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Conheça a “cidade data center” em construção no Brasil

O portal Repórter Brasil trouxe informações sobre o desejo de uma empresa de tecnologia de construir verdadeira “cidade data center” em Eldorado do Sul (RS), um ano após a enchente que devastou o Estado.

Com o forte crescimento da inteligência artificial (IA) nos últimos anos, a demanda por data centers específicos vem aumentado no mundo todo. Sendo assim, as empresas que operam no setor estão construindo grandes complexos voltados para a tecnologia.

Um exemplo é a xAI, que construiu um supercomputador em Abilene, Texas (EUA) no ano passado, mas que enfrentou resistência local por conta do consumo de recursos locais, que poderiam prejudicar a população que vive nos arredores.

No Brasil, a Scala Data Centers está se preparando para construir um complexo de data centers no município gaúcho, que promete ser o maior complexo de infraestrutura digital da América Latina. Eldorado do Sul foi uma das cidades rio-grandenses-do-sul devastadas pelas chuvas que deixaram o Rio Grande do Sul debaixo d’água e que tenta se reerguer.

Em outubro passado, o governo estadual fechou parceria com a empresa para a realização do projeto. À época, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo (PP), disse que o contrato “é oportunidade de transformar o Rio Grande do Sul no novo Vale do Silício no Brasil“.

Acordo foi selado no fim de 2024 (Imagem: Maurício Tonetto/Secom)

Scala AI City: a primeira “cidade data center” do Brasil

O empreendimento é chamado de Scala AI City. Confira mais informações do projeto, segundo dados do governo do Estado do Rio Grande do Sul:

  • O investimento inicial é de cerca de R$ 3 bilhões, com espaço total de mais de 7 milhões de metros quadrados;
  • Contudo, as empresas que utilizarão as instalações injetarão mais R$ 4 bilhões, podendo passar dos R$ 600 bilhões no projeto total;
  • A título de comparação, o maior investimento do Estado realizado até hoje é de R$ 24 bilhões — a ampliação da CMPC, fábrica de celulose chilena, em 2024;
  • Mais de três mil empregos diretos e indiretos deverão ser gerados;
  • Quanto à capacidade inicial de TI do data center, serão 54 MW, podendo chegar a 4,75 GW;
  • O governo estadual afirma que a região escolhida tem segurança comprovada contra desastres naturais, grande oferta de energia elétrica e capacidade imobiliária;
  • O data center será ligado a outro do mesmo tipo, que se encontra em Porto Alegre (RS). Futuramente, ele será conectado ao cabo submarino Malbec, que liga São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires.

A primeira etapa do empreendimento deverá entrar em operação em até dois anos e, inicialmente, será híbrido, ou seja, servirá para cloud e IA.

Questões ambientais

Porém, há preocupações com relação ao meio ambiente. Uma lei municipal aprovada exclusivamente para o projeto aponta que o licenciamento da obra “se dará de forma simplificada e autodeclaratória“. Nesse sentido, vale lembrar que, nem ao nível estadual, nem ao nível local, há uma regulação para licenciamento ambiental de data centers, lembra o Repórter Brasil.

Isso porque os data centers demandam muita energia e água para alimentar seu hardware e resfriamento, sem contar o lixo eletrônico gerado. Os 4,75 GW anunciados pela Scala servirá para funcionamento dos servidores e para o resfriamento deles, explica, ao Repórter Brasil, o professor Ricardo Soares, coordenador do mestrado em ciência do meio ambiente da Universidade de Veiga de Almeida e servidor do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.

“Os 4,75 GW dizem respeito à demanda de energia elétrica que o complexo de data centers deverá consumir em seu pico operacional, e não à sua ‘capacidade de processamento de dados’ propriamente dita”, continua.

Uma comparação do portal mostra que a “cidade data center” brasileira terá consumo maior do que a quantidade de energia gerada de duas usinas: a Jirau, que abastece 40 milhões de pessoas e se encontra em Rondônia, e a de Santo Antônio, que abastece 39 milhões de usuários: respectivamente, as usinas geram 3,8 GW e 3,6 GW, segundo dados do EPE – Plano Nacional de Energia 2030.

Mas este não é o primeiro caso de data centers questionados pela comunidade local, tampouco o mega computador da xAI. Nesta reportagem do Olhar Digital, você confere mais exemplos.

No Brasil, há outro caso bem famoso de construção tecnológica que causou polêmica. Trata-se da usina de dessalinização que o governo do Ceará deseja construir na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), mas que enfrentava resistência das empresas de internet, cujo receio era o de que as obras pudessem afetar cabos submarinos que passam na região.

Em nota encaminhada ao site, a Scala garante que a operação do data center “não teria qualquer efeito no abastecimento elétrico da cidade ou de municípios vizinhos”, além de que a “energia utilizada será 100% renovável e certificada, com fornecimento garantido por parcerias estratégicas”, mas não cita de onde será obtida a energia demandada.

O governo estadual, por sua vez, afirma que, “com o auxílio do clima mais ameno do sul do Brasil, os data centers serão mais eficientes“, com eficiência energética e de água zerados, “ou seja, não utilizarão troca de água em seus sistemas de refrigeração”.

Já o hidrólogo Iporã Brito Possantti ressalta a necessidade de estudo sobre quais os possíveis impactos ao meio ambiente que esse tipo de projeto pode causar.

