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IA em Gaza: experimentos de Israel na região traz preocupações éticas

Israel desenvolveu novas ferramentas de inteligência artificial (IA) para obter vantagem na guerra. As tecnologias, às vezes, levaram a consequências fatais, como traz o The New York Times.

No final de 2023, Israel tinha como alvo assassinar Ibrahim Biari, comandante de alto escalão do Hamas na Faixa de Gaza norte que havia ajudado a planejar os massacres de 7 de outubro. Mas a inteligência israelense não conseguia encontrar Biari, que acreditavam estar escondido na rede de túneis sob Gaza.

Então, oficiais israelenses recorreram a nova tecnologia militar com IA, segundo três oficiais israelenses e estadunidenses informados sobre os eventos e que falaram com o Times. A tecnologia foi desenvolvida uma década antes, mas nunca havia sido usada em batalha. Encontrar Biari forneceu novo incentivo para aprimorar a ferramenta e engenheiros da Unidade 8200 de Israel, equivalente à Agência de Segurança Nacional dos EUA, logo integraram a IA à mesma.

Pouco depois, Israel interceptou ligações de Biari e testou a ferramenta de áudio com IA, que forneceu localização aproximada de onde ele fazia suas chamadas. Usando essas informações, Israel ordenou ataques aéreos para atingir a área em 31 de outubro de 2023, matando Biari. Mais de 125 civis também morreram no ataque, segundo a Airwars, organização de monitoramento de conflitos baseada em Londres.

A ferramenta de áudio foi apenas um exemplo de como Israel usou a guerra em Gaza para testar e implantar, rapidamente, tecnologias militares baseadas em IA em grau nunca visto, de acordo com entrevistas com nove oficiais de defesa estadunidenses e israelenses, que falaram sob condição de anonimato devido à confidencialidade do trabalho ao periódico.

Drone militar israelense no ar (Imagem: Anas-Mohammed/Shutterstock)

IA ajuda Israel em Gaza, mas…

  • Nos últimos 18 meses, Israel também combinou IA com software de reconhecimento facial para identificar rostos parcialmente obscurecidos ou feridos, recorreu à IA para compilar potenciais alvos de ataques aéreos e criou um modelo de IA em língua árabe para alimentar um chatbot capaz de analisar mensagens de texto, postagens em redes sociais e outros dados em árabe;
  • Muitos desses esforços foram parceria entre soldados alistados na Unidade 8200 e soldados reservistas que trabalham em empresas de tecnologia, como Google, Microsoft e Meta;
  • A Unidade 8200 criou o que ficou conhecido como “O Estúdio“, um centro de inovação para conectar especialistas com projetos de IA;
  • No entanto, mesmo com Israel correndo para desenvolver o arsenal de IA, a implantação das tecnologias, às vezes, levou a identificações errôneas e prisões, além de mortes de civis;
  • Alguns oficiais têm lutado com as implicações éticas das ferramentas de IA, que podem resultar em maior vigilância e outras mortes de civis.

Nenhuma outra nação tem sido tão ativa quanto Israel na experimentação com ferramentas de IA em batalhas em tempo real, segundo oficiais de defesa europeus e estadunidenses, oferecendo prévia de como essas tecnologias podem ser usadas em guerras futuras — e como também podem dar errado.

“A necessidade urgente de lidar com a crise acelerou a inovação, grande parte dela impulsionada por IA”, disse Hadas Lorber, diretora do Instituto de Pesquisa Aplicada em IA Responsável do Instituto de Tecnologia Holon de Israel e ex-diretora sênior do Conselho de Segurança Nacional israelense, ao Times. “Isso levou a tecnologias revolucionárias no campo de batalha e vantagens que se provaram críticas em combate.”

Mas as tecnologias “também levantam sérias questões éticas“, disse Lorber. Ela alertou que a IA precisa de verificações e equilíbrios, acrescentando que humanos devem tomar as decisões finais.

Uma porta-voz do exército israelense disse que não poderia comentar sobre tecnologias específicas devido à sua “natureza confidencial“. Israel “está comprometido com o uso legal e responsável de ferramentas de tecnologia de dados”, disse ela, acrescentando que o exército estava investigando o ataque a Biari e estava “impossibilitado de fornecer qualquer informação adicional até que a investigação esteja completa”.

