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Como criadores estão reinventando o marketing com tecnologia e IA

Com o marketing de influência projetado para atingir impressionantes 139 bilhões de dólares em investimentos anuais até 2030, uma questão se destaca: como as marcas podem navegar neste vasto oceano de oportunidades e alcançar resultados significativos?

Nohoa Arcanjo, CEO e cofundadora da Creators Platform LLC, trouxe luz a essa questão em sua palestra no Spotlight 2025, evento que celebrou os 20 anos do Olhar Digital, explorando o potencial dos criadores de nicho, da IA (inteligência artificial) e desmistificando a ideia de que o marketing de influência ainda é sinônimo de caos.

“Em 2025, não estamos mais aqui discutindo se o marketing de influência funciona ou não. A ideia é entendermos como vamos destravar a próxima evolução”, afirma Nohoa – destacando a necessidade de evoluir as estratégias e abraçar as mudanças do mercado.

O poder dos micro e nano criadores como propulsores de confiança e conversão

Enquanto o Brasil ostenta 20 milhões de criadores de conteúdo, apenas 1% deles ultrapassa a marca de 100 mil seguidores. Nohoa argumenta que é preciso ir além dos grandes influenciadores e explorar o vasto potencial dos micro e nano criadores: “O poder está na base. É por isso que estamos falando de micro e nano criadores que conectam melhor e geram mais confiança na audiência”.

Dados apresentados pela especialista reforçam essa tese: criadores de nicho geram cerca de 60% mais engajamento e quatro vezes mais conversão em vendas, além de desfrutarem da confiança de 90% dos consumidores.

Nohoa Arcanjo nos convida a repensar o papel dos criadores de nicho e a abraçar as novas possibilidades. (Imagem: João Neto/Reprodução)

A chave para esse sucesso reside na capacidade desses criadores de construir comunidades engajadas e relevantes. Nohoa destaca a importância de considerar a comunidade como um pilar fundamental da estratégia de influência: “A gente sempre tem a marca, a gente tem os criadores, mas a gente tem que olhar também para as comunidades desses criadores, para as audiências deles”.

Identificar valores comuns com a audiência é o que gera influência genuína, permitindo que a marca se torne parte ativa da conversa.

Gerenciar um squad gigante de micro e nano criadores, no entanto, pode ser desafiador, com dificuldades como fragmentação de informações, ROI incerto e complexidade operacional. Nohoa aponta a tecnologia como a solução para superar esses obstáculos: “Tecnologia é o diferencial para organizar toda essa escalada”.

Plataformas de busca inteligente, métricas em tempo real e inteligência artificial na criação de conteúdo são ferramentas que permitem otimizar o processo e alcançar resultados mais expressivos.

Diversidade como vetor de conexão e fidelização

Em um mundo cada vez mais consciente da importância da diversidade, Nohoa ressalta que abraçar a pluralidade também é uma estratégia inteligente: “Diversidade é sempre uma boa ideia”. Pesquisas mostram que 57% dos consumidores são mais fiéis a marcas que promovem grupos minoritários, e 80% dos consumidores brasileiros acreditam que a comunicação diversa demonstra respeito.

Com tecnologia, estratégia e um olhar atento para as comunidades, as marcas podem transformar o caos em escala e alcançar resultados. (Imagem: João Neto/Reprodução)

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Dados, comunidade, criadores e IA: o futuro da influência

Nohoa vislumbra um futuro onde a chamada influência 4.0 é impulsionada por dados, comunidade, criadores e inteligência artificial: “O marketing de influência hoje, ele é sobre tecnologia. E quem não se adaptar vai ficar invisível de verdade”.

A IA, por exemplo, surge como ferramenta de otimização de conteúdo, permitindo a criadores e marcas a otimização de conteúdos e alcance de melhores resultados.

“O marketing de influência hoje, ele é sobre tecnologia. E quem não se adaptar vai ficar invisível de verdade”, diz a especialista. (Imagem: João Neto/Reprodução)

Cases de sucesso

Nohoa compartilhou ainda alguns cases de sucesso que ilustram o poder dos criadores de nicho e a importância de estratégias inovadoras.