“Esse tipo de impacto precisa ser previsto no licenciamento. É importante que não haja isenção desses estudos para qualquer empreendimento, porque, depois, quem vai precisar pagar para corrigir e mitigar os impactos é a sociedade, os governos. É uma questão de economia e de justiça“, afirma.

Possantti criou, com colegas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) um site abastecido com dados e mapas relacionados às enchentes de 2024, que assolaram o Rio Grande do Sul, para auxiliar os gestores públicos no enfrentamento do problema.

“Não podemos simplesmente achar que uma inovação tecnológica, que é bem-vinda e necessária, está desprovida de impacto”, pontua ao Repórter Brasil o professor Ricardo Soares.

Mas a dona do empreendimento frisa que o Scala AI City será dotado dos “mais altos padrões de sustentabilidade, inovação e governança” durante sua construção e prossegue, dizendo que “cumpre rigorosamente todos os requisitos legais em todos os seus empreendimentos“. A companhia enfatiza ainda que o licenciamento seguirá a mesma conduta.

Sobre a capacidade energética, a Scala aponta que os 4,75 GW de processamento de dados a ser alcançado quando a “cidade data center” estiver funcionando a pleno vapor a transformará “em um dos maiores polos de processamento de dados do mundo“.

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Dona do empreendimento frisa que o Scala AI City será dotado dos “mais altos padrões de sustentabilidade, inovação e governança” durante sua construção (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

Só que a quantidade de gigawatts anunciada é superlativa, já que, hoje, o Brasil tem capacidade total de 777 MW, tendo capacidade real de 54 MW. Ao colunista Renan Setti, do jornal O Globo, o CEO e cofundador da Scala, Marcos Peigo, comentou mais sobre as questões de capacidade da futura Scala AI City:

O sonho é construir uma cidade. O plano eventual é ter até 4.750 MW, com consumo equivalente ao de todo o estado do Rio. No mundo, não há nada parecido; o maior de que tenho notícia é um projeto com cerca de 1.500 MW anunciados… Exigiria um investimento nosso da ordem de US$ 50 bilhões, e seria um trabalho para dez, 20 anos…

Marcos Peigo, CEO e cofundador da Scala, em entrevista ao jornal O Globo

Enquanto isso, a prefeita de Eldorado do Sul, Juliana Carvalho (PSDB), ressalta que vai “olhar para todos os detalhes do empreendimento“, mesmo que a lei municipal deixe o licenciamento ambiental mais simples. “Qualquer intervenção tem algum impacto. O trabalho da prefeitura tem que ser amenizar isso de alguma forma, mas sem prejudicar o investimento e o desenvolvimento do município“, prossegue.

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Por que Eldorado do Sul?

A Scala justifica a escolha da região para construir sua “cidade data center” não só pelas condições citadas no começo desta reportagem, mas, também, por fatores ligados ao “maior desafio para o setor, especialmente com a ascensão da IA“, sem contar que o município tem “robusta estrutura de transmissão, com uma subestação de capacidade de até 5 GW — a esmagadora maioria não utilizada”.

O governo do Estado também ressalta o clima ameno do sul do Brasil, que contribui para a que a Scala AI City seja construída na região, pois, teoricamente, temperaturas mais baixas favorecem o resfriamento dos servidores, que demandariam menos energia elétrica para isso.

O problema é que o cenário de frio e clima ameno da região sul vem mudando ano a ano. Por exemplo: Porto Alegre, em fevereiro, bateu recordes de calor duas vezes e virou a capital brasileira mais quente nesse período. No mês passado, ela chegou a registrar 7,3 °C acima das médias históricas. Detalhe: a capital do Rio Grande do Sul está há apenas 12 quilômetros de Eldorado do Sul.

Soma-se a este fato que o Estado é o segundo colocado no ranking de ocorrências de estiagens e secas no Brasil — à frente, só a Bahia. Neste ano, 307 municípios gaúchos (61% do total) decretaram emergência dada a ausência de chuvas.

O The Guardian rememora que a combinação de data centers e crise hídrica já causou protestos. Isso aconteceu em 2023, no Uruguai, relacionado a um complexo tecnológico do Google no país. Os protestos aconteceram, pois, durante a crise, a população foi obrigada a ser abastecida com água salgada.

Data centers consomem muita água. Isso é um problema porque a escassez de água está se tornando uma das principais razões de conflitos no mundo”, aponta Golestan Radwan, diretora digital do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A Scala alega usar “tecnologias de resfriamento sem desperdício de água no resfriamento” e que não há “necessidade de reposição, mas apenas uma carga inicial no sistema”. Ao Repórter Brasil, contudo, não indicou a carga prevista para Eldorado do Sul.

Brasil: futuro antro de data centers

Essa matriz energética (limpa) que o Brasil tem graças ao grande peso das hidrelétricas está transformando o País em destino potencial para a instalação de data centers. Mas as mudanças climáticas que mundo enfrenta deixa todo mundo de sobreaviso.

Isso é observável no anuário da Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, que deixa bem claro: “em 2021, o país atravessou a pior seca dos últimos noventa anos” e “o ano de 2023 foi de clima mais quente e seco“.

A Reuters trouxe, para ilustração, uma pesquisa do Morgan Stanley, indicando que os data centers emitem parcela significativa de gases do efeito estufa. Boa parte dessas emissões vem de geradores de energia movios a óleo diesel, costumeiramente acionados quando há crise hídrica.

