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Via Láctea pode ter destino totalmente diferente do que a ciência acreditava

Um dos fatos mais conhecidos sobre a Via Láctea é que ela está em rota de colisão com sua vizinha mais próxima, a galáxia Andrômeda. De acordo com um estudo publicado no ano passado, esse choque deve reconfigurar todo o Sistema Solar.

Mas, será que essa fusão galáctica realmente vai acontecer? Segundo uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (2) na revista Nature Astronomy , a colisão entre a Via Láctea e a galáxia Andrômeda pode não ser tão certa quanto se pensava. 

Acreditava-se que as duas galáxias, que estão se aproximando lentamente, acabariam se chocando e se fundindo em cerca de cinco bilhões de anos. Essa fusão daria origem a uma nova galáxia, apelidada de “Milkomeda”. No entanto, os novos dados mostram que essa previsão pode ter sido precipitada.

Três cenários possíveis para o futuro encontro entre a Via Láctea e Andrômeda. Imagem de destaque: uma separação de 100 mil anos-luz leva a uma colisão. No canto inferior esquerdo: a 500 mil anos-luz, a matéria escura fornece atrito que leva as galáxias a um encontro próximo. No canto inferior direito: as galáxias se desviam a um milhão de anos-luz de separação. Crédito: NASA / ESA

Destino da Via Láctea está no “cara ou coroa”

Cientistas agora afirmam que há apenas 50% de chance de que a Via Láctea e Andrômeda se fundam nos próximos 10 bilhões de anos. Ou seja, as possibilidades estão divididas como em um cara ou coroa. “Foi surpreendente descobrir que a fusão é tão incerta”, disse Til Sawala, pesquisador da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e autor principal do estudo, ao site Space.com

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores criaram simulações do movimento da Via Láctea nos próximos 10 bilhões de anos. Eles usaram dados mais precisos vindos da missão Gaia, conduzida pela Agência Espacial Europeia (ESA), e do Telescópio Espacial Hubble (parceria ESA/NASA). Essas simulações também consideraram o efeito de galáxias menores ao redor da nossa, que podem influenciar sua trajetória por causa da gravidade.

Uma das principais novidades do estudo foi incluir a Grande Nuvem de Magalhães, a maior galáxia satélite da Via Láctea. Esse corpo celeste exerce uma força considerável e pode alterar o caminho da nossa galáxia. Estudos anteriores não haviam levado esse fator em conta, o que torna essa pesquisa mais completa e atualizada.

Representação artística da colisão entre a Via Láctea e a Grande Nuvem de Magalhães prevista para daqui a cerca de 2,4 bilhões de anos. Créditos: NASA, ESA, Z. Levay e R. van der Marel (STScI), T. Hallas e A. Mellinger

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O modelo criado pelos cientistas apresentou vários cenários possíveis. Em menos de 2% dos casos, haveria uma colisão frontal direta entre a Via Láctea e Andrômeda. Na maioria das vezes, as duas passariam uma pela outra primeiro, perdendo energia até, talvez, se fundirem no futuro. Mas se não se aproximarem o suficiente – a menos de 500 mil anos-luz – é possível que jamais se unam.

Caso as órbitas se alinhem e a gravidade entre elas se torne forte o bastante, a fusão pode acontecer naturalmente. Mas também é quase igualmente provável que ambas sigam caminhos separados, continuando a evoluir de forma independente no Universo. Isso mudaria completamente o destino que os cientistas imaginavam.

Por outro lado, a fusão da Via Láctea com a Grande Nuvem de Magalhães parece inevitável. O estudo indica que esse encontro deve acontecer em até 2,4 bilhões de anos. Os pesquisadores agora esperam por novos dados dos telescópios Gaia e Hubble para entender melhor o futuro cósmico da nossa galáxia.

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Sistema Solar pode ser arrastado por colisão entre galáxias

Faz apenas um século que a humanidade descobriu que o Universo vai além da Via Láctea. Isso aconteceu quando o astrônomo Edwin Hubble observou uma estrela especial e percebeu que ela estava muito mais distante do que qualquer objeto dentro da nossa galáxia. Com isso, ele identificou Andrômeda e entendeu que existiam muitas outras galáxias no cosmos.

Desde então, os cientistas vêm estudando o Universo com telescópios mais avançados. Hoje, sabemos que há bilhões de galáxias espalhadas pelo espaço. A mais próxima da nossa é Andrômeda – e ela está vindo em nossa direção. Segundo a NASA, ela pode colidir com a Via Láctea em cerca de quatro bilhões de anos.

Apesar de parecer um desastre, essa colisão não será como um impacto entre dois objetos sólidos. Galáxias são compostas principalmente por espaço vazio, então as estrelas quase não se chocam. O resultado será a fusão das duas galáxias em uma nova, com forma elíptica. Uma espécie de “mistura” cósmica.

Sistema solar sobreviveria, mas mudaria de lugar

O Sistema Solar, que inclui a Terra, deve sobreviver a essa fusão. No entanto, ele pode ser arrastado para outra parte do Universo. As posições das estrelas vão mudar com a colisão, e o Sol pode terminar em um ponto bem diferente do atual. Mesmo assim, não há risco direto para a vida no planeta.

É o que diz um estudo feito por cientistas usando dados dos telescópios espaciais Hubble e Gaia para simular esse encontro. Eles também consideraram a massa e o movimento das principais galáxias do chamado Grupo Local. O objetivo foi entender como essas galáxias vão evoluir nos próximos 10 bilhões de anos. E os resultados surpreenderam.

Representação artística da Via Láctea e Andrômeda se fundindo. Crédito: NASA; AEE; Z. Levay e R. van der Marel, STScI; T. Hallas; e A. Mellinger

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Disponível no servidor de pré-impressão arXiv, aguardando revisão por pares, o artigo indica que há muitas incertezas envolvidas. Fatores como a velocidade e o atrito entre as galáxias afetam o destino da Via Láctea. Esse atrito é uma força que desacelera as galáxias e ajuda na fusão. Mas, se ele for menor do que o esperado, a colisão pode não acontecer.

Segundo os pesquisadores, existe uma chance de 50% de que a Via Láctea e Andrômeda nunca se choquem. Tudo depende de detalhes ainda difíceis de medir com precisão. Por isso, os cientistas reforçam que novas observações serão essenciais para prever o futuro da nossa galáxia com mais segurança.

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