Meta e Microsoft recusaram-se a comentar quando procuradas pelo jornal. O Google disse que tem “funcionários que fazem serviço de reserva em vários países ao redor do mundo. O trabalho que esses funcionários fazem como reservistas não está conectado ao Google”.

Israel anteriormente usou conflitos em Gaza e no Líbano para experimentar e avançar ferramentas tecnológicas para seu exército, como drones, ferramentas de hackeamento de telefones e o sistema de defesa Domo de Ferro, que pode ajudar a interceptar mísseis balísticos de curto alcance.

Após o Hamas lançar ataques transfronteiriços a Israel em 7 de outubro de 2023, matando mais de 1,2 mil pessoas e fazendo 250 reféns, tecnologias de IA foram rapidamente liberadas para implantação. Isso levou à cooperação entre a Unidade 8200 e soldados reservistas em “O Estúdio” para desenvolver, rapidamente, novas capacidades de IA.

Avi Hasson, CEO da Startup Nation Central, organização sem fins lucrativos israelense que conecta investidores com empresas, disse que reservistas da Meta, Google e Microsoft tornaram-se cruciais para impulsionar a inovação em drones e integração de dados.

“Os reservistas trouxeram know-how e acesso a tecnologias-chave que não estavam disponíveis no exército“, disse ele.

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O exército israelense logo usou IA para melhorar sua frota de drones. Aviv Shapira, fundador e CEO da XTEND, empresa de software e drones que trabalha com o exército israelense, disse que algoritmos alimentados por IA foram usados para construir drones capazes de travar e rastrear alvos à distância.

“No passado, as capacidades de direcionamento dependiam de mirar em uma imagem do alvo“, disse ele. “Agora, a IA pode reconhecer e rastrear o próprio objeto — seja um carro em movimento ou uma pessoa — com precisão mortal.”

Shapira disse que seus principais clientes, o exército israelense e o Departamento de Defesa dos EUA, estavam cientes das implicações éticas da IA na guerra e discutiam o uso responsável da tecnologia.

Uma ferramenta desenvolvida por “O Estúdio” foi um modelo de IA em língua árabe conhecido como modelo de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês).

Os desenvolvedores, anteriormente, lutaram para criar tal modelo devido à escassez de dados em árabe para treinar a tecnologia. Quando tais dados estavam disponíveis, eram, principalmente, em árabe escrito padrão, que é mais formal do que as dezenas de dialetos usados no árabe falado.

O exército israelense não tinha esse problema. O país tinha décadas de mensagens de texto interceptadas, ligações telefônicas transcritas e postagens retiradas de redes sociais em dialetos árabes falados.

Assim, oficiais israelenses criaram o modelo de linguagem grande nos primeiros meses da guerra e construíram um chatbot para executar consultas em árabe. Eles mesclaram a ferramenta com bancos de dados multimídia, permitindo que analistas realizassem buscas complexas em imagens e vídeos.

Israel e Faixa de Gaza, na Palestina, destacados em mapa
Mapa destaca a Faixa de Gaza entre os territórios da Palestina e Israel (Reprodução: Below the Sky/Shutterstock)

Quando Israel assassinou o líder do Hezbollah Hassan Nasrallah em setembro, o chatbot analisou as respostas em todo o mundo de língua árabe. A tecnologia diferenciou entre vários dialetos no Líbano para avaliar a reação pública, ajudando Israel a avaliar se havia pressão pública por um contra-ataque.

Às vezes, o chatbot não conseguia identificar alguns termos de gíria modernos e palavras que foram transliteradas do inglês para o árabe. Isso exigia que oficiais de inteligência israelenses com especialização em diferentes dialetos revisassem e corrigissem seu trabalho.

O chatbot também, às vezes, fornecia respostas erradas — por exemplo, retornando fotos de canos em vez de armas. Mesmo assim, a ferramenta de IA acelerou significativamente a pesquisa e análise.

Em postos de controle temporários estabelecidos entre o norte e o sul da Faixa de Gaza, Israel também começou a equipar câmeras após os ataques de 7 de outubro com a capacidade de escanear e enviar imagens de alta resolução de palestinos para um programa de reconhecimento facial apoiado por IA.

Este sistema também tinha, às vezes, problemas para identificar pessoas cujos rostos estavam obscurecidos. Isso levou a prisões e interrogatórios de palestinos que foram erroneamente sinalizados pelo sistema de reconhecimento facial.

