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Implante no cérebro? Entenda como é a cirurgia de Chico Buarque

O cantor Chico Buarque passou por uma cirurgia no crânio na terça-feira (03) no Hospital Copa Star, em Copacabana. O procedimento foi uma derivação ventrículo peritoneal (ou DVP), que consiste na implantação de uma válvula no cérebro para drenar líquidos em excesso.

A assessoria de imprensa de Buarque publicou nas redes sociais que a cirurgia correu com sucesso e que o artista está bem

Entenda o caso e como funciona a cirurgia no cérebro de Chico Buarque.

Cantor está no quarto, em observação, mas passa bem (Imagem: Instagram/Chico Buarque/Reprodução)

Cirurgia consiste em implante de válvula no cérebro

De acordo com O Globo, a necessidade de cirurgia em Chico Buarque foi detectada durante um check-up de rotina. O exame identificou excesso de líquido no crânio, uma condição chamada de hidrocefalia normobárica (ou de pressão normal).

A produção de líquidos no corpo humano é normal. No entanto, com a idade, há uma redução na absorção, causando acúmulo nos ventrículos cerebrais. O resultado é o aumento da pressão intracraniana (no crânio), que causa desequilíbrios, alterações cognitivas e possíveis distúrbios. A longo prazo, a condição pode afetar os movimentos e até a fala de Chico Buarque.

O procedimento recomendado foi a derivação ventrículo peritoneal, uma cirurgia que drena os líquidos acumulados. Na prática, funciona assim:

  • O procedimento consiste no implante de uma válvula dentro do ventrículo, que fica no centro do cérebro. Isso acontece através de um furo de cerca de 2 centímetros;
  • A válvula é ligada a um cateter, responsável por drenar o líquido para outras partes do corpo, permitindo a eliminação.
  • Informações exclusivas do O Globo revelaram que, no caso do artista, o cateter vai do cérebro até a barriga, por baixo da pele;
  • Então, quando a pressão craniana aumenta, a válvula abre e drena o excesso de líquido até a barriga. De lá, ele vai para a corrente sanguínea e pode ser eliminado através da urina.

Como o problema foi detectado logo no início, o procedimento pode ser agendado, sem urgência, evitando sequelas. A cirurgia é considerada de pequeno porte.

Tomografia computadorizada de um cérebro humano
Cirurgia é considerada pequena e com alta taxa de sucesso (Imagem: Triff/Shutterstock)

Procedimento foi simples e Chico Buarque passa bem

Nas redes sociais, a assessoria de Chico Buarque publicou uma nota explicando a condição do artista e afirmando que a cirurgia correu sem complicações.

Buarque ficou em observação no hospital durante o pós-operatório e tem previsão de alta nas 24 horas seguintes ao procedimento.

Nota da assessoria de Chico Buarque no Instagram do cantor (Imagem: Instagram/Chico Buarque/Reprodução)

O Hospital Copa Star também emitiu boletim médico, afirmando que a cirurgia conduzida pelo Dr. Paulo Niemeyer Filho transcorreu sem intercorrências.

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Implante de chip em humano é concluído — mas não pela Neuralink

A empresa de neurotecnologia Paradromics concluiu, com sucesso, seu primeiro implante de chip em um humano. O procedimento foi realizado em maio por uma equipe multidisciplinar de médicos e engenheiros na Universidade de Michigan (EUA).

A Interface Cérebro-Computador (BCI, na sigla em inglês) Connexus se tornou um concorrente de peso da Neuralink, startup de tecnologia cerebral de Elon Musk. O primeiro sistema da empresa, chamado Telepathy, foi implantado no ano passado em um paciente com paralisia.

O procedimento da Paradromics confirma que o sistema Connexus pode ser usado em humanos, após quase três anos de estudos pré-clínicos. O dispositivo não recebeu aprovação da FDA — assim como outros BCIs — e tem sido testado apenas como parte de pesquisas acadêmicas.

