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“Ideia maluca” sobre Plutão é confirmada pelo telescópio James Webb

Um artigo recém-publicado na revista Nature Astronomy revela que a atmosfera de Plutão é mais exótica do que se imaginava e funciona de forma diferente de qualquer outra no Sistema Solar. As descobertas foram feitas com base em observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, que analisou o planeta anão em 2022 e 2023. 

Em 2015, a sonda New Horizons, também lançada pela agência espacial norte-americana, havia passado por Plutão e sua maior lua, Caronte, obtendo imagens que revelaram um mundo incrivelmente complexo e ativo, com uma atmosfera cheia de neblina. Isso surpreendeu os cientistas, que antes pensavam em Plutão como apenas uma bola de gelo. Desde então, ele passou a ser tratado com muito mais atenção nos estudos do Sistema Solar.

Para quem tem pressa:

  • Dados do telescópio James Webb mostram que Plutão tem uma atmosfera exótica e extremamente ativa;
  • Partículas de neblina controlam a temperatura do planeta anão, subindo e descendo conforme aquecem e esfriam;
  • A neblina é composta por gases como nitrogênio, metano e monóxido de carbono em suspensão;
  • Observações confirmaram que essas partículas é que regulam o equilíbrio térmico, não os gases da atmosfera;
  • O gelo migra entre Plutão e Caronte, em um comportamento atmosférico único no Sistema Solar.
Representação artística da sonda New Horizons, da NASA, com Pluetão e a lua Caronte. Crédito: Elliptic Studio – Shutterstock

Agora, com os dados do JWST, uma equipe formada por pesquisadores dos EUA e da França descobriu que a atmosfera de Plutão é formada por uma névoa de partículas que se movem para cima e para baixo, conforme aquecem e esfriam. Essa neblina é composta por nitrogênio, metano e monóxido de carbono. O curioso é que, diferentemente de outros planetas, quem controla a temperatura ali são essas partículas, e não os gases da atmosfera.

Hipótese foi testada e confirmada em pouco tempo

A hipótese de que a névoa poderia ser responsável pelo resfriamento da atmosfera surgiu em 2017, proposta pelo astrônomo Xi Zhang, da Universidade da Califórnia. Muitos acharam que era improvável, mas ele apostou que, se a sua “ideia maluca” estivesse correta, seria possível detectar uma radiação infravermelha intensa, emitida por Plutão, usando um equipamento sensível como o JWST.

Inspirados por esse entendimento, uma equipe de astrônomos liderada por Tanguy Bertrand, do Observatório de Paris, resolveu testar a ideia. Eles apontaram o JWST para Plutão e analisaram sua atmosfera com o instrumento MIRI (sigla em inglês para “Instrumento Médio Infravermelho”). O resultado mostrou que a previsão de Zhang estava certa – a neblina realmente influencia o equilíbrio térmico do planeta.

Essa confirmação foi recebida com entusiasmo pela equipe. Segundo Zhang, que também integra o time, é raro uma hipótese ser testada e confirmada em tão pouco tempo, apenas seis anos após ser proposta. Em um comunicado, o cientista diz que foi um momento de sorte e também de avanço importante para a ciência planetária.

Mosaicos de Plutão e Caronte a partir de imagens obtidas pela sonda New Horizons. Crédito: NASA / Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins / Instituto de Pesquisa do Sudoeste

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Comportamento atmosférico de Plutão é único no Sistema Solar

Enquanto Plutão mostra essa atividade atmosférica incomum, sua lua Caronte é bem diferente. Ela praticamente não tem atmosfera, mas há sinais de que gases podem ser liberados em certas épocas, de forma sazonal. 

O comportamento atmosférico de Plutão continua sendo único no Sistema Solar. A névoa do planeta anão é parecida com a de Titã, lua de Saturno, onde reações químicas também formam partículas suspensas. Só que, em Plutão, a neblina tem um papel ainda mais relevante, ajudando a manter o equilíbrio entre a energia que o planeta recebe do Sol e a que ele perde para o espaço.

Composição de imagens coloridas aprimoradas de Plutão (canto inferior direito) e Caronte (canto superior esquerdo) obtida pela sonda New Horizons enquanto passava pelo planeta anão em 14 de julho de 2015. Crédito: NASA, APL, SwRI

Durante as observações, o JWST mediu a radiação térmica em diferentes comprimentos de onda, como 18, 21 e 25 mícrons. Em 2023, ele focou em medir especificamente a atmosfera de Plutão, registrando dados em uma faixa que vai de 4,9 a 27 mícrons. Isso ajudou a entender melhor como a temperatura varia ali e como o gelo se comporta na superfície.