Israel também usou IA para filtrar dados acumulados por oficiais de inteligência sobre membros do Hamas. Antes da guerra, Israel construiu um algoritmo de aprendizado de máquina — com o codinome “Lavender” — que poderia, rapidamente, classificar dados para caçar militantes de baixo nível.

Foi treinado em um banco de dados de membros confirmados do Hamas e destinado a prever quem mais poderia fazer parte do grupo. Embora as previsões do sistema fossem imperfeitas, Israel o usou no início da guerra em Gaza para ajudar a escolher alvos de ataque.

Poucos objetivos eram mais importantes do que encontrar e eliminar a liderança sênior do Hamas. No topo da lista estava Biari, o comandante do Hamas que oficiais israelenses acreditavam ter desempenhado papel central no planejamento dos ataques de 7 de outubro.

A inteligência militar de Israel, rapidamente, interceptou as ligações de Biari com outros membros do Hamas, mas não conseguia localizar sua posição exata. Então, recorreram à ferramenta de áudio com IA, que analisou diferentes sons, como bombas sônicas e ataques aéreos.

Após deduzir uma localização aproximada de onde Biari estava fazendo suas ligações, oficiais militares israelenses foram alertados de que a área, que incluía vários complexos de apartamentos, era densamente povoada. Um ataque aéreo precisaria atingir vários edifícios para garantir que Biari fosse assassinado. A operação foi autorizada.

Desde então, a inteligência israelense também usou a ferramenta de áudio junto com mapas e fotos do labirinto de túneis subterrâneos de Gaza para localizar reféns. Com o tempo, a ferramenta foi refinada para localizar indivíduos com mais precisão.

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Ascensão da IA muda nomes dos cargos em tecnologia e confunde setor

O mercado de trabalho em tecnologia em 2025 está passando por uma transformação acelerada. A busca por profissionais com habilidades em inteligência artificial generativa fez explodir a criação de novos cargos – muitas vezes mal definidos, sobrepostos ou com nomes variados.

Segundo Karin Kimbrough, economista-chefe global do LinkedIn, ouvido pelo Wall Street Journal, uma mesma função pode receber até 40 nomes diferentes, dificultando a vida dos candidatos.

Essa falta de padronização reflete o momento experimental vivido pelas empresas, que ainda tentam entender como nomear, estruturar e preencher funções ligadas à IA.

Bagunça na nomeação de cargos

  • Termos como “engenheiro”, “desenvolvedor” ou “especialista” são combinados a expressões como “IA”, “aprendizado de máquina” ou “dados”, criando um labirinto de descrições vagas.
  • Apesar da confusão, o mercado para especialistas em IA está aquecido: essas contratações ocorrem 30% mais rápido que a média, segundo o LinkedIn. Mas isso não significa clareza.
  • Empresas como a Nationwide e a Carhartt preferem incorporar responsabilidades de IA em cargos já existentes, como engenheiros de software ou cientistas de dados, em vez de criar posições específicas.
Com cargos indefinidos e mudanças rápidas, empresas ainda tateiam como estruturar suas equipes de inteligência artificial (Imagem: DC Studio/Shutterstock)

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Nomes modernos para funções são mais “descolados”

Já outras companhias observam tendências em gigantes como Google e Microsoft para decidir como nomear suas vagas, tentando parecer atualizadas.

De acordo com dados do Indeed, cargos como engenheiro de IA/ML, praticamente inexistentes em 2019, já representam 0,3% das vagas tech na plataforma em 2025.

O cenário atual é marcado por velocidade: cerca de 20% dos profissionais que mudaram de emprego nos EUA no último ano assumiram funções que nem existiam em 2000, o que, para Kimbrough, mostra o quão rapidamente o mercado está mudando.

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Falta de padrão nos títulos de funções em tecnologia desafia candidatos e revela a pressa das empresas em parecerem modernas – Imagem: NONGASIMO/Shutterstock

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DeepSeek teria transferido dados de usuários e avisos sem consentimento

A Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul acusou a startup chinesa de IA DeepSeek de transferir dados de usuários para empresas na China e nos EUA sem consentimento, durante o lançamento do aplicativo no país, em janeiro. As informações são da Reuters.

Segundo a autoridade, a empresa enviou não apenas informações pessoais, mas também conteúdo inserido em mensagens de IA para a Beijing Volcano Engine Technology, além de dados sobre dispositivos, redes e aplicativos.