  • A Glossier, marca de beleza que transformou clientes em influenciadores, alcançou um valuation de 1,2 bilhões de dólares em cinco anos.
  • A Samsung, com uma campanha que incentivou a busca no Google por informações sobre seu celular dobrável, aumentou as buscas em 600% e as vendas em 35%.
  • E a CeraVe, com uma estratégia que gerou dúvidas sobre a origem da marca, aumentou as buscas em 2.200% e as vendas em 25%.

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Quadro feito com IA é leiloado por mais de R$ 1 milhão

A obra “Machine Hallucinations – ISS Dreams – A“, de Refik Anadol, foi vendida por US$ 227,2 mil (aproximadamente R$ 1,3 milhão) num leilão on-line da Christie’s encerrado na quarta-feira (05). Este foi o primeiro inteiramente dedicado a obras de arte criadas com inteligência artificial (IA).

O quadro de Anadol foi o que arrematou o maior valor no leilão, realizado entre 20 de fevereiro e 5 de março. O valor ficou acima das expectativas da casa de leilões, mas foi um ponto fora da curva. “Emerging Faces”, de Pindar Van Arman, era outra obra de destaque do leilão. E esta não recebeu um lance sequer.

Leilão de obras feitas com IA angaria mais de US$ 700 mil – e gera polêmica

No total, o leilão angariou aproximadamente US$ 729 mil (R$ 4,2 milhões), segundo a página dedicada a ele no site da Christie’s. O valor ficou acima da expectativa (US$ 600 mil). Mas 14 dos 34 lotes não receberam lances suficientes ou foram vendidos por valores abaixo das estimativas da Christie’s.

14 dos 34 lotes com obras feitas com IA não receberam lances suficientes ou foram leiloados por valores abaixo das estimativas (Imagem: Reprodução/Christie’s)

“Com este projeto, nosso objetivo era destacar as brilhantes vozes criativas que estão empurrando os limites da tecnologia e da arte“, disse Nicole Sales Giles, uma das responsáveis pelas vendas, em comunicado (via The Art Newspaper).

“Também esperávamos que os colecionadores e a comunidade em geral reconhecessem sua influência e importância no cenário artístico atual”, acrescentou. “Os resultados deste leilão confirmaram que isso ocorreu.”

Leilão polêmico

O leilão de obras feitas com IA foi polêmico. Uma carta aberta publicada online em 8 de fevereiro, que obteve quase 6.500 assinaturas, pediu que a Christie’s cancelasse o leilão – o que não ocorreu.

Captura de tela de quadros feitos com IA vendidos em leilão
Obras feitas com IA angariaram mais dinheiro do que as expectativas da casa de leilões (Imagem: Reprodução/Christie’s)

Muitas das obras de arte que vocês planejam leiloar foram criadas com modelos de IA que são conhecidos por serem treinados com obras protegidas por direitos autorais sem licença“, afirma a carta, endereçada a Nicole e Sebastian Sanchez, outro responsável pelas vendas.

“Esses modelos e as empresas por trás deles exploram artistas humanos, usando seus trabalhos sem permissão ou pagamento para criar produtos comerciais de IA que competem com eles”, acrescenta a carta.

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Um porta-voz da casa de leilões disse o seguinte ao The Art Newspaper: “Os artistas representados neste leilão têm práticas artísticas multidisciplinares fortes e estabelecidas, algumas reconhecidas nas principais coleções de museus. As obras deste leilão utilizam inteligência artificial para aprimorar seus corpos de trabalho.”

Aparentemente, há quem pague alguns milhares de dólares para ter esse tipo de trabalho exposto (ou guardado) por aí.

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Opera apresenta recurso de navegador que utiliza IA agêntica para executar tarefas

Nesta quinta-feira, (6), a Opera revelou seu mais novo lançamento: o Browser Operator, um agente de inteligência artificial (IA) integrado ao navegador capaz de realizar tarefas de navegação de forma autônoma. Essa inovação promete transformar a maneira como os usuários interagem com a internet, passando de simples portal de acesso para assistente digital ativo.

De acordo com Krystian Kolondra, EVP da Opera, “durante mais de 30 anos, os navegadores serviram apenas para acessar a web, mas nunca para realizar tarefas para você. Hoje, isso muda completamente.” O Browser Operator é o primeiro passo rumo à transformação do navegador em aplicativo agente, que age sob comando em linguagem natural para facilitar o dia a dia dos usuários.

