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China usa ‘estilingue gravitacional’ para resgatar satélites presos na órbita errada

Na noite de 15 de março, a China lançou dois satélites usando um foguete Long March-2C. No entanto, uma falha técnica impediu que eles chegassem à órbita correta. Sem energia suficiente, os equipamentos ficaram girando fora de controle e corriam risco de serem destruídos ao reentrar na atmosfera.

Durante quatro meses, engenheiros chineses tentaram resgatá-los. A solução veio com uma manobra conhecida como “estilingue gravitacional”. Usando a gravidade da Terra, da Lua e do Sol, os satélites foram redirecionados para a rota planejada.

De acordo com uma reportagem da CGTN, a técnica funciona como um empurrão cósmico: ao passar perto de corpos celestes, a gravidade deles altera o caminho dos objetos no espaço. Esse método, geralmente usado em missões distantes, foi aplicado pela primeira vez em uma situação de resgate em órbita próxima da Terra.

Renderização dos satélites resgatados. Crédito: CSU

A operação foi liderada pelo Centro de Tecnologia e Engenharia para Utilização Espacial (CSU), que desenvolveu a missão. A equipe foi dividida em dois grupos: um desacelerou a rotação dos satélites; o outro calculou a melhor rota para reverter o erro.

Zhang Hao, um dos líderes do projeto, contou que foi sua primeira missão de lançamento. Ele temia que o fracasso significasse a perda de anos de trabalho e milhões de dólares investidos – mas a equipe encontrou uma saída e evitou o desastre.

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Satélites da China resgatados vão atuar como sistema de navegação espacial

Os satélites, chamados DRO-A e DRO-B, agora operam ao lado do DRO-L, lançado anteriormente. Juntos, formam uma constelação que servirá como sistema de navegação espacial, ajudando a localizar espaçonaves de forma rápida e precisa.

Segundo o pesquisador Mao Xinyuan, esse sistema pode reduzir de dias para apenas três horas o tempo necessário para localizar uma nave. Isso também permitirá, no futuro, que espaçonaves sejam controladas automaticamente, sem depender tanto da Terra.

Esse avanço faz parte do plano chinês de ampliar sua atuação no espaço. A previsão é que, até 2030, o país envie missões tripuladas à Lua e construa uma estação de pesquisa lunar internacional. A nova tecnologia será essencial para esses objetivos ambiciosos.

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É por isso que os astronautas precisam de macas ao voltarem do espaço

Na última terça-feira (18), Sunita Williams e Butch Wilmore finalmente retornaram à Terra após mais de nove meses “presos” no espaço. A bordo da cápsula Dragon Freedoms, da SpaceX, os astronautas da NASA pousaram na costa do Golfo da Flórida e foram recebidos com macas – mas isso não envolveu nenhum ferimento ou doença. Qual é o motivo por trás das macas, então?

Entenda:

  • Ao retornarem para a Terra após mais de nove meses no espaço, os astronautas Sunita Williams e Butch Wilmore foram recebidos com macas;
  • A medida – que é obrigatória – serve para manter os astronautas protegidos;
  • Isso porque, com seu corpo acostumado às condições do espaço (como a falta de gravidade), eles voltam para a Terra com os músculos atrofiados, geralmente sentindo náusea e tontura.
Astronautas são recebidos com macas ao voltarem para a Terra. (Imagem: NASA Astronauts/X)

Ao alcançarem a Terra outra vez, muitos dos astronautas sequer querem ser carregados em macas. A medida, entretanto, é obrigatória: após algum tempo no espaço, seu corpo passa por tantas mudanças que você simplesmente não consegue sair da nave andando normalmente logo após o pouso.

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Astronautas são recebidos em macas na Terra para evitar tontura e náusea

Ao Live Science, John DeWitt, ex-cientista da NASA, explica que, na falta de gravidade do espaço, nosso corpo passa por uma série de mudanças. Isso inclui o sistema vestibular, localizado no ouvido interno e responsável pelo equilíbrio, que passa a ignorar alguns estímulos sensoriais enquanto o cérebro se adapta à ausência de peso. É comum, portanto, sentir enjoo temporário ao retornar à Terra.