Autoridades coreanas pedem remoção dos dados

  • Em fevereiro, a Coreia já havia suspendido os downloads do app após constatar falhas no cumprimento das normas locais de privacidade.
  • A DeepSeek alegou que a transferência visava aprimorar a experiência do usuário e informou ter interrompido o envio de dados em 10 de abril.
  • Como medida corretiva, a autoridade sul-coreana recomendou a remoção imediata dos dados repassados e exigiu que a empresa estabeleça uma base legal para transferências internacionais de informações pessoais.
DeepSeek teria enviado dados de usuários ao exterior sem autorização; governo coreano exige remoção imediata das informações (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

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O Ministério das Relações Exteriores da China comentou que o governo chinês não solicita nem solicitará que empresas coletem dados de forma ilegal.

Confronto com a OpenAI

A acusação feita pelas autoridades da Coreia do Sul não é a primeira polêmica envolvendo o nome da DeepSeek. A OpenAI, concorrente da startup chinesa no ramo de IA, pediu a proibição de suas operações nos EUA.

A dona do ChatGPT alegou que a IA poderia ser utilizada pelo Partido Comunista Chinês (PCC) para “manipular seus modelos e causar danos”. Leia mais sobre isso aqui.

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Autoridades sul-coreanas acusam a DeepSeek de repassar informações de usuários sem base legal – Imagem: QINQIE99/Shutterstock

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Esta profissão parecia promissora, mas logo ficou obsoleta. O que houve?

Há dois anos, a engenharia de prompts era vista como uma das carreiras mais promissoras da tecnologia, com salários altos e prestígio. No entanto, a rápida evolução dos modelos de linguagem e a crescente familiaridade das empresas com IA tornaram a função praticamente obsoleta, como mostra o Wall Street Journal.

Hoje, os próprios modelos entendem melhor as intenções dos usuários e são capazes de interagir de forma mais natural, fazendo perguntas complementares quando necessário. Como resultado, a necessidade de especialistas em criar prompts perfeitos diminuiu.

Outras funções relacionadas a IA se mostram mais importantes

  • Empresas agora preferem treinar seus próprios funcionários para utilizar IA de forma eficaz, integrando essa habilidade a diversas funções – como finanças, RH e jurídico – em vez de manter um cargo exclusivo para isso.
  • Segundo uma pesquisa da Microsoft com 31 mil trabalhadores em 31 países, engenharia de prompts ficou entre as últimas posições nas funções consideradas prioritárias pelas empresas.
  • A profissão foi superada por papéis como instrutor de IA, especialista em dados e em segurança.
Com IA mais sofisticada e adoção massiva nas empresas, a criação de prompts virou habilidade comum — e não uma profissão exclusiva (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

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Rápida ascensão e queda

Apesar do interesse inicial por essa vaga – impulsionado pela ascensão do ChatGPT – o número de contratações nunca acompanhou a empolgação, e as buscas por esse tipo de vaga caíram drasticamente, conforme apontam dados do Indeed.

Como resume Jim Fowler, CTO da Nationwide, ao Journal: “Engenharia de prompts deixou de ser uma função isolada para se tornar uma competência transversal”.

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Modelos mais inteligentes e estratégias de capacitação mudaram o papel do “sussurrador de IA” dentro das empresas – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A / Shutterstock

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IA traz economia de mais de 120 horas anuais ao fazer tarefas administrativas

O Google trouxe, nesta sexta-feira (25), dados que apontam que a Grã-Bretanha poderia ganhar US$ 533 bilhões (R$ 3,02 trilhões, na conversão direta) se treinasse sua força de trabalho para aproveitar o crescimento econômico conquistado com a inteligência artificial (IA).

Programas-piloto da gigante do Vale do Silício realizados no país apontam que os trabalhadores seriam capazes de economizar mais de 120 horas anualmente se colocassem a IA para realizar tarefas administrativas.

Tecnologia pode salvar tempo precioso (Imagem: Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

Segundo a companhia, pequenas medidas, tais como permitir que os trabalhadores utilizem a tecnologia e tenham algumas horas de treinamento, já é capaz de impulsionar o uso da IA e o crescimento econômico.

Os dados foram compilados em relatório, desenvolvido em parceria com a Public First. Na análise, dois terços dos trabalhadores (especialmente mulheres mais velhas com origens socioeconômicas mais baixas) jamais usaram a IA em seus respectivos trabalhos.

