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Chip de cristal em 5D poderia salvar humanidade da extinção

Cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, completaram a transferência do genoma humano completo em um cristal de memória 5D. O formato revolucionário de armazenamento de dados pode sobreviver por bilhões de anos — fornecendo um modelo para trazer a humanidade de volta da extinção no futuro.

O cristal de memória 5D foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Optoeletrônica (ORC) da instituição e pode armazenar até 360 terabytes de informações sem perdas, mesmo sob altas temperaturas.

O cristal é equivalente ao quartzo fundido, um dos materiais química e termicamente mais duráveis ​​da Terra. Ele pode suportar uma força de impacto direto de até 10 toneladas por cm² e permanece inalterado pela exposição prolongada à radiação cósmica.

Chip pode armazenar até 360 terabytes de informações sem perdas (Imagem: Svisio/iStock)

Cápsula do tempo

Os dados foram inseridos usando lasers ultrarrápidos com precisão em vazios nanoestruturados orientados dentro de sílica — com tamanho de 20 nanômetros.

Diferentemente da marcação feita apenas na superfície de um pedaço de papel 2D ou fita magnética, esse método de codificação usa duas dimensões ópticas e três coordenadas espaciais para escrever em todo o material — daí o “5D” em seu nome.

Para os aproximadamente três bilhões de letras do genoma humano completo, cada letra foi sequenciada 150 vezes para garantir que estivesse naquela posição. Ao projetar o cristal, a equipe considerou se os dados contidos nele poderiam ser recuperados por uma inteligência (espécie ou máquina) em um futuro distante.

Cristal está armazenado no arquivo Memória da Humanidade (Imagem: MOM/Divulgação)

Atualmente, não é possível criar sinteticamente humanos, plantas e animais usando apenas informação genética, mas houve grandes avanços na biologia sintética nos últimos anos, notadamente a criação de uma bactéria sintética em 2010.

“O cristal de memória 5D abre possibilidades para que outros pesquisadores construam um repositório duradouro de informações genômicas a partir do qual organismos complexos, como plantas e animais, poderão ser restaurados, caso a ciência permita no futuro”, explicou o professor Peter Kazansky, que lidera o projeto.

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Pistas para o futuro

O cristal está armazenado no arquivo Memória da Humanidade, em uma caverna de sal em Hallstatt, Áustria, criado em 2012 para preservar o conhecimento e a cultura da civilização moderna para a posteridade.

Caverna de sal em Hallstatt, Áustria, guarda chip que pode salvar espécie da extinção (Imagem: MOM/Divulgação)

Acima dos dados do genoma, a legenda do cristal mostra os elementos universais (hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio); as quatro bases da molécula de DNA (adenina, citosina, guanina e timina) com suas estruturas moleculares; seu posicionamento na estrutura de dupla hélice do DNA; e como os genes se posicionam em um cromossomo, que pode então ser inserido em uma célula.

A equipe também deixou pistas sobre a espécie humana com referências às placas da nave espacial Pioneer, que foram lançadas pela NASA em uma jornada para além dos limites do sistema solar.

“Não sabemos se a tecnologia de cristais de memória algum dia acompanhará essas placas em termos de distância percorrida, mas podemos esperar, com alto grau de confiança, que cada disco exceda seu tempo de sobrevivência”, acrescenta o Prof. Kazansky.

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Rinocerontes se tornam radioativos na África do Sul — para o bem deles

Pesquisadores da Universidade de Witwatersrand (África do Sul) estão testando uma maneira um tanto quanto inusitada para tentar salvar rinocerontes de caçadores ilegais. Os animais se tornaram “radioativos” para melhorar seu monitoramento no país.

A intenção do Projeto Rhisotope é utilizar tecnologia nuclear na forma de pequenas quantidades de radioisótopos e inseri-los nos chifres de rinocerontes, que podem ser detectados por monitores de portais de detecção de radiação em fronteiras internacionais, incluindo portos, aeroportos e travessias terrestres. 

Segundo o grupo, os radioisótopos não causam danos aos animais nem ao meio ambiente, criando marcadores de chifres duradouros e detectáveis. Numa fase posterior, o trabalho será expandido para elefantes, pangolins e outras espécies da fauna e flora.