Já o Banco Mundial produziu relatório no qual alerta para o aumento do uso de energia por tais infraestruturas com a presença de enchentes. Segundo a EBC, em 2024, o município da futura cidade data center teve toda a área urbana afetada pela enchente, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é consequência da crise climática que o planeta enfrenta.

Em contrapartida, o terreno no qual o empreendimento será erguido ficou intacto. No início deste mês, várias escavadeiras estavam removendo centenas de pés de eucalipto distribuídos pelos 535 hectares de terra da Scala, segundo o Repórter Brasil. Antes de a empresa adquirir o espaço, esses eucaliptos eram utilizados para fabricar lenha.

O portal também conversou com um dos operadores das escavadeiras, que frisa que “temos que terminar até o fim do mês [abril] para entregar definitivamente para o novo dono”.

Colchão boiando em uma enchente
Estado foi bastante afetado por enchentes em 2024 (Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil)

E o licenciamento ambiental?

Como dito antes, não há um consenso quanto a regras de licenciamento ambiental para data centers ao nível estadual e federal. Contudo, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam) sugeriu a criação do “ramo data center” no ordenamento legal de licenciamento.

“Isso vai regrar e alinhar o enquadramento e deixar clara a competência municipal e estadual em relação ao licenciamento dos empreendimentos”, disse a instituição, em nota enviada ao site. Todavia, não se sabe quando o processo será concluído.

Quanto ao governo federal, foi apresentado o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028, que pede o investimento de R$ 5 bilhões ao eixo “infraestrutura e desenvolvimento de IA“. O governo também editou o marco legal para os data centers, mas ainda não o publicou.

Soares defende que o ramo de data centers não deve se restringir ao Rio Grande do Sul, devendo ser expandido para todo o território nacional. “São muitas lacunas. Não podemos desburocratizar aqui para acelerar o desenvolvimento sem olhar para os impactos“, prossegue.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul diz que “o Estado já levou ao governo federal a pauta que visa criar ambiente regulatório favorável aos data centers e às questões ligadas à inteligência artificial. Caso se efetive, será uma conquista que beneficiaria todo o País“, não citando informações sobre riscos e impactos ambientais.

Em setembro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu a celeridade do processo no Brasil. “Se não construirmos imediatamente este ambiente favorável, corremos o risco de ver a transição energética acontecer em outros países, deixando-nos para trás. Agir agora é crucial para garantir que o Brasil não fique no final da fila nesta importante transformação global”, pontuou.

Ainda naquele mês, o PNUMA recomendou que os países padronizassem procedimentos visando medir o impacto da IA. Nessa medição, se inclui a extração de minérios para construção dos projetos e o treinamento da tecnologia, bem como o consumo de água e energia elétrica.

“Atualmente, cada um mede e quantifica [os impactos] da forma que acha melhor e adota as medidas que considera adequadas. Mas é muito difícil avaliar a eficácia dessas medidas, porque não existe um método consensual”, reforça Radwan, da ONU.  “Devemos falar sobre como garantir que a transformação digital seja ambientalmente sustentável“, completa.

O que dizem os citados

O Olhar Digital entrou em contato com as fontes citadas na reportagem e atualizará o espaço tão logo receba as respostas.

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Esta startup quer substituir todos os empregos do mundo pela IA

Toda e qualquer discussão sobre os avanços da inteligência artificial tem como um dos temores levantados a substituição de funções hoje exercidas pelos humanos. Este movimento poderia gerar uma grave crise no mercado de trabalho, uma vez que milhões de pessoas perderiam seus empregos.

E parece que esta preocupação não está tão distante da realidade quando ouvimos as ideias de algumas empresas para o futuro. É o caso de uma nova startup do Vale do Silício que planeja automatizar todas as funções.

Objetivo é atingir a automação total da economia

  • A Mechanize está buscando arrecadar milhões de dólares para colocar os seus planos em prática.
  • A ideia é usar os recursos para criar ferramentas e ambientes digitais que permitam treinar IAs cada vez mais avançadas.
  • Estas tecnologias seriam utilizadas, então, para realizar qualquer tarefa que hoje dependa de humanos.
  • Em outras palavras, a startup quer substituir todos os funcionários por máquinas.
  • O sonho é atingir a automação total de todo o trabalho e da economia global.
  • As informações são do TechCrunch.
IA pode assumir funções que hoje são desempenhadas pelos humanos (Imagem gerada via DALL-E/Olhar Digital)

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Substituição pela IA seria benéfica para os humanos, segundo a startup

De acordo com o fundador da startup, Tamay Besiroglu, a Mechanize pretende movimentar uma quantia de US$ 60 trilhões por ano. Este número corresponde ao salário de todos os funcionários humanos do planeta.

Ele afirma que, até 2040, a automação de atividades de trabalho será impulsionada por tecnologias como a inteligência artificial. Este movimento pode proporcionar um aumento anual na produtividade global de 0,5% a 3,4%.

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Startup defende que avanço tecnológica garantirá um crescimento econômico explosivo (Imagem: metamorworks/Shutterstock)

Apesar de precisar cortar os humanos da equação para atingir estes resultados, Besiroglu observa que as pessoas não irão empobrecer. Segundo ele, haverá um “crescimento econômico explosivo” que permitirá padrões de vida muito mais altos do que os que existem hoje.

Isso até pode ser verdade para os donos das grandes empresas, mas será que a população em geral, principalmente aquela que depende do salário para sobreviver, também será favorecida por estes avanços tecnológicos? Só um futuro pode responder.