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Na publicação sobre os resultados, Debbie Weinstein, presidente do Google na Europa, Oriente Médio e África, relatou que os programas-piloto do chamado AI Works (implementado em cadeia de pequenas empresas, fundos educacionais e um sindicato) indicaram que, em média, poderiam ser economizadas 122 horas por ano se a IA fosse utilizada nas tarefas administrativas.

Contudo, um impedimento notado na experiência foi o fato de que as pessoas testadas tinham receio de que usar a tecnologia em seus postos de trabalho seria errado, ilegítimo ou injusto.

“As pessoas queriam ‘permissão para incitar‘”, disse a executiva. “’Será que está tudo bem eu fazer isso?’ Então, dar a elas essa garantia foi muito importante”, pontuou.

Ilustração de aperto de mão entre pessoa e robô, representando a inteligência artificial; ambas as mãos saem de telas de laptops, que flutuam na diagonal
Maioria de pessoas que tem receio de usar a IA são mulheres acima de 55 anos (Imagem: SvetaZi/Shutterstock)

Pense em deixar seus funcionários usarem IA administrativamente!

  • Após o início do projeto, algumas horas de treinamento realizadas com os trabalhadores fez com que eles sentissem mais segurança para usar a IA, aumentando sua utilização duas vezes mais;
  • Além disso, segundo Weinstein, eles seguiram trabalhando com a tecnologia durante meses;
  • Com tais intervenções, segundo o Google, a baixa adoção da IA nas empresas testadas por esses trabalhadores foi revertida;
  • Por exemplo: antes do treinamento, somente 17% de mulheres acima dos 55 anos em seus grupos faziam uso semanal da IA e apenas 9% diariamente;
  • Passados três meses, 56% estavam usando por semana e 29% diariamente.

Brasil e Chile querem criar modelo de IA unificado

Os governos de Brasil e Chile querem construir um modelo de linguagem de inteligência artificial (IA) unificado. A ideia é que o Modelo de Linguagem Grande (LLM, na sigla em inglês) “reflita as particularidades culturais e regionais da América do Sul”.

O assunto foi discutido em reunião bilateral da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, com a ministra da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, Aisen Etcheverry, em Brasília (DF).

Leia a reportagem completa aqui

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IA do INSS erra e causa recusas injustas de benefícios

O uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial (IA) no Brasil tem sido cada vez mais comum em diversas áreas, incluindo o sistema previdenciário. O Meu INSS, aplicativo criado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foi implementado em 2018 com o objetivo de agilizar o processo de concessão de benefícios, como aposentadoria e auxílio-doença, por meio de uma análise automatizada. Recentemente, o INSS passou a usar IA no processo.

Contudo, o sistema tem gerado problemas para muitos brasileiros, principalmente para trabalhadores rurais e aqueles com pouca familiaridade com tecnologia, como mostra uma reportagem do Rest of World.

A publicação norte-americana sem fins lucrativos contou o caso de Josélia de Brito, uma ex-trabalhadora rural do nordeste brasileiro, viveu na pele os desafios impostos pelo sistema de IA. Ao solicitar a aposentadoria através do app, Josélia teve seu pedido negado de forma automática devido a um erro de identificação, sendo registrada como homem no sistema.

Esse tipo de falha tem se tornado comum para trabalhadores com pouco acesso a recursos tecnológicos, que enfrentam dificuldades para corrigir as inconsistências, já que o sistema não oferece alternativas eficazes de revisão.

A implementação da IA no Meu INSS

  • O Meu INSS foi desenvolvido com o intuito de reduzir a burocracia e acelerar a concessão de benefícios.
  • Desde sua introdução, a ferramenta tem sido utilizada para processar um grande volume de solicitações, com a meta do governo de que até 2025, 55% das solicitações sejam analisadas de forma automatizada.
  • Em muitos casos, o sistema tem conseguido acelerar o processamento de pedidos simples.
  • Porém, isso também tem levado à recusa automática de pedidos com pequenos erros ou inconsistências, o que afeta especialmente aqueles em áreas remotas do país.
  • A introdução da IA no processo foi vista inicialmente como uma inovação positiva, com a promessa de tornar o sistema mais ágil.
  • No entanto, como destacam especialistas, o uso de tecnologia sem uma análise crítica e sem a capacitação adequada dos cidadãos tem resultado em exclusão digital.
  • Josélia de Brito, por exemplo, que sofre de doenças crônicas e precisa de benefícios previdenciários, relatou sua frustração ao ver seus pedidos recusados repetidamente, mesmo tendo toda a documentação necessária.
  • Para ela, o processo de solicitar benefícios tornou-se humilhante e cada erro no sistema parecia resultar em uma negação sem explicações claras.
A IA do app Meu INSS agiliza a vida de muita gente, mas pode ser um problema para outros (Imagem: rafastockbr / Shutterstock.com)