A cada 20 horas, na África do Sul, um rinoceronte morre por causa de seu chifre (Imagem: Reprodução)

A cada 20 horas, na África do Sul, um rinoceronte morre por causa de seu chifre. Esses chifres caçados ilegalmente são traficados para o mundo todo e usados ​​na medicina tradicional ou como símbolos de status. Seu valor é maior do que ouro, platina, diamantes e cocaína, de acordo com os pesquisadores.

“Em última análise, o objetivo é tentar desvalorizar o chifre de rinoceronte aos olhos dos usuários finais, ao mesmo tempo em que torna os chifres mais fáceis de detectar, pois estão sendo contrabandeados através das fronteiras”, afirma o professor James Larkin, da Unidade de Física de Radiação e Saúde.

Trabalho com os rinocerontes têm impacto global

  • O projeto pioneiro é realizado na Reserva da Biosfera de Waterberg, da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO);
  • No fim de junho, a equipe sedou 20 rinocerontes e perfurou um pequeno orifício em cada um de seus chifres para inserir os radioisótopos atóxicos;
  • Os rinocerontes foram, então, soltos sob os cuidados de uma equipe altamente qualificada que os monitorará 24 horas por dia durante os próximos seis meses;
  • “Cada inserção foi monitorada de perto por veterinários especialistas, e extremo cuidado foi tomado para evitar qualquer dano aos animais”, diz Larkin;
  • “Ao longo de meses de pesquisa e testes, também garantimos que os radioisótopos inseridos não representam nenhum risco à saúde ou a qualquer outro risco para os animais ou para aqueles que cuidam deles.”

Os cientistas alertam que o mundo já conta com uma segurança nuclear multibilionária, com 11 mil monitores de portal de detecção de radiação instalados em aeroportos, portos e outros portos de entrada. No entanto, o número de agentes treinados para detectar o tráfico de vida selvagem ainda é limitado, segundo o grupo.

Projeto Rhisotope foi criado em 2021 como uma iniciativa de conservação sediada em Wits (Imagem: Reprodução)

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Projeto que envolve a comunidade

O Projeto Rhisotope foi criado em 2021 como uma iniciativa de conservação sediada em Wits (África do Sul). A ideia é tornar o grupo líder global no aproveitamento da tecnologia nuclear para proteger espécies ameaçadas e em perigo de extinção da fauna e da flora.

20 rinocerontes quer receberam radioisótopos atóxicos serão monitorados 24 horas por dia pelos próximos seis meses (Imagem: Reprodução)

A iniciativa também busca oferecer educação e elevação social para empoderar pessoas e comunidades locais. O foco são meninas e mulheres de comunidades rurais, que, segundo os pesquisadores, “são a espinha dorsal” na luta pela defesa dos rinocerontes.

A caça ilegal desses animais atingiu níveis críticos desde 2008, quando cerca de dez mil rinocerontes foram perdidos para a caça ilegal na África do Sul, sendo o tráfico de vida selvagem o terceiro maior crime organizado do mundo.

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Não foi só o asteroide: outra extinção em massa veio antes e matou 85% das espécies

Quando se pensa em extinção em massa, um dos primeiros eventos que vem à mente é o asteroide Chicxulub, que levou à morte de mais de 70% das espécies da Terra (incluindo os dinossauros). Mas essa não foi a única ocasião em que a maioria da vida terrestre foi extinta.

Na verdade, nosso planeta passou por pelo menos cinco extinções em massa ao longo de sua história. Uma delas aconteceu há cerca de 400 milhões de anos antes dos dinossauros, em um período conhecido como Ordoviciano Superior.

Extinção em massa muito antes dos dinossauros

Antes do asteroide e antes da Era Glacial, a Terra começou a ficar… estranha. No Ordoviciano Superior, nem répteis e anfíbios haviam se desenvolvido ainda, o clima era muito quente e os níveis de dióxido de carbono eram altos. Segundo Richard Twitchett, líder de pesquisa do Departamento de Ciências da Terra do Museu de História Natural do Reino Unido, não havia nenhum tipo de animal ou vegetação que conhecíamos.

No entanto, o período foi marcado por sua diversidade… no fundo do mar. Ele até ficou conhecido como Grande Evento de Biodiversificação do Ordoviciano (ou GOBE, na sigla em inglês). De acordo com Twitchett em entrevista ao IFLScience, foi uma época em que os seres vivos estavam explorando diferentes estilos de vida e se adaptando ao ecossistema.

