GLM Digital: Seu portal para um universo de descobertas online. Navegue por uma seleção cuidadosamente curada de produtos que inspiram e facilitam o seu dia a dia. Mais que uma loja, somos um ponto de encontro digital onde qualidade, variedade e uma experiência de compra intuitiva se unem para transformar seus desejos em realidade, com a conveniência que só o online pode oferecer.
Novos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam para a grave situação da Amazônia. Além disso, revelam os impactos das mudanças climáticas neste fundamental bioma.
O levantamento destaca que o desmatamento na região aumentou 91% no mês de maio, atingindo 960 km². O número é o segundo pior da série histórica para o mês, atrás apenas do ano de 2021, quando 1.391 km² estavam ameaçados.
Números acendem um alerta para a situação na Amazônia (Imagem: Photo Spirit/Shutterstock)
Fogo foi o principal causador do desmatamento em maio
De acordo com o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, o trabalho revela que a floresta tropical está sofrendo um impacto “muito grande” da mudança climática. Ele afirmou que “os dados infelizmente começam a aparecer agora”.
Para se ter uma ideia, em maio do ano passado o desmatamento atingiu 502 km² de floresta. Já considerando os últimos dez meses, de agosto à maio desde ano, houve aumento de 9,7% na área desmatada.
Número de incêndios no bioma tem aumentado (Imagem: Toa55/Shutterstock)
Capobianco ainda explicou que a proporção de desmatamento em vegetação nativa atingida por incêndios aumentou de 10%, em 2023, para 23,7% neste ano. E que, em maio, o fogo foi o principal causador da devastação na floresta.
O impacto dos incêndios florestais ao longo da história foi relativamente baixo sobre a taxa de desmatamento. Mas, agora, com o agravamento das mudanças climáticas, com a maior fragilidade da cobertura florestal, primária inclusive, estamos começando a assistir uma mudança de cenário.
João Paulo Capobianco, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Efeitos das mudanças climáticas propiciam aumento do desmatamento (Imagem: PARALAXIS/Shutterstock)
Muitos incêndios são causados pela atividade humana
Apesar do aumento do número de focos de incêndio na Amazônia ter ligação direta com os efeitos das mudanças climáticas, isso não exclui os impactos da atividade humana.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), nove mil propriedades foram notificadas por relação com os incêndios no bioma
Foram aplicadas multas que totalizam R$ 3 bilhões.
Além disso, foi reforçada a fiscalização com mais helicópteros e viaturas.
Para o combate ao fogo, o governo prevê a maior estrutura da história, com ampliação das equipes e repasse de R$ 405 milhões aos estados da Amazônia Legal.
Los Angeles está novamente em chamas. Nas últimas semanas, o fogo que começou em áreas de vegetação rasteira acabou avançando para zonas urbanas, destruindo casas, poluindo o ar e colocando a vida de milhares de pessoas em risco.
Essa situação, que se repete ano após ano, nos leva a refletir sobre como os incêndios florestais acontecem, por que se espalham tão rapidamente e o que podemos fazer para evitá-los ou pelo menos reduzir seus impactos. Mas o que realmente é um incêndio florestal e como ele ocorre?
Como e por que acontecem os incêndios florestais?
Os incêndios florestais são fenômenos complexos, alimentados por uma combinação de fatores ambientais, climáticos e humanos. Mesmo que comecem pequenos, podem se transformar rapidamente em desastres de grandes proporções.
O que é um incêndio florestal?
Incêndio na Amazônia. Crédito: Toa55/Shutterstock
Um incêndio florestal é um fogo não controlado que se espalha rapidamente por áreas de vegetação, como matas, florestas, campos e cerrados. Ao contrário de uma queimada controlada, usada em algumas práticas agrícolas com supervisão, o incêndio florestal costuma começar de forma inesperada, geralmente em regiões secas, e pode crescer até atingir proporções catastróficas.
O fogo consome tudo o que encontra pelo caminho: folhas, troncos, raízes, galhos, arbustos e, em muitos casos, áreas de pastagem, plantações e até construções próximas. Com a vegetação seca servindo como combustível, as chamas podem ganhar força rapidamente e se espalhar por quilômetros em poucas horas, especialmente quando há vento forte.
