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“Relâmpago” vermelho raro acima das nuvens é fotografado na China

Uma descarga elétrica rara e intensa, chamada “sprite vermelho”, iluminou o céu noturno na cidade de Shannan, no Tibete, sudoeste da China, entre sábado (31) e domingo (1). Diferentemente do relâmpago comum, que vai das nuvens ao chão, esse fenômeno dispara para a parte alta da atmosfera, acima das nuvens, por isso é difícil de ser visto da Terra.

O evento foi registrado por um jovem astrofotógrafo chinês, Dong Shuchang, que usou uma câmera de alta velocidade. As imagens mostram os relâmpagos vermelhos alaranjados iluminando o céu estrelado como fogos de artifício, criando um espetáculo visual impressionante.

Fotógrafo premiado explica como registrou o fenômeno na China

Em entrevista à TV chinesa CCTV, Dong, de 27 anos, disse que não foi sorte, mas sim planejamento. Ele estudou a previsão do tempo e analisou imagens de satélite para escolher o melhor local e horário para a captura. “Fui para as montanhas de Shannan, encontrei um ponto a mais de cinco mil metros e apontei minha câmera para o sul. Tinha certeza de que não haveria muitas nuvens atrapalhando”.

Sprite vermelho fotografado no Tibete, região autônoma dentro da China. Crédito: Dong Shuchang/WEIBO

A câmera de Dong gravou 120 quadros por segundo, o que permitiu captar não somente o brilho do sprite, como também detalhes raros de se observar. Ele revelou que nessa ocasião, pela segunda vez, conseguiu fotografar um tipo ainda mais raro de sprite, chamado “sprite fantasma”, um evento de relâmpago vermelho que dura pouquíssimo tempo.

Dong já é reconhecido internacionalmente. Em 2021, ganhou o prêmio de Fotógrafo de Astronomia do Ano pelo Observatório Real de Greenwich, na Inglaterra, com uma foto de eclipse solar chamada “O Anel de Ouro”. Ele é o mais jovem a receber esse prêmio no mundo da astronomia.

“O Anel de Ouro”, fotografia de Dong Shuchang premiada em 2021. Crédito: Dong Shuchang

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O que são sprites?

Sprites são um tipo de evento luminoso transiente (TLE) que ocorre entre 50 e 100 km de altura, quase na borda do espaço, bem diferente dos relâmpagos comuns que caem perto das nuvens. Eles podem ter formatos variados, como o famoso “sprite água-viva”, que tem filamentos vermelhos parecidos com tentáculos.

A cor vermelha é causada pela reação da descarga elétrica com o nitrogênio da atmosfera, que produz esse brilho avermelhado. Apesar do tamanho, esses fenômenos duram muito pouco, entre 10 e 100 milésimos de segundo, o que dificulta a observação a olho nu e a captura de imagens.

Uma imagem de um sprite vermelho fotografado a partir da Estação Espacial Internacional (ISS) em 2023. Crédito: ESA/DTU/ A. Mogensen

Já foram vistos sprites em quase todos os continentes, menos na Antártica. A maior ocorrência é sobre os EUA, na região do “Corredor dos Tornados”, famosa por tempestades violentas. 

Segundo a NASA, o fenômeno foi documentado acidentalmente pela primeira vez em gravações de fita de vídeo terrestres na noite de 6 de julho de 1989. Observações em vídeo do ônibus espaciais adquiridas de 1989 a 1991 forneceram 17 exemplos adicionais para confirmar a existência dos sprites.

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Há 53 anos, a França lançou um novo calendário – mas não deu certo

Em 1972, há 53 anos, a França decidiu criar um novo calendário. A invenção era, em alguns pontos, similar ao atual modelo gregoriano, mas com meses cujo número de dias não variasse tanto (veja fevereiro, por exemplo, que pode ter 28 ou – em anos bissextos – 29 dias, enquanto os demais meses chegam a 30 ou 31). O chamado calendário revolucionário francês, porém, não foi bem-recebido.

Entenda:

  • Em 1972, foi criado o calendário revolucionário francês;
  • A invenção francesa também tinha 12 meses – como o modelo gregoriano –, mas cada um deles era composto de 30 dias divididos em três “semanas”;
  • Além disso, cada mês foi nomeado com base em fenômenos ou condições naturais de cada época do ano (como geadas, chuvas e a colheita de uvas);
  • O calendário revolucionário foi implementado na França após a abolição da monarquia, mas foi substituído pelo gregoriano outra vez em 1806 sob as ordens de Napoleão;
  • Com informações do IFLScience.
Calendário francês tinha 12 meses com 30 dias cada. (Imagem: Philibert Louis Debucourt, Bibliothèque nationale de France/Wikimedia Commons)

Assim como o modelo cristão, o calendário francês tinha 12 meses. A diferença aqui é que cada um deles contava com 30 dias. Esses meses eram divididos em três “semanas” de 10 dias, chamados primidi, duodi, trididi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi e decadi. A soma, então, era de 360 dias, mas outros cinco ou seis (em anos bissextos) eram adicionados para completar o ano.