Até que veio a extinção em massa. Porém, ao invés do asteroide que matou os dinossauros ou de uma série de explosões vulcânicas, a “extinção em massa do Ordoviciano tardio” foi, na verdade, uma série de miniextinções. Isso porque ela aconteceu aos poucos, com uma mudança gradual na Terra.

Espécies do período Ordoviciano vivam no fundo do mar (Imagem: Esteban De Armas/Shutterstock)

Como foi a progressão da extinção

Twitchett resumiu a evolução da extinção em massa em dois eventos separados. Primeiro, quando a Terra esfriou. Depois, quando ela voltou a esquentar.

Isso a torna bastante peculiar:

  • Todas as extinções posteriores começaram com o aquecimento da Terra. Já nessa, começou com o resfriamento;
  • Segundo o pesquisador, isso pode ter acontecido pela evolução de algumas plantas terrestres, que podem ter causado uma redução nos níveis de dióxido de carbono e desencadeado a glaciação;
  • Também é possível que o resfriamento tenha sido causado pela movimentação do super-continente Gondwana em direção ao Polo Sul, que mudaria o esquema climática da Terra.

Porém, depois desse resfriamento, veio o aquecimento. As espécies que haviam se adaptado e sobrevivido ao gelo, agora tinham que enfrentar o calor. Nesse período, os oceanos passaram por uma grande desoxigenação, talvez pela floração de algas que prosperam no clima mais quente, talvez pelo aumento do vulcanismo e da lava no mar. O motivo exato é um mistério.

O resultado foi drástico: essas mudanças eliminaram 60% dos gêneros vivos e quase 85% das espécies. De acordo com Twitchett, esta foi a segunda extinção em massa mais importante em termos de perda de biodiversidade.

Diplograptus, uma das espécies extintas no período Ordoviciano (Imagem: Tia Spray/Shutterstock)

Mudança na Terra não foi tão grande

Uma das características das extinções é que, em seguida, há uma mudança drástica nos ecossistemas terrestres. No caso do evento no Ordoviciano, não foi assim.

Apesar de muitos seres vivos terem sido eliminados, o impacto ecológico posterior foi menor do que todas as outras. Twitchett afirmou que, mesmo com perdas de espécies importantes, nenhum grupo desapareceu completamente e nenhum ecossistema ficou totalmente perdido.

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Nesse caso, o impacto a longo prazo foi menor, o que também explica porque a extinção do Ordoviciano é uma das menos conhecidas.

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Estamos vivendo a sexta extinção em massa? Cientistas alertam para risco iminente

De acordo com o Museu de História Natural de Londres, “um evento de extinção em massa acontece quando as espécies desaparecem muito mais rápido do que são substituídas”.

O planeta Terra, em seus mais de 4 bilhões e meio de anos de existência, experimentou essa situação por 5 vezes. E a mais famosa delas foi a última – que ocorreu há muito tempo atrás.

Sim, estamos falando da extinção dos dinossauros, quando um enorme meteoro atingiu a Península de Yucatán, território que atualmente pertence ao México. Cientistas estimam que o impacto e as reações a ele levaram ao desaparecimento de quase 80% dos animais e vegetais do mundo naquela época.

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É importante destacar que o desaparecimento de espécies é algo natural. Mas desde que numa proporção pequena.

Os cientistas afirmam que uma média normal de extinção é de 0,1 a 1 espécie por 10 mil espécies a cada 100 anos. Trazendo para o macro, estamos falando no desaparecimento de algo em torno de dez a 100 espécies nesse período.

Um número que ficou relativamente pequeno nas últimas décadas. Segundo especialistas, a taxa de extinção atual está na casa de 27 mil. Algo que pode caracterizar a sexta onda de extinção em massa do planeta.

A extinção dos dinossauros é, talvez, o evento de extinção em massa mais famoso da história – Imagem: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

O homem é o vilão

  • Hoje, algo em torno de 30% das espécies de plantas e animais catalogadas pelos biólogos estão ameaçadas de extinção.
  • E a culpa disso é da humanidade – nas palavras de especialistas, nós somos os asteroides da vez.
  • Os incêndios provocados pelo homem, o desmatamento, a criação de cidades onde antes haviam florestas.
  • O uso excessivo da terra para a agricultura, a pesca predatória de várias criaturas marinhas, o buraco na camada de ozônio…

“Desde a Revolução Industrial, nós estamos aumentando a pressão sobre a natureza ao usar os recursos, sem pensar em como recuperá-los”, afirmou em nota o Museu de História Natural de Londres.

