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Como e por que acontecem incêndios florestais?

Los Angeles está novamente em chamas. Nas últimas semanas, o fogo que começou em áreas de vegetação rasteira acabou avançando para zonas urbanas, destruindo casas, poluindo o ar e colocando a vida de milhares de pessoas em risco.

Essa situação, que se repete ano após ano, nos leva a refletir sobre como os incêndios florestais acontecem, por que se espalham tão rapidamente e o que podemos fazer para evitá-los ou pelo menos reduzir seus impactos. Mas o que realmente é um incêndio florestal e como ele ocorre?

Como e por que acontecem os incêndios florestais?

Os incêndios florestais são fenômenos complexos, alimentados por uma combinação de fatores ambientais, climáticos e humanos. Mesmo que comecem pequenos, podem se transformar rapidamente em desastres de grandes proporções.

O que é um incêndio florestal?

Incêndio na Amazônia. Crédito: Toa55/Shutterstock

Um incêndio florestal é um fogo não controlado que se espalha rapidamente por áreas de vegetação, como matas, florestas, campos e cerrados. Ao contrário de uma queimada controlada, usada em algumas práticas agrícolas com supervisão, o incêndio florestal costuma começar de forma inesperada, geralmente em regiões secas, e pode crescer até atingir proporções catastróficas.

O fogo consome tudo o que encontra pelo caminho: folhas, troncos, raízes, galhos, arbustos e, em muitos casos, áreas de pastagem, plantações e até construções próximas. Com a vegetação seca servindo como combustível, as chamas podem ganhar força rapidamente e se espalhar por quilômetros em poucas horas, especialmente quando há vento forte.

Além de causar danos ambientais e econômicos, os incêndios florestais também representam sérios riscos à saúde humana, à fauna silvestre e à biodiversidade. A fumaça gerada pode se espalhar por grandes distâncias, afetando a qualidade do ar até em cidades distantes do foco do incêndio. Por isso, são considerados um dos desastres ambientais mais perigosos e difíceis de controlar.

Como e por que eles ocorrem?

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Combate a incêndios na Terra Indígena do Xingu em setembro de 2024. (Foto: João Stangherlin/Ibama)

Todo incêndio precisa de três elementos: combustível (como folhas secas e vegetação morta), oxigênio (presente no ar) e uma fonte de calor (como um raio ou uma bituca de cigarro acesa). Quando esses três fatores se combinam em condições ideais, o fogo começa e pode se espalhar com rapidez, especialmente se houver vento forte e tempo seco.

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Mudanças climáticas têm intensificado esses eventos. O aumento da temperatura global, a redução da umidade relativa do ar e o prolongamento das estações secas tornam o ambiente ainda mais propenso ao fogo. O desmatamento e a queima proposital de vegetação para fins agrícolas também contribuem para agravar o problema.

Variáveis que contribuem para os incêndios

Entre os principais fatores que favorecem os incêndios florestais estão:

  • Clima seco e quente;
  • Presença de material combustível como folhas secas e galhos;
  • Ventos fortes;
  • Topografia inclinada;
  • Ações humanas como queimadas, fogueiras e faíscas acidentais.

Como o fogo se espalha e quanto tempo dura

O fogo se propaga com mais intensidade em áreas com vegetação densa e seca, principalmente quando há vento. Em algumas situações, as chamas podem atingir mais de 20 metros de altura e avançar por dezenas de quilômetros. Incêndios florestais podem durar dias, semanas ou até meses, dependendo das condições do tempo e da dificuldade de acesso às áreas atingidas.

Consequências para o meio ambiente e para os humanos

Efeitos da fumaça no corpo
Pessoas com doenças, como asma e bronquite, são mais vulneráveis aos efeitos da fumaça causada por incêndios. Imagem: JOURNEY STUDIO7 / Shutterstock

As consequências de um incêndio florestal vão muito além do que é visível a olho nu. No meio ambiente, os danos são imensos: a destruição de habitats naturais coloca em risco a sobrevivência de diversas espécies, muitas das quais já são ameaçadas de extinção.

Animais silvestres podem morrer queimados, sofrer lesões graves ou perder completamente seu território, o que leva a desequilíbrios ecológicos duradouros.

Além disso, o solo queima e perde nutrientes, tornando-se menos fértil e mais propenso à erosão. Rios e nascentes podem ser contaminados por cinzas e sedimentos, comprometendo a qualidade da água.

Para os seres humanos, os impactos também são severos. Cidades próximas às áreas afetadas enfrentam sérios problemas de saúde pública devido à fumaça densa, rica em partículas finas que agravam doenças respiratórias como asma, bronquite e até infecções pulmonares. Crianças, idosos e pessoas com problemas crônicos são os mais vulneráveis. A visibilidade nas estradas é reduzida, aumentando o risco de acidentes.

Além disso, os incêndios causam prejuízos econômicos consideráveis: propriedades inteiras são destruídas, plantações são perdidas e a infraestrutura local pode ser comprometida, afetando o abastecimento de energia, transporte e comunicação.

Em regiões onde os incêndios são frequentes, como no oeste dos Estados Unidos, muitas famílias vivem em constante estado de alerta e sob risco de evacuação, o que impacta o bem-estar mental e emocional da população.

