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Efeito Trump? YouTube relaxa moderação de conteúdo pela ‘liberdade de expressão’

X, Meta e, agora, YouTube. Esses são exemplos de plataformas (e big techs) que mudaram suas políticas de moderação de conteúdo “em prol da liberdade de expressão”. No caso da Meta e do YouTube, o relaxamento do cerco ocorreu em paralelo ao retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Diferente do X e da Meta, o YouTube não fez alarde sobre a mudança na moderação de conteúdo. A plataforma (do Google, diga-se) introduziu sua nova política em meados de dezembro de 2024 num material de treinamento analisado pelo New York Times, que revelou a informação nesta segunda-feira (09).

O que mudou na moderação de conteúdo no YouTube

Para vídeos considerados de interesse público, o YouTube elevou o limite para a quantidade de conteúdo ofensivo permitido para metade – antes, era um quarto do vídeo.

Além disso, a plataforma encorajou os moderadores a manter esses vídeos no ar. Entram aqui, por exemplo: reuniões em câmaras municipais, comícios de campanha e conversas políticas.

YouTube expandiu isenção para vídeos com conteúdo ofensivo e/ou desinformativo (Imagem: Algi Febri Sugita/Shutterstock)

Essas isenções expandidas podem beneficiar comentaristas políticos cujos vídeos longos misturam cobertura jornalística com opiniões e alegações sobre diversos tópicos, apontou o jornal.

  • A política também ajuda a plataforma do Google a evitar ataques de políticos e ativistas frustrados com o tratamento dado aos seus conteúdos.

Com a mudança de política, o YouTube entrou para o grupo de plataformas sociais dos EUA que recuaram seus esforços para policiar o discurso online.

Montagem com fotos de Elon Musk e Mark Zuckerberg durante evento
Elon Musk, no X, e Mark Zuckerberg, nas plataformas da Meta, transferiram moderação de conteúdo para usuários (Imagens: Frederic Legrand/Shutterstock)

Vale lembrar: em janeiro, a Meta encerrou seu programa de verificação de fatos em postagens. A big tech de Mark Zuckerberg se inspirou no X, de Elon Musk: transferiu a responsabilidade de moderar conteúdo para os usuários.

Leia mais:

É ou não é sobre liberdade de expressão? Confira os lados desta discussão

Críticos ouvidos pelo jornal dizem que mudanças deste tipo contribuem para a rápida disseminação de alegações falsas. Além disso, podem aumentar marés de discurso de ódio na internet.

Imran Ahmed, diretor executivo do Center for Countering Digital Hate, disse ao jornal que essas mudanças beneficiam as empresas ao reduzir os custos de moderação de conteúdo, enquanto mantêm mais conteúdo online para engajamento dos usuários.

“Isso não é sobre liberdade de expressão”, disse Ahmed. “É sobre publicidade, amplificação e, em última instância, lucros.”

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Críticos dizem que mudanças no YouTube ajudam disseminação de desinformação e discurso de ódio; empresa diz que atualiza diretrizes conforme mudanças no interesse público (Imagem: Funstock/Shutterstock)

Já Nicole Bell, porta-voz do YouTube, disse ao jornal que a plataforma atualiza continuamente suas diretrizes para moderadores de conteúdo sobre tópicos que surgem no discurso público.

Nicole também explicou que o YouTube aposenta políticas que não fazem mais sentido e fortalece políticas quando necessário – por exemplo, quando proibiu conteúdo que direciona pessoas para sites de apostas (isso ocorreu em 2025).

Reconhecendo que a definição de ‘interesse público’ está sempre evoluindo, atualizamos nossas diretrizes para essas exceções para refletir os novos tipos de discussão que vemos na plataforma hoje“, disse a porta-voz.

Nicole acrescentou: “Nosso objetivo permanece o mesmo: proteger a liberdade de expressão no YouTube enquanto mitigamos danos graves.”