  • Só o desmatamento da Amazônia, poderia resultar no desaparecimento de 10 mil espécies no Brasil.
  • E aí começa o efeito-cascata.
  • A extinção de espécies faz com que os ecossistemas percam estabilidade e, por fim, entrem em colapso.
  • Isso vai do branqueamento de corais até a diminuição dos polinizadores, que leva a uma redução na produção de frutas e vegetais.
  • Isso, por sua vez, prejudica a dieta de herbívoros, que perdem população.
  • Os carnívoros, na sequência, também são prejudicados.
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De acordo com um grupo de cientistas, a ação do homem vem desencadeando a sexta extinção em massa da história do planeta – Imagem: Toa55/Shutterstock

Quais foram os 5 episódios de extinção em massa anteriores?

Alguns cientistas defendem outros pontos de vista, mas, no geral, eles falam em 5 grandes extinções em massa na história.

A primeira ocorreu entre os períodos Ordoviciano e Siluriano, na Era Paleozoica, há 440 milhões de anos. A maior parte da vida era unicamente aquática – e esses animais e vegetais sofreram com a redução do nível dos mares, além das quedas de temperatura e da movimentação dos continentes.

A segunda extinção em massa data de 390 milhões de anos atrás, no período Devoniano. Ainda não há consenso sobre os motivos por trás desse episódio, mas os cientistas falam que um evento varreu cerca de 80% dos seres vivos do planeta, que era repleto de plantas altas, insetos, peixes primitivos e os primeiros vertebrados terrestres de 4 patas.

A terceira extinção da lista é a pior de todas: estima-se que mais de 95% dos seres foram extintos nesse período. Estamos falando do período Permiano, há 250 milhões de anos. O aquecimento global, o aumento da acidez dos oceanos e as erupções vulcânicas levaram à morte de 95% das criaturas do planeta. O episódio recebeu o nome de “A Grande Morte”.

Desaparecimento de espécies pode acabar com o equilíbrio do nosso planeta – Imagem feita com inteligência Artificial – Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E

O quarto e penúltimo caso ocorreu no período Triássico, já na Era Mesozoica. A atividade geológica colossal da separação da Pangeia levou a uma série de eventos, incluindo o aumento de dióxido de carbono na atmosfera. Cerca de 75% das espécies morreram. As que sobreviveram, tomaram o planeta: e foi aí que começou a Era dos Dinossauros.

Por fim, o quinto e último evento é o do asteroide que caiu no México e varreu os grandes répteis da Terra. Isso aconteceu no período Cretáceo, 65 milhões de anos atrás.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 11/03/2024.

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Canguru gigante pré-histórico foi extinto por ser ‘caseiro’ demais; entenda

Com tamanhos impressionantes e peso de até 170kg, não é à toa que os animais do gênero Protemnodon também sejam chamados de cangurus gigantes.

Eles viveram por volta de 5 milhões a 40 mil anos atrás no continente australiano, e poderiam muito bem se espalhar por amplos territórios com facilidade. Em vez disso, esses cangurus pré-históricos preferiam “relaxar” no conforto de casa – e isso cobraria um preço alto no futuro.

Entenda:

  • Os cangurus gigantes do gênero Protemnodon viveram há cerca de 5 milhões a 40 mil anos no continente australiano;
  • Apesar do tamanho impressionante, esses animais se limitavam a territórios pequenos;
  • O gênero conseguiu se manter estável por milhares de anos, mas, após uma mudança climática, algumas espécies não conseguiram se adaptar, e os cangurus gigantes caminharam pouco a pouco para a extinção.
Canguru gigante viveu no continente australiano. (Imagem: Nobu Tamura/Wikimedia Commons)

Por conta de seu tamanho, era de se esperar que os cangurus Protemnodon fossem bastante expansivos. Entretanto, como apontam os autores de um estudo publicado na Plos One, esses animais eram bem “caseiros” e se restringiam a territórios surpreendentemente pequenos – comportamento que acabou colaborando para a extinção do gênero.