O impacto sobre trabalhadores rurais

A implementação de IA no Meu INSS tem se mostrado especialmente problemática para trabalhadores rurais, que muitas vezes não possuem acesso a internet de qualidade e enfrentam dificuldades de alfabetização digital.

Dados indicam que a taxa de analfabetismo em áreas rurais do Brasil é três vezes maior do que nas zonas urbanas, o que aumenta as dificuldades desses trabalhadores ao interagir com sistemas digitais. Além disso, muitos casos complexos, como aqueles envolvendo propriedades rurais de difícil documentação, acabam sendo rejeitados pela IA, que não consegue processar essas solicitações com precisão.

Especialistas afirmam que, apesar dos esforços para agilizar o processo, a automação não está preparada para lidar com as particularidades do trabalho rural. Edjane Rodrigues, secretária da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, destacou ao Rest of World que esses casos deveriam ser analisados por seres humanos, já que a legislação social prevê uma série de nuances que a IA não consegue interpretar corretamente.

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Trabalhadores rurais podem ser prejudicados pelo modelo atual de revisão de solicitações (Imagem: elpidio costa junior / iStock)

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A tecnologia pode ser uma solução ou um obstáculo?

Embora o governo brasileiro tenha investido milhões para aprimorar o sistema, com o objetivo de tornar os serviços mais eficientes, a dependência crescente de inteligência artificial também gerou receios. No início de 2025, a empresa responsável pela criação do app, a Dataprev, anunciou um investimento de aproximadamente 10,5 milhões de dólares para melhorar as capacidades de análise de dados e detecção de fraudes do Meu INSS.

Apesar das críticas, o Meu INSS continua sendo amplamente utilizado no Brasil, com 84 milhões de acessos mensais. No entanto, especialistas alertam que um aumento da dependência da tecnologia pode resultar em ineficiência e exclusão para aqueles mais vulneráveis, que não têm os recursos ou o conhecimento para navegar por sistemas automatizados.

Em um cenário em que a digitalização das funções públicas é vista como uma solução para aumentar a eficiência, surge a necessidade de um equilíbrio entre a automatização e a análise humana. Isso é especialmente importante em casos onde o processo de concessão de benefícios envolve elementos que não podem ser reduzidos a simples critérios algorítmicos. Sem esse equilíbrio, a inovação pode se transformar em um obstáculo para os cidadãos que mais necessitam de assistência.

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Este adesivo inteligente pode adivinhar nossas emoções

Pacientes muitas vezes escondemconsciente ou inconscientementesuas emoções reais. Um novo adesivo facial inteligente, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), pode ajudar a revelar esses sentimentos com precisão surpreendente, oferecendo nova ferramenta para o monitoramento remoto da saúde mental.

O dispositivo flexível, criado pelo professor Huanyu “Larry” Cheng e sua equipe, conta com sensores que monitoram, simultaneamente, movimentos da pele, temperatura corporal, suor e níveis de oxigênio no sangue.

Dispositivo pode ser usado voluntariamente por pacientes que percebam correr risco de desenvolver condições, como depressão e ansiedade (Imagem: Universidade Estadual da Pensilvânia)

Esses dados são enviados via Bluetooth para um aplicativo conectado à nuvem, onde algoritmos de inteligência artificial (IA) analisam expressões faciais e sinais fisiológicos.

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Alta precisão na detecção de nossas emoções

  • Nos testes de laboratório, o sistema foi capaz de identificar seis expressões básicas (felicidade, surpresa, medo, tristeza, raiva e nojo) com mais de 96% de precisão;
  • E, para distinguir emoções verdadeiras — que nem sempre correspondem às expressões —, a tecnologia cruza os dados faciais com os sinais do corpo, alcançando, até agora, 89% de precisão ao interpretar reações a estímulos emocionais, como videoclipes;
  • Como os dados são processados online, o adesivo poderá permitir que médicos monitorem o bem-estar psicológico de pacientes à distância, o que pode ser especialmente útil em contextos clínicos e terapêuticos.