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Google: a busca com IA está ficando mais esperta

O Google começou a testar o Search Live, um novo recurso de interação por voz integrado à Pesquisa com IA, apresentado no Google I/O 2025. A novidade está sendo liberada para usuários selecionados nos EUA, tanto no app do Google para Android quanto para iOS.

Diferente do assistente Gemini, o Search Live permite que o usuário faça perguntas por voz e receba respostas faladas em tempo real, mantendo um fluxo de conversa natural. É possível também silenciar o áudio e ler a transcrição da resposta.

Novo recurso com IA responde perguntas faladas e inicia interação natural com o usuário (Imagem: Proxima Studio/Shutterstock)

Vozes diferentes podem interagir com o usuário

  • A funcionalidade é alimentada pelo Projeto Astra, sistema que processa comandos de voz instantaneamente.
  • Quando ativado, um ícone de onda aparece abaixo da barra de pesquisa, substituindo o antigo atalho do Google Lens.
  • O recurso oferece quatro vozes: Cosmo, Neso, Terra e Cassini.
  • Nas configurações de voz, acessada pelo menu de três pontos, é possível selecionar qual voz ficará ativa.
São quatro opções de vozes para que a IA interaja com o usuário – Imagem: Google

Leia mais:

O que é o Modo IA da Pesquisa Google?

O Modo IA transforma a experiência tradicional de busca em uma conversa dinâmica com respostas diretas, resumos e elementos visuais. Ele compreende perguntas completas, oferece contexto, e sugere interações seguintes.

Futuramente, o Google pretende incluir transmissões ao vivo de câmera nesse modo, ampliando ainda mais a interatividade — embora essa função ainda não esteja disponível.

Logo do Google atrás borrado e, à frente, em um smartphone
Após integrar IA em seu mecanismo de busca, o Google vem aprimorando as funções da tecnologia – Imagem: One Artist / Shutterstock

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Google atualiza Gemini 2.5 Pro e corrige defeitos da versão anterior; confira

O Google anunciou grande atualização para o Gemini 2.5 Pro. Ela vai atualizar certos problemas da versão anterior, chamada de I/O Edition, ou 05-06, que era focada em atualizar codificação.

O upgrade, segundo o Google, gera códigos de maneira melhor que a versão antiga, atingindo pontuação alta de 82,2% no teste de benchmark Aider Polyglot. Se os valores estiverem certos, o Gemini 2.5 Pro supera o que OpenAI, Anthropic e DeepSeek têm de melhor — e com tranquilidade.

Dados de benchmark do Gemini 2.5.
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Testes de benchmark atestam que o Google aumentou sua vantagem a briga com outras IAs (Imagem: Reprodução)

Reclamações sobre o Gemini 2.5 Pro

  • Enquanto o Gemini 2.5 Flash foi rapidamente liberado para todos, o 2.5 Pro parece que não seguirá o mesmo caminho;
  • As últimas atualizações realizadas sobre o sistema de inteligência artificial (IA) foram criticadas por não deixarem o sistema com bom desempenho;
  • Logan Kilpatrick, do Google, disse, no X, que eles levaram os feedbacks a sério e que o novo update “fecha lacuna da atualização 03-25“, o que indica que teremos uma IA mais criativa e com melhor formatação de respostas, aponta o ArsTechnica;
  • Ainda de acordo com Kilpatrick, a versão 06-05 suporta orçamentos de pensamento que podem ser configurados para desenvolvedores, sendo que eles esperam que a atualização se torne um “lançamento estável de longo prazo“, podendo ser liberada para todos em algumas semanas.

Leia mais:

Resposta do Claude, em 2023, à pergunta sobre a cor magenta
Em 2023, Claude não sabia responder a uma pergunta teste (Imagem: Reprodução/ArsTechnica)

Google se baseia em testes externos

Os testes realizados com o Gemini pelos usuários do LMArena e WebDevArena são muito apreciados pelo Google. Neles, é possível avaliar as saídas de cada modelo de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês) lado a lado antes de mostrarem quem é quem, numa espécie de teste cego.