O trauma gerado por perdas materiais e deslocamento forçado pode durar anos. Incêndios florestais, portanto, não são apenas desastres naturais: são crises ambientais, sociais e econômicas que exigem planejamento, prevenção e resposta rápida.

Com informações de Earth.org.

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Por que a fumaça de incêndios florestais urbanos é tão perigosa?

Os incêndios florestais urbanos têm se tornado cada vez mais comuns devido ao crescimento desordenado das cidades, às mudanças climáticas e ao aumento de eventos extremos, como secas prolongadas e ondas de calor.

Embora o fogo em si represente um perigo imediato, a perigosa fumaça gerada em um incêndio florestal urbanos pode ser ainda mais prejudicial à saúde humana e ao meio ambiente. Diferente da fumaça de incêndios em áreas naturais isoladas, a fumaça de incêndios florestais urbanos contém uma combinação ainda mais tóxica de partículas finas, metais pesados e compostos químicos nocivos.

O que são incêndios florestais urbanos?

Os incêndios florestais urbanos ocorrem em áreas onde há uma sobreposição entre vegetação natural e estruturas urbanas, como casas, edifícios e indústrias. Diferente dos incêndios em florestas remotas, esses incêndios apresentam um risco ampliado porque além da vegetação seca, o fogo consome materiais de construção, plásticos, produtos químicos industriais e outros resíduos urbanos.

Isso resulta em uma combustão mais complexa e em uma fumaça altamente tóxica, que pode afetar não apenas os moradores locais, mas também cidades vizinhas, dependendo da direção dos ventos.

Esses incêndios são particularmente difíceis de combater, pois a proximidade com áreas habitadas aumenta os riscos para bombeiros e moradores, além de dificultar a contenção das chamas. O crescimento urbano próximo a florestas e a falta de planejamento adequado tornam essas regiões altamente vulneráveis a incêndios catastróficos.

Por que a fumaça de incêndios florestais urbanos é tão perigosa?

Qualquer bombeiro vai responder para você que em um incêndio o que mata, muitas vezes não é nem o fogo e nem as altas temperaturas. O maior inimigo da vida em um incêndio é a fumaça. O fogo é definido como o decaimento rápido de um combustível que gera calor e luz, o que sobra, a fuligem é então projetada pelo ar quente e se espalha pelos ambientes.

Essas partículas de fuligem em contato com a mucosa das vias respiratórias do corpo humano vão causar uma série de problemas já que não absorvidas pelo corpo. Asfixia, queimaduras graves, intoxicação e envenenamento são apenas alguns dos problemas causados pela inalação de fumaça.

Pessoas com doenças, como asma e bronquite, são mais vulneráveis aos efeitos da fumaça causada por incêndios. Imagem: JOURNEY STUDIO7 / Shutterstock

A perigosa fumaça de um incêndio florestal urbano contém uma mistura de partículas finas (PM2.5 e PM10), gases tóxicos e produtos químicos perigosos, tornando-a extremamente prejudicial para a saúde humana.

Diferente da fumaça de incêndios em áreas exclusivamente florestais, a queima de materiais urbanos adiciona componentes altamente nocivos ao ar, como metais pesados, dioxinas e compostos orgânicos voláteis (COVs).

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A combustão de materiais urbanos libera gases tóxicos, como monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e dióxido de enxofre (SO₂).

O monóxido de carbono reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, levando a sintomas como tontura, fadiga e, em casos graves, morte por asfixia. Já os óxidos de nitrogênio podem provocar inflamações pulmonares e aumentar o risco de infecções respiratórias.

Quando plásticos, tintas e produtos industriais pegam fogo, liberam substâncias tóxicas, incluindo metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio, além de compostos orgânicos voláteis e dioxinas. Esses elementos são altamente tóxicos e podem causar danos ao sistema nervoso, além de estarem associados a um maior risco de câncer.

Danos para a saúde e o meio ambiente

(Imagem: eley archive / Shutterstock.com)

Estudos mostram que a exposição contínua à fumaça de incêndios urbanos aumenta o risco de ataques cardíacos, arritmias e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Isso ocorre porque a inflamação causada pelas partículas finas e pelos gases tóxicos afeta a circulação sanguínea e pode levar à formação de coágulos.

Além disso, a exposição prolongada pode comprometer o sistema imunológico, tornando o organismo mais suscetível a infecções e doenças crônicas.

Além disso, essa fumaça contém substâncias que contribuem para o agravamento do efeito estufa e podem impactar ecossistemas inteiros, prejudicando a qualidade do solo e da água. Isso acontece porque partículas tóxicas podem se depositar em rios e lagos, contaminando a água utilizada para consumo e irrigação.

Diante desses riscos, especialistas recomendam medidas preventivas, como evacuações rápidas, uso de máscaras adequadas (como N95), filtros de ar em ambientes fechados e monitoramento constante da qualidade do ar.

Além disso, políticas públicas voltadas para o manejo responsável das áreas de interface entre florestas e cidades podem ajudar a reduzir a incidência desses incêndios e seus impactos devastadores.

Com informações de EPA (Environmental Protection Agency).

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