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Fenabrave: Vendas de veículos sobem em maio, mas IOF preocupa

As vendas de veículos zero quilômetro aqueceram em maio, mas o setor pode enfrentar dificuldades em breve. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) avalia que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e a taxa Selic a 14,75% ao ano vão encarecer o crédito automotivo nos próximos meses.

“O desempenho do mercado automotivo, em maio, foi positivo, mesmo diante de um cenário macroeconômico nacional desafiador, que trouxe alta das taxas de juros e aumento do IOF”, afirmou Arcelio Junior, Presidente da Fenabrave.

Segundo ele, o crescimento do PIB no primeiro trimestre, atrelado ao agronegócio, e a desaceleração da inflação, contribuíram para o resultado positivo até agora.

Juros altos e alteração do IOF devem encarecer financiamentos de automóveis, diz entidade (Imagem: Felipe Cruz/iStock)

Impacto econômico

O aumento do IOF foi anunciado pelo governo federal com o objetivo de ampliar a arrecadação e compensar perdas fiscais. A medida pode afetar diretamente financiamentos de veículos, modalidade escolhida por 70% dos brasileiros para adquirir um carro novo, de acordo com a Fenabrave.

Com a alíquota de 3,5%, e não mais 0,38%, um financiamento de 36 ou 48 meses pode ter um impacto de mil reais no valor final do veículo, segundo o UOL. A diferença é ainda maior para carros de entrada e modelos populares, de acordo com a reportagem.

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À exceção de caminhões e implementos rodoviários, demais segmentos apresentaram dados positivos em maio (Imagem: Fábio Lemos/iStock)

Vendas aquecidas

A entidade divulgou nesta terça-feira (3) mais um balanço das vendas do setor: entre janeiro e maio de 2025, foram emplacadas 1.930.130 unidades, representando um crescimento de quase 8%, em relação a igual período de 2024.

À exceção de caminhões e implementos rodoviários, que tiveram queda acumulada, os demais segmentos apresentaram dados positivos de emplacamentos. Em maio, o setor cresceu 6,76% sobre abril e 16,48% na comparação com o mesmo mês de 2024. 

Os destaques do mês foram os segmentos de motocicletas, que registraram alta de 17,55% sobre maio de 2024, e automóveis e comerciais leves, com crescimento de 17,05% no mesmo comparativo. 

Valor final do veículo após financiamento pode encarecer mais de mil reais com alteração do IOF (Imagem: Jinda Noipho/iStock)

Caminhões, por outro lado, apresentaram retração de 5,01%, assim como implementos rodoviários, que acumularam redução de 13,12% em igual período.

A Fenabrave ressalta que na comparação dos cinco primeiros meses de 2024 X 2025, os números de dias úteis foram, respectivamente, de 105 dias X 102 dias. Em maio de 2025, tivemos 21 dias úteis, contra 20 dias úteis em abril. Em maio de 2024, foram 22 dias úteis.

“O fato de termos tido volume de dias úteis maior em 2024, na mesma base comparativa com 2025, mostra que estamos em um movimento positivo. Mas alguns fatores estão preocupando e podem comprometer as projeções da Fenabrave, ao longo deste ano”, alerta Arcelio Junior.

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O que é IOF e como isso se relaciona com compras e investimentos?

Na última quinta-feira (22), o Governo Federal anunciou que iria realizar mudanças imediatas no IOF, incluindo a unificação, aumento e criação de alíquotas. Porém, após diversas críticas, houve um recuo no plano e, assim, parte dos aumentos foram revogados. Mas, afinal, o que realmente é o IOF? Nas linhas a seguir, o Olhar Digital traz todos os detalhes sobre esse imposto.

O que é o IOF?

O IOF é um imposto federal obrigatório que trabalha como um “regularizador da macroeconomia”. Tanto pessoas jurídicas quanto físicas podem pagá-lo. Você, por exemplo, muito provavelmente já teve contato com esse tributo, seja em sua fatura do cartão de crédito ou extrato do banco quando e, se utilizou, o cheque especial. 