No LMArena, o Gemini experimentou salto de 24 pontos, ante 35 no WebDevArena. Contudo, o Gemini Pro já deixava a big tech na liderança, portanto, a vantagem só aumentou.

O ArsTechnica testou o Gemini 2.5 Pro e concluiu que a nova versão se esforça mais para usar a formatação coerente na saída. Após testes com usuários, o Google entendeu que recursos, como cabeçalhos e textos em negrito, são muito importantes.

Outra coisa que a IA fez durante o teste foi responder a uma pergunta de teste de longa duração — e o fez com precisão e autoridade. A pergunta foi: “Será que a cor seria chamada de ‘magenta’ se a cidade de Magenta não existisse?“; já a resposta foi um enfático “não“. Detalhe: o Claude, em 2023, não se sentia seguro para responder esta pergunta.

O Gemini 2.5 Pro já está disponível no Vertex AI e no AI Studio e como prévia no app do Gemini.

Resposta do Gemini à pergunta sobre a cor magenta
Já o novo Gemini 2.5 Pro responde com autoridade (Imagem: Reprodução/ArsTechnica)

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STF retoma julgamento de responsabilidade das plataformas digitais sobre conteúdos

O Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciou, nesta quarta-feira (4), o julgamento que define se as plataformas digitais têm responsabilidade sobre os conteúdos publicados por seus usuários.

A sessão foi interrompida em dezembro do ano passado e três ministros tinham votado até então: Dias Toffoli, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso. O trio defende a responsabilização das mídias sociais.

Votação versa sobre a validade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

A votação versa sobre a validade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que exige ordem judicial prévia e específica de excluir conteúdos para a responsabilização civil de redes sociais por danos ocasionados por atos ilícitos dos usuários. Os ministros que já votaram divergem sobre a exigência de ordem judicial.

Leia mais:

STF está perto de concluir o julgamento sobre as redes sociais?

  • O julgamento recomeçou com Toffoli afirmando que o julgamento da Corte não quer censurar ou acolher a liberdade de expressão, mas, sim, analisar se como a responsabilidade é feita hoje é constitucional;
  • “Aqui não se trata de nenhum julgamento que se trata sobre censura ou acolher a liberdade de expressão. O que estamos aqui a discutir é que se o Artigo 19 – que estabelece que a responsabilização por dano só surge se houver um descumprimento de decisão judicial – é compatível com a Constituição ou não”, disse;
  • E prosseguiu: “Sempre haverá polarização de ideias em democracia. Porém, a polarização deve ser entre ideias contrapostas, não pode ser entre os que agem de boa-fé e má-fé. O Judiciário não está legislando e muito menos regulando em caráter geral, abstrato e definitivo as plataformas digitais”;
  • O ministro entende que o Marco Civil da Internet trouxe “cláusula legal” para isentar plataformas de suas responsabilidade no período entre o período da postagem e da deliberação judicial.

A seguir, o ministro Luís Roberto Barroso aumentou o coro ao dizer que não há defesa da liberdade de expressão e nem da censura. “O judiciário não está legislando e muito menos regulando em caráter geral, abstrato e definitivo as plataformas”, afirmou.

Luís Roberto Barroso, presidente do STF
Luís Roberto Barroso, presidente do STF, entende que é dever do Supremo atuar em casos que chegam ao Judiciário visando definir critérios para sua resolução (Imagem: Focus Pix/Shutterstock)

Barroso entende que é dever do Supremo atuar em casos que chegam ao Judiciário visando definir critérios para sua resolução. “Estabelecer os critérios que vão reger os casos que vão chegar no Judiciário é nosso dever e nada tem de invasão a competência de outros poderes e muito menos tem relação com censura, estamos discutindo responsabilidade civil”, disse.

No momento, quem vota é o ministro André Mendonça, que já disse que seu voto irá tomar o resto da sessão desta quarta-feira (4) e a de quinta-feira (5).