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Grok: IA do X consegue ‘ver’ usando câmeras de celulares

O Grok, IA desenvolvida sob a liderança de Elon Musk, ganhou “visão”. Agora, o chatbot da xAI responde perguntas sobre o que está sendo capturado pela câmera do celular do usuário. É bem semelhante aos recursos de “visão” em tempo real no Gemini, do Google, e no ChatGPT, da OpenAI.

Por ora, a “visão” do Grok está disponível apenas no aplicativo para iOS, sistema operacional do iPhone. Isto é, o recurso ainda não chegou para celulares Android.

Grok usa ‘visão’ (e câmeras de celulares) para responder perguntas de usuários

A xAI anunciou o lançamento do Grok Vision na terça-feira (22). O novo recurso permite aos usuários apontarem seu celulares para objetos como produtos, placas e documentos e fazer perguntas sobre eles.

Grok Vision permite aos usuários apontarem seu celulares para objetos e fazer perguntas sobre eles (Imagem: Bangla press/Shutterstock)

Confira abaixo postagens sobre a “visão” do Grok:

Outros recursos também lançados na terça para o Grok incluem áudio multilíngue e busca em tempo real no modo de voz. Usuários do Android podem acessar essas funções, mas somente se forem assinantes do plano SuperGrok, que custa R$ 150 por mês.

No começo de abril, a xAI adicionou “memória” ao Grok. Na prática, a IA se tornou capaz de lembrar conversas passadas com usuários. O Grok também ganhou recentemente uma ferramenta semelhante a um quadro de criação para desenvolver códigos, jogos e documentos.

Grok também está no Telegram, com um porém

Grok também está no Telegram. Esta novidade, anunciada recentemente, coloca a IA do X num território onde a concorrência com outras IAs, como o Meta AI no WhatsApp, é inevitável. 

O Grok no Telegram é alimentado pelo Grok 3, o modelo de linguagem mais recente da xAI, que possui capacidades avançadas de processamento de linguagem natural.

Ao fundo, logos de xAI e X; à frente, rosto de Elon Musk em preto e branco
Grok chega ao Telegram com uma particularidade que pode desanimar (Imagem: JRdes/Shutterstock)

Ele interage com usuários por meio de mensagens de texto. Você pode fazer perguntas, solicitar informações, pedir dicas ou simplesmente manter uma conversa. A IA responde às suas consultas, buscando fornecer relevantes.

Para iniciar uma conversa com o Grok, você deve pesquisar por “@GrokAI” na barra de busca do Telegram. Após encontrar o chat oficial do Grok, você pode iniciar a conversa tocando em “Começar”.

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A integração, no entanto, vem com uma particularidade: o acesso é exclusivo para os assinantes dos serviços premium de ambas as plataformas, Telegram Premium e X Premium. O Grok verificará as assinaturas e, se estiverem ativas, permitirá que o usuário comece a interagir com ele.

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Pai do ChatGPT, Sam Altman está saindo de um outro emprego

Quase um ano após assumir a posição de presidente da Oklo, empresa francesa de fissão nuclear, o CEO da OpenAI, Sam Altman, está deixando o cargo. O cofundador e CEO da empresa, Jacob DeWitte, deve assumir o posto.

Apesar de parecer um revés, esta decisão abre caminhos para novas negociações entre as companhias. Isso porque a escolha do empresário para o conselho tornou as oportunidades de parceria com o fabricante do ChatGPT mais complexas.

Futuro da IA pode estar na energia nuclear

  • Sam Altman, que também é um investidor significativo e líder em empresas de tecnologia e energia, é um entusiasta da energia nuclear.
  • Ele vê esta como uma solução para atender à crescente demanda energética dos sistemas de inteligência artificial (IA) sem recorrer a combustíveis fósseis. 
  • Foi por conta disso que, em maio do ano passado, o empresário assumiu a posição de presidente da empresa francesa de fissão nuclear.
  • As ações da empresa começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York após uma fusão com a AltC Acquisition Corp, uma companhia também liderada por Altman.
  • Uma negociação que liberou US$ 500 milhões para expandir os negócios da Oklo, segundo o The Wall Street Journal.
Saída de Altman pode ser benéfica para a OpenAI (Imagem: jackpress/Shutterstock)

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Oklo pode atender demanda da OpenAI

A Oklo visa comercializar a fissão nuclear por meio do uso de mini reatores em formato de A, diferentemente dos reatores nucleares convencionais. Além disso, planeja vender energia diretamente para grandes consumidores como a Força Aérea dos EUA e empresas de tecnologia.

Em outras palavras, o empresário viu na companhia uma oportunidade para beneficiar as operações da OpenAI. “À medida que a Oklo explora parcerias estratégicas para implantar energia limpa em escala, principalmente para permitir a implantação de IA, acredito que agora é o momento certo para eu deixar o cargo”, disse Altman.

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Uma possível parceria entre as empresas ajudaria a atender a demanda por IA em data centers (Imagem: Caureem/Shutterstock)

O CEO da OpenAI disse que o fornecimento de energia é um dos principais fatores limitantes para o crescimento da IA, porque não há o suficiente para alimentar os data centers necessários para treiná-la e executá-la. Mas talvez a solução para este problema já tenha sido encontrada.

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Brasil na tecnologia: perdemos para os EUA, mas ganhamos do resto do mundo; entenda

Estadunidenses ganham quase o dobro de brasileiros que atuam na mesma função em empresas estrangeiras de tecnologia, revela o estudo Brazilian Global Salary.