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Grandes cangurus, pequenos territórios

Como explica Chris Laurikainen Gaete, coautor do estudo, ao The Guardian, a distribuição geográfica dos mamíferos herbívoros modernos – como cangurus – costuma ser proporcional aos seus tamanhos. Ou seja, quanto maior a espécie, mais amplo é o território que ela ocupa.

E foi por isso que a equipe ficou tão surpresa ao descobrir, através da análise de fósseis de dentes, que os cangurus gigantes não seguiam essa regra. Na verdade, o gênero pré-histórico viveu e morreu perto das mesmas cavernas em Queensland, onde os restos mortais foram encontrados.

Fóssil de canguru gigante. (Imagem: Paleocolour/Wikimedia Commons)

Estilo de vida tranquilo contribuiu para a extinção do canguru gigante

Cercados por uma floresta tropical abundante, a comunidade de cangurus gigantes conseguiu permanecer estável naquele território limitado por centenas de milhares de anos, alimentando-se da vegetação e protegendo-se de predadores na segurança das cavernas.

Mas, por volta de 280 mil anos atrás, a floresta foi perturbada por uma mudança climática e pela aridez crescente, e a escolha do território limitado impactou diretamente na capacidade de adaptação de algumas espécies dos cangurus Protemnodon – contribuindo, assim, para a extinção do gênero.

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Número de fungos ameaçados cresce e passa de mil espécies

Pela primeira vez, o número de espécies de fungos na lista vermelha de ameaçados ultrapassou a marca de 1.000. O levantamento é elaborado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

O relatório agora inclui 482 espécies de fungos recém-avaliadas, totalizando 1.300, das quais pelo menos 411 estão em risco de extinção. Como um todo, a lista vermelha é formada por 169.420 espécies, das quais 47.187 estão ameaçadas de extinção. 

Fungos sustentam todos os ecossistemas no planeta Terra (Imagem: Michael Krikorev/IUCN)

O que aconteceu?

  • Para 279 espécies em risco de extinção, o problema é o rápido crescimento de áreas agrícolas e urbanas, que estão substituindo seus habitats;
  • Para outras 91 espécies, o escoamento de nitrogênio e amônia de fertilizantes e a poluição de motores contribuem para sua ameaça;
  • Os riscos acima são particularmente preocupantes na Europa, impactando espécies bem conhecidas em áreas rurais tradicionais, como a Hygrocybe intermedia;
  • Pelo menos 198 espécies de fungos estão ameaçados devido ao desmatamento para produção de madeira, extração ilegal de madeira e desmatamento para agricultura;
  • Mais de 50 espécies de fungos estão em risco de extinção devido às mudanças nos padrões de incêndios nos EUA; os abetos têm dominado as florestas, reduzindo o habitat do Gastroboletus citrinobrunneus, por exemplo.

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Por que devemos nos preocupar?

Os fungos sustentam todos os ecossistemas: a maioria das plantas se associa a eles para absorver nutrientes, além de possibilitarem a decomposição. Muitos deles são utilizados na produção de alimentos e bebidas, incluindo fermentação, além de formarem a base de medicamentos e na limpeza de locais contaminados, segundo o relatório.

Reino dos fungos tem cerca de 2,5 milhões de espécies (Imagem: Rani Nurlaela Desandi/iStock)

“À medida que perdemos fungos, empobrecemos os serviços ecossistêmicos e a resiliência que eles fornecem, desde a resistência à seca e a patógenos em plantações e árvores até o armazenamento de carbono no solo ”, disse o professor Anders Dahlberg, Coordenador da Autoridade da Lista Vermelha do Grupo de Especialistas em Cogumelos, Braquetes e Cogumelos-de-bico-fino da IUCN.

Fungos representam o segundo maior reino, depois dos animais, com cerca de 2,5 milhões de espécies, das quais cerca de 155.000 são nomeadas.

“Os fungos são uma parte vital, embora muitas vezes invisível, da biodiversidade, sustentando ecossistemas de maneiras que estamos apenas começando a compreender. Com dados melhores, podemos tomar medidas significativas para proteger os fungos, garantindo a saúde das plantas, animais e ecossistemas que dependem deles ”, disse a Dra. Anne Bowser, CEO da NatureServe.

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Lobo-terrível ‘ressuscitado’ em laboratório pode viver na natureza?