Google se manifesta

Ainda nesta quarta-feira (4), o Google se posicionou publicamente sobre o tema. A big tech se mostrou favorável ao Marco Civil da Internet e contesta que o STF o revise, podendo levar à ampliação da responsabilidade das gigantes de tecnologia sobre os posts de seus usuários.

Diz o Google: “Abolir regras que separam a responsabilidade civil das plataformas e dos usuários não contribuirá para o fim da circulação de conteúdos indesejados na internet.” “O Marco Civil da Internet pode e deve ser aprimorado, desde que se estabeleçam garantias procedimentais e critérios que evitem insegurança jurídica e a remoção indiscriminada de conteúdo”, prossegue, em nota.

“O Google remove, com eficiência e em larga escala, conteúdos em violação às regras de cada uma de suas plataformas” e “são centenas de milhões de conteúdos removidos por ano pela própria empresa, em linha com as regras públicas de cada produto”, continua o Google no texto.

Logo do Google atrás borrado e, à frente, em um smartphone
Google se posicionou contra a medida (Imagem: One Artist/Shutterstock)

Por fim, pontua que, “entretanto, boas práticas de moderação de conteúdo por empresas privadas são incapazes de lidar com todos os conteúdos controversos, na variedade e profundidade com que eles se apresentam na internet, refletindo a complexidade da própria sociedade. A atuação judicial nesses casos é um dos pontos mais importantes do Marco Civil da Internet, que reconhece a atribuição do Poder Judiciário para atuar nessas situações e traçar a fronteira entre discursos ilícitos e críticas legítimas”.

Matéria em atualização

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Google Veo 3 é fenômeno na internet, mas preocupa; entenda

Desde o boom da inteligência artificial (IA), em 2022, com o ChatGPT, a preocupação em cima do que a ia pode fazer e, inclusive, desinformar os usuários. Em maio, o lançamento do Google Veo 3, IA que cria vídeos, causou furor — mas preocupou.

É possível criar um vídeo com poucos comandos e cliques (Imagem: DIA TV/Shutterstock)

As redes sociais estão abarrotadas de vídeos feitos com a tecnologia, sendo que, conforme atesta o g1, alguns são paródias de acontecimentos históricos ou passagens religiosas (sendo possível notar o uso de IA), mas outros são simulações de cenas atuais, como entrevistas na TV e em podcasts, o que dificulta saber o que é real e o que não é.

Tecnologia do Google causa furor na internet

Nos comentários desses diversos vídeos (veja abaixo), vários usuários se impressionam com seu realismo, sendo que alguns os compararam à série “Black Mirror“. Outros se mostram preocupados com os efeitos que essa IA pode trazer durante as eleições.

Anúncio do Veo 3 em um smartphone
Nova versão da IA cria vídeos surpreendentemente realistas (Imagem: Fajri Mulia Hidayat/Shutterstock)

Há quem “alivie” a preocupação afirmando ser possível identificar se foi a IA que o fez. “É realista, mas o olhar deles é muito vago“, escreveu uma pessoa. “As IAs falam muito robotizadas, parece que estão lendo e não falando, dá para perceber isso”, afirmou outro.

Veja, a seguir, vídeos gerados com o Veo 3:

@brolendarioficial O segundo esqueci de pedir pra remover legenda… Mas e ai o que acharam? #fyyp #veo3 #veoveo #veomoment #veo #google ♬ som original – BROLendario

@victtor.rec Teste da IA nova da Google, Veo 3. #googleveo3 #veo3 #ai #ia #POV #VLog #povia #povviral #viralreels #viral #gemini ♬ som original – Victor

@nadav5807 Quando eu cheguei aqui, era tudo mato video criado por gemini pro #gemini #veo3 ♬ som original – aiconection

@vlog_historico Pedro Álvares Cabral descobrindo o Brasil 😂 #veo3 #ai #ia #POV #vlog #googleveo3 #gemini #foryou #tiktok#historia ♬ original sound – Vlog Histórico

Leia mais:

Como é o funcionamento do Veo 3?