Os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams ficaram “presos” no espaço durante nove meses. Crédito: NASA

Além disso, no espaço, não é preciso usar os músculos. Com isso, os astronautas também acabam enfrentando a atrofia muscular, voltando pra casa enfraquecidos. Para reduzir o problema, portanto, as equipes que passam longos períodos no espaço precisam seguir um programa rígido de exercícios todos os dias.

Sunita Williams e Butch Wilmore foram lançados ao espaço no dia 5 de junho de 2024, a bordo de uma cápsula Boeing Starliner, mas uma série de problemas – como defeitos nos propulsores – fizeram com que a nave fosse trazida de volta à Terra sem seus tripulantes. Em 18 de março, após mais de nove meses na Estação Espacial Internacional (ISS), Williams e Wilmore finalmente retornaram ao planeta em segurança.

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Gravidade pode ser ilusão? Nova teoria propõe explicação

A gravidade pode não ser uma força fundamental, mas um efeito emergente da entropia. Esse conceito, que mede a desordem dos sistemas, pode esconder a chave para unir relatividade e mecânica quântica. Um novo estudo sugere que a atração entre os corpos celestes pode ser apenas um reflexo de processos mais profundose essa ideia pode até explicar mistérios, como a matéria e a energia escuras.

A proposta vem da professora Ginestra Bianconi, da Queen Mary University of London (Inglaterra). Em seu estudo, publicado na Physical Review D, ela utiliza a entropia quântica relativa para redefinir a gravidade. A pesquisa sugere que a curvatura do espaço-tempo pode ser apenas um efeito de uma interação entrópica, o que ajudaria a explicar anomalias gravitacionais hoje atribuídas à matéria escura.

Matéria escura pode não existir — a resposta pode estar na entropia! (Imagem: Zita/Shutterstock)

O estudo também prevê uma constante cosmológica positiva, relacionada à energia escura. Além disso, introduz um campo G, capaz de modificar a gravidade e dispensar a necessidade da matéria escura. Se confirmada, essa ideia pode revolucionar nossa compreensão do Universo — e, finalmente, aproximar a relatividade da mecânica quântica.

Gravidade e entropia: conexão inesperada?

A entropia é a grande lei do caos: uma medida de desordem que, no Universo, só cresce com o tempo. Mas ela não se resume a bagunça — também está diretamente ligada à informação. E é nessa conexão que o estudo aposta para unir as duas gigantes da física.

A pesquisa usa um conceito chamado entropia quântica relativa para repensar a relação entre matéria e espaço-tempo. Em vez de ver a gravidade como uma força, a ideia é que ela surja naturalmente da interação entre esses elementos, como um efeito secundário da própria estrutura do cosmos.

Nos modelos clássicos, imaginamos o espaço-tempo como uma malha elástica deformada pela matéria. Mas, na prática, essa geometria é definida por uma métrica invisível, influenciada pela massa dos objetos. E se a chave para entender tudo isso estiver na informação, e não na força?

Leia mais:

Novo olhar sobre o cosmos

  • A proposta também mexe com outra peça fundamental do quebra-cabeça cósmico: a estrutura invisível do Universo;
  • O estudo sugere que a gravidade pode não precisar da matéria escura para explicar anomalias gravitacionais;
  • Em vez disso, o campo G modificaria a gravidade em escalas cósmicas, influenciando a rotação das galáxias sem a necessidade de uma substância oculta;
  • Outra implicação direta está na energia escura. O modelo prevê constante cosmológica emergente, que pode ser a chave para entender a aceleração da expansão do Universo;
  • Em vez de ser um ajuste arbitrário nas equações, essa constante surgiria naturalmente da interação entrópica entre espaço-tempo e matéria.

Se confirmadas, essas ideias podem indicar que os fenômenos mais misteriosos do cosmos não são causados por elementos invisíveis, mas por sutilezas profundas nas leis fundamentais da física.

Cosmos.
Campo G: nova peça no quebra-cabeça da gravidade? (Imagem: Atharv77/Shutterstock)

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