O mundo da genética foi abalado nesta semana após a Colossal Biosciences anunciar o nascimento de três lobos com traços genéticos do extinto lobo-terrível. A empresa afirmou que restaurou a espécie pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Apesar dos animais não serem exatamente a mesma espécie extinta há 10 mil anos, ao que tudo indica eles possuem as mesmas características, com isso, será que eles podem ser soltos na natureza?

O plano da Colossal é colocar esse animais em uma reserva natural no norte dos Estados Unidos, onde serão estudados ao longo da vida. Mas se a espécie continuar aumentando, os animais poderão viver livres? O Olhar Digital conversou com Maria Okumura, coordenadora do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos e professora de bioarqueologia e evolução humana no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP)

A professora explicou que, com as informações que temos, já que o estudo não foi publicado, o que ocorreu não foi uma “desextinção” da espécie, “O que a empresa fez não é exatamente trazer de volta uma espécie antiga”, disse.

Eles pegaram um dente e acho que um pedacinho de crânio também olharam para o genoma antigo desses lobos e pinçaram algumas características que tem a ver com a pelagem e o tamanho e incorporaram com a do lobo moderno. Então nesse sentido são animais transgênicos

Maria Okumura

Para o geneticista Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, a Colossal criou apenas um lobo cinzento modificado que lembra a imagem idealizada de um lobo-terrível. 

Em entrevista ao site Science Alert, ele destacou que as diferenças morfológicas entre os canídeos são sutis e que fósseis não garantem uma reconstrução visual precisa do animal extinto.

Filhotes criados em laboratório pela Colossal Biosciences, que se refere a eles como a “ressuscitação” do lobo-terrível. Crédito: Colossal Biosciences

Lobo-terrível extinto pode ser solto na natureza?

O lobo-terrível foi uma espécie de lobo pré-histórico que viveu durante o Pleistoceno, principalmente na América do Norte. As evidências fósseis sugerem que ele foi extinto há cerca de 9.500 a 13.000 anos, durante o evento de extinção do Quaternário, que também afetou outros grandes mamíferos, como os mamutes e os tigres-dentes-de-sabre.

A extinção da espécie está associada a mudanças climáticas, redução de suas presas e possivelmente competição com outros predadores.

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“A extinção é um processo natural, sempre houve extinção mesmo antes dos humanos aumentarem brutalmente esse processo”, disse Okumura. Dessa forma, as condições que causaram a extinção dessa espécie na época, não mudaram hoje, o que impede que esse animal seja solto na natureza.

“Eles iriam competir com outros animais já habituados. O que eles iriam comer? Na época deles existia a megafauna, que não existe mais”, completou a professora. 

Cientistas "ressuscitam" lobos de "Game of Thrones"
Empresa afirma ter restaurado lobo de 12 mil anos pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Crédito: Colossal Biosciences

Isso também dificulta que o “novo” lobo-terrível tenha futuro, já que com uma população inicial tão pequena e derivada de um mesmo cruzamento, a variedade genética tende a ser muito baixa. “Eles geraram três filhotes, essa é sua população inicial, qual é a diversidade genética desses filhotes?”, questiona a especialista.

Vale a pena trazer espécies extintas de volta à vida?

A iniciativa da Colossal Biosciences reacende um antigo debate: a desextinção é uma ferramenta válida para preservar a biodiversidade ou uma intervenção arriscada com impactos incalculáveis?

A professora questiona as vantagens de trazer o animal à vida, já que a espécie não parece ter futuro e nem vai poder ser solta na natureza. “Talvez tenham ‘desextinguido’ esses lobos para acabar extinguindo novamente”, finaliza.

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Além do lobo-terrível: empresa ainda quer ‘reviver’ estes 3 animais extintos

No início desta semana, a Colossal Biosciences anunciou o nascimento de três filhotes que seriam do extinto lobo-terrível, popularmente retratado no fenômeno Game of Thrones como símbolo da Casa Stark. E, de acordo com a empresa, a “desextinção” não deve parar por aí: os pesquisadores já estão trabalhando para reviver outras três espécies extintas.