  • Lançado em maio, o Veo 3 está disponível no Flow e no Gemini para quem assina o Google AI, custando a partir de R$ 96,99 por mês;
  • A partir de textos curtos, os usuários podem pedir que a IA crie vídeos. A novidade é que, agora, ele consegue gerar vídeos com áudios, incluindo diálogos e ruídos de ambiente;
  • Caso o intuito seja fazer vídeos mais complexos, o ideal é usar o Flow, que permite a criação de filmes com diferentes cenas;
  • A ferramenta pode criar movimentos e contros de câmera, estender as cenas ou cortar para a próxima tomada.
Apresentação do Google Flow em um smartphone
Flow pode ser usado para projetos mais complexos (Imagem: Fajri Mulia Hidayat/Shutterstock)

Conheça o novo aplicativo do Google que faz IA funcionar sem internet

Na semana passada, o Google lançou discretamente o AI Edge Gallery, um novo aplicativo experimental que permite executar modelos de inteligência artificial (IA) localmente em smartphones.

Disponível inicialmente para Android — com versão para iOS em breve — o app dá acesso a diversos modelos da plataforma Hugging Face, capazes de gerar imagens, responder perguntas, editar códigos e mais, tudo offline, sem necessidade de conexão à internet.

Com isso, o Google oferece alternativa mais privada e acessível, ideal para quem prefere não enviar dados a servidores remotos ou quer usar IA sem depender de conexão Wi-Fi ou celular.

Leia a matéria competa aqui

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Quais seriam as consequências de dividir o Google?

O Google está sob fogo cruzado. Após perder dois importantes processos antitruste nos EUA, a gigante da tecnologia vê seu domínio nas buscas online ameaçado, suas ações estagnadas e promotores federais exigindo a venda de ativos como o Chrome, o Android e sua rede de anúncios.

A menos que consiga reverter essas decisões nos tribunais — um caminho longo e incerto — a empresa poderá ser forçada a se reestruturar radicalmente.

Mas, em vez de resistir, o Google poderia optar por uma saída estratégica: antecipar-se aos tribunais e promover sua própria cisão, como analisa do New York Times. Seria um movimento ousado, no estilo do Vale do Silício — dividir-se antes de ser dividido.

“Partes” do Google se valorizariam caso sejam separadas

  • “Os investidores não querem cortes pontuais. Querem uma cisão radical”, afirma Gil Luria, analista da D.A. Davidson.
  • Em uma nota recente, Luria propôs que o Google se desmembre em várias empresas independentes, o que, segundo ele, poderia quase dobrar seu valor de mercado — hoje na casa dos US$ 2 trilhões.
  • O cálculo de Luria sugere que partes como YouTube, Waymo e Google Cloud estão subvalorizadas dentro do conglomerado.

Além da valorização acionária, uma separação poderia reacender a cultura inovadora que fez do Google um ícone da tecnologia. “Engenheiros brilhantes, livres da burocracia de um gigante, podem criar algo tão revolucionário quanto o buscador original”, diz Luria.

O momento não poderia ser mais sensível: o Departamento de Justiça dos EUA quer que o Google se desfaça de negócios-chave para reduzir seu poder de mercado. A defesa, no entanto, promete apelar, e os embates judiciais podem se arrastar por anos.

Divisão do Google poderia ser benéfica, com partes como o YouTube ganhando valorização – Imagem: Charles McClintock Wilson/Shutterstock

Especialistas apoiam cisão

A proposta de Luria não está sozinha. Gene Munster, da Deepwater Asset Management, diz que a lógica de uma cisão faz sentido neste caso: “Pode ser uma das raras ocasiões em que dividir uma empresa realmente cria valor para os acionistas.”