Recurso usa linguagem natural para executar tarefas (Imagem: Divulgação/Opera)

Opera Browse Operator: do comando à ação

  • A tecnologia por trás do Browser Operator permite que os usuários expliquem, em termos simples, o que desejam que o navegador faça;
  • Por exemplo, é possível solicitar a compra de “um pacote com dez pares de meias brancas da Nike, tamanho 12”, e o agente cuida de todo o processo;
  • Essa funcionalidade é fruto da inteligência artificial agêntica, que automatiza tarefas sem a necessidade de comandos manuais, tornando a experiência online mais rápida e personalizada, sem abrir mão da privacidade;
  • Segundo a Opera, um dos grandes diferenciais do Browser Operator é a transparência e o controle que ele oferece;
  • Enquanto executa uma tarefa, o agente permite que o usuário acompanhe cada etapa do processo e intervenha a qualquer momento, podendo assumir ou cancelar a ação se desejar;
  • Tudo isso acontece diretamente no ambiente do navegador, sem a necessidade de servidores externos ou soluções em nuvem, o que reforça a segurança e a privacidade dos dados.
Exemplo de comando dado ao Opera Browse Operator
Usuário tem acesso a todas as etapas e pode intervir, caso queira (Imagem: Divulgação/Opera)

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Diferente de outras soluções que estão em fase de testes, a Opera implementa sua IA de forma nativa no lado do cliente. Isso significa que o Browser Operator opera diretamente no dispositivo do usuário, sem depender de capturas de tela ou gravações da sessão de navegação para processar as informações. Essa abordagem garante navegação mais ágil e protegida, mantendo os dados do usuário localmente, informa a empresa.

Disponibilidade

Atualmente, o Browser Operator está disponível em versão de pré-lançamento, com testes já em andamento. A Opera planeja incluir essa funcionalidade no seu programa de recursos de inteligência artificial nos próximos meses.

Caixa de pesquisa do Opera Browse Operator
Comando é escrito na caixa de pesquisa já utilizda para dar comandos à IA da Opera (Imagem: Divulgação/Opera)

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Ela está em todo lugar: IA chegou até ao McDonald’s

O McDonald’s está modernizando seus 43 mil restaurantes com novas tecnologias, como equipamentos de cozinha conectados à internet, atendimento drive-thru com inteligência artificial (IA) e ferramentas de IA para gerentes. As informações são do Wall Street Journal.

O objetivo da rede de fast food é melhorar a experiência dos clientes e funcionários, que enfrentam desafios como máquinas quebradas e pedidos incorretos, segundo Brian Rice, diretor de TI da empresa.

Essas mudanças vêm em um momento de dificuldades nas vendas nos EUA, com o McDonald’s visando aumentar seu número de clientes fiéis de 175 milhões para 250 milhões até 2027.

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Nova iniciativa da gigante do fast-food usará inteligência artificial para melhorar a precisão dos pedidos – Imagem: Patcharaporn Puttipon4289/Shutterstock)

Para isso, a empresa implementou computação de ponta com o Google Cloud, permitindo que os restaurantes processem dados localmente, o que é mais rápido e econômico que enviar tudo para a nuvem.

Seu pedido veio errado? A IA não vai mais permitir

  • Com o uso tecnologia da IA, os restaurantes poderão prever falhas em equipamentos de cozinha, como fritadeiras e máquinas de McFlurry, e usar visão computacional para verificar a precisão dos pedidos.
  • A IA também está sendo usada para criar um “gerente virtual”, que ajudará nas tarefas administrativas, como escalas de trabalho.
  • Além disso, o McDonald’s planeja aprimorar seus drive-thrus com IA de voz e testar fritadeiras robóticas.

Embora enfrente desafios de custo e implementação, especialmente em franquias, o McDonald’s se destaca por seu investimento em inovação tecnológica, que pode ajudá-lo a personalizar ofertas e melhorar a fidelidade do cliente.

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IA poderá ajudar os restaurantes a detectar problemas de equipamento antes que eles falhem – Imagem: Red Lemon/Shutterstock

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Wi-Fi detecta depressão em idosos com IA inovadora

​Uma nova tecnologia baseada em Wi-Fi promete revolucionar a detecção da depressão em idosos. Pesquisadores desenvolveram um sistema que utiliza sensores de movimento, dispensando dispositivos vestíveis. O método é não invasivo e aproveita a infraestrutura de Wi-Fi já existente.