Produzido pela TechFX, plataforma de câmbio para profissionais que prestam serviços ao exterior, o estudo ouviu 1,61 mil brasileiros entre novembro e dezembro de 2024, dos quais 1,43 mil atuam para empresas internacionais, destacando tendências salariais globais e o papel dos trabalhadores do país nesse cenário.

Segundo o levantamento, profissionais estadunidenses que atuam no ramo de tecnologia ganham, em média, 1,9 vez mais em comparação com brasileiros que desempenham a mesma função remotamente. Para chegar a esse dado, a empresa comparou dados coletados em sua pesquisa com informações sobre o salário médio dos estadunidenses da área, com base no estudo Stack Overflow 2024.

Gráfico mostra a diferença entre salários de profissionais de TI no Brasil e no mundo (Imagem: Reprodução)

Entretanto, quando comparados a vagas ocupadas por pessoas de outras partes do mundo, os brasileiros levam vantagem. De acordo com o estudo, os desenvolvedores do Brasil ganham, em média, 10% a mais do que outras nacionalidades que exercem as mesmas funções no exterior

Na visão de Alan Sikora, CTO e fundador da TechFX, estas variações reforçam crescente valorização dos talentos nacionais dentro do mercado tecnológico cada vez mais globalizado. “Mesmo com desafios, os brasileiros estão conquistando posição relevante no mercado internacional, o que abre caminhos para quem busca oportunidades fora do país, seja por conta de salários alinhados a moedas fortes ou a busca por flexibilidade e autonomia”, explica.

Tecnologia aquecida

  • Procurando avaliar o setor de tecnologia de forma mais minuciosa, o estudo também trouxe as diferenças salariais correlacionadas à especialização nas linguagens de programação mais bem pagas no mercado global;
  • Segundo o levantamento, dos 1,25 mil profissionais do segmento que responderam à pesquisa, apenas 9,2% são desenvolvedores da linguagem Ruby e tendem a receber mais;
  • Outras opções que aparecem em destaque, com vencimentos mensais altos, são as linguagens Elixir e Go;
  • Mesmo com a valorização crescente em tecnologias emergentes, elas também representam baixo índice de pessoas que contam com essa expertise, sendo 1,68% e 6,24%, respectivamente. 

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Quanto mais rara a linguagem, maior o salário — mas poucos dominam as mais bem pagas, revela estudo da TechFX (Imagem: amgun/Shutterstock)

Além disso, a pesquisa também avaliou a relação entre o salário médio dos profissionais atrelada à sua especialização e os anos de experiência na área. Dentro deste escopo, o conhecimento em Engenharia de Confiabilidade de Sites (SRE, na sigla em inglês) lidera os salários médios das carreiras tecnológicas, com profissionais recebendo US$ 9,94 mil (R$ 57,16 mil) mensais e acumulando experiência média de 14,26 anos

Já a especialização em aprendizado de máquina combina bons salários (US$ 6,25 mil/R$ 35,93 mil) com experiência média mais baixa (6,15 anos), o que pode indicar um caminho promissor para profissionais iniciantes. Outro destaque do estudo foi a variabilidade salarial observada na área de cibersegurança, com desvio padrão de US$ 5,21 mil (R$ 29,99 mil), indicando diferenças significativas entre os profissionais. 

“A tecnologia oferece oportunidades únicas de crescimento e mobilidade para talentos do Brasil, mas ainda existem desafios a serem superados, como o acesso à educação em linguagens de maior demanda e especializações estratégicas“, completa Sikora.

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Startup quer desvendar “caixa-preta” dos modelos de IA; entenda

Formada por OpenAI e Google DeepMind, a startup Goodfire tem plano ousado. A empresa está investindo em pesquisas sobre interpretabilidade mecanicista — em outras palavras, a ciência por trás das redes neurais dos modelos de inteligência artificial (IA).

A plataforma criada pela startup, a Ember decodifica os neurônios dentro de sistemas de IA para fornecer acesso direto e programável aos seus pensamentos internos. Além disso, desbloqueia maneiras inteiramente novas de aplicar, treinar e alinhar modelos de IA.

Isso vai permitir aos usuários acesso a conhecimentos ocultos dos modelos, a manipulação de seus comportamentos de forma mais precisa e o aprimoramento de desempenho da tecnologia, segundo a empresa.

Eric Ho, cofundador e CEO da Goodfire (Imagem: Reprodução/Goodfire)

Ninguém entende os mecanismos pelos quais os modelos de IA falham. Então, ninguém sabe como corrigi-los”, disse Eric Ho, cofundador e CEO da Goodfire. “Nossa visão é desenvolver ferramentas que tornem as redes neurais fáceis de entender, projetar e corrigir de dentro para fora. Essa tecnologia é fundamental para construir a próxima fronteira de modelos de base seguros e robustos.”

Startup de IA tem costas quentes

  • Neste mês, a Goodfire anunciou rodada de financiamento Série A de US$ 50 milhões (R$ 287.45 milhões, na conversão direta), liderada pela Menlo Ventures com a participação da Lightspeed Venture Partners, Anthropic (criadora do Claude), B Capital, Work-Bench, Wing, South Park Commons e outros investidores;
  • O investimento ocorre um ano após a fundação da empresa, que vai aplicar os recursos em iniciativas de pesquisa já em andamento, além do desenvolvimento da principal plataforma de interpretabilidade, a Ember, em parceria com os clientes;
  • “Modelos de IA são, notoriamente, caixas-pretas não determinísticas”, disse Deedy Das, investidor da Menlo Ventures. “A equipe de alto nível da Goodfire está desvendando essa caixa para ajudar as empresas a realmente entender, orientar e controlar seus sistemas de IA”;
  • A startup anunciou que vai lançar prévias adicionais de pesquisas, destacando técnicas de interpretabilidade de ponta em diversas áreas, como processamento de imagens, modelos avançados de linguagem de raciocínio e modelagem científica.