Há precedentes. A AT&T, sob pressão semelhante na década de 1980, se dividiu voluntariamente. A Microsoft também enfrentou um processo antitruste em 2000, resistiu à cisão, mas ficou estagnada por uma década até se reinventar sob nova liderança.

Apesar dos argumentos favoráveis, o Google se mostra relutante. A empresa defende que forçar a divisão de plataformas como o Android e o Chrome — desenvolvidas ao longo de anos e oferecidas gratuitamente — afetaria negativamente usuários, empresas e a segurança digital.

Leia mais:

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Especialistas veem paralelos com grandes casos antitruste do passado e defendem uma cisão voluntária como saída estratégica (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

Um porta-voz reforçou que o Google segue inovando e destacou que o YouTube foi a plataforma de streaming mais vista dos últimos dois anos, segundo a Nielsen.

Para alguns, no entanto, tamanho não é mais vantagem. “A cisão só prejudicaria quem se beneficia hoje do poder de mercado do Google”, afirma o advogado Barry Barnett. Startups, concorrentes e consumidores poderiam se beneficiar de um ambiente mais competitivo.

Há ainda um obstáculo importante: a estrutura acionária do Google. Mudanças significativas só aconteceriam com o aval dos fundadores Larry Page e Sergey Brin — e eles, até hoje, mantêm forte controle e apego ao legado que criaram.

Mas, como disse Adam Kovacevich, ex-executivo do Google: “Larry e Sergey gostam de movimentos ousados. Nunca diga nunca.”

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Google enfrenta cerco judicial e debate sobre monopólio – Imagem: bluestork / Shutterstock.com

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Conheça o novo aplicativo do Google que faz IA funcionar sem internet

Na semana passada, o Google lançou discretamente o AI Edge Gallery, um novo aplicativo experimental que permite executar modelos de inteligência artificial (IA) localmente em smartphones.

Disponível inicialmente para Android — com versão para iOS em breve — o app dá acesso a diversos modelos da plataforma Hugging Face, capazes de gerar imagens, responder perguntas, editar códigos e mais, tudo offline, sem necessidade de conexão à internet.

Com isso, o Google oferece alternativa mais privada e acessível, ideal para quem prefere não enviar dados a servidores remotos ou quer usar IA sem depender de conexão Wi-Fi ou celular.

Leia mais:

Acima, as telas de configurações iniciais do aplicativo em um dispositivo Android (Imagem: Google)

Aplicativo do Google possui diversas funcionalidades

  • Os modelos são processados diretamente pelo hardware dos dispositivos compatíveis, embora o desempenho varie conforme o poder de processamento e o tamanho do modelo utilizado;
  • O AI Edge Gallery, descrito pelo Google como uma “versão Alfa experimental“, pode ser baixado via GitHub e funciona sob a licença aberta Apache 2.0, permitindo uso comercial ou pessoal;
  • A interface do app traz atalhos para funções, como “Perguntar Imagem” e “Chat de IA”, além de um Prompt Lab, onde o usuário pode testar tarefas, como reescrever ou resumir textos, com ajustes personalizados de comportamento dos modelos.

Projeto colaborativo

O Google incentiva desenvolvedores a experimentarem a ferramenta e enviarem feedbacks, reforçando o caráter aberto e colaborativo do projeto. Essa iniciativa representa um passo importante rumo à IA local e acessível, ampliando o controle do usuário sobre suas interações com a tecnologia.

Com função de chat e outros recursos, aplicativo experimental executa modelos diretamente no celular e convida a comunidade a testar e contribuir (Imagem: Google)

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Amazon Fire TV Stick ajuda a pirataria? Entenda

Um estudo da agência britânica Enders Analysis, divulgado na sexta-feira (30), aponta o Amazon Fire TV Stick como um dos principais facilitadores da pirataria digital, sendo responsável por prejuízos bilionários à indústria audiovisual.