O modelo de inteligência artificial, denominado HOPE, analisa padrões de movimento e sono dos usuários. Com uma taxa de acurácia superior a 87%, identifica precocemente sinais de depressão. Isso permite intervenções antecipadas e monitoramento contínuo da saúde mental dos idosos.

A professora Samira A. Rhaimi, da McGill University e do Mila-Quebec AI Institute, liderou o estudo. Ela destaca que essa abordagem oferece uma alternativa aos métodos tradicionais, que muitas vezes exigem a participação ativa dos pacientes. Assim, o sistema proporciona um monitoramento mais confortável e eficiente para a terceira idade.

Tecnologia permite identificar depressão sem esforço

A depressão atinge até 40% dos idosos em instituições de longa permanência, mas quase metade dos casos não é diagnosticada. O impacto vai além do emocional, afetando a saúde física e aumentando internações. Segundo o MedicalXpress, os métodos tradicionais, como entrevistas médicas e sensores vestíveis, são invasivos e pouco práticos para essa faixa etária.

Wi-Fi analisa padrões de movimento e respiração para detectar sinais de depressão (Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)

A nova abordagem usa redes Wi-Fi para identificar padrões de movimento e sono sem necessidade de dispositivos no corpo. O monitoramento acontece de forma contínua e discreta, aproveitando a infraestrutura já existente. Assim, médicos podem acompanhar sinais precoces da condição sem depender da participação ativa dos pacientes.

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Além da praticidade, a tecnologia também aumenta a precisão do diagnóstico. O sistema utiliza inteligência artificial explicável (XAI), uma abordagem que permite entender como a análise é feita. Em vez de apenas indicar um risco, a IA mostra quais fatores foram decisivos na detecção, como mudanças no padrão de sono ou na mobilidade.

O impacto emocional dos chatbots na saúde

Tornar chatbots mais estáveis emocionalmente pode melhorar o suporte a pacientes com transtornos mentais. Esses sistemas lidam com interações delicadas e precisam responder de forma equilibrada. Ajustar sua estabilidade sem reprogramação complexa torna a IA mais confiável nesses cenários.

Chatbots de IA podem influenciar emoções e bem-estar, ajudando ou agravando a saúde mental (Imagem: khunkornStudio/Shutterstock)

A solução é acessível e eficiente. Segundo Spiller, o método reduz custos ao evitar o retrabalho no treinamento dos modelos. Isso garante respostas mais consistentes sem comprometer a agilidade dos sistemas.

Ainda há questões a explorar. Pesquisadores estudam como a IA reage em diálogos longos e se adapta a diferentes contextos. No futuro, a criação de intervenções terapêuticas automatizadas pode ampliar seu papel no cuidado com a saúde mental.

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É seguro usar ChatGPT como terapeuta? Estudo revela problemas nas reações emocionais da IA

Você já desabafou com o ChatGPT? Diversas pessoas têm descoberto o potencial do chatbot para conversar da mesma forma que fariam com um terapeuta. Porém, essa prática tem um viés preocupante.

Pesquisadores da Universidade de Zurique descobriram que esses modelos de IA não apenas processam emoções humanas, mas também reagem a conteúdos angustiantes de maneira inesperada – desenvolvendo “ansiedade” e reforçando preconceitos quando expostos a histórias traumáticas.

Essa descoberta é importante para entender a estabilidade emocional desses modelos de linguagem, principalmente para seu uso seguro em áreas como suporte emocional e aconselhamento psicológico.

Quando a IA “sente” medo

Pesquisadores da Suíça, Israel, Estados Unidos e Alemanha investigaram como o ChatGPT reage a histórias emocionalmente intensas. Para isso, submeteram a IA a relatos de acidentes, desastres naturais e violência, comparando suas respostas com um texto neutro, como um manual de aspirador de pó. O resultado foi surpreendente: a IA demonstrou mais sinais de “medo” diante de conteúdos traumáticos.