Avanços para tratar a saúde mental

Segundo Cheng, essa abordagem integrada fornece forma mais completa de entender as emoções humanas e pode contribuir para avanços significativos na área da saúde mental.

“As pessoas, muitas vezes, não demonstram, visivelmente, como realmente se sentem. Por isso, estamos combinando a análise da expressão facial com outros sinais fisiológicos importantes, o que, em última análise, levará a melhor monitoramento e apoio à saúde mental”, afirmou o professor Cheng.

O estudo que permitiu a criação do dispositivo foi publicado na revista Nano Letters.

Algoritmos de detecção de expressão do adesivo foram treinados em oito voluntários e, depois, testados em outros três (Imagem: Universidade Estadual da Pensilvânia)

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Dá para calcular o gasto de energia de uma conversa com a inteligência artificial

Cada comando enviado e executado por chatbots de inteligência artificial gasta muita energia. Imagine uma conta de eletricidade gigantesca só para uma conversa com o ChatGPT. Mas você já parou para pensar exatamente qual é esse consumo?

Se sua resposta foi “sim”, você não é o único. O engenheiro da empresa de IA Hugging Face Julien Delavande criou uma ferramenta para estimar em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e respondida pelos chatbots.

IA gasta eletricidade, mas valor exato ainda é difícil de estimar (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

Quanta energia gasta uma conversa com a inteligência artificial?

A resposta exata é bem difícil de obter. A ferramenta criada por Delavande traz uma estimativa.

Antes disso, vamos contextualizar:

  • A inteligência artificial gasta muita energia porque depende de GPUs (circuitos eletrônicos para processar gráficos, imagens e vídeos) e chips especializados;
  • Já esses eletrônicos dependem de eletricidade para executar a demanda de trabalho, o que causa todo o consumo da IA;
  • É por isso que você já deve ter ouvido falar que os data centers, onde essas estruturas ficam armazenadas, gastam muita eletricidade.

Voltando: a ferramenta de Delavande foi projetada para funcionar com o Chat UI, uma interface com usuário de código aberto que funciona para os modelos Llama 3.3 70B, da Meta, e o Gemma 3, do Google.

O programa estima em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e recebidas pelos chatbots, em watts-hora ou joules. Ele também compara o consumo com o de eletrodomésticos do dia a dia, como lâmpadas LED e micro-ondas.

Demonstração da ferramenta (Imagem: Delavande Julien/X/Reprodução)

Veja uma demonstração:

Segundo o TechCrunch, pedir para o Llama 3.3 70B escrever um e-mail gasta cerca de 0,1841 Watt-hora, o equivalente a ligar um micro-ondas por 0,12 segundos.

Consumo é apenas estimado

Como falamos, medir o consumo exato da inteligência artificial é complicado. O criador deixa claro que a ferramenta traz apenas estimativas – e elas podem não ser 100% precisas.

Leia mais:

O objetivo é fazer um lembrete importante: a IA tem um custo (e bem alto). Segundo Delavande e os cocriadores da ferramenta, projetos como esse buscam trazer transparência para a tecnologia.

Um dia, o uso de energia poderá ser tão visível quanto os rótulos nutricionais dos alimentos!

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Agentes de IA serão colegas de trabalho em breve, diz Microsoft

A Microsoft divulgou mais uma edição de seu Relatório Anual do Índice de Tendências de Trabalho e — como não poderia ser diferente — a inteligência artificial (IA) dominou a pesquisa, feita em parceria com o LinkedIn.

A novidade deste ano são os insights de startups nativas de IA, economistas, cientistas e acadêmicos. 82% dos líderes afirmam que este é um ano crucial para repensar aspectos essenciais da estratégia e das operações.

46% dos líderes afirmam que suas organizações estão usando agentes para automatizar totalmente os fluxos de trabalho (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

A Microsoft afirmou que 2025 será o ano de novo tipo de organização: Empresa de Fronteira, “construída em torno de inteligência à disposição, equipes de agentes humanos e novo papel para todos: chefe de agente”, segundo o relatório.