Além de causar danos ambientais e econômicos, os incêndios florestais também representam sérios riscos à saúde humana, à fauna silvestre e à biodiversidade. A fumaça gerada pode se espalhar por grandes distâncias, afetando a qualidade do ar até em cidades distantes do foco do incêndio. Por isso, são considerados um dos desastres ambientais mais perigosos e difíceis de controlar.
Como e por que eles ocorrem?
Combate a incêndios na Terra Indígena do Xingu em setembro de 2024. (Foto: João Stangherlin/Ibama)
Todo incêndio precisa de três elementos: combustível (como folhas secas e vegetação morta), oxigênio (presente no ar) e uma fonte de calor (como um raio ou uma bituca de cigarro acesa). Quando esses três fatores se combinam em condições ideais, o fogo começa e pode se espalhar com rapidez, especialmente se houver vento forte e tempo seco.
Mudanças climáticas têm intensificado esses eventos. O aumento da temperatura global, a redução da umidade relativa do ar e o prolongamento das estações secas tornam o ambiente ainda mais propenso ao fogo. O desmatamento e a queima proposital de vegetação para fins agrícolas também contribuem para agravar o problema.
Variáveis que contribuem para os incêndios
Entre os principais fatores que favorecem os incêndios florestais estão:
Clima seco e quente;
Presença de material combustível como folhas secas e galhos;
Ventos fortes;
Topografia inclinada;
Ações humanas como queimadas, fogueiras e faíscas acidentais.
Como o fogo se espalha e quanto tempo dura
O fogo se propaga com mais intensidade em áreas com vegetação densa e seca, principalmente quando há vento. Em algumas situações, as chamas podem atingir mais de 20 metros de altura e avançar por dezenas de quilômetros. Incêndios florestais podem durar dias, semanas ou até meses, dependendo das condições do tempo e da dificuldade de acesso às áreas atingidas.
Consequências para o meio ambiente e para os humanos
Pessoas com doenças, como asma e bronquite, são mais vulneráveis aos efeitos da fumaça causada por incêndios. Imagem: JOURNEY STUDIO7 / Shutterstock
As consequências de um incêndio florestal vão muito além do que é visível a olho nu. No meio ambiente, os danos são imensos: a destruição de habitats naturais coloca em risco a sobrevivência de diversas espécies, muitas das quais já são ameaçadas de extinção.
Animais silvestres podem morrer queimados, sofrer lesões graves ou perder completamente seu território, o que leva a desequilíbrios ecológicos duradouros.
Além disso, o solo queima e perde nutrientes, tornando-se menos fértil e mais propenso à erosão. Rios e nascentes podem ser contaminados por cinzas e sedimentos, comprometendo a qualidade da água.
Para os seres humanos, os impactos também são severos. Cidades próximas às áreas afetadas enfrentam sérios problemas de saúde pública devido à fumaça densa, rica em partículas finas que agravam doenças respiratórias como asma, bronquite e até infecções pulmonares. Crianças, idosos e pessoas com problemas crônicos são os mais vulneráveis. A visibilidade nas estradas é reduzida, aumentando o risco de acidentes.
Além disso, os incêndios causam prejuízos econômicos consideráveis: propriedades inteiras são destruídas, plantações são perdidas e a infraestrutura local pode ser comprometida, afetando o abastecimento de energia, transporte e comunicação.
Em regiões onde os incêndios são frequentes, como no oeste dos Estados Unidos, muitas famílias vivem em constante estado de alerta e sob risco de evacuação, o que impacta o bem-estar mental e emocional da população.
O trauma gerado por perdas materiais e deslocamento forçado pode durar anos. Incêndios florestais, portanto, não são apenas desastres naturais: são crises ambientais, sociais e econômicas que exigem planejamento, prevenção e resposta rápida.
Os incêndios florestais urbanos têm se tornado cada vez mais comuns devido ao crescimento desordenado das cidades, às mudanças climáticas e ao aumento de eventos extremos, como secas prolongadas e ondas de calor.
Embora o fogo em si represente um perigo imediato, a perigosa fumaça gerada em um incêndio florestal urbanos pode ser ainda mais prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente. Diferente da fumaça de incêndios em áreas naturais isoladas, a fumaça de incêndios florestais urbanos contém uma combinação ainda mais tóxica de partículas finas, metais pesados e compostos químicos nocivos.