Segundo o levantamento, o dispositivo da Amazon, originalmente concebido para streaming legal, pode ser facilmente modificado (jailbreak) para reproduzir conteúdo protegido por direitos autorais, funcionando, na prática, como uma TV Box pirata.

Aparelho funcionaria como verdadeira TV Box pirata (Imagem gerada por IA/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)

O relatório, intitulado “Pirataria de vídeo: grandes empresas de tecnologia claramente não querem resolver o problema”, critica não apenas a Amazon, mas, também, Google, Microsoft e Meta por sua postura passiva diante do combate à pirataria.

A Enders Analysis denuncia que os sistemas de Digital Rights Management (DRM) de Google (Widevine) e Microsoft (PlayReady) estão obsoletos e comprometidos em vários níveis de segurança. A última grande atualização do PlayReady ocorreu em dezembro de 2022. Já o Facebook é citado por permitir anúncios que promovem transmissões ilegais em sua plataforma.

O estudo foca no mercado europeu, mas ressalta que a pirataria de conteúdo via streaming é um problema global, especialmente com a popularização de eventos ao vivo, como esportes.

Leia mais:

Detalhes da pesquisa que liga o Fire TV Stick à pirataria

  • Segundo a Sky Group, 59% dos consumidores de conteúdo pirata no Reino Unido em 2024 utilizaram um Fire TV Stick e o dispositivo seria responsável por cerca de metade da pirataria no país;
  • O diretor de operações da empresa, Nick Herm, afirmou, em fevereiro, que a Amazon não tem colaborado com a intensidade esperada;
  • Tom Burrows, chefe de direitos globais do DAZN, definiu, na mesma época, a situação como “quase uma crise para a indústria de direitos autorais do esporte”;
  • A pirataria também é impulsionada pela incerteza econômica e pelos altos custos de serviços de streaming. A BBC traz que, para assistir a todos os jogos da Premier League na temporada 2023/2024, por exemplo, torcedores britânicos precisaram desembolsar cerca de US$ 1.171 (R$ 6,64 mil, na conversão direta);
  • O aumento nos preços e a restrição de compartilhamento de contas também contribuem para esse cenário.

Apesar de a pirataria parecer alternativa mais acessível, o relatório alerta para os riscos: usuários podem ter seus dados pessoais expostos e dispositivos comprometidos com malwares.

Em resposta enviada ao ArsTechnica sobre o tema, a Amazon declarou que trabalha com parceiros do setor e autoridades para combater a pirataria.

A empresa informou estar implementando medidas, como a desativação do acesso remoto via Android Debug Bridge (ADB), reforço dos sistemas de DRM e emissão de alertas sobre riscos legais.

A longo prazo, a Amazon pretende substituir o sistema operacional Android do Fire TV Stick pelo Vega OS, baseado em Linux, que não permite a instalação de aplicativos piratas no formato APK.

Páginas de internet de Google, Meta, Amazon, Microsoft e Apple
Google, Meta e Microsoft também foram citadas pela pesquisa (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

O que dizem as citadas

O Olhar Digital entrou em contato com Amazon, Google, Meta e Microsoft e aguarda retorno.

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É monopólio? Google promete lutar contra decisão que pode mudar sua busca online

O juiz federal Amit Mehta iniciou na última sexta-feira (30) a fase final do julgamento antitruste contra o Google, questionando até onde deve ir para conter o domínio da empresa em buscas na internet. A big tech fez sua última defesa antes da decisão do Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos… mas já revelou que vai recorrer, dependendo de qual for o veredito.

Em publicação no X, o Google questionou as medidas propostas pelo DOJ, que (segundo a empresa) beneficiariam as companhias concorrentes, mas não os usuários.

Google é acusado de monopólio no setor de busca online

O Google enfrenta acusações de monopólio no setor de pesquisas online e publicidade, inclusive com acordos firmados com outras empresas para garantir sua superioridade. Por exemplo, a big tech paga cerca de US$ 20 bilhões por ano à Apple para ser o buscador padrão do Safari.