Entenda:

  • Além do lobo-terrível, a Colossal Biosciences quer “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas;
  • A empresa disse que está trabalhando na “desextinção” do mamute-lanoso, do dodô e do lobo-da-tasmânia;
  • Os pesquisadores já criaram um rato-lanoso com características do mamute, e estudam a modificação genética do elefante-asiático (parente próximo da espécie extinta);
  • A comunidade científica e ambientalista, entretanto, vem levantando debates sobre a ética da desextinção e suas possíveis consequências nos ecossistemas.
Após lobo-terrível, empresa quer ‘ressuscitar’ outros animais pré-históricos. (Imagem: Colossal Biosciences)

O lobo-terrível (Aenocyon dirus) entrou em extinção há cerca de 13 mil anos. E o novo trio – que recebeu os nomes de Remus, Romulus e Khaleesi – é o resultado da modificação genética de lobos-cinzentos. Ou seja, apesar do que sugere a empresa no comunicado, a espécie não está realmente “de volta”.

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Empresa que ‘ressuscitou’ lobo-terrível visa outras espécies extintas

Como dissemos, a Colossal já está trabalhando para “ressuscitar” outras três espécies pré-históricas após o lobo-terrível. À Time, a equipe revelou que seus esforços estão, agora, focados no mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), no dodô (Raphus cucullatus) e no lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus, também chamado de tigre-da-tasmânia).

O mamute-lanoso, que viveu durante a Era do Gelo, entrou em extinção há cerca de 4 mil anos. Já os dodôs, originários da ilha de Maurício, e o lobo-da-tasmânia, último membro do gênero Thylacinus, foram extintos mais tarde, nos séculos XVII e XX respectivamente.

Em março, a Colossal usou uma cópia do DNA do mamute pré-histórico para criar o rato-lanoso, com pelos longos e metabolismo acelerado característicos do M. primigenius. A empresa também vem estudando o elefante-asiático (parente próximo do mamute-lanoso) para receber os genes da espécie extinta.

Empresa criou rato com características do extinto mamute-lanoso. (Imagem: Colossal Biosciences)

“Estamos desenvolvendo tecnologias que nunca existiram antes, e elas podem transformar não só a conservação, mas também a biologia reprodutiva humana e animal”, disse Ben Lamm, CEO da Colossal, na entrevista à Time.

‘Desextinção’ de animais pré-históricos é controversa

Vale lembrar que a iniciativa de “ressuscitar” espécies extintas vem sendo criticada pela comunidade científica e ambientalista, levantando debates sobre a ética da desextinção e as possíveis consequências da reintrodução desses animais – como o desequilíbrio das cadeias alimentares e da biodiversidade.

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Dinossauros poderiam estar vivos até hoje se não fosse por este (grande) detalhe

Se um asteroide não tivesse colidido com a Terra há 66 milhões de anos, os dinossauros jamais teriam entrado em extinção. É o que apontam os autores de um estudo publicado na Current Biology, sugerindo que, ao contrário do que parte da comunidade científica acredita, os dinossauros não estavam em declínio antes do fatídico evento que os apagou do planeta.

Entenda:

  • Se não fosse pelo asteroide que colidiu com a Terra há milhões de anos, os dinossauros provavelmente ainda estariam vivos;
  • Pesquisadores sugerem que, antes do evento de extinção em massa, os dinossauros não estavam em declínio;
  • Essa crença é, para os autores, fruto de um registro fóssil escasso, levando alguns cientistas a acreditarem que os dinossauros estavam caminhando para a extinção já antes do asteroide. 
Dinossauros não estavam em declínio antes do asteroide, sugere estudo. (Imagem: Herschel Hoffmeye/Shutterstock)

Como aponta a equipe por trás da pesquisa, a crença do suposto declínio – em número e diversidade – dos dinossauros no período Cretáceo se deve, na verdade, a um registro fóssil pobre. Para sustentar a hipótese, os cientistas da University College London analisaram o registro fóssil da América do Norte nos 18 milhões de anos que precederam o impacto do asteroide na Terra.

Leia mais:

Dinossauros não caminhavam rumo à extinção antes do asteroide

No estudo, a equipe analisou os registros de cerca de 8 mil fósseis da América do Norte do Campaniano (de 83,6 a 72,1 milhões de anos atrás) e do Maastrichtiano (de 72,1 a 66 milhões de anos atrás), com foco nas famílias Ankylosauridae, Ceratopsidae, Hadrosauridae e Tyrannosauridae.

De acordo com os pesquisadores, os dinossauros atingiram um pico de diversidade há cerca de 76 milhões de anos. 6 milhões de anos antes do evento de extinção em massa, o número de fósseis das quatro famílias no registro geológico já estava diminuindo. O motivo por trás disso, entretanto, ainda é um mistério para os cientistas.