Pesquisadores analisam o uso da inteligência artificial no apoio à saúde mental e no alívio da ansiedade (Imagem: metamorworks/Shutterstock)

A pesquisa, publicada no npj Digital Medicine e repercutida pelo Tech Xplore, revelou que essas histórias dobraram os níveis mensuráveis de “ansiedade” do ChatGPT. Em contraste, o manual não provocou nenhuma mudança. Segundo Tobias Spiller, líder do estudo e pesquisador da Universidade de Zurique, os relatos de guerra e combates foram os que mais impactaram a IA, provocando reações mais intensas.

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Embora a inteligência artificial não tenha emoções, suas respostas foram alteradas pelo conteúdo que recebeu. Esse estudo se soma a outras pesquisas recentes que analisam o papel da IA na saúde mental, como a que mostrou o potencial do ChatGPT para aliviar a ansiedade em humanos. Mas até que ponto a máquina está realmente compreendendo emoções – ou apenas reproduzindo padrões sem entendê-los?

Uma terapia para a IA?

Em uma segunda etapa do estudo, os pesquisadores testaram uma forma curiosa de “acalmar” o ChatGPT. Eles aplicaram a técnica de prompt injection, normalmente usada para manipular respostas da IA, mas desta vez com um propósito terapêutico. Inseriram comandos que simulavam exercícios de relaxamento, como um terapeuta faria ao guiar um paciente em técnicas de mindfulness.

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IA pode não apenas oferecer suporte à saúde mental, mas também precisar de sua própria “terapia” para aprimorar interações e evitar vieses (Imagem:

O resultado foi positivo. Segundo Tobias Spiller, a IA demonstrou uma redução significativa nos níveis de “ansiedade” após receber essas instruções, embora não tenha retornado completamente ao estado inicial. Foram usados exercícios focados na respiração, na percepção corporal e até uma técnica desenvolvida pelo próprio ChatGPT.

O experimento abre novas possibilidades sobre o controle do comportamento das IAs. Se uma simples mudança nos comandos pode influenciar o tom emocional da máquina, até que ponto isso pode ser explorado – para o bem ou para o mal?

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A busca do Google vai mudar; conheça o novo ‘Modo IA’

O Google está intensificando a integração da inteligência artificial (IA) em seu mecanismo de busca, com a introdução de novas funcionalidades que prometem transformar a experiência do usuário. A partir de agora, as “Visões Gerais de IA” serão exibidas para uma gama ainda maior de consultas, e estarão acessíveis a usuários em todo o mundo, independentemente de estarem conectados a uma conta Google.

Uma das novidades mais notáveis é o “Modo IA”, uma ferramenta que incorpora um chatbot diretamente na interface de busca do Google.

O que é e como funciona o Modo IA do Google?

Esta funcionalidade, que remete a plataformas como o ChatGPT Search, oferece respostas geradas por IA, baseadas no vasto índice de pesquisa do Google, complementadas por links de suporte.

O objetivo do Google com o Modo IA é atender à crescente demanda por resultados de pesquisa gerados por IA. Ao ativar este modo, os usuários recebem respostas concisas e informativas, com links relevantes, em um formato que lembra a interação com um chatbot.

A grande diferença é que o Modelo foi elaborado especificamente para pesquisa do Google, fazendo com que ele consiga acessar dados em tempo real.

Inicialmente, o Modo IA está em fase de testes, disponível exclusivamente para alguns usuários do plano Google One AI Premium, que podem ativá-lo na seção Labs.

(Imagem: Google)

Robby Stein, vice-presidente de produto da equipe de Busca do Google, destaca que a IA está incentivando os usuários a explorar perguntas mais complexas na plataforma. Outra novidade é a incorporação do modelo Gemini 2.0 nas Visões Gerais de IA, que visa aprimorar justamente a capacidade do Google de lidar com perguntas complexas, abrangendo desde cálculos matemáticos até consultas de programação e raciocínio avançado.

Apesar das preocupações sobre a possível diminuição do tráfego para sites externos, Stein argumenta que as Visões Gerais de IA, na verdade, enriquecem a experiência do usuário, fornecendo contexto adicional e incentivando cliques mais qualificados. Ele acredita que essas ferramentas atrairão novos usuários para a plataforma, sem prejudicar o comportamento de pesquisa existente.

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Embora o Google afirme que o Modo IA não substituirá a pesquisa tradicional, é inegável que a IA está se tornando uma parte integrante da experiência de busca. A empresa está cada vez mais confiante na capacidade de seus modelos de IA de fornecer respostas precisas e úteis, apesar dos desafios e controvérsias que cercam a tecnologia.