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Calendário francês foi baseado em fenômenos naturais

Outra diferença entre o calendário francês e o gregoriano é que, ao contrário de deuses, os meses do modelo revolucionário foram nomeados com base em fenômenos naturais ou condições de cada época do ano:

  • Vendémiaire (referência à “vindima”, a colheita das uvas): 22 de setembro a 21 de outubro;
  • Brumaire (“neblina”): 22 de outubro a 20 de novembro;
  • Frimaire (“geada”): 21 de novembro a 20 de dezembro;
  • Nivôse (“neve”): 21 de dezembro a 19 de janeiro;
  • Pluviôse (“chuva”): 20 de janeiro a 18 de fevereiro;
  • Ventôse (“vento”): 19 de fevereiro a 20 de março;
  • Germinal (“germinação de sementes”): 21 de março a 19 de abril;
  • Floréal (“flores”): 20 de abril a 19 de maio;
  • Prairial (“prado”): 20 de maio a 18 de junho;
  • Messidor (“colheita”): 19 de junho a 18 de julho;
  • Thermidor (“calor”): 19 de julho a 17 de agosto;
  • Fructidor (“frutas”): 18 de agosto a 16 de setembro.
Meses do calendário francês foram baseados em fenômenos naturais, como a neve. (Imagem: image1004/Shutterstock)

Com a abolição da monarquia e a implementação da Convenção Nacional, o calendário revolucionário vinha para celebrar a Ciência acima da religião, abandonando as antigas tradições. Mas a mudança, como os franceses logo perceberiam, veio acompanhada de uma série de desafios.

Calendário da França foi abandonado por Napoleão

A parcela ainda religiosa da população relutava em aceitar o novo calendário, e, claro, era muito difícil manter relações – marcar compromissos, por exemplo – com países que seguiam o modelo gregoriano.

Com isso, o calendário francês foi, aos poucos, caindo em desuso, substituído oficialmente pelo gregoriano em 1º de janeiro de 1806 sob as ordens de Napoleão Bonaparte.

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“Chuva de sangue” atinge Ilha Arco-íris e gera imagens impressionantes

Na última semana, a Ilha de Ormuz, no Irã, se transformou em um cenário digno de filme de terror. As águas do mar e a areia da praia ficaram completamente vermelhas, enquanto cascatas jorravam das montanhas, levando terra com alto teor de óxido de ferro para o oceano

Esse evento é conhecido como “chuva de sangue”, que acontece quando chuvas fortes atingem solos ricos em minerais como o óxido de ferro. O resultado é a mistura desses minerais com a água das chuvas, tingindo rios e córregos de vermelho. 

Embora o nome pareça sombrio, a explicação para o fenômeno é bem simples e curiosa: a terra vermelha da ilha é cheia de compostos metálicos, que deixam as águas com essa cor intensa.

“Chuva de sangue” em ilha no Irã atrai turistas e curiosos. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A terra vermelha da Ilha de Ormuz não é apenas uma curiosidade visual, mas também possui grande valor econômico. Usada em diversas indústrias, como produção de corantes, cosméticos, vidro e cerâmica, a terra é extraída e exportada para diferentes partes do mundo. O Conselho de Turismo do Irã destaca que a terra não só chama atenção pela cor, mas também pela sua utilidade no mercado global.

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Por que o nome Ilha Arco-íris?

Além disso, ao caminhar pela praia, os visitantes podem observar áreas onde a areia brilha, devido à presença de compostos metálicos na terra. A Ilha de Ormuz é conhecida também como “Ilha Arco-íris” por causa dos 70 minerais encontrados no solo. Esses minerais, ao interagir com a água e outras camadas rochosas, criam uma paleta de cores vívidas, como vermelho, amarelo e laranja.

Esse fenômeno natural tornou a Ilha de Ormuz um destino turístico popular. A visão das ondas vermelhas quebrando contra a costa, com as montanhas coloridas ao fundo, é hipnotizante. Turistas de diversas partes do mundo se aglomeram na ilha para ver o raro evento, que ocorre especialmente durante chuvas fortes.

Apesar de ser uma cena aparentemente assustadora, a “chuva de sangue” é inofensiva – e fascinante. A ilha Arco-íris oferece uma experiência única, onde beleza e ciência se encontram, revelando um espetáculo natural que é ao mesmo tempo inquietante e deslumbrante.

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