Dinossauros poderiam estar vivos até hoje. (Imagem: funstarts33/Shutterstock)

“Os dinossauros provavelmente não estavam inevitavelmente condenados à extinção no final do Mesozóico [de 252 milhões a 66 milhões de anos atrás]. Se não fosse por aquele asteroide, eles ainda poderiam compartilhar este planeta com mamíferos, lagartos e seus descendentes sobreviventes: pássaros”, sugere Alessandro Chiarenza, coautor do estudo, em comunicado.

Redução de fósseis de dinossauros extintos ainda intriga cientistas

Uma das possibilidades abordadas pelos autores é que as condições geológicas para fossilização no período Maastrichtiano podem ter sido mais precárias. Além disso, as rochas que poderiam conter fósseis dessa época estavam cobertos por vegetação ou inacessíveis, dificultando a descoberta dos restos mortais.

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Terra pode enfrentar nova extinção em massa – e ela já começou

O planeta Terra pode enfrentar uma nova extinção em massa caso os efeitos das mudanças climáticas não sejam revertidos. O alerta foi feito pelo pesquisador Hugh Montgomery, diretor do Centro de Saúde e Desempenho Humano da University College London, da Inglaterra.

A situação piora: segundo Montgomery, essa extinção já está acontecendo. E o ser humano é o responsável.

Mudanças climáticas podem causar nova extinção em massa – e a culpa é nossa (Crédito: MarcelClemens – Shutterstock)

Terra pode sofrer nova extinção em massa

Montgomery é um dos autores do relatório de 2024 sobre saúde e mudanças climáticas na revista científica The Lancet. Ele abriu a programação do evento internacional Forecasting Healthy Futures Global Summit, que começou na terça-feira (08) no Rio de Janeiro. A escolha do local é devido à COP 30 em novembro, que também será no Brasil (em Belém, no Pará).

No evento, o pesquisador alertou que, se não conseguirmos reverter as mudanças climáticas em andamento, a Terra pode sofrer uma extinção em massa semelhante à do Período Permiano (entre 299 e 251 milhões de anos atrás), quando 90% das espécies morreram devido às condições climáticas drásticas.

Em 2024, chegamos a um nível recorde de 1,5ºC de temperatura. Segundo a Agência Brasil, cientistas indicam que, se continuarmos assim, o aumento deve chegar a 2,7ºC até 2100. E se a temperatura chegar a 3ºC, as mortes de espécies seriam catastróficas.

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Extinção já começou

A perspectiva não é nada positiva. De acordo com Montgomery, a “concentração atmosférica de CO₂ não só está aumentando, como está aumentando de forma cada vez mais acentuada”. Para ele, a extinção já começou e somos nós, humanos, que estamos causando tudo isso.

Mesmo antes da situação ficar incontrolável, as consequências podem ser drásticas:

  • Segundo o pesquisador, um aumento entre 1,7 °C e 2,3 °C, mesmo que temporário, poderia colapsar as camadas de gelo no Ártico, desacelerar a Circulação Meridional do Atlântico (que controla todo o clima global) e elevar o nível do mar em vários metros;
  • As consequências serão sentidas já “nos próximos 20 ou 30 anos”;
  • Além das emissões de dióxido de carbono, Montgomery chamou atenção a emissão de metano, 83 vezes mais danoso.
Imagem mostra relógio de rua marcando 42 graus na cidade de São Paulo, nível de calor aumenta
Pesquisador recomendou medidas de adaptação ao clima (Imagem: Cris Faga / Shutterstock.com)

Há solução?

Durante o evento, Hugh Montegomery ressaltou a importância de pensar em medidas de adaptação ao clima, que já está afetando a saúde da população. Por exemplo, já reportamos no Olhar Digital como as ondas de calor devem afetar idoso com mais intensidade (confira os detalhes aqui).

No entanto, essa adaptação não pode substituir a redução “drástica e imediata nas emissões”. Para ele, “não faz sentido focar apenas no alívio dos sintomas quando deveríamos estar buscando a cura”.

Para além dos impactos na saúde, o pesquisador também estima impactos econômicos das mudanças climáticas: a economia mundial deve reduzir em 20% ao ano, cerca de US$ 38 trilhões, a partir de 2049. Imagine só uma extinção em massa total.

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