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Pesquisa vai permitir acesso a conhecimentos ocultos dos modelos (Imagem: Reprodução/Goodfire)

Parceria de ouro

Recentemente, a empresa iniciou colaboração com o Arc Institute, organização de pesquisa sem fins lucrativos pioneira em modelos de base biológica. Com a parceria, a Goodfire pretende compreender o funcionamento do modelo Evo 2.

O sistema é capaz de processar sequências de até um milhão de pares de bases com resolução ao nível de nucleotídeo e permite tanto a predição, quanto a geração em vários níveis de complexidade biológica.

Segundo a startup, esse tipo de modelo oferece oportunidade única para a interpretabilidade da IA. Essas redes neurais operam com sequências de DNA e não textos legíveis por humanos, como ocorre em modelos de linguagem grande (LLMs, na sigla em inglês).

“Esse avanço na interpretabilidade pode aprofundar nossa compreensão dos sistemas biológicos, ao mesmo tempo em que possibilita novas abordagens para a engenharia genômica. Também abrem possibilidades para o desenvolvimento de melhores tratamentos para doenças e a melhoria da saúde humana”, diz o site.

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A IA pode “trapacear”? Estes ex-estudantes mostram que sim

Um estudante de 21 anos anunciou aporte de US$ 5,3 milhões (R$ 30,46 milhões, na conversão direta) para sua startup após criar um modelo de inteligência artificial (IA) com o objetivo de “trapacear em tudo”. O financiamento inicial será feito pelas empresas Abstract Ventures e Susa Ventures.

Chungin “Roy” Lee fundou a Cluely em São Francisco (EUA), após sofrer sanções disciplinares na Universidade de Columbia (EUA) por conta da ferramenta. Ele decidiu abandonar o curso e vem conquistando milhares de seguidores compartilhando sua trajetória polêmica nas redes sociais.

Startup lançou vídeo promocional em que personagem usa IA para impressionar garota (Imagem: Reprodução/Cluely)

Originalmente chamada Interview Coder, a IA foi criada por Lee e seu colega Neel Shanmugam, ex-aluno de 21 anos, também da Columbia, para burlar regras em entrevistas de emprego.

Como a IA “trapaceira” funciona?

  • O software permite que o usuário “cole” em provas, ligações e entrevistas de emprego graças a uma janela oculta no navegador que não pode ser visualizada por terceiros;
  • “Criamos o Cluely para que você nunca mais precise pensar sozinho. Ele vê sua tela. Ouve seu áudio. Fornece respostas em tempo real. Enquanto outros chutam, você já está certo”, diz manifesto publicado no site da startup;
  • O modelo se compara a invenções, como a calculadora e o corretor ortográfico, que foram originalmente ridicularizadas como “trapaças”, segundo o manifesto;
  • “Por que memorizar fatos, escrever código, pesquisar qualquer coisa — quando um modelo pode fazer isso em segundos?”, questionam.

A ferramenta teria garantido a Lee um estágio na Amazon, segundo ele. Ao TechCrunch, a empresa não comentou o caso específico, mas informou que não usará criações não autorizadas em processos seletivos.

O ex-estudante chegou a postar um vídeo no YouTube usando o programa de IA durante sua entrevista, em fevereiro. A gravação viralizou, mas foi retirada do ar após reivindicações de direitos autorais pela empresa.

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Making of do vídeo usado no lançamento da startup Cluely (Imagem: Reprodução/Cluely)

Adeus, Columbia!

Pouco tempo depois, o Centro de Sucesso e Intervenção Estudantil de Columbia teria recebido uma carta que dizia que Lee “trapaceou descaradamente e irreverentemente durante todo o processo de entrevista”, e que a Amazon estava cancelando sua oferta.

Após diversas reuniões, a universidade decidiu suspender Lee por um ano, que optou por abandonar o curso. Shanmugam seguiu os mesmos passos. Ambos disseram que não esperavam sofrer as ações disciplinares, pois verificaram o manual do aluno antes de concluir o Interview Coder.

Ao Spectator, Lee disse que sua postura nas redes sociais faz parte de estratégia para divulgar a tecnologia. “Apenas estou expandindo a história o máximo possível para chamar o máximo de atenção e atenção para mim, porque acho que esse é o único diferencial entre vencedores e perdedores em um mundo pós-IA”, disse.

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MusicFX: como usar a IA para criar músicas pelo Google

A inteligência artificial tem revolucionado diversas áreas, e a música não ficou de fora. Com o MusicFX, ferramenta experimental do Google, é possível criar músicas originais a partir de descrições textuais, oferecendo uma nova forma de expressão artística para músicos, produtores e entusiastas.

Disponível no AI Test Kitchen, o MusicFX permite que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico musical, explore sua criatividade sonora de maneira intuitiva e gratuita. Vamos explorar como utilizar o MusicFX, suas funcionalidades, limitações e o inovador modo DJ, que transforma a criação musical em uma experiência interativa e dinâmica.

