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Gêmeos compartilham das mesmas alergias?

É comum pensar que, se um dos gêmeos é alérgico a algo, o outro também será. Embora gêmeos — especialmente os idênticos — compartilhem grande parte de seus genes e ambientes, a resposta não é tão simples, como explica uma matéria da BBC.

A genética influencia, mas o ambiente desempenha um papel igualmente importante no desenvolvimento de alergias.

Alergias ocorrem quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a substâncias inofensivas, chamadas alérgenos. Isso desencadeia sintomas como espirros, coceira, tosse e, em casos graves, anafilaxia — uma reação que pode ser fatal se não tratada rapidamente com epinefrina.

As alergias podem ser causadas por fatores externos, como pólen, ácaros, alimentos ou animais de estimação. As mais comuns incluem alergia ao leite, ovos, amendoim, mariscos e gergelim. Algumas alergias desaparecem com o tempo, outras permanecem por toda a vida.

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Gêmeos idênticos podem — ou não — desenvolver alergias iguais – Imagem: ANNA GRANT/Shutterstock

Fatores que influenciam o risco de alergia

  • O desenvolvimento de alergias é influenciado tanto pela genética quanto pelo ambiente.
  • Crianças expostas desde cedo a diversos microrganismos — por viverem em fazendas, terem animais de estimação ou muitos irmãos — têm menos risco de desenvolver alergias.
  • Já a poluição, a exposição ao fumo e a criação em ambientes urbanos aumentam esse risco.
  • Além disso, a genética pesa: ter parentes próximos com alergias aumenta significativamente a probabilidade de uma pessoa ser alérgica.

O que dizem os estudos sobre gêmeos

Pesquisas mostram que gêmeos idênticos têm maior probabilidade de compartilhar alergias do que gêmeos fraternos, mas ainda assim, não é uma regra. Estudos australianos indicam que entre 60% e 70% dos gêmeos tinham alergias ambientais, com maior coincidência entre os idênticos.

Em casos de alergias alimentares, como a de amendoim, a chance de compartilhamento também é maior entre gêmeos idênticos.

Genética não é tudo

Se gêmeos forem criados em ambientes diferentes — por exemplo, um em uma fazenda e outro na cidade —, suas exposições ambientais distintas podem levar a padrões de alergia diferentes, apesar da genética em comum.

A ciência ainda investiga os muitos fatores que moldam as alergias, mas já é certo: compartilhar os mesmos genes aumenta a probabilidade, mas não garante que dois gêmeos terão as mesmas alergias.

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Devido a influência de fatores genéticos e ambientais, gêmeos nem sempre terão as mesmas alergias – Imagem: Doucefleur/Shutterstock

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Lobo-terrível ‘ressuscitado’ em laboratório pode viver na natureza?

O mundo da genética foi abalado nesta semana após a Colossal Biosciences anunciar o nascimento de três lobos com traços genéticos do extinto lobo-terrível. A empresa afirmou que restaurou a espécie pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Apesar dos animais não serem exatamente a mesma espécie extinta há 10 mil anos, ao que tudo indica eles possuem as mesmas características, com isso, será que eles podem ser soltos na natureza?

O plano da Colossal é colocar esse animais em uma reserva natural no norte dos Estados Unidos, onde serão estudados ao longo da vida. Mas se a espécie continuar aumentando, os animais poderão viver livres? O Olhar Digital conversou com Maria Okumura, coordenadora do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos e professora de bioarqueologia e evolução humana no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP)

A professora explicou que, com as informações que temos, já que o estudo não foi publicado, o que ocorreu não foi uma “desextinção” da espécie, “O que a empresa fez não é exatamente trazer de volta uma espécie antiga”, disse.

Eles pegaram um dente e acho que um pedacinho de crânio também olharam para o genoma antigo desses lobos e pinçaram algumas características que tem a ver com a pelagem e o tamanho e incorporaram com a do lobo moderno. Então nesse sentido são animais transgênicos

Maria Okumura

Para o geneticista Jeremy Austin, diretor do Centro Australiano de DNA Antigo, a Colossal criou apenas um lobo cinzento modificado que lembra a imagem idealizada de um lobo-terrível. 

Em entrevista ao site Science Alert, ele destacou que as diferenças morfológicas entre os canídeos são sutis e que fósseis não garantem uma reconstrução visual precisa do animal extinto.