BCI pode removido intacto em menos de 20 minutos (Imagem: Divulgação/Paradromics)

Implante bem-sucedido

  • A colocação cirúrgica do dispositivo foi liderada pelo neurocirurgião e engenheiro biomédico da Universidade de Michigan, Matthew Willsey, juntamente com o cirurgião sênior de epilepsia Oren Sagher, com apoio de clínicos e engenheiros;
  • O BCI foi implantado durante uma cirurgia de resseção de epilepsia para entender melhor como a epilepsia influencia a sinalização cerebral;
  • De acordo com a empresa, o Connexus pode ser implantado com segurança, registrar sinais elétricos cerebrais e ser removido intacto em menos de 20 minutos, utilizando técnicas cirúrgicas familiares a neurocirurgiões do mundo todo.

“Meu laboratório está pesquisando como podemos usar plataformas de gravação BCI mais avançadas, como a Connexus BCI, para desenvolver a próxima geração de dispositivos de assistência motora e de fala“, disse Willsey. “Este trabalho nos aproxima um passo importante do fornecimento de tratamento a pacientes com necessidades médicas graves não atendidas.”

Leia mais:

Tecnologia consegue registrar a atividade neural em neurônios individuais (Imagem: Divulgação/Paradromics)

Planos para o futuro

O Connexus foi projetado para restaurar a comunicação de pessoas com deficiências motoras graves causadas por condições, como ELA, acidente vascular cerebral (AVC) do tronco cerebral e lesão da medula espinhal.

A tecnologia consegue registrar a atividade neural em neurônios individuais e utiliza inteligência artificial (IA) para traduzir sinais cerebrais em resultados acionáveis. 

A cirurgia marca o início dos esforços clínicos da Paradromics com o lançamento de um ensaio clínico planejado para o final deste ano para estudar o uso, a longo prazo, e a segurança do Connexus BCI, aguardando aprovação regulatória.

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Homem com ELA usa implante da Neuralink para se comunicar

Bradford Smith, um paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA), se tornou o primeiro paciente não verbal a utilizar um implante cerebral da Neuralink para se comunicar apenas com o pensamento. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa de Elon Musk e está em fase de testes clínicos com humanos desde 2024.

Impedido de se movimentar e de falar devido à progressão da doença, Smith publicou um vídeo em seu perfil no X (antigo Twitter) revelando que agora consegue “digitar com o cérebro”. Com a ajuda de inteligência artificial, ele narrou o conteúdo do vídeo usando uma versão clonada de sua própria voz.

Implante cerebral permite comunicação apenas com sinais neurais

O dispositivo da Neuralink, descrito por Smith como tendo o tamanho de cinco moedas empilhadas, é implantado diretamente no crânio. Fios flexíveis conectam o implante ao córtex motor, região do cérebro responsável pelo controle dos movimentos. Esses fios captam a atividade neural e transmitem os sinais sem fio para sistemas externos, onde algoritmos de aprendizado de máquina os convertem em comandos.

Visão expandida do implante N1 da Neuralink. (Imagem: Neuralink)

Smith é o terceiro ser humano no mundo a receber o implante e o primeiro com ELA a utilizá-lo como único meio de comunicação. “Sou o primeiro com ELA e o primeiro não verbal. Isso significa que dependo totalmente do dispositivo para me comunicar”, explicou. Ele destacou que o dispositivo lhe proporcionou “liberdade, esperança e comunicação mais rápida”.

Primeiros resultados mostram avanço no uso da IA com humanos

  • Em comunicado divulgado em fevereiro, a Neuralink afirmou que o paciente já usou o dispositivo para interagir em diversas situações cotidianas.
  • Isto inclui assistir à vitória do filho em uma competição de robótica, conversar com vizinhos no parque e até realizar uma palestra com sessão de perguntas e respostas para jovens em sua igreja local.
  • A empresa também informou que trabalha com Smith para desenvolver um sistema de comunicação do zero, combinando modelos de linguagem com novas estratégias de decodificação neural.
  • O objetivo é alcançar uma velocidade de conversação mais próxima do ritmo da fala natural.

Leia mais:

A Neuralink deu início aos testes em humanos após obter autorização da Food and Drug Administration (FDA) em maio de 2023. Segundo a empresa, os ensaios clínicos continuam ativos nos Estados Unidos e Canadá, com perspectivas de futuras investigações também no Reino Unido.

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Bradford Smith, o terceiro paciente a receber o implante cerebral da Neuralink (Imagem: Bradford Smith / X)

Smith finalizou sua publicação dizendo: “Estou digitando isso com meu cérebro. É meu principal meio de comunicação. Pergunte o que quiser!”.

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