Em abril, um juiz federal já havia decidido que a companhia dominava ilegalmente o mercado de publicidade online, dizendo que a empresa deveria vender o Google Ad Manager. Veja os detalhes aqui.

Google também passou por julgamento antitruste no setor de publicidade (Imagem: Tada Images / Shutterstock)

No julgamento em andamento, o Departamento de Justiça e uma coalização de estados acreditam no monopólio da big tech no setor de pesquisa. Eles defendem que a empresa compartilhe os dados de pesquisa e encerre o contrato bilionário com a Apple e com outras fabricantes de smartphones para ser o buscador padrão.

O caso inclui até o Gemini: de acordo com o governo, a IA generativa tornou-se a nova porta de entrada para buscas online, sendo urgente impedir que o Google estabeleça uma posição dominante também nesse novo campo.

Já a empresa contesta as acusações, afirmando que o governo não provou que os contratos com as fabricantes sejam responsáveis por seu domínio de mercado.

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Antes mesmo da decisão sair, Google já prometeu recorrer (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

Big tech prometeu recorrer de decisão

Em uma sequência de publicações feitas no X (antigo Twitter) no sábado (31), o Google reafirmou sua defesa e prometeu recorrer da decisão do DOJ.

Entenda:

  • O Google questionou questões de privacidade que envolveriam o possível compartilhamento dos dados de pesquisas online (se isso se concretizar na decisão do Departamento);
  • Além disso, segundo a empresa, muitas questões foram deixadas em aberto. Por exemplo, quais dados ela seria forçada a compartilhar;
  • Outro ponto é que, para o Google, as medidas envolvendo dados de buscas online beneficiaram empresas concorrentes, mas não trariam melhorias reais para os usuários;
  • Já em relação à IA, a big tech destacou que o setor é competitivo e que está crescendo sem necessidade de intervenção do governo.

Enquanto o Departamento de Justiça defende o compartilhamento dos dados, o Google propõe mudanças mais brandas. Ao final da sequência de publicações, a empresa escreveu que vai esperar a decisão da Corte, mas que acredita que ela esteja errada e aguarda ansiosamente para recorrer da decisão.

A decisão final é esperada para agosto.

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Google enfrenta pressão judicial por monopólio e avanço na IA

O juiz federal Amit Mehta iniciou nesta sexta-feira (30) a fase final do julgamento antitruste contra o Google questionando até onde deve ir para conter o domínio da empresa em buscas na internet — incluindo possíveis restrições à sua atuação em inteligência artificial. As informações são do Wall Street Journal.

O Google já foi considerado monopolista por Mehta, que agora avalia propostas do Departamento de Justiça dos EUA para reequilibrar o mercado, como impedir o Google de promover seu chatbot Gemini e forçar mudanças em acordos com Apple, Mozilla e fabricantes de celulares Android.

Leia mais:

Justiça dos EUA estuda medidas para limitar atuação da empresa – Imagem: One Artist / Shutterstock

Detalhes do julgamento

  • Segundo o governo, a IA generativa, como o ChatGPT, tornou-se a nova porta de entrada para buscas online, o que torna urgente impedir que o Google estabeleça uma posição dominante também nesse novo campo.
  • A empresa paga cerca de US$ 20 bilhões por ano à Apple para ser o buscador padrão do Safari.
  • O Google contesta as acusações, afirmando que o governo não provou que seus contratos com fabricantes de dispositivos são responsáveis por seu domínio de mercado.
  • A empresa propõe mudanças mais brandas e promete recorrer de qualquer decisão desfavorável.

Decisão final sai em agosto

A decisão final, esperada para agosto, pode ter impacto profundo sobre o futuro das buscas online e o espaço que startups de IA terão para competir. Analistas veem o caso como o maior desafio à estrutura de poder do Google em duas décadas.

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Domínio do Google nas buscas entra em xeque com avanço da inteligência artificial – Imagem: Tada Images / Shutterstock

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