Insights da pesquisa da Microsoft

  • A empresa pondera que a transformação levará décadas para mostrar todo seu potencial e que a “ambição, a criatividade e a engenhosidade humanas continuarão a criar novos valores e oportunidades econômicas”;
  • Ao mesmo tempo, 52% dos líderes dizem que a produtividade precisa aumentar, enquanto 80% da força de trabalho global relata falta de tempo ou energia para fazer seu trabalho;
  • Para preencher essa lacuna, 82% dos líderes esperam usar mão de obra digital para expandir sua força de trabalho nos próximos 12 a 18 meses;
  • Segundo o relatório, o trabalho digital vai reinventar até mesmo as empresas mais consolidadas. Dados do LinkedIn mostram que parte dos talentos de big techs está migrando para startups de IA, onde as “regras do talento e da competição estão sendo reescritas”.

Leia mais:

Agente de IA como colega de trabalho

A força da IA vai demandar uma mudança de organograma, com fluxos mais fluidos e orientados a resultados. 46% dos líderes afirmam que suas organizações estão usando agentes para automatizar totalmente os fluxos de trabalho ou processos de negócios, seja com atendimento ao cliente, marketing ou desenvolvimento de produtos.

“À medida que agentes se juntam cada vez mais à força de trabalho, veremos a ascensão do chefe de agentes: alguém que constrói, delega e gerencia agentes para ampliar seu impacto e assumir o controle de suas carreiras na era da IA”, diz o relatório.

A seguir, veja mais números da pequisa:

  • 41% dos entrevistados esperam que suas equipes estejam treinando agentes dentro de cinco anos;
  • 67% estão familiarizados com os agentes (vs. 40% dos funcionários) e 79% acreditam que a IA acelerará suas carreiras (vs. 67%);
  • Enquanto 33% dos líderes estão considerando reduções de pessoal, 78% estão considerando contratar para novas funções de IA;
  • 83% dizem que a IA permitirá que os funcionários assumam trabalhos mais complexos e estratégicos no início de suas carreiras.
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Chefe de agente de IA será a profissão do futuro, segundo Microsoft (Imagem: gguy/Shutterstock)

“Assim como a era da internet criou bilhões de novos empregos na área do conhecimento — de gerentes de mídia social a designers de UX — a era da IA ​​já está dando origem a novas funções, com muitas outras por vir. Preparar-se para o futuro não é mais opcional.”

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Brasil e Chile querem criar modelo de IA unificado

Os governos de Brasil e Chile querem construir um modelo de linguagem de inteligência artificial (IA) unificado. A ideia é que o Modelo de Linguagem Grande (LLM, na sigla em inglês) “reflita as particularidades culturais e regionais da América do Sul”.

O assunto foi discutido em reunião bilateral da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, com a ministra da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, Aisen Etcheverry, em Brasília (DF).

USP participará de projetos com centro de IA do Chile (Imagem: Reprodução/USP)

Segundo a ministra Luciana Santos, o desenvolvimento dessa linguagem com “viés que reflete nossa cultura e especificidades” trará ainda mais união às nações. Não há informação sobre como isso seria feito na prática.

Nova parceria

  • O encontro foi selado com a assinatura de protocolo de intenções de cooperação internacional mútua entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile (CENIA);
  • A parceria vai focar em projetos conjuntos nas áreas de ensino, pesquisa e serviços à comunidade com o objetivo de desenvolver ferramentas de inteligência artificial e a formação de talentos na região;
  • “É fundamental avançar no compartilhamento de infraestruturas com capacidade para IA e utilizar a governança da Rede Clara como suporte para o aprimoramento dos modelos de linguagem”, disse Etcheverry;
  • Segundo o governo brasileiro, as ministras discutiram maneiras de garantir segurança da informação, coleta e alinhamento de dados e o compartilhamento de informações de forma ética e responsável, preservando a soberania de cada nação.

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Ministra da Ciência quer modelo de IA que considere particularidades culturais da América do Sul (Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

Brasil e a IA

Em agosto do ano passado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação apresentou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial com metas estabelecidas até 2028 para projetos de inovação empresarial e infraestrutura.

Após o sucesso do DeepSeek, a ministra Luciana Santos chegou a afirmar que o chatbot chinês serviria como fonte para o Brasil “beber daquilo que é mais avançado”, apesar de o governo ter planos, segundo ela, de desenvolver uma IA própria.

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