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Pioneiros da IA ganham Prêmio Turing de 2025

A Association for Computing Machinery anunciou, nesta quarta-feira (05), os ganhadores da edição de 2025 do Prêmio Turing: Andrew Barto e Richard Sutton, considerados pioneiros da inteligência artificial (IA). A dupla recebeu o prêmio pelo seu trabalho voltado ao aprendizado por reforço – conceito essencial para plataformas como o ChatGPT existirem atualmente.

A dupla vai dividir o prêmio de US$ 1 milhão (R$ 5,9 milhões). O Prêmio Turing, criado em 1966, é considerado o Nobel da computação. E a Association for Computing Machinery é a maior sociedade mundial de profissionais da área.

Dupla que ganhou Prêmio Turing de 2025 aplicou comportamento hedonista da inteligência humana à IA

Em 1977, Andrew Barto, então pesquisador na Universidade de Massachusetts, começou a explorar a teoria de que neurônios se comportavam como hedonistas. A ideia era: as bilhões de células nervosas no cérebro humano tentavam maximizar o prazer e minimizar a dor.

Pesquisadores que ganharam Prêmio Turing de 2025 aplicaram comportamento da inteligência humana à inteligência artificial (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Um ano depois, o pesquisador Richard Sutton começou a trabalhar com Barton. Juntos, eles explicaram o comportamento hedonista da inteligência humana. E o aplicaram à inteligência artificial. O resultado: aprendizado por reforço – maneira dos sistemas de IA aprenderem a partir do equivalente digital a prazer e dor.

Psicólogos estudam há muito tempo como humanos e animais aprendem por meio de suas experiências. Na década de 1940, o cientista britânico Alan Turing sugeriu que as máquinas poderiam aprender de maneira semelhante.

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Celular com logotipo da DeepSeek na tela colocado na frente de monitor exibindo logotipo do ChatGPT
Plataformas como ChatGPT e DeepSeek existem graças ao trabalho dos pesquisadores que ganharam Prêmio Turing de 2025 (Imagem: Stock all/Shutterstock)

No entanto, foram Barto e o Sutton que começaram a explorar a matemática de como isso poderia funcionar, baseando-se numa teoria proposta pelo cientista da computação A. Harry Klopf, segundo o New York Times.

Ao longo da última década, o aprendizado por reforço desempenhou um papel crucial no desenvolvimento de plataformas como o ChatGPT, da OpenAI, e seu rival chinês DeepSeek. As técnicas que criaram esse tipo de ferramenta têm raízes no trabalho de Barto e Sutton. Por isso, eles são considerados pioneiros da IA. E, agora, premiados por isso.

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Dublagem mal feita com IA vira alvo de críticas na internet

Há aproximadamente um ano, um grupo de dubladores se uniu numa campanha pela regulamentação do uso da Inteligência Artificial na área. Disseram à época que não eram contra a tecnologia, mas defendiam o próprio trabalho. E um dos argumentos dizia respeito à qualidade do produto oferecido – e eles, aparentemente, tinham razão.

Pelo menos é isso que mostra a primeira experiência do tipo no mercado. Um filme que acaba de entrar no catálogo do Amazon Prime Video virou alvo de críticas nas redes sociais por causa de uma dublagem bem ruim. Mas bem ruim mesmo.

O filme em questão é “O silêncio de Marcos Tremmer”, uma produção uruguaia de língua espanhola. O longa, dirigido por Miguel García de la Calera, conta a história de um publicitário de sucesso que descobre um câncer terminal, o que transforma toda sua vida.

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Não há nada de errado com o enredo – nem com a atuação dos atores. Nem com a tradução em si. A dublagem, no entanto, veio com uma série de erros, com entonações duvidosas e sem emoção nenhuma.

Ok ou “ó-que-quê”?

  • O trecho do filme que viralizou é esse a seguir:

  • A Prime Video ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
  • Nem admitiu que o longa utiliza dublagem feita por IA.
  • Esse trecho do ó-que-quê, no entanto, aponta para o uso da ferramenta.
  • O robô não corrigiu o erro de digitação de um “k” a mais e soltou essa pérola – algo que não aconteceria com dubladores humanos.
  • Outro indício que aponta para o uso da tecnologia é a repetição dessa dublagem sem entonação em outras línguas.
  • Tirando o espanhol (a língua original), todas as outras versões, em português e em inglês, por exemplo, sofrem com os mesmos problemas.
  • A boa notícia para os assinantes do Prime Video é que ainda é possível assistir à história com seu áudio original – e com legendas.