Filhotes criados em laboratório pela Colossal Biosciences, que se refere a eles como a “ressuscitação” do lobo-terrível. Crédito: Colossal Biosciences

Lobo-terrível extinto pode ser solto na natureza?

O lobo-terrível foi uma espécie de lobo pré-histórico que viveu durante o Pleistoceno, principalmente na América do Norte. As evidências fósseis sugerem que ele foi extinto há cerca de 9.500 a 13.000 anos, durante o evento de extinção do Quaternário, que também afetou outros grandes mamíferos, como os mamutes e os tigres-dentes-de-sabre.

A extinção da espécie está associada a mudanças climáticas, redução de suas presas e possivelmente competição com outros predadores.

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“A extinção é um processo natural, sempre houve extinção mesmo antes dos humanos aumentarem brutalmente esse processo”, disse Okumura. Dessa forma, as condições que causaram a extinção dessa espécie na época, não mudaram hoje, o que impede que esse animal seja solto na natureza.

“Eles iriam competir com outros animais já habituados. O que eles iriam comer? Na época deles existia a megafauna, que não existe mais”, completou a professora. 

Cientistas "ressuscitam" lobos de "Game of Thrones"
Empresa afirma ter restaurado lobo de 12 mil anos pela primeira vez por meio da “ciência da desextinção”. Crédito: Colossal Biosciences

Isso também dificulta que o “novo” lobo-terrível tenha futuro, já que com uma população inicial tão pequena e derivada de um mesmo cruzamento, a variedade genética tende a ser muito baixa. “Eles geraram três filhotes, essa é sua população inicial, qual é a diversidade genética desses filhotes?”, questiona a especialista.

Vale a pena trazer espécies extintas de volta à vida?

A iniciativa da Colossal Biosciences reacende um antigo debate: a desextinção é uma ferramenta válida para preservar a biodiversidade ou uma intervenção arriscada com impactos incalculáveis?

A professora questiona as vantagens de trazer o animal à vida, já que a espécie não parece ter futuro e nem vai poder ser solta na natureza. “Talvez tenham ‘desextinguido’ esses lobos para acabar extinguindo novamente”, finaliza.

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23andMe: entenda o que são testes genéticos e como funcionam

Em meio a desafios financeiros e um pedido de proteção contra falência, a 23andMe, pioneira dos testes genéticos diretos ao consumidor, continua a transformar o acesso à informação genética dos indivíduos.

Fundada em 2006 por Anne Wojcicki, a empresa, sediada em Sunnyvale, Califórnia (EUA), inovou ao permitir que pessoas conheçam seus antepassados e predisposições genéticas sem a necessidade de intermédio médico.

Como funciona o sistema da 23andMe

O processo é simples e realizado inteiramente em casa:

  1. Solicitação e Envio do Kit: o cliente adquire um dos kits de teste disponíveis online ou em grandes varejistas, como Walgreens e Target. Após a compra, o kit de coleta – que inclui instruções detalhadas – é enviado para o usuário em até dois dias úteis;
  2. Coleta da Amostra: seguindo as orientações, o usuário coleta uma pequena amostra de saliva e a registra utilizando um código de barras, garantindo que a amostra seja corretamente associada à sua conta;
  3. Processamento no Laboratório: a amostra é enviada de volta para o laboratório da 23andMe, onde o DNA é extraído e processado em um chip de genotipagem. Nesse chip, milhares de variantes genéticas são analisadas para compor o perfil genético do cliente;
  4. Geração dos Relatórios: em cerca de três a cinco semanas, os resultados são compilados em relatórios personalizados, acessíveis por meio de uma conta segura no site da 23andMe. Esses relatórios incluem informações sobre ancestralidade, traços físicos, predisposição a doenças e status de portador de condições genéticas.
Empresa fornece vários serviços relacionados ao DNA (Imagem: nevodka/Shutterstock)

Relatórios e benefícios

Os clientes podem escolher entre diferentes serviços, conforme sua necessidade:

  • Ancestralidade + Traços: relatórios detalhados que mostram a composição genética do usuário, abrangendo 45 populações do mundo, além de oferecer informações sobre haplogroups (linhagens materna e paterna) e até a contribuição genética dos Neandertais;
  • Saúde + Ancestralidade: além dos relatórios de ancestralidade e traços, este serviço, aprovado pela FDA, inclui análises de predisposição para diversas condições de saúde, como certos tipos de câncer, diabetes e doenças neurológicas;
  • Serviço de Assinatura 23andMe+: lançado em 2020, oferece relatórios adicionais e funcionalidades exclusivas, como análises de farmacogenética e informações sobre a saúde do coração, por um preço anual com desconto.