O que é o MusicFX?

O MusicFX é uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pelo Google, que transforma descrições textuais em composições musicais. Baseado no modelo MusicLM, o MusicFX permite que usuários criem faixas de até 70 segundos, ajustando elementos como gênero, instrumentos e emoções.

A ferramenta está disponível gratuitamente no AI Test Kitchen, laboratório de testes do Google para tecnologias emergentes. Embora o MusicFX compreenda comandos em português, é recomendado o uso do inglês para melhor compreensão e resultados mais precisos.

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Como usar o MusicFX: passo a passo

Utilizar o MusicFX é realmente algo bem prático e rápido, necessitando alguns poucos comandos para estar criando seus primeiros hits.

Tempo necessário: 5 minutos

  1. Acesse o site do MusicFX.

  2. Faça login com sua conta Google.

  3. Na caixa de comando, descreva a música que deseja criar, especificando gênero, instrumentos, ritmo ou emoções. Lembrando, que é recomendado o uso do inglês para melhorar os resultados.

  4. Ajuste as configurações, como a duração da faixa (30, 50 ou 70 segundos).

  5. Clique em “Gerar” e aguarde a criação da música.

Após a geração, você pode ouvir a música, fazer o download em formato MP3, salvá-la em sua biblioteca ou compartilhar o link com outras pessoas.

Dicas para obter melhores resultados

  • Seja específico nos comandos: detalhe o gênero, instrumentos e emoções desejadas para obter uma música mais alinhada às suas expectativas.
  • Utilize o inglês: embora o português seja compreendido, o inglês oferece uma interpretação mais precisa dos comandos pela IA.
  • Explore diferentes combinações: experimente variar os prompts para descobrir novas sonoridades e estilos musicais.
  • Aproveite o modo DJ: utilize o modo DJ para criar sessões musicais interativas, ajustando os elementos em tempo real conforme sua criatividade.

O que é o modo DJ do MusicFX

O modo DJ é uma funcionalidade inovadora do MusicFX, permitindo que os usuários criem uma sequência contínua de música, ajustando comandos em tempo real. É possível adicionar até 10 prompts musicais, variando entre gêneros, instrumentos e emoções, proporcionando uma experiência imersiva e personalizada.

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(Imagem: Captura de Tela/Danilo Oliveira/Olhar Digital)

As sessões no modo DJ têm duração máxima de 60 minutos e são encerradas automaticamente após 10 minutos de inatividade. Durante a sessão, você pode ajustar os prompts, adicionando ou removendo elementos para moldar a música conforme sua preferência.

O modo DJ está disponível em navegadores web, sendo acessível em dispositivos desktop, Android e iOS.

O MusicFX é gratuito?

O MusicFX é totalmente gratuito, permitindo que usuários criem, baixem e compartilhem músicas sem custos.

Posso criar quantas músicas quiser?

Existe um limite diário de criação de músicas, embora o Google não especifique a quantidade exata. Ao atingir o limite, a ferramenta solicitará que você retorne no dia seguinte.

Posso fazer qualquer tipo de música?

O MusicFX não gera músicas que mencionem artistas específicos ou incluam vocais, como medida de proteção aos direitos autorais e estilos dos artistas originais.

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Intel planeja novos cortes de funcionários esta semana

A Intel deve anunciar, esta semana, um plano para reduzir mais de 20% de sua força de trabalho, visando eliminar a burocracia na empresa que enfrenta dificuldades, segundo fonte com conhecimento do assunto revelou à Bloomberg.

A reestruturação faz parte de esforço para otimizar a gestão e reconstruir cultura focada em engenharia, de acordo com a fonte, que solicitou anonimato por se tratar de informações confidenciais. Esta será a primeira grande reorganização sob a liderança do novo CEO Lip-Bu Tan, que assumiu o cargo no mês passado.

Além da Nvidia, há a concorrência da TSMC (Imagem: Below the Sky/Shutterstock)

Estes novos cortes seguem rodada anterior de demissões anunciada em agosto do ano passado, que eliminou cerca de 15 mil postos de trabalho. A Intel contava com 108,9 mil funcionários no final de 2024, comparado aos 124,8 mil do ano anterior.

Um porta-voz da Intel não quis comentar o assunto à Bloomberg.

Intel tenta se reinventar e reconquistar clientela

  • Tan busca recuperar a icônica fabricante de chips após anos de perda de posição para concorrentes;
  • A empresa, sediada em Santa Clara, Califórnia (EUA), perdeu sua vantagem tecnológica e tem lutado para alcançar a Nvidia no segmento de computação para inteligência artificial (IA);
  • Esses fatores contribuíram para três anos consecutivos de queda nas vendas e aumento nos prejuízos;
  • Veterano da Cadence Design, Tan prometeu desinvestir de ativos não essenciais da Intel e criar produtos mais competitivos;
  • Na semana passada, a empresa concordou em vender 51% de sua unidade de chips programáveis, a Altera, para a Silver Lake Management, um passo nessa direção.

A Intel precisa repor o talento de engenharia que perdeu, melhorar seu balanço e alinhar melhor seus processos de fabricação às necessidades dos clientes potenciais”, afirmou Tan durante a conferência Intel Vision no mês passado.

A empresa divulgará os resultados do primeiro trimestre na quinta-feira (24), ocasião em que Tan poderá apresentar mais detalhes sobre sua estratégia. Embora analistas acreditem que o pior da queda na receita da Intel já tenha passado, as projeções de Wall Street não indicam um retorno aos níveis anteriores de vendas nos próximos anos.