As medições revelaram mudanças de temperatura em diferentes regiões, ligadas à rotação de Plutão e Caronte. Isso permitiu aos cientistas calcular a capacidade de cada área reter calor, refletir luz e acumular gelo. Eles observaram também que o gelo em Plutão não é fixo – ele se move de um lugar para outro com as estações, e parte é até transferida para Caronte. Esse tipo de migração de gelo entre dois corpos celestes não foi visto em nenhum outro lugar do Sistema Solar. 

Zhang explica que entender esse comportamento em Plutão pode nos dar pistas sobre a atmosfera primitiva da Terra, já que no passado nosso planeta também tinha uma atmosfera rica em nitrogênio e hidrocarbonetos. 

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James Webb descobre origem de um dos mundos mais extremos já observados

Um artigo publicado nesta segunda-feira (2) na Nature Astronomy traz novas pistas sobre a origem de Tylos, também conhecido como WASP-121b, um dos mundos mais extremos já observados. Esse exoplaneta gigante gasoso, situado a 880 anos-luz da Terra, está tão perto da estrela hospedeira que sua atmosfera ferve com nuvens de metal vaporizado. 

Agora, cientistas conseguiram identificar os blocos de construção que deram origem ao planeta alienígena, compostos por pequenas pedras e poeira que sobraram do nascimento da estrela.

Usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, a equipe detectou na atmosfera de Tylos várias moléculas, incluindo monóxido de silício – um indicativo de rocha vaporizada – além de água, metano e monóxido de carbono. Esses elementos ajudam a traçar a história do planeta, revelando onde ele se formou e como cresceu. O estudo foi liderado por Thomas Evans-Soma, da Universidade de Newcastle, na Austrália.

Representação artística ilustra como WASP-121b orbita a estrela hospedeira Dilmun. Ao mostrar vinte estágios da trajetória do planeta, a imagem demonstra como ele apresenta frações variadas de seu lado diurno iluminado e quente. Observando toda a órbita, a equipe extraiu informações das mudanças nas emissões atmosféricas. A fase do planeta que passa em frente da estrela também permitiu à equipe examinar como o fino limbo atmosférico do planeta alterava a radiação estelar que brilhava. Dessa forma, eles detectaram gás monóxido de silício. Crédito: © Patrícia Klein

Exoplaneta WASP-121b é “fofo” e inchado

Tylos tem 1,75 vez o tamanho de Júpiter, mas apenas 1,16 vez sua massa, o que significa que é mais “fofo” e inchado. Ele completa uma volta ao redor da estrela Dilmun a cada 30 horas, uma órbita extremamente próxima e quente. Essa proximidade faz com que sua atmosfera esteja evaporando, expandida pelo calor intenso, o que facilita a observação com telescópios.

Durante sua órbita, Tylos passa na frente de sua estrela, permitindo que parte da luz atravesse sua atmosfera. Essa luz muda ao passar pelas moléculas do planeta, e os astrônomos analisam essas alterações para descobrir que substâncias estão presentes por lá. Esse método tem ajudado a tornar Tylos um dos exoplanetas mais bem estudados da galáxia.

Tylos pertence a uma classe chamada “Júpiter quente”, que inclui planetas gigantes que orbitam muito perto de suas estrelas. Mas isso levanta um problema: tão próximos, eles não teriam como se formar ali, já que o calor e os ventos estelares impediriam a acumulação de gás. A principal hipótese é que eles nascem mais longe e, com o tempo, migram para perto da estrela.

Representação artística do exoplaneta WASP-121b, gigante que orbita muito próximo da estrela hospedeira. Crédito: Engine House VFX, At-Bristol Science Center, Universidade de Exeter

Análises anteriores já haviam detectado monóxido de silício em Tylos, mas esta é a primeira vez que a combinação completa de moléculas revela onde ele surgiu. As estrelas nascem de nuvens de gás que giram e formam um disco ao redor delas. Esse disco gera os planetas a partir de pequenos fragmentos sólidos. Quando o gás some, restam seixos de poeira e gelo que se unem para formar mundos.

A temperatura no disco varia conforme a distância da estrela. Em regiões mais quentes, o gelo vira gás, formando o que os cientistas chamam de “linha de gelo”. Observando a composição da atmosfera de Tylos, os pesquisadores concluíram que ele se formou numa região onde o metano já era gás, mas o gelo ainda estava sólido. Isso coloca sua origem bem distante da estrela Dilmun.

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Detalhe em Tylos chama a atenção dos pesquisadores

No Sistema Solar, essa distância está entre Júpiter e Urano. Mas como Dilmun é mais quente que o Sol, Tylos teria nascido ainda mais longe e migrado longamente até sua órbita atual. Isso reforça a ideia de que os Júpiteres quentes nascem longe e depois se aproximam da estrela.

Um detalhe curioso chamou a atenção dos cientistas: a presença de metano no lado noturno do planeta. Essa molécula é instável em altas temperaturas e não deveria ser detectada nessa altitude. A explicação mais provável é que há correntes intensas puxando o metano das camadas profundas para a parte superior da atmosfera.

Esse movimento vertical surpreendente ainda não é totalmente compreendido e desafia os modelos atuais usados para estudar exoplanetas. Em um comunicado, Evans-Soma diz que os cientistas terão que ajustar suas simulações para levar em conta esse tipo de mistura atmosférica tão forte. Mesmo depois de tantas observações, Tylos continua sendo um laboratório cósmico cheio de surpresas.

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O planeta com oceano de água fervente que intriga cientistas e desafia teorias

Em uma de suas várias descobertas, o telescópio espacial James Webb, da NASA, encontrou um exoplaneta que vem dividindo as opiniões dos cientistas.

Essa discordância nada tem a ver com a existência do corpo celeste. Ou com os elementos químicos que fazem parte dele. Nem com a presença de água na superfície. O debate ocorre em torno do estado em que essa água se encontra.

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O exoplaneta em questão foi batizado de TOI-270 d. Segundo informa o site oficial da NASA, ele fica a 73 anos-luz da Terra e tem quase cinco vezes a massa dela.

Uma curiosidade é que ele demora apenas 11 dias para completar uma volta em torno de sua estrela e possui compostos químicos como metano e dióxido de carbono.

Segundo os pesquisadores, essa combinação química é consistente com um mundo aquático no qual um oceano se estenderia por toda a superfície. Mas essa água estaria no estado líquido? Eis a principal discussão.

Um exoplaneta com um oceano borbulhante? Essa é a discussão entre os cientistas – Imagem: Jon Bilous/Shutterstock

Duas teorias

  • Segundo estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics Letters, o exoplaneta seria tomado por um oceano que atinge temperaturas superiores aos 100°C.
  • É essa hora que você pergunta: mas nessa temperatura a água já não teria evaporado?
  • Sim, em condições normais de pressão.
  • Só que no TOI-270 d a pressão é mais alta, permitindo esse fenômeno.
  • Quanto mais alta a pressão, mais energia as moléculas de água precisam acumular para sair do estado líquido e virar vapor.
  • Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, no entanto, contesta os resultados desse estudo.
  • Eles também analisaram os dados do exoplaneta e disseram que não existe a possibilidade de haver um oceano por lá.
  • Isso porque a temperatura no local seria de aproximadamente 4.000ºC!
  • Aí não tem condição nenhuma de pressão que sustente a água em fase líquida.
  • Você pode ler esse segundo artigo no publicador online arXiv.
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
O responsável pela descoberta, em 2019, foi o Telescópio Espacial James Webb – Imagem: 24K-Production/Shutterstock

Um planeta praticamente inabitável

Como ninguém nunca visitou o lugar, não dá para saber qual dos dois grupos está correto. Aliás, ninguém nunca vai visitá-lo. Pelo menos não para morar.

Com as informações que temos, podemos inferir que o TOI-270 d é quase inabitável – e não só por causa das altas temperaturas. Como ele fica muito próximo da sua estrela, o exoplaneta sofre de um fenômeno gravitacional chamado acoplamento de maré. Ou seja, sempre fica com uma das faces virada para o objeto maior.

O resultado disso é que um dos lados do fica iluminado 100% do tempo enquanto o outro vive numa escuridão eterna. São situações péssimas para quase todas as formas de vida que conhecemos.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 16/04/2024.

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James Webb descobre água congelada ao redor de estrela jovem

Pesquisadores usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, encontraram gelo de água em torno de uma estrela jovem localizada a cerca de 160 anos-luz da Terra chamada HD 181327. O objeto está cercado por um disco de detritos – uma espécie de anel formado por poeira e pequenos fragmentos espaciais. Os resultados da investigação estão relatados em um artigo publicado este mês na revista Nature.

Discos de detritos são regiões ao redor de estrelas onde há grande concentração de corpos pequenos, como cometas, asteroides e poeira. Eles são semelhantes ao cinturão de Kuiper do Sistema Solar, onde ficam muitos objetos gelados. Estudar esses discos ajuda os cientistas a entenderem como sistemas planetários, como o nosso, se formam e evoluem.

A presença de água nesses locais é de grande interesse, porque ela é essencial para a formação de planetas e para possível surgimento da vida. Embora já se saiba que há gelo de água em cometas e outros corpos do Sistema Solar, nunca havia sido detectado esse tipo de gelo de forma clara em um disco de detritos fora daqui.

A imagem do disco (0,6–5,2 μm combinados) da estrela HD 181327 após a remoção da função de propagação de pontos estelares. Crédito: Xie et al.

Estrela se parece com o Sol na infância

Agora, a equipe liderada por Chen Xie, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, identificou gelo de água no disco ao redor da estrela HD 181327. A detecção foi feita com um instrumento especial do Webb chamado NIRSpec (Espectrógrafo Infravermelho Próximo), que analisa a luz infravermelha para identificar materiais à distância.

O disco está a cerca de 84 unidades astronômicas (UA) da estrela, o que significa mais de duas vezes a distância de Netuno ao Sol. Ele tem uma largura de 25 UA. Por ser uma estrela jovem, com cerca de 18,5 milhões de anos, os cientistas a consideram parecida com o Sol nos primeiros estágios da formação do Sistema Solar.

O gelo foi identificado por meio de um padrão específico no espectro de luz que vem do disco, entre os comprimentos de onda de 2,7 e 3,4 micrômetros. Dentro desse intervalo, um pico em 3,1 micrômetros chamou atenção: trata-se de uma assinatura conhecida como pico de Fresnel, comum em partículas grandes de gelo de água cristalino, como já foi observado nos anéis de Saturno.

Disco de detritos em torno da estrela HD 181327 registrado pelo coronógrafo do JWST. Crédito: NASA/ESA/CSA JWST NIRCam; Andras Gaspar et al.

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James Webb encontrou minerais presentes no Sistema Solar

Segundo os pesquisadores, esse pico indica a presença de grãos de gelo com mais de 1 milímetro de diâmetro, o que reforça a ideia de que o disco contém uma grande reserva de água congelada. Eles também calcularam que cerca de 13,9% da massa da região externa do disco é composta por gelo de água.

Além do gelo, os astrônomos detectaram outros materiais importantes, como sulfeto de ferro e olivina. Esses minerais já foram encontrados em cometas, asteroides e micrometeoritos do sistema solar, reforçando a semelhança entre esse disco distante e os corpos gelados que orbitam nosso Sol.

Em um comunicado, os autores explicam que a descoberta é importante porque mostra que ingredientes essenciais para a formação de planetas ricos em água podem ser comuns também fora do Sistema Solar – o que abre novas possibilidades para o estudo de planetas com condições parecidas com as da Terra em outras partes do Universo.

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Qual o telescópio mais potente do mundo? Descubra o que ele enxerga no Universo

Explorar o espaço sempre foi uma das maiores ambições da humanidade. Desde os primeiros telescópios rudimentares utilizados por Galileu Galilei no século XVII, até os modernos equipamentos orbitais, a busca por respostas sobre a origem do Universo e os segredos das galáxias distantes tem levado a tecnologia ao limite.

Mas, afinal, qual é o telescópio mais potente do mundo atualmente? Essa é uma pergunta que intriga não só entusiastas da astronomia, mas também curiosos fascinados pelas maravilhas do cosmos.

Com avanços impressionantes em ótica, engenharia e computação, os telescópios modernos conseguem enxergar a bilhões de anos-luz de distância, revelando estruturas e fenômenos cósmicos que antes eram inimagináveis.

Aqui, você vai conhecer qual é o telescópio mais potente da atualidade, entender o que o torna tão especial e descobrir como ele está revolucionando nosso entendimento do espaço. Prepare-se para uma verdadeira viagem científica aos confins do Universo!

O telescópio mais potente do mundo: James Webb Space Telescope (JWST)

Quando o assunto é “telescópio mais potente”, o James Webb Space Telescope (JWST) não só lidera a lista, como redefine o que entendemos por capacidade de observação espacial.

Lançado em 25 de dezembro de 2021, o JWST é fruto de uma colaboração internacional entre a NASA, a ESA (Agência Espacial Europeia) e a CSA (Agência Espacial Canadense). Ele foi projetado para ser o sucessor do icônico Hubble, mas com potencial para enxergar ainda mais longe e com detalhes impressionantes.

Diferente dos telescópios terrestres, que sofrem com as distorções da atmosfera, o JWST opera do espaço, posicionado a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra, no chamado Ponto de Lagrange L2. Essa localização estratégica permite que o telescópio mantenha uma temperatura ultrabaixa, essencial para suas observações no espectro infravermelho.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb, da NASA, investigando o Universo. Crédito: muratart – Shutterstock

O que torna o James Webb tão potente?

O que realmente faz o James Webb ser considerado o telescópio mais potente é a combinação de sua tecnologia de ponta com o design avançado. Seu espelho primário possui 6,5 metros de diâmetro, o que representa uma área de coleta de luz muito maior do que a do Hubble, que tem 2,4 metros. Quanto maior o espelho, mais luz ele pode captar – e mais longe ele pode enxergar.

Além disso, o JWST é otimizado para observar o Universo no infravermelho, permitindo detectar sinais de galáxias formadas há mais de 13 bilhões de anos, ou seja, próximas do “Big Bang“. Esse tipo de observação era impossível com os telescópios anteriores, que operavam principalmente no espectro da luz visível.

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Descobertas que já estão mudando nossa compreensão do Universo

Desde que entrou em operação, o James Webb Space Telescope tem produzido imagens e dados que estão surpreendendo os astrônomos. Entre as suas primeiras descobertas estão galáxias tão antigas que desafiam os modelos atuais de formação do Universo.

O telescópio também foi capaz de identificar exoplanetas e estudar suas atmosferas, algo fundamental na busca por sinais de vida fora da Terra.

Outro destaque é a capacidade de analisar a composição química de estrelas e nebulosas distantes, ajudando a mapear a evolução cósmica com uma precisão inédita. Essas informações não só ampliam o nosso conhecimento sobre o espaço, mas também levantam novas perguntas que desafiam a ciência.

Representação artística do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA (Imagem: Dima Zel/Shutterstock)

Agora que você já sabe qual é o telescópio mais potente do mundo, fica fácil entender por que o James Webb Space Telescope tem causado tanto impacto na comunidade científica e nas redes sociais. Com imagens impressionantes e descobertas que reescrevem livros, esse telescópio representa um dos maiores saltos tecnológicos da nossa história.

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Galáxia recém-descoberta pelo James Webb é a mais antiga já observada

O Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, acaba de encontrar uma galáxia que surgiu apenas 280 milhões de anos após o Big Bang – o que a torna a mais distante (e antiga) já observada. 

Essa descoberta revela um pedaço do Universo primitivo tão antigo que sua luz levou mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós. Liderado pelo astrônomo Rohan Naidu, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o estudo foi aceito para publicação no periódico Open Journal of Astrophysics. 

Em poucas palavras:

  • O Telescópio Espacial James Webb identificou a galáxia MoM-z14, formada apenas 280 milhões de anos após o Big Bang;
  • Com tecnologia superior aos telescópios anteriores, o Webb detecta galáxias mais antigas e brilhantes do que se imaginava;
  • MoM-z14 tem composição incomum, rica em nitrogênio e formada por estrelas massivas, como previsto por modelos teóricos;
  • A forma e a composição das galáxias antigas sugerem relações entre estrutura, química e evolução galáctica inicial;
  • Estudá-las permite traçar conexões entre o nascimento das estrelas e a história da Via Láctea, como uma arqueologia cósmica.
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb investigando o cosmos. Crédito: 24K-Production – Shutterstock

Capacidade de detecção de galáxias do James Webb é única

Antes do JWST, telescópios como o Hubble e o Spitzer tinham limitações. O Hubble enxerga o infravermelho próximo, mas seu espelho de 2,4 metros permitiu observar apenas uma galáxia com cerca de 500 milhões de anos. O Spitzer, mais especializado em infravermelho, tinha um espelho ainda menor, de apenas 85 cm. Já o JWST, com espelho de 6,5 metros e tecnologia avançada, consegue captar luz de galáxias que surgiram bem antes disso.

Uma das metas principais do observatório é investigar como as galáxias se formaram e evoluíram. Logo após começar suas observações, ele encontrou uma quantidade inesperada de galáxias muito antigas e brilhantes. A maioria delas surgiu menos de 500 milhões de anos após o Big Bang, o que surpreendeu os cientistas.

Galáxia JADES-GS-z14-0, como era 290 milhões de anos após o Big Bang, vista pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA. Ela perdeu o posto de mais antiga para a galáxia MoM-z14, que surgiu 10 milhões de anos antes. Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI, Brant Robertson (UC Santa Cruz), Ben Johnson (CfA), Sandro Tacchella (Cambridge), Phill Cargile (CfA)

MoM-z14 é uma dessas galáxias. Seu nome indica o alto “desvio para o vermelho” (z = 14,4), uma medida que revela o quão distante e antiga ela é. O estudo faz parte de uma pesquisa chamada Mirage, que visa confirmar galáxias muito antigas. O achado é surpreendente porque se esperava que galáxias assim fossem raríssimas nesse estágio tão inicial do Universo.

A análise detalhada da luz emitida por MoM-z14 trouxe descobertas sobre sua composição e estrutura. A maior parte da luz vem de estrelas, e não de um buraco negro no centro da galáxia, o que indica a presença de estrelas extremamente massivas e brilhantes. Esse cenário já havia sido previsto por modelos teóricos para o início do Universo.

Outro dado importante foi a composição química dessa galáxia. MoM-z14 apresenta mais nitrogênio do que carbono, o contrário do que observamos, por exemplo, no Sol. Essa proporção é semelhante à encontrada em antigos aglomerados estelares ligados à Via Láctea. Isso sugere que as estrelas dessa galáxia se formaram em condições parecidas às das estrelas mais velhas da nossa.

Os cientistas acreditam estar vendo, ao vivo, um tipo de formação estelar semelhante à que ocorreu nos aglomerados globulares que conhecemos hoje. Essa ligação entre o passado remoto e a Via Láctea moderna ajuda a entender como as galáxias evoluíram ao longo do tempo.

Gráfico mostra o brilho absoluto inferido das galáxias mais distantes confirmado espectroscopicamente, com o desvio para o vermelho mostrado no eixo x e o brilho / magnitude mostrado no eixo y. Os quadrados denotam galáxias cujas imagens infravermelhas são representadas no topo. GN-z11, a galáxia mais distante conhecida em 2022, é agora apenas a 14ª mais antiga. Crédito: Rohan P. Naidu et al. (2025) / NASA / JWST
Gráfico mostra o brilho absoluto inferido das galáxias mais distantes confirmado espectroscopicamente, com o desvio para o vermelho mostrado no eixo x e o brilho / magnitude mostrado no eixo y. Os quadrados denotam galáxias cujas imagens infravermelhas são representadas no topo. GN-z11, a galáxia mais distante conhecida em 2022, é agora apenas a 14ª mais antiga. Crédito: Rohan P. Naidu et al. (2025) / NASA / JWST

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Descobertas do Webb trazem pistas valiosas sobre o início do Universo

As galáxias mais antigas detectadas pelo JWST mostram dois tipos principais de forma: algumas são pontuais, como pequenos pontos de luz, e outras são mais espalhadas. Essas diferenças de forma também parecem estar ligadas à composição química, o que pode revelar novos caminhos para entender a evolução galáctica.

MoM-z14 é um exemplo disso. Ela pode estar entre os objetos mais enriquecidos com nitrogênio já detectados em z > 10, ou seja, na era das primeiras galáxias. Os pesquisadores sugerem que galáxias mais compactas tendem a ter mais nitrogênio, enquanto as mais espalhadas têm menos. Isso indica uma possível relação entre o tamanho, a forma e a química dessas estruturas.

A capacidade do JWST de detectar essas galáxias está revelando pistas valiosas sobre os primeiros capítulos do Universo. Os dados indicam que muitas dessas galáxias podem ter se formado em ambientes densos e extremos, onde colisões estelares criaram objetos fora do comum, como estrelas supermassivas.

Segundo os autores, em um comunicado, essas descobertas podem ser comparadas à arqueologia, só que em escala cósmica. Estudando a luz de galáxias como a MoM-z14, os astrônomos conseguem traçar ligações entre as primeiras estrelas do Universo e as mais antigas ainda existentes na Via Láctea.

No futuro, o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, também da NASA, ainda em fase de desenvolvimento, deve encontrar centenas de galáxias parecidas. Um conjunto maior de dados poderá confirmar essas descobertas ou revelar ainda mais mistérios. Mas, por enquanto, o Webb segue na linha de frente da exploração do Universo profundo.

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Imagem do telescópio James Webb reúne milhares de galáxias do Universo antigo

Uma nova imagem registrada pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, mostra milhares de galáxias em uma área chamada campo COSMOS-Web, estudada em conjunto com o Telescópio Espacial Hubble. As capturas combinadas formam um retrato detalhado do Universo profundo e distante.

Nessa visão, é possível observar desde estrelas da Via Láctea até galáxias localizadas a bilhões de anos-luz. Como a luz dessas galáxias levou muito tempo para chegar até aqui, o que vemos é como elas eram no passado, oferecendo pistas sobre a história do Universo.

Um dos pontos de destaque é um grande grupo de galáxias, visto como era há 6,5 bilhões de anos. Ele aparece como pontos brilhantes em tons de ouro logo abaixo do centro da imagem. Esses grupos são importantes porque mais da metade das galáxias conhecidas fazem parte de estruturas semelhantes.

De acordo com um comunicado da Agência Espacial Europeia (ESA), entender como esses grupos se formam e evoluem ajuda a explicar como as galáxias se juntam para formar aglomerados, as maiores estruturas ligadas pela gravidade. As interações entre elas, como colisões e fusões, podem mudar o rumo da evolução de uma galáxia.

Imagem capturada pelo telescópio James Webb mostra objetos dentro de uma incrível gama de distâncias, desde estrelas na nossa própria Via Láctea, marcadas por picos de difração, até galáxias a bilhões de anos-luz de distância. Crédito: ESA/Webb, NASA & CSA, G. Gozaliasl, A. Koekemoer, M. Franco e a equipe COSMOS-Web

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James Webb ajuda a montar o quebra-cabeça do desenvolvimento das galáxias

O projeto COSMOS-Web tem como objetivo mapear essas estruturas antigas. Ele já conseguiu observar galáxias de quando o Universo tinha apenas 1,9 bilhão de anos – o equivalente a 14% de sua idade atual. Esses dados ajudam a montar o quebra-cabeça do nascimento e crescimento das galáxias.

Na imagem, as formas das galáxias são variadas: algumas têm braços espirais, outras estão distorcidas, resultado de colisões. As cores também revelam muito: as galáxias mais azuis têm estrelas jovens, enquanto as mais vermelhas indicam maior idade ou grande distância da Terra.

Esse registro é mais um passo na busca por entender como o Universo se formou e evoluiu ao longo de bilhões de anos.

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Buraco negro oculto há décadas é encontrado pelo James Webb

Pesquisadores usaram o Telescópio James Webb (JWST) para descobrir traços de um buraco negro supermassivo procurado há décadas na galáxia espiral Messier 83 (M83). O sensor infravermelho do JWST revelou emissões de gás neon ionizado, o que pode ser evidência de um núcleo galáctico ativo (AGN), ou seja, um buraco negro crescendo no centro de M83.

Astrônomos levaram décadas para confirmar se M83 teria em seu centro um buraco negro em atividade. Pesquisadores pensavam que ele estaria dormente ou escondido por trás da poeira espacial, sendo de difícil observação. A nova pesquisa com dados do JWST trouxe maiores evidências para resolver o mistério.

“Durante anos, astrônomos procuraram por um buraco negro em M83 sem sucesso. Agora, finalmente temos uma pista convincente que sugere que um pode estar presente” disse Svea Hernandez, pesquisadora principal do estudo, em um comunicado.

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Sensor do JWST foi a base da descoberta

A astrônoma revelou que, antes do JWST, pesquisadores não tinham as ferramentas para detectar com clareza o gás neon altamente ionizado emitido em M83. Com o refinado sensor de infravermelho do telescópio, a equipe conseguiu explorar novas captações de sinais para entender as profundezas do cosmos.

O grupo detectou pequenos aglomerados de gás neon perto do núcleo da galáxia. A energia necessária para emitir esses jatos é maior do que uma supernova ou qualquer estrela poderia liberar, o que faz da hipótese de um buraco negro supermassivo a melhor explicação, segundo os pesquisadores.

“Essas assinaturas exigem grandes quantidades de energia para serem produzidas – mais do que estrelas normais conseguem gerar. Isso sugere fortemente a presença de um AGN até então indefinido”, explicou Hernandez.

A equipe agora pretende produzir novos estudos usando outros observatórios e telescópios com tecnologia de ponta. Os próximos da lista são o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e o Very Large Telescope (VLT). 

Essas captações adicionais servirão para confirmar as emissões detectadas. O grupo também busca determinar, com os futuros dados, se M83 tem mesmo um núcleo galáctico ativo ou se outro fenômeno está liberando o gás.

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Cientistas descobrem ‘galáxia irmã’ mais distante da Via Láctea

Uma análise de dados do Telescópio Espacial James Webb pode mudar o entendimento de que galáxias são pequenas, caóticas e de formato irregular. Cientistas internacionais liderados por uma equipe da Universidade de Genebra descobriram uma galáxia espiral formada apenas um bilhão de anos após o Big Bang.

Até então, acreditava-se que galáxias como a Via Láctea levariam trilhões de anos para se constituírem como tal. A descoberta publicada na Astronomy & Astrophysics oferece novos insights sobre como esses sistemas podem evoluir rapidamente no Universo primitivo.

Com seus braços espirais e grande disco de formação de estrelas, Zhúlóng se assemelha à Via Láctea (Imagem: Universidade de Genebra/Divulgação)

Sobre a descoberta

Os cientistas batizaram a galáxia de Zhúlóng, que significa “Dragão da Tocha” na mitologia chinesa. Apesar do estágio inicial, o sistema foi considerado “surpreendentemente maduro”, com uma protuberância central antiga, um grande disco de formação estelar e braços espirais.

“O que faz Zhúlóng se destacar é o quanto ele se assemelha à Via Láctea em forma, tamanho e massa estelar”, explica o Dr. Mengyuan Xiao, pesquisador de pós-doutorado no Departamento de Astronomia da Faculdade de Ciências da UNIGE e principal autor do estudo.

O disco da galáxia abrange mais de 60.000 anos-luz, comparável à nossa própria galáxia, e contém mais de 100 bilhões de massas solares em estrelas. Isso levanta questões sobre como galáxias espirais massivas e bem ordenadas puderam se formar tão logo após o Big Bang.

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Descoberta foi feita após análise de imagens capturadas pelo James Webb (Imagem: dima_zel/iStock)

Em busca do novo

A identificação de Zhúlóng foi possível graças a profundas análises da pesquisa PANORAMIC realizada pelo James Webb. O programa explora uma nova metodologia para capturar imagens de alta qualidade enquanto o telescópio coleta dados de outros alvos.

“Isso permite que o JWST mapeie grandes áreas do céu, o que é essencial para descobrir galáxias massivas, já que elas são incrivelmente raras”, diz a Dra. Christina Williams, astrônoma assistente no NOIRLab e pesquisadora principal do programa PANORAMIC.

Observações futuras do JWST e do Atacama Large Millimeter Array (ALMA) ajudarão a confirmar suas propriedades e revelar mais sobre seu histórico de formação.

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Estrela engolindo planeta é registrada pelo James Webb

Observações do Telescópio James Webb (JWST) deram novas informações sobre o primeiro caso de uma estrela engolindo um planeta registrado pela NASA. Os dados inéditos sugerem que a órbita do planeta encolheu com o tempo, o que o levou em direção à estrela até ser consumido.

A estrela do caso está localizada na Via Láctea, a cerca de 12 mil anos-luz da Terra. Ela é mais avermelhada e menos luminosa que o Sol do Sistema Solar.

Astrônomos observaram o caso pela primeira vez em 2020, com o Telescópio Samuel Oschin, do Instituto de Tecnologia da Califórnia. A partir desses primeiros dados, o grupo de pesquisadores achou que se tratava de uma gigante vermelha crescendo e engolindo tudo ao seu redor. 

O JWST conseguiu mostrar uma nova história para o caso ao medir a emissão oculta da estrela – que é a radiação obscurecida por poeira, gás e outros fatores. A equipe descobriu que o astro não era tão brilhante quanto deveria ser, caso fosse uma gigante vermelha em crescimento, indicando que não houve expansão para engolir o planeta.

Pelo contrário, o estudo sugere que, no momento de seu fim, o planeta tinha o tamanho de Júpiter, mas orbitava sua estrela mais perto do que Mercúrio orbita o Sol. No decorrer de milhões de anos, o astro foi se aproximando da estrutura estelar até ter um final catastrófico.

“O planeta finalmente começou a tocar a atmosfera da estrela. A partir daquele momento, houve um processo descontrolado de queda mais rápida”, disse Morgan MacLeod, membro da equipe de pesquisa do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em um comunicado.

Ilustração da NASA dos passos até o planeta se chocar com a estrela. (Imagem: NASA, ESA, CSA, R. Crawford [STScI])

Estrela “arrotou” restos do choque

Em seus últimos momentos, o planeta expeliu gás das camadas externas da estrela ao se chocar com ela. Conforme esfriaram, os elementos desse gás se condensaram em poeira no decorrer do ano seguinte ao fenômeno. “O planeta, à medida que caía, começou a se espalhar pela estrela”, explicou MacLeod

No entanto, mesmo com o esfriamento, informações coletadas pelo James Webb revelaram um disco de gás molecular quente ao redor do astro estelar.  “Com um telescópio tão transformador como o Webb, era difícil para mim ter qualquer expectativa sobre o que encontraríamos nas imediações da estrela”, disse Colette Salyk, pesquisadora de exoplanetas e coautora do artigo. 

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A possibilidade de caracterizar os elementos no gás traz mais questões aos cientistas. Com isso, eles poderão entender com maior precisão o que aconteceu quando a estrela engoliu o planeta.

“Este é realmente o precipício do estudo desses eventos. Este é o único que observamos em ação, e esta é a melhor detecção das consequências depois que as coisas se acalmaram. Esperamos que este seja apenas o início da nossa amostra”, concluiu Ryan Lau, pesquisador do NOIRLab e participante da pesquisa.

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