Impacto e controvérsias da 23andMe

A 23andMe revolucionou o mercado ao democratizar o acesso à genética, permitindo que milhões de pessoas descubram sua origem e riscos genéticos com facilidade. Com banco de dados que já ultrapassa os dez milhões de indivíduos, a empresa ajudou não só no conhecimento pessoal, mas, também, no avanço de pesquisas genéticas.

Entretanto, a trajetória da 23andMe não tem sido isenta de controvérsias. Críticas sobre a precisão dos testes para fins de cuidados de saúde e problemas relacionados ao uso e vazamento de dados genéticos de milhões de usuários marcaram a história da empresa. Além disso, desafios financeiros recentes, culminando no pedido de proteção contra falência, evidenciam as dificuldades enfrentadas para manter um modelo de negócio sustentável.

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Queda livre e pedido de falência

A 23andMe entrou com pedido de falência nesta segunda-feira (24) após não conseguir encontrar comprador para assumir suas operações. A startup tem até 7 de maio para continuar buscando um investidor, já que o conselho rejeitou proposta de recompra apresentada pela própria fundadora.

A companhia seguirá se apresentando aos investidores para conseguir, ao menos, uma oferta, conforme indicam documentos judiciais obtidos pela Bloomberg.

Os credores estabeleceram esse prazo e estão buscando autorização judicial para emprestar até US$ 35 milhões (R$ 200,88 milhões, na conversão direta) à 23andMe, valor destinado a financiar o processo de falência. No mesmo dia, Anne Wojcicki, que atuava como CEO, renunciou ao cargo, mas permanecerá no conselho de administração.

A 23andMe já contou com o apoio do Google e teve operações na Grã-Bretanha. Em 2021, após sua abertura de capital, a empresa chegou a ser avaliada em aproximadamente US$ 6 bilhões (R$ 34,43 bilhões), mas o valor despencou acentuadamente devido a disputas legais envolvendo o uso dos dados dos clientes, que eram compartilhados, mesmo que anonimizados, com farmacêuticas para pesquisas.

Em 2023, um ataque hacker comprometeu os dados de cerca de 6,9 milhões de clientes, expondo informações, como nomes, endereços, histórico genético e árvores genealógicas, utilizando logins e senhas antigos, o que levantou sérias dúvidas quanto à segurança dos dados sensíveis da empresa.

Após o pedido de recuperação judicial, o governo da Califórnia (EUA) solicitou que os usuários recorram para que a 23andMe possa proceder à exclusão de seus dados e destruição das amostras genéticas.

Logo da 23andMe em uma placa
Credores querem ajudar empresa (Imagem: bluestork/Shutterstock)

Mark Jensen, presidente e membro do Comitê Especial do Conselho de Administração, declarou: “Esperamos que o processo supervisionado pelo tribunal avance nossos esforços para enfrentar os desafios operacionais e financeiros que enfrentamos, incluindo mais reduções de custos e a resolução de passivos legais e de arrendamento.”

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O que é mais importante para a longevidade: os genes ou o estilo de vida? Essa pesquisa responde

Se fosse possível, você gostaria de saber quanto tempo você vai viver? As pessoas provavelmente se dividem em relação a isso. Alguns querem, com certeza. Outros, porém, têm medo de condicionar sua vida inteira a essa data. Independentemente disso, fato é que a curiosidade existe. Para todos.

Apesar dos avanços notáveis, a ciência e a medicina ainda não conseguem responder a essa pergunta. E acredito que nunca conseguirão. Um novo estudo, porém, traz uma informação importante dentro desse contexto – e que pode ajudar as pessoas a viverem mais.

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Há um consenso entre os especialistas em dizer que a longevidade leva em conta os fatores genéticos e o estilo de vida. Mas qual dos dois é mais importante? Qual dos dois pesa mais?

De acordo com um artigo científico publicado recentemente na revista Nature Medicine, o estilo de vida pesa mais. O ambiente no qual estamos inseridos e as escolhas que fazemos são mais determinantes nessa equação de quanto tempo viveremos.

