queimaduras.

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Na quarta-feira (23), Aparecido retornou ao pronto-socorro com o encaminhamento e permaneceu em observação, aguardando na fila de transferência para receber tratamento especializado.

A família continua em busca de atendimento adequado em um centro médico especializado para tratar as graves queimaduras.

Queimadura na perna do homem
Homem teve queimaduras de terceiro grau (Imagem: Cristina Aparecida Almeida Candini/Arquivo Pessoal)

Caso recente

Em 8 de fevereiro, um caso parecido chamou a atenção nacional. Um celular da Motorola explodiu no bolso traseiro da calça usada por uma mulher enquanto ela fazia compras em Anápolis (GO). A jovem teve queimaduras de primeiro e segundo grau.

Uma das câmeras de segurança da loja onde ela estava com o marido flagrou a explosão do celular. No vídeo, o aparelho parece explodir “do nada”. Em seguida, a parte de trás da calça da jovem começa a pegar fogo. Ela sai correndo, enquanto o homem tenta apagar as chamas.

O marido da jovem, Mateus Soares Lima, disse que eles olhavam produtos quando ela sentiu seu bolso esquentar, segundo o g1. Após a explosão, pessoas que estavam próximas a socorreram.

A mulher foi levada para um hospital com queimaduras de primeiro e segundo graus. O incidente feriu suas mãos, braços e nádegas. Segundo a GloboNewsela recebeu alta no mesmo dia.

O marido dela disse ao g1 que o celular era um Moto E32, da Motorola, comprado há cerca de um ano (esta nota do telejornal TV Anhanguera, filial da Globo, mostra como o celular ficou após ter explodido).

A Motoroa divulgou a seguinte nota à imprensa: “A Motorola informa que já está em contato com a consumidora para apurar os detalhes do ocorrido e providenciar a análise técnica do aparelho, etapa indispensável para identificar a causa do incidente. A empresa tem como prioridade a segurança dos seus consumidores e reforça que todos os seus produtos são cuidadosamente projetados e fabricados com os mais altos padrões de excelência em qualidade, sendo submetidos a testes rigorosos para oferecer um desempenho seguro para o consumidor.”

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Rato entra para o Guinness após encontrar 109 minas terrestres

O rato Ronin entrou para o Guinness World Records após atingir o maior número de minas terrestres detectadas pela espécie. O trabalho é coordenado pela ONG belga APOPO, que treina ratos africanos gigantes para identificar minas terrestres e casos de tuberculose.

Desde agosto de 2021, ele detectou impressionantes 109 minas terrestres e 15 itens de munições não detonadas (UXOS) na província de Preah Vihear, Camboja.

Os números superam o recorde do rato Magawa, que identificou 71 minas terrestres e 38 UXOs durante seus cinco anos de serviço.

Ronin nasceu e foi criado em Morogoro, Tanzânia, no Centro de Treinamento da APOPO localizado na Universidade de Agricultura de Sokoine. Ele tem apenas cinco anos de idade e pode ter dois anos ou mais de trabalho pela frente — será que vem um novo recorde aí?

Minas terrestres já mataram mais de 20 mil pessoas desde 1979 no Camboja (Imagem: APOPO/Divulgação)

A história do ratinho

O rato foi submetido desde jovem ao treinamento com clicker, que associa o som de um clique a uma guloseima como bananas ou amendoins. O sistema baseado em recompensa motiva Ronin a identificar o cheiro de explosivos com precisão, segundo a ONG. 

Ele também trabalha sistematicamente dentro de um padrão de grade preso a uma linha, indicando minas terrestres arranhando o chão. O serviço é limitado a trinta minutos por dia para garantir que o animal tenha tempo para brincar e explorar suas habilidades naturais.

“Os feitos do Guinness World Records nem sempre são apenas sobre quebrar marcos – às vezes, eles podem ser sobre quebrar preconceitos também. Os resultados transformadores de vida dos HeroRATs da APOPO, seus tratadores e todas as pessoas envolvidas no treinamento e cuidado desses animais incríveis são um exemplo revelador do bem que pode ser alcançado quando humanos e animais trabalham juntos”, disse Adam Millward, editor-chefe do Guinness World Records.