O que teria acontecido?

Não dá para dizer com certeza, uma vez que a empresa não se manifestou oficialmente. Uma corrente que ganhou força na internet, porém, afirma que a culpa seria da distribuidora, a argentina Batata Films (que decidiu economizar no orçamento).

Independentemente disso, a Amazon Prime Video também tem uma parcela de responsabilidade, pois divulgou o produto desse jeito em seu catálogo. A demora em se manifestar também está irritando alguns assinantes.

A Prime Video ainda não se manifestou sobre o caso (e o filme continua no catálogo) – Imagem: Koshiro K/Shutterstock

Vale destacar que este texto não descarta totalmente o uso da Inteligência Artificial para esse fim. Até por que a tendência é que a ferramenta melhore bastante com o tempo. É preciso, no entanto, estar sempre atento à qualidade do serviço.

E, você, qual sua opinião sobre o assunto?

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IA produz conteúdo original? E os direitos autorais? Especialistas opinam

O Olhar Digital comemorou 20 anos no evento Spotlight, que explorou os efeitos da inteligência artificial no mercado. A palestra Criatividade e Tecnologia: O papel da IA no Futuro da atenção abordou o papel da tecnologia no mercado da atenção e informação, como na produção de conteúdo e no jornalismo. Por exemplo, a IA produz conteúdo original? E como lidar com os direitos autorais dessa produção?

Especialistas opinaram. Entre eles, Guilherme Ravache, empreendedor e colunista do Valor Econômico; Rafaela Lotto, sócia e head da empresa de influenciadores YOUPIX; Flávio Moreira, jornalista de estratégia e inovação no mercado de mídia e atual Coordenador de Parcerias e Estratégia do InfoMoney; e Pyr Marcondes, investidor, jornalista e sócio sênior do Pipeline Group.

Painel reuniu especialistas do setor de influência e jornalismo (Imagem: João Neto/Reprodução)

Big techs estão vivendo momento importante com IA

Guilherme Ravache, que mediou a conversa, começou o papo com uma analogia interessante: com a inteligência artificial, as big techs estão vivendo um momento semelhante ao da popularização da internet, quando o jornalismo impresso teve que se adaptar para o ambiente digital. Agora, é a vez das empresas de tecnologia se reinventarem. Nesse processo, elas terão que investir muito dinheiro – e possivelmente perderão muito dinheiro.

Mas estaria o mercado saturado dessa inovação?

Para Rafaela Lotto, que trabalha com influenciadores, a IA surgiu como um elemento a se prestar atenção, mas veio acompanhado de um certo alarmismo (como a possibilidade de substituição de trabalhadores humanos pelas máquinas). Ela tranquiliza:

Olhamos para o aspecto humano da influência. O influenciador coloca o contexto em um produto ou marca de uma forma que nenhuma outra mídia consegue. O mercado está saturado da influência? Não está saturado do conteúdo, mas sim do conteúdo igual.

Rafaela Lotto

Ela cita os resultados de uma pesquisa que conduziu no âmbito interno de YOUPIX. Um dos destaques foi que as pessoas se sentem menos incentivadas a consumir um conteúdo criado por IA. Ou seja, ao mesmo tempo que a tecnologia permite aumentar a criação e outros processos, não chega a ser uma ameaça aos humanos. Lotto a enxerga como uma forma de aumentar a produção.

Rafaela Lotto enxerga IA como aliada, mas que não substitui humanos (Imagem: João Neto/Reprodução)

IA x conteúdo de qualidade

O aumento da produção não significa qualidade. No jornalismo, isso é algo a se pensar.

Flávio Moreira destaca que, considerando que o Brasil é um país grande e que nem sempre as notícias chegam em todos os lugares, uma produção de menos qualidade feita com IA, mas que chegue em mais lugares, está cumprindo um papel que o jornalismo não conseguiu.

No entanto, há o lado contrário: “em locais onde o conteúdo é servido, a qualidade faz diferença”, afirma. Ele também lembra a importância de não ter apenas um “conteúdo commodity” para conquistar mercado.