A longevidade é um dos assuntos que gera mais curiosidade entre as pessoas: afinal, quem não quer viver mais? – Imagem: Shutterstock/Hyejin Kang

Como eles chegaram a essa conclusão?

  • Os pesquisadores analisaram informações de 500 mil pessoas no UK Biobank, um grande banco de dados de saúde do Reino Unido.
  • São dados genéticos, registros médicos, imagens e informações sobre estilo de vida.
  • Em paralelo a isso, os cientistas também traçaram o “perfil proteômico” de 45 mil pessoas a partir de exames de sangue.
  • Esse “perfil proteômico” observa como as proteínas no corpo mudam ao longo do tempo para identificar a idade de uma pessoa em nível molecular.
  • Os pesquisadores, então, começaram a cruzar os dados para identificar padrões.
  • Avaliaram 164 exposições ambientais, bem como marcadores genéticos de doenças dos participantes.
  • Colocaram na balança fatores como o tabagismo, o sedentarismo, a renda familiar e até mesmo condições no início da vida, como peso corporal na infância.
  • Vale destacar que o estudo não levou em conta as mortes por acidentes, por exemplo.
  • Apenas aquelas ocasionadas por doenças ou por idade – a morte natural.
O tabagismo está entre os principais comportamentos de risco para diminuir a expectativa de vida – Imagem: wernimages/Shutterstock

O que eles descobriram

A partir desse cruzamento de dados, os cientistas confirmaram que, para doenças como o câncer e a demência, os fatores genéticos pesam mais. Já doenças pulmonares, cardíacas e hepáticas sofrem maior intervenção do estilo de vida.

Isso não é novidade para ninguém. A descoberta impactante do estudo é que, olhando para o macro, os fatores ambientais foram responsáveis ​​por cerca de 17% da variação na expectativa de vida, enquanto fatores genéticos contribuíram com menos de 2%.

Os fatores ambientais que mais influenciaram na morte precoce e no envelhecimento biológico são: tabagismo, status socioeconômico e níveis de atividade física.

A pesquisa também apontou que pessoas mais altas tendem a viver menos, assim como crianças que carregam mais peso aos 10 anos de idade e bebês cujas mães fumaram no final da gestação.

medicina, idade, cuidados de saúde e conceito de pessoas - mulher idosa paciente deitada na cama no leito do hospital
Fatores genéticos são importantes, mas os ambientais e o estilo de vida pesam mais, segundo esse novo estudo – Imagem: Ground Picture/Shutterstock

Uma descoberta polêmica desse estudo é que os dados não apontaram nenhuma ligação consistente entre dieta e marcadores de envelhecimento biológico. Isso contradiz uma série de outras pesquisas, que apontam justamente o contrário: que a alimentação têm impacto direto no envelhecimento do corpo e no aparecimento de doenças.

É importante ressaltar que os próprios pesquisadores reconhecem os limites do seu estudo. Como usaram apenas um recorte de dados, disseram que a vida é muito mais complexa do que isso – e que é resultado de diversas interações.

Agora, mesmo com essas limitações, a pesquisa deve servir de alerta para todos: as nossas escolhas e estilo de vida possuem um peso gigantesco na equação de quanto tempo viveremos.

As informações são do Medical Xpress.

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Empresa dos EUA se aproxima da meta de ‘ressuscitar’ mamutes

A Colossal Biosciences, empresa americana que busca trazer de volta animais extintos, anunciou um feito inovador nesta quarta-feira (5): a criação de camundongos geneticamente modificados com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos.

Este avanço representa um passo significativo no ambicioso projeto da empresa de “ressuscitar” a espécie extinta há quatro mil anos.

Pesquisa inovadora dá passo importante na ‘ressurreição’ de mamutes

O mamute-lanoso, que habitou as frias regiões do Ártico, desempenhava um papel crucial no ecossistema, ajudando a manter o equilíbrio do solo e a controlar a liberação de dióxido de carbono.

A ideia por trás da “ressurreição” desses animais é restaurar esse equilíbrio ambiental, combatendo o aquecimento global.

(Imagem: Dotted Yeti/Shutterstock)

Para alcançar este resultado, os cientistas da Colossal compararam genomas de mamutes e seus parentes vivos, identificando as variantes genéticas responsáveis pelas características únicas dos mamutes. Em particular, eles se concentraram em genes relacionados ao comprimento, espessura, textura e cor do pelo, bem como ao metabolismo da gordura.