O executivo de 65 anos foi contratado após a demissão do então CEO Pat Gelsinger, que enfrentou dificuldades para implementar seu próprio plano de recuperação. Gelsinger havia iniciado custoso programa de expansão da rede de fábricas da empresa e buscava transformar a Intel em fabricante de chips sob encomenda.

Entretanto, a Intel adiou grande parte de seus planos de expansão, incluindo o projeto de uma unidade em Ohio (EUA) que seria, potencialmente, o maior centro de produção de chips do mundo. A empresa também seria a maior beneficiária dos recursos do Chips and Science Act de 2022, mas esse programa está em transição sob o governo do presidente Donald Trump.

Uma possível parceria com a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) — tema de especulação entre investidores nos últimos meses — também parece menos provável de se concretizar. Na semana passada, o CEO da TSMC, CC Wei, declarou que a empresa continuará concentrada em seus próprios negócios.

Durante esse período, a Intel perdeu terreno no novo e lucrativo campo da IA. A empresa, que, por muito tempo, dominou o mercado de processadores para computadores e data centers, demorou a responder à mudança para a IA.

Essa hesitação permitiu que a Nvidia evoluísse de uma empresa de nicho para se tornar a fabricante de semicondutores mais valiosa do mundo — com receita que, agora, supera as vendas da Intel.

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Sob nova direção, empresa tenta obter fatia de mercado maior no campo da IA (Imagem: IM Imagery/Shutterstock)

O próprio Gelsinger reconheceu que a empresa havia perdido seu espírito competitivo e expressou frustração com a lentidão de resposta às transformações do mercado. Porém, ele não recebeu o tempo que havia solicitado para implementar mudanças.

Em sua primeira aparição pública como CEO no mês passado, Tan afirmou que a recuperação seria gradual e desafiadora. “Não vai acontecer da noite para o dia, mas sei que podemos chegar lá“, pontuou.

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O algoritmo nos deixou burros(as). E você ainda curtiu este post

Você lê notícias pelo celular, reproduz o que aquele(a) influenciador(a) diz e acredita que está bem-informado(a), que as suas opiniões são fruto de reflexão própria e crítica. Mas e se grande parte do que você pensa – ou pensa que pensa, tiver sido moldada por sistemas automatizados que conhecem as suas preferências, aversões e o que te faz clicar?

Seja bem-vindo(a) à bolha de informação. Um ambiente confortável, colorido, sedutor e perigosamente eficaz.

Fato que as redes sociais foram projetadas para conectar pessoas. Mas, na prática, tornaram-se máquinas de confirmação: filtram o que você vê, reforçam o que já pensa e silenciam o que te desagrada. Os algoritmos são treinados para maximizar seu tempo de engajamento — não para promover diversidade de ideias, pensamento crítico, aversão, reflexões complexas ou pluralidade de visões.

E sim, isso não é por acaso. É arquitetura.

Um estudo publicado na revista Teknokultura analisou o comportamento de 1361 adolescentes brasileiros e revelou que cerca de 90% utilizam sites de redes sociais como principal fonte de informação, enquanto apenas 3,8% recorrem a meios de comunicação formais.

Além disso, o fenômeno das “câmaras de eco” – espaço que têm o potencial de ampliar as mensagens entregues ali e isolá-las das mensagens que as contradizem – é amplificado por algoritmos que priorizam conteúdo semelhante ao que você já consome, limitando sua exposição a perspectivas divergentes.

Em tempos de hiperconectividade, a manipulação em massa ganhou novas formas — silenciosas, algoritmizadas e invisíveis (Imagem: Branko Devic/Shutterstock)

Nas conhecidas bolhas digitais (assim como existem as bolhas sociais), as ideias não são apenas repetidas — são amplificadas, distorcidas e servidas em eterno loop. A partir do que lhe é apresentado nas redes, você começa a acreditar que todos pensam como você e, quando encontra alguém que discorda, parece estar lidando com um inimigo, alguém que absurdamente não entende nada do seu mundo perfeito, honesto e lógico.

Sendo assim, nesse mundo de bolhas de desinformação, a pluralidade torna-se exceção, o debate desaparece e polarização vira regra.

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Para não me tornar radical, vamos ser um pouco mais críticos e dividir as responsabilidades: o problema não está apenas no algoritmo, mas na ignorância da confiança cega que depositamos nele. Está na ausência de responsabilidade de produtores de conteúdo, na inexistência popular de pensamento crítico, na falta de transparência nas plataformas e na ausência de regulação em um ambiente que influencia eleições, movimentos sociais e até a saúde mental de populações inteiras.

Enquanto a boiada segue, continuamos alimentando sistemas que nos mantêm entretidos, viciados e — mais alarmante — ignorantes multiplicadores desinformados.

Manipulação digital de massas.
Nas bolhas digitais, vemos apenas o que reforça nossas crenças — o diferente é filtrado, o contraditório, silenciado (Imagem: kentoh/Shutterstock)

Para quem deseja tentar furar a bolha, há saída, mas exige esforço: buscar fontes diversas, seguir vozes que pensam diferente, verificar antes de compartilhar e cobrar responsabilidade das big techs. O que é público precisa ser transparente. O que influencia milhões deve ser regulado.

Afinal, se a sua timeline só confirma o que você já pensa, você não está se informando. Está sendo alimentado. E o que é alimentado demais, uma hora é engolido.

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