Já para Pyr Marcondes, a questão não é necessariamente a qualidade. A IA está presente desde a produção até a edição, distribuição e comercialização. A questão é: o quanto os leitores conseguem perceber a diferença. Ele chama atenção para a importância de manter a qualidade mesmo usando inteligência artificial, com um processo de edição ou revisão refinado.

Ravache aproveitou para emendar uma questão em alta atualmente: devemos nos preocupar com a IA? Marcondes, que usa a tecnologia ativamente em seu dia a dia para produção de conteúdo, tem uma resposta ampla: depende. Para quem enxerga a IA como um bônus, ela pode ser boa, não um motivo de medo. Já quem não a vê assim, pode não sobreviver no mercado – e aí está o problema.

Depende quem tem medo e o quanto você está preparado. É inevitável, acho que temos todos que nos adaptar.

Pyr Marcondes

Flávio Moreira analisou IA no âmbito do jornalismo (Imagem: João Neto/Reprodução)

Inteligência artificial produz conteúdo original?

Ravache lembra que, com a inteligência artificial, o valor do produto muda. Estaria a IA produzindo conteúdo original? E isso é bom ou ruim?

Para Flávio Moreira, se os produtores treinarem a tecnologia para produzir conteúdo original a seu favor, chegará um momento que a máquina vai se retroalimentar e nada mais será original. Seria um paradoxo. Ele dá um exemplo: se o Google começar a oferecer um resultado pronto baseado em um site, mas sem necessidade do usuário clicar no link, o buscador estaria ‘matando’ o modelo de negócio do site. Porém, se o site ‘morrer’, o Google não terá mais conteúdo para exibir.

Nesse sentido, Rafaela Lotto destaca a importância de um conteúdo autêntico, que dialogue com o público. No caso dos influenciadores, não adianta produzir mais, se o público não se sentir conectado.

O algoritmo vai servir aquilo que a audiência gosta de receber… que muitas vezes é o que dialoga com o público pela autenticidade. A cópia pela cópia, ou pela IA, não é original. Por que um vídeo funciona mais do que outro? Não ter cara de publicidade funciona muito melhor. A capacidade do criador de conteúdo é criar comunidade, algo que a IA não faz.

Rafaela Lotto

Ela também destaca a criatividade do criador brasileiro, algo que a IA não consegue alcançar. A vantagem da tecnologia é permitir exponenciar a criatividade.

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Já Pyr Marcondes acredita em uma espécie de ‘terceira via’. Ela cita uma situação curiosa: ele usa chatbots rotineiramente para produzir textos personalizados. Certo dia, foi viajar e pediu dicas para a IA. Quando voltou de viagem, a ferramenta perguntou qual foi a parte favorita do passeio e ele respondeu que havia sido a miscigenação cultural. Então, a IA sugeriu que ele se aprofundasse no tema em um artigo para as redes sociais. Marcondes teve uma nova ideia: pediu que a própria ferramenta escrevesse esse artigo, o qual, no final, ele editou antes de publicar.

Ele destaca como os humanos têm criatividade e como a IA tem criatividade, de jeitos diferentes. Em ambos os casos, as produções são originais, ainda que de formas diferentes. No entanto, se trabalharmos em conjunto com a tecnologia (como ele fez), podemos criar um terceiro tipo de criatividade.

Pyr Marcondes acredita na união entre humanos e IA para produção de conteúdo original (Imagem: João Neto/Reprodução)

E onde ficam os direitos autorais?

Rafaela lembra como, no âmbito da publicidade e da produção de conteúdo para influenciadores, direitos autorais são pouco regulados. Isso porque é praticamente impossível definir o “dono de um conteúdo”. Flávio concorda: o jornalismo tem o mesmo problema. Até hoje, não definimos, dentro da profissão, quem é o “dono da notícia”.

Ambos acreditam que a IA pode ajudar a identificar quem foi o primeiro a produzir tal conteúdo ou o fez com mais detalhamento. Ainda assim, não temos uma definição de autoria exata.

Já Pyr defende que, com tanto conteúdo disponível, chega um momento em “perdemos a capacidade de identificar originalidade”. E quando identificarmos, o que faremos? Para ele, direito autoral é uma “discussão perdida”.

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