O resultado foi o nascimento de camundongos com pelos longos e ondulados, semelhantes aos dos mamutes, e com um metabolismo de gordura acelerado, características que teriam ajudado os mamutes a sobreviver à última era glacial.

Cientistas alteraram genes para dar a esses ratos características de mamute-lanoso. (Imagem: Divulgação/Colossal Biosciences)

Apesar do entusiasmo, alguns especialistas alertam que ainda é cedo para afirmar que este é um passo concreto para a “ressurreição” do mamute-lanoso. A pesquisa ainda não foi revisada por pares e há pontos em aberto, como a resistência ao frio da pelagem modificada e os efeitos das mutações na saúde dos camundongos a longo prazo.

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A Colossal Biosciences, no entanto, está otimista e planeja continuar suas pesquisas, com o objetivo de introduzir os primeiros bezerros de mamute-lanoso em 2028. A empresa, que já arrecadou bilhões de dólares, acredita que a “ressurreição” de animais extintos pode ser uma ferramenta poderosa para combater as mudanças climáticas e restaurar o equilíbrio ambiental.

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Por que apenas os humanos falam? Estudo encontra uma nova resposta

Pesquisa publicada na revista Nature Communications sugere que uma proteína específica dos seres humanos é diretamente responsável para a origem da linguagem falada como conhecemos.

A comunicação oral foi algo importantíssimo para o desenvolvimento e nos deu vantagens sobre humanos primitivos, como os neandertais. Ações como transmissão de conhecimento e informações e coordenação de atividades foram dadivas que a fala concedeu para os Homo Sapiens mais antigos.

A fala foi essencial para o desenvolvimento da raça humana.
(Imagem: Shutterstock/Gorodenkoff)

Esse é um dos vários pontos “que contribuíram para o surgimento do Homo sapiens como a espécie dominante que nós somos hoje”, disse o Dr. Robert Darnell, um dos autores do estudo.

Essa proteína, chamada de NOVA1, já era conhecidamente essencial para o desenvolvimento cerebral humano desde a década de 1990, mas apenas agora foi descoberta sua importância para algo tão exclusivamente nosso como a fala.

Como foi descoberta a importância desse gene?

Os pesquisadores fizeram edições genéticas CRISPR (do inglês “Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats“, é uma técnica de edição de DNA) em camundongos e trocaram seus genes NOVA1 pelos nossos NOVA1 exclusivos.

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O resultado foi uma diferenciação na comunicação e vocalização desses animais. Surpreendentemente, camundongos com o nosso gene chamavam de maneira peculiar outros indivíduos.

A comunicação entre mão e filho também mudou. Bebês com o NOVA1 humano grunhiam de maneira diferente quando a mãe chegava. O comportamento dos machos também mudou: quando encontravam fêmeas no cio, eles faziam vocalizações fora do normal.

Outros genes relacionados à fala humana

Outros genes já foram relacionados à fala humana por pesquisadores ao longo da história, o último foi o FOXP2, em 2001.

O FOXP2 ficou conhecido como o gene da fala humana na época, e sim, ele está relacionado a linguagem falada da espécie, porém, não de maneira exclusiva.

Pesquisa posteriores encontraram evidências desse gene em humanos primitivos, como nossos parentes neandertais. Por outro lado, a variante NOVA1 é encontrada exclusivamente em Homo Sapiens segundo o pesquisador Darnell.

Conclusões e possibilidades da descoberta

Obviamente, a presença do gene NOVA1 exclusivo dos humanos modernos não é o único fator para a linguagem falada. A soma desse e de outros fatores raros encontrados na nossa espécie é o que dá essa capacidade única da comunicação oral para nós. Anatomia da garganta e áreas do cérebro que trabalham juntas nos dão esse dom tão único.

Dr. Darnell tem esperanças de que esse trabalho não apenas ajude a entender a origem e o passado da nossa comunicação, mas também seja essencial para tratamentos de problemas relacionados a fala em pessoas da atualidade.

Especialistas acreditam que essa pesquisa pode ser usada para tratamento de problemas relacionados a fala. (Imagem: Shutterstock/Pixel-Shot)

Outra especialista, Liza Finestack, em estrevista para o site Euronews, disse que essas descobertas genéticas podem permitir que os cientistas detectem mais cedo pessoas que podem precisar de tratamentos na fala. “Isso é certamente uma possibilidade”, diz a acadêmica da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos.

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