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Ronin tem apenas cinco anos de idade e trabalha 30 minutos por dia (Imagem: APOPO/Divulgação)

O problema das minas

Décadas de conflitos no Camboja criaram um campo minado com cerca de 4 a 6 milhões de minas terrestres e outras munições não detonadas, segundo o Landmine Monitor 2024. Mais de 20 mil pessoas morreram e outras 45 mil ficaram feridas em explosões desde 1979.

O trabalho de desminagem reduziu o número para 32 incidentes em 2023, mas o risco ainda é significativo, de acordo com a ONG belga. No mundo, mais de 110 milhões de minas terrestres permanecem enterradas em mais de 60 países.

“Quando lançamos a APOPO, a visão comum era que levaria cerca de 500 anos para limpar todas as minas terrestres da superfície da Terra. 25 anos depois, há luz no fim do túnel e, se a comunidade internacional apoiar totalmente a colaboração de todos os operadores de desminagem, poderemos limpar os campos minados restantes durante nossa vida ”, afirmou Christophe Cox, CEO da APOPO.

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“Explosão” de estrela pode ser visível a olho nu essa semana

Uma nova estrela pode surgir no céu noturno essa semana. A T Coronae Borealis é capaz de aumentar seu brilho de forma repentina e intensa a cada mais ou menos 80 anos. Ao que tudo indica, a previsão atual para a repetição desse evento é esta quinta-feira (27) de março.

Embora as previsões indicassem que essa explosão ocorreria até setembro de 2024, seis meses se passaram sem sinais do evento. Mas isso mudou esse mês. Em março, a Corona Borealis começou a se tornar mais visível no céu noturno, aumentando as chances de que o fenômeno seja registrado.

Como essa estrela “explode”?

Também conhecida como “Estrela Flamejante”, T Coronae Borealis, ou simplesmente T CrB, é um sistema binário composto por uma anã branca, pequena e quente, e uma gigante vermelha, maior e mais fria. A anã branca é um cadáver estelar que ainda brilha – um corpo ultra-compacto, resultado do colapso gravitacional de uma estrela com massa semelhante à do Sol e que deixou de produzir energia em seu núcleo. 

Devido à sua alta densidade e proximidade, a anã branca absorve material da companheira, e essa matéria absorvida pode reativar a fusão nuclear em sua superfície. 

T Coronae Borealis (T CrB) está prestes a reaparecer no céu noturno da primavera, então esteja pronto para o caso de se tornar nova. Crédito da imagem: Laboratório de Imagens Conceituais do Goddard Space Flight Center da NASA)

Durante suas explosões de brilho, a transferência de material da gigante vermelha para a anã branca aumenta significativamente, consequentemente, a fusão nuclear na superfície também aumenta provocando sua expansão e um aumento substancial em seu brilho, alterando a magnitude do objeto de 10.0 para 2.0 – o que faz com que ele desponte como uma “nova estrela” temporária no céu.

Lembrando que esse evento não pode ser confundido com uma supernova, em que a estrela explode e destrói a original.

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Como observar a “explosão” de brilho da T Coronae Borealis?

Se a explosão ocorrer nesta quinta-feira (27), a T CrB poderá ser observada sem equipamentos especiais, ofuscando temporariamente as estrelas próximas. O sistema binário está posicionado entre Vega, no nordeste, e Arcturus, no leste – duas das estrelas mais brilhantes do céu.

Para facilitar a observação, uma dica é encontrar a constelação Ursa Maior e seguir o arco da alça até Arcturus, que brilha com um tom alaranjado. Em seguida, localize Vega, uma estrela azulada na constelação de Lyra. Corona Borealis fica entre elas, formando um semicírculo discreto de sete estrelas. A “Blaze Star” deverá surgir perto de Epsilon CrB, a quinta estrela mais luminosa da constelação.

Quer um jeito ainda mais fácil? Você pode usar aplicativos de orientação (como Star WalkStellarium ou SkySafari), que ajudam a localizar rapidamente qualquer objeto celeste.

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