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Flores apareceram na Terra há 123 milhões de anos, diz estudo

Pesquisadores identificaram com maior precisão quando plantas com flores surgiram pela primeira vez na história da Terra. A equipe analisou pequenos grãos de pólen – do tamanho de 10 micrômetros a 0,02 milímetros – para datar o surgimento das angiospermas, o grupo de vegetais que apresenta flores e frutos.

O estudo, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, revela que as primeiras plantas terrestres apareceram no período Ordoviciano, entre 485 e 444 milhões de anos atrás. Primeiramente vieram os musgos, depois as samambaias, as coníferas e, após 300 milhões de anos, os vegetais com flores.

A equipe estudou grãos de pólen de angiosperma fossilizados em sedimentos marinhos na Bacia Lusitânica, em Portugal. O artigo demonstra que esse material data de aproximadamente 123 milhões de anos atrás, sendo essa a idade mais precisa do surgimento das plantas com flores até o momento. 

Os pesquisadores também encontraram conchas preservadas na mesma camada sedimentar. A partir da análise de isótopos de estrôncio nesse material, a equipe realizou a datação dos grãos de pólen e descobriu uma idade 2 milhões de anos anterior à dos microfósseis da última pesquisa sobre o tema, encontrados na Ilha de Wight, na Inglaterra.

O pólen tricolpado apresenta três sulcos em sua superfície. A equipe conseguiu conferir essa característica com microscópio eletrônico. (Imagem: Julia Gravendyck)

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Detalhe revelou a descoberta

A equipe utilizou a técnica de microscopia de varredura, em que um feixe de elétrons é lançado sobre a superfície das amostras, fornecendo imagens de alta resolução e dados sobre sua composição e formato. Com o método, os pesquisadores analisaram quatro microfósseis identificados como grãos de pólen tricolpados: partículas com três pequenos sulcos em sua parede externa. 

Segundo o estudo, 72% das espécies de angiospermas vivas apresentam esse modelo de pólen. Com base nessa informação, o grupo pôde classificar os grãos como originários de plantas com flores.

Mesmo com uma datação mais precisa, a origem desse grupo de plantas ainda é um mistério. “O surgimento das plantas com flores alterou consideravelmente a diversidade biológica”, comentou o professor Heimhofer. “Mas exatamente onde e quando esse desenvolvimento começou tem sido um enigma que Darwin já chamou de ‘mistério abominável’”, disse a Dra. Gravendyck, em um comunicado.

Os cientistas  concluíram que a abordagem utilizada pode servir como modelo para datações futuras de restos de plantas fossilizadas e permitir uma melhor compreensão das origens e da evolução das angiospermas.

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Flores contaminam abelhas com metais pesados? Entenda

Flores silvestres podem contaminar abelhas com metais pesados, concluiu um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge. As substâncias prejudicam a saúde de polinizadores, que ingerem o néctar das plantas ao se alimentar e desempenhar papel prejudicial na redução do número desses animais no planeta.

Segundo o estudo publicado na revista Ecology and Evolution, em abril deste ano, quando plantadas em áreas onde havia construções e fábricas, as flores podem acumular metais pesados como arsênio, cádmio, cromo e chumbo. Esses metais costumam vir de fontes como poeira de cimento e mineração e contaminam a terra.

Os pesquisadores defendem que os solos nas cidades devem ser testados em relação à presença de metais pesados antes de plantar flores e, se necessário, áreas poluídas devem ser limpas antes de revitalizadas com novas flores.

Ao se alimentar de flores silvestres, abelhas podem absorver metais pesados (Reprodução: Kai Wenzel/Unsplash)

Reduzir a exposição de polinizadores aos metais pesados é fundamental para a conservação desses animais. Mesmo níveis baixos de metal nas abelhas podem prejudicar o aprendizado e a memória, o que impacta suas habilidades em buscar alimentos.

“Esperamos que este estudo aumente a conscientização de que a saúde do solo também é importante para a saúde das abelhas. Antes de plantar flores silvestres em áreas urbanas para atrair abelhas e outros polinizadores, é importante considerar o histórico do terreno e o que pode haver no solo”, disse a primeira autora do estudo, Sarah Scott, do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge.

Os metais pesados podem dificultar a procura de alimentos das abelhas. Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock

A pesquisa foi desenvolvida na cidade pós-industrial de Cleveland, no estado de Ohio, nos Estados Unidos. No passado, o município contava com produção de aço, refinaria de óleos e manufatura de carros. Mas qualquer cidade com atividade humana pode ter contaminado o solo com traços de metais tóxicos.

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Os pesquisadores descobriram também que diferentes espécies de plantas acumulam metais diferentes e com quantidades variáveis. A planta Chicória (Cichorium intybus) apresentou as maiores concentrações de metais pesados, seguida por trevo-branco (Trifolium repens) e cenoura selvagem (Daucus carota).

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