O que são incêndios florestais urbanos?
Os incêndios florestais urbanos ocorrem em áreas onde há uma sobreposição entre vegetação natural e estruturas urbanas, como casas, edifícios e indústrias. Diferente dos incêndios em florestas remotas, esses incêndios apresentam um risco ampliado porque além da vegetação seca, o fogo consome materiais de construção, plásticos, produtos químicos industriais e outros resíduos urbanos.
Isso resulta em uma combustão mais complexa e em uma fumaça altamente tóxica, que pode afetar não apenas os moradores locais, mas também cidades vizinhas, dependendo da direção dos ventos.
Esses incêndios são particularmente difíceis de combater, pois a proximidade com áreas habitadas aumenta os riscos para bombeiros e moradores, além de dificultar a contenção das chamas. O crescimento urbano próximo a florestas e a falta de planejamento adequado tornam essas regiões altamente vulneráveis a incêndios catastróficos.
Por que a fumaça de incêndios florestais urbanos é tão perigosa?
Qualquer bombeiro vai responder para você que em um incêndio o que mata, muitas vezes não é nem o fogo e nem as altas temperaturas. O maior inimigo da vida em um incêndio é a fumaça. O fogo é definido como o decaimento rápido de um combustível que gera calor e luz, o que sobra, a fuligem é então projetada pelo ar quente e se espalha pelos ambientes.
Essas partículas de fuligem em contato com a mucosa das vias respiratórias do corpo humano vão causar uma série de problemas já que não absorvidas pelo corpo. Asfixia, queimaduras graves, intoxicação e envenenamento são apenas alguns dos problemas causados pela inalação de fumaça.
Pessoas com doenças, como asma e bronquite, são mais vulneráveis aos efeitos da fumaça causada por incêndios. Imagem: JOURNEY STUDIO7 / Shutterstock
A perigosa fumaça de um incêndio florestal urbano contém uma mistura de partículas finas (PM2.5 e PM10), gases tóxicos e produtos químicos perigosos, tornando-a extremamente prejudicial para a saúde humana.
Diferente da fumaça de incêndios em áreas exclusivamente florestais, a queima de materiais urbanos adiciona componentes altamente nocivos ao ar, como metais pesados, dioxinas e compostos orgânicos voláteis (COVs).
A combustão de materiais urbanos libera gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e dióxido de enxofre (SO₂).
O monóxido de carbono reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, levando a sintomas como tontura, fadiga e, em casos graves, morte por asfixia. Já os óxidos de nitrogênio podem provocar inflamações pulmonares e aumentar o risco de infecções respiratórias.
Quando plásticos, tintas e produtos industriais pegam fogo, liberam substâncias tóxicas, incluindo metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio, além de compostos orgânicos voláteis e dioxinas. Esses elementos são altamente tóxicos e podem causar danos ao sistema nervoso, além de estarem associados a um maior risco de câncer.
Danos para a saúde e o meio ambiente
(Imagem: eley archive / Shutterstock.com)
Estudos mostram que a exposição contínua à fumaça de incêndios urbanos aumenta o risco de ataques cardíacos, arritmias e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Isso ocorre porque a inflamação causada pelas partículas finas e pelos gases tóxicos afeta a circulação sanguínea e pode levar à formação de coágulos.
Além disso, a exposição prolongada pode comprometer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções e doenças crônicas.
Além disso, essa fumaça contém substâncias que contribuem para o agravamento do efeito estufa e podem impactar ecossistemas inteiros, prejudicando a qualidade do solo e da água. Isso acontece porque partículas tóxicas podem se depositar em rios e lagos, contaminando a água utilizada para consumo e irrigação.
Diante desses riscos, especialistas recomendam medidas preventivas, como evacuações rápidas, uso de máscaras adequadas (como N95), filtros de ar em ambientes fechados e monitoramento constante da qualidade do ar.
Além disso, políticas públicas voltadas para o manejo responsável das áreas de interface entre florestas e cidades podem ajudar a reduzir a incidência desses incêndios e seus impactos devastadores.