Apesar de o significado da sigla ser “Imposto sobre Operações Financeiras”, o seu nome completo é “Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários”. Dessa forma, ele incide sobre todas as operações citadas acima.

Sendo assim, ele é um imposto muito comum no dia a dia dos brasileiros, já que pode ser encontrado em operações financeiras muito simples e também em transações que envolvam valores bem altos.

Ilustração que remete a imposto (Imagem: Pexels)

Este tributo é responsável por dar receita para a União e ainda permite que o governo identifique a quantidade de demanda por crédito no Brasil, funcionando como uma maneira de medir a economia do país. A lógica é que a quantidade de IOF arrecadado indica o quanto de transação financeira aconteceu em um determinado período de medição.

É importante ressaltar que a alíquota do IOF pode variar conforme o tipo de operação. Além disso, ela pode ser fixa ou variável. Um exemplo são as ações de crédito, como o empréstimo pessoal, que tem uma taxa variável conforme o prazo da operação. 

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Em quais operações o IOF é cobrado?

  • Compras internacionais com cartão de crédito ou débito;
  • Operações de câmbio: compras de dólar, euro ou outra moeda estrangeira;
  • Seguros: nesse caso o imposto a ser cobrado varia, pois depende do tipo de seguro, como os de vida, saúde e bens);
  • Resgate de investimentos: títulos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDBs, que têm a incidência de IOF nos rendimentos em resgates antes dos 30 dias da aplicação;
  • Operações de crédito: aplicado tanto para pessoas físicas quanto jurídicas em transações como empréstimos e financiamentos.
Cartão de crédito, pagamento
Imagem: Teerasak Ladnongkhun/Shutterstock

Mudanças nas alíquotas do IOF

As alíquotas e maneira de calcular o imposto dependem do tipo de operação financeira realizada. Além disso, as taxas são estabelecidas pelo Governo Federal. Veja a seguir quais foram as mudanças!

Compras internacionais com cartão de crédito ou débito

Neste tipo de operação, o Governo Federal estabeleceu na quinta-feira (22) uma alíquota unificada de 3,5% para cartões de crédito e débitos internacionais, cartões pré-pagos internacionais, compra de moeda estrangeira em espécie, cheques de viagem e remessas para contas no exterior. 

Operações de crédito para empresas

A nova medida também mexeu nessa alíquota, tirando ela de 0,38% para 0,95% de alíquota em concessões de crédito ou financiamento feito por pessoa jurídica na hora da contratação. Além disso, a taxa diária teve uma elevação para 0,0082, com o teto ao ano estabelecido em 3%.

Quem é integrante do Simples Nacional e vai realizar uma operação de até R$ 30 mil, passará a ter que pagar a alíquota de 0,95% na hora da contratação, tendo que arcar com taxa de 0,00274% ao dia e, no máximo, 1,95% ao ano.

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Divulgação: Simples Nacional

Seguro de vida no modelo VGBL

Foi retirada a isenção do seguro de vida no modelo VGBL. Agora, deve ser cobrado uma taxa de 5% para aportes mensais que ultrapassem os R$ 50 mil. 

O que o IOF tem a ver com compras e investimentos estrangeiros?

O IOF é responsável por aumentar o valor desse tipo de operação, pois o governo brasileiro tem como objetivo arrecadar recursos e ter melhor controle sobre o fluxo nas divisas estrangeiras. Essa é uma tentativa de regular a entrada e saída de moeda do país. 

Isso impacta diretamente nas compras internacionais com cartão de crédito ou débito, além da aquisição de moeda estrangeira e conversão de moedas. Como já citado neste conteúdo, a mudança do governo traz uma nova alíquota unificada de 3,5% nesses tipos de operações. 

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