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Japão: Mercado de robôs de serviço deve triplicar em 5 anos

Imagine chegar a um restaurante, escolher sua comida e fazer seu pedido online – ou pelo tablet, no sistema local da loja. Você espera alguns minutos, enquanto conversa com seus amigos ou familiares. Depois desse tempo, você vê seu prato chegando ao longe, carregado por um simpático robô com olhos azuis e orelhas de gatinho.

Não, isso não é o roteiro de nenhum anime ou filme futurista. Essa experiência já ocorre em algumas províncias do Japão, em unidades da rede Skylark, a maior do país em atendimentos “de mesa”.

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Segundo informa uma reportagem da Bloomberg, a Skylark conta com aproximadamente 3 mil desses “funcionários”. Eles trabalham em lojas com poucos humanos, de um a quatro, dependendo do horário. E são extremamente eficientes.

Os chamados robôs de serviço já são uma realidade no Japão. E eu me arrisco a dizer que o país será o primeiro do mundo a ter uma sociedade altamente robotizada.

E isso não tem a ver com dinheiro ou inteligência. Ou tecnologia. Existem países mais ricos, com empresas que usam tecnologia até mais avançada e com mentes tão brilhantes quanto. A diferença principal está na necessidade.

Essas fotos do Japão são famosas, mas essa superlotação de pessoas ocorre apenas nas grandes metrópoles do país – Imagem: Shutterstock/Caixa de gato

Os robôs e a falta de mão de obra

  • O Recruit Works Institute projeta que o Japão enfrentará um déficit de mão de obra de 11 milhões de pessoas até 2040.
  • Isso devido à pirâmide etária do país: com muitos idosos e poucos jovens.
  • O governo estima que quase 40% da população terá 65 anos ou mais até 2065!
  • Sim, isso quer dizer que quase metade da população japonesa será formada por idosos até lá.
  • E são idosos que merecem aproveitar a aposentadoria e o descanso – e que não têm, na maioria das vezes, força para atividades braçais.
  • A escassez de mão de obra é particularmente grave em setores de saúde e de serviços em geral.
  • Existem cerca de três vagas de garçom disponíveis para cada candidato ao emprego.
  • Já a proporção para cuidadores é de um candidato para 4 vagas, de acordo com o Ministério do Trabalho local.
  • É aí que entram os robôs de serviço (como vem sendo chamados esses funcionários metálicos).
  • A empresa de pesquisa Fuji Keizai projeta que o mercado de robôs de serviço do país quase triplicará até 2030, alcançando as cifra de 400 bilhões de ienes (US$ 2,7 bilhões).
  • O que a Skylark faz hoje deve virar a regra.

Conheça o robô-gato da Skylark

Como você pôde ver pelas imagens, o robô tem uma tela no rosto e um corpo alongado, com espaço para uma série de bandejas no que seria o tronco do gato. As patas são rodinhas.

De acordo com a Skylark, seus cerca de 3 mil funcionários se locomovem com a ajuda de sensores 3D e podem entregar dezenas de expressões faciais diferentes.

Eles podem ainda falar algumas palavras em japonês e são capazes de carregar vários pratos pesados ​​de comida ao mesmo tempo.

Outra vantagem é econômica. A Bloomberg Intelligence estima que os robôs economizam para a empresa cerca de 5 bilhões de ienes em custos trabalhistas anualmente.

As informações são do Tech Crunch.

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Japão enfrenta o maior incêndio florestal em mais de 30 anos

Autoridades do Japão seguem preocupadas com um incêndio florestal na cidade de Ofunato, na região de Iwate, na costa nordeste do país. O fogo começou na quarta-feira (26) e continua se espalhando para algumas áreas de mata.

Na última atualização, mais de 80 casas e edifícios foram danificados e cerca de 3.200 pessoas foram afetadas pela tragédia – 2.000 fugiram para outras cidades e 1.200 foram transferidas para abrigos. Pelo menos uma pessoa morreu.

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Um porta-voz da agência japonesa para gestão de desastres disse que o governo ‘ainda avalia a magnitude do incêndio, mas que já é possível afirmar que ele é o maior desde 1992’.

Nessa data, o fogo destruiu 1.030 hectares da pequena Kushiro, que fica na ilha de Hokkaido. O episódio deste ano, porém, já é pior. Segundo informações da imprensa local, o incêndio atual já se espalhou por mais de 2.100 hectares.

Uma das principais preocupações é com a velocidade com que o fogo se espalha. A área atingida quase dobrou em relação à última sexta-feira (28).

https://twitter.com/NHKWORLD_News/status/1895426837486219670

Seca e vento

  • Especialistas explicam que esses incêndios florestais de grandes proporções têm duas explicações principais: a falta de chuva e o vento forte que sopra nesta época do ano.
  • É verdade que o número de casos de incêndio no Japão diminuiu desde o pico na década de 1970.
  • Os últimos 3 anos, porém, mostram uma tendência de alta – e a causa é climática.
  • Os meteorologistas afirmam que esse é o inverno mais seco desde que o governo começou as medições da atual série histórica, em 1946.
  • Ofunato registrou apenas 2,5 mm de chuva em fevereiro.
  • Esse número fica muito abaixo da média dos anos anteriores, que foi de 41 mm para o mesmo período.
  • O primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, prometeu mobilizar quantos bombeiros e agentes forem necessários para tentar limitar os danos.
  • De acordo com a imprensa local, mais de 2 mil pessoas atuam, neste momento, no combate às chamas.
  • O alívio, no entanto, não virá de mãos humanas, mas sim da natureza.
  • A agência meteorológica espera que neve caia nos próximos dias – e que, por causa do calor, ela vire chuva nesse processo.
O Japão é conhecido por suas grandes metrópoles, a alta tecnologia e, mais recentemente, pelos frequentes incêndios florestais – Imagem: Savvapanf Photo/Shutterstock

As mudanças climáticas e os incêndios florestais

Além dessa seca descomunal em fevereiro, o Japão vem sofrendo com outros problemas climáticos nos últimos tempos. O ano de 2024, por exemplo, foi o mais quente da história da ilha. Já 2023 foi marcado por uma sequência de mais de 1.300 incêndios florestais, concentrados no período de fevereiro a abril.

Outros países também vivem uma realidade parecida. Você deve se lembrar de notícias sobre grandes incêndios florestais recentes no Chile, nos Estados Unidos, na Grécia, no Canadá, na Espanha e na Itália.

São episódios cada vez mais comuns e que, segundo especialistas, ocorrem por causa das mudanças climáticas. Um estudo publicado na revista Nature em 2023 afirma que o aquecimento global deve aumentar a frequência de incêndios florestais “extremos” em 25%.

Os pesquisadores examinaram uma série de casos de 2003 a 2020 e usaram Inteligência Artificial para analisar a ligação entre temperaturas mais altas, condições mais secas e os incêndios de propagação mais rápida.

Ilustração de planeta Terra esquentando por conta das mudanças climáticas
As mudanças climáticas afetam países do mundo todo (e não têm data para irem embora) – Imagem: tete_escape/Shutterstock

A tese se mostrou verdadeira na prática. Os episódios dos anos seguintes provaram que os incêndios florestais extremos se tornaram mais comuns. Infelizmente, esse último do Japão não foi o primeiro nem será a última tragédia do tipo no ano.

As informações são do jornal The Guardian.

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