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Famílias do rei Herodes e de Jesus Cristo teriam compartilhado tumba; entenda

Há uma caverna localizada em Israel que é ligada a Jesus Cristo. Lá, a “parteira de Jesus” estaria enterrada. Contudo, é possível que uma personalidade da realeza local também esteja no local: Salomé, irmã do rei judaico Herodes, o Grande.

A possibilidade foi levantada em novo estudo, publicado no jornal da Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA, na sigla em inglês), ‘Atiquot. Nele, os pesquisadores se baseiam nos ornamentos e arquitetura do sítio arqueológico.

No túmulo, há a inscrição “Salomé” (Imagem: Nir Alon/Alamy Stock Photo)

Os arqueólogos afirmam que essas peculiaridades da caverna indicariam que um membro da família real Herodiana teria sido enterrado ali no século I A.C. Mas eles também dizem que outra pessoa, também com nome Salomé, pode estar na cova.

Ao Live Science, Vladik Lifshits, arqueólogo da IAA, disse: “Não é que eu ache que seja o túmulo de Salomé, irmã de Herodes. Estou apenas sugerindo que esta é uma das possibilidades.”

Detalhes da tumba que seria de Salomé

No artigo, de Lifshits e Nir-Shimshon Paran, os seguintes detalhes da caverna são revelados:

  • Ela fica a cerca de 48 quilômetros a sudoeste de Jerusalém;
  • Foi famosa na era Bizantina como centro de peregrinação cristã, pois uma mulher, chamada Salomé (nome comum naquela época), era considerada a “parteira de Jesus”;
  • Já a identificação da tumba de alguém de nome Salomé teria, segundo o Live Science, vindo da descoberta de um ossuário com essa inscrição;
  • No século VII, o Califado Islâmico tomou Jerusalém, mas os cristãos seguiram peregrinando até lá por mais 200 anos;
  • Ainda assim, não se sabe quem está enterrado no local.

Há 40 anos, um bando de saqueadores reencontrou o sítio, escavado por arqueólogos em 1984, sendo incluído na Trilha dos Reis Judaicos, que possui 100 km e liga vários centros arqueológicos na região central de Israel.

Entre os artefatos encontrados no local, estão lâmpadas a óleo feitas de argila datadas dos séculos VIII e IX. Os pesquisadores acreditam que esses itens foram vendidos aos peregrinos cristãos enquanto exploravam a caverna.

Como era de se esperar, muitos dos artefatos que lá se encontravam já sumiram há muito tempo. Ainda assim, Lifshits observou que a arquitetura monumental (contando até com um pátio na entrada) pertencia a vilas luxuosas da região, o que indicaria que o local pertenceu a uma família próspera.

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E onde Herodes e sua família entram nisso tudo?

Herodes I também ficou conhecido como Herodes, o Grande e governou a região entre 37 e 4 a.C. Na Bíblia, ele ficou conhecido por ser o rei que tinha medo e inveja do surgimento de um novo “rei” e, por isso, ordenou a morte de todos os bebês meninos em Bethlehem, sendo que Jesus e sua família escaparam.

Apesar dá má fama quando o relacionamos com Jesus, Herodes foi considerado um bom rei para seu povo, que fez várias construções na região e que seguem de pé hoje. Já sua irmã, Salomé, é considerada peça-chave em seu governo. Documentos escritos na época apontam que ela, ao lado do irmão, firmou pacto para executar outros membros da família.

Mas não foi apenas essa Salomé que foi da família real judaica. O monarca teve uma neta de mesmo nome. A Bíblia conta que a Salomé mais nova ordenou a execução de João Batista, um dos nomes que acompanhavam Jesus e que era pregador. A seguir, ela ordenou que a cabeça dele fosse trazida em um prato.

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Há centenas dessas velas a óleo e feitas com argila no local. Elas devem ter sido entregues aos cristão que peregrinavam até lá (Imagem: UPI/Alamy Stock Photo)

Essa Salomé morreu em cerca de 50 ou 60 D.C., enquanto a “original” morreu por volta de 10 D.C. Já a ideia de que a pessoa que está enterrada na caverna ser a Salomé mais velha é interessante, mas não conclusiva, na opinião do arqueologista Boaz Zissu, da Universidade Barllan de Israel, que não participou da pesquisa.

Ao Live Science, ele pontua: “Os autores identificaram, de forma correta, a fase original como a monumental tumba pertencente às elites locais do período Herodiano”, mas definir que ela é da Salomé mais velha depende de “suporte de evidências mais rigoroso“.

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Pichações inusitadas são descobertas no local da última ceia de Jesus; veja

Pesquisadores encontraram uma série de pichações inéditas nas paredes do Cenáculo de Jerusalém, suposto local onde ocorreu a última ceia de Jesus Cristo. Em um estudo publicado na revista Liber Annuus, a equipe detalhou as gravuras antigas recém-descobertas – incluindo algumas bem inusitadas. 

Entenda:

  • Pesquisadores descobriram pichações inéditas nas paredes do Cenáculo de Jerusalém, onde supostamente aconteceu a última ceia de Jesus;
  • O Cenáculo era destino de vários peregrinos na Idade Média, mas foi tomado por muçulmanos em 1523 e teve suas paredes cobertas com gesso;
  • Com isso, as gravuras dos cristãos – feitas com carvão – ficaram escondidas por muitos séculos;
  • Entre as imagens descobertas, a equipe encontrou um escorpião, um bagel (pão em formato de anel) e brasões de diferentes países;
  • O local também conta com registros muçulmanos, que foram esculpidos diretamente nas paredes.
Pichações recém-descobertas incluem um desenho de escorpião. (Imagem: Shai Halevi/Israel Antiquities Authority)

O Cenáculo, localizado no topo do Monte Sião, em Israel, era um importante destino de peregrinação durante a Idade Média, fazendo, na época, parte de um mosteiro franciscano. Em 1523, porém, o local foi transformado em uma mesquita após ser tomado por muçulmanos. Gesso foi aplicado nas paredes, e as pichações acabaram escondidas por séculos. 

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Estas foram as pichações descobertas no Cenáculo de Jerusalém

Com técnicas de imagem digital, os pesquisadores descobriram 30 inscrições e nove desenhos datados entre os séculos XIV e XVI. Entre outras figuras, a equipe encontrou brasões medievais da família do cavaleiro Albert von Altbach, da Suábia, um escorpião e um bagel – aquele pãozinho em formato de anel.

Pichação de bagel (à esquerda) acima de um brasão no local da última ceia. (Imagem: Shai Halevi/Israel Antiquities Authority)

A figura do bagel estava acompanhada de uma taça de vinho e um prato de comida, representando, como sugere a equipe, uma referência à última ceia de Cristo. Brasões da Áustria e da República Tcheca e um navio também estão entre as outras pichações encontradas.

Pichações no local da última ceia revelam origens de peregrinos 

“Quando reunidas, as inscrições fornecem uma visão única sobre as origens geográficas dos peregrinos. Eram muito mais diversas do que a atual perspectiva de pesquisa, dominada pelo Ocidente, nos levava a crer”, explica Ilya Berkovich, autor do estudo, em comunicado.

A equipe ainda escreve que os muçulmanos também deixaram marcas nas paredes após a tomada do Cenáculo, esculpindo-as no gesso – ao contrário das imagens cristãs, gravadas com carvão. “Aparentemente, isso foi feito como uma declaração de propriedade, garantindo que as inscrições muçulmanas não seriam apagadas caso o edifício algum dia retornasse às mãos dos cristãos”.

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Jardim descrito na Bíblia é encontrado onde Jesus teria sido sepultado

Uma escavação realizada na Cidade Velha de Jerusalém, em Israel, revelou detalhes inéditos sobre o passado do local. A análise de vestígios biológicos sugere que, há cerca de 2.000 anos, oliveiras e videiras cresciam no terreno onde hoje está a Igreja do Santo Sepulcro. A descoberta reforça a descrição bíblica do Evangelho de João, que menciona um jardim próximo ao local da crucificação e sepultamento de Jesus.

Ora, no lugar onde ele foi crucificado havia um jardim; e no jardim um novo sepulcro, onde nunca fora posto ninguém. Ali, pois, puseram Jesus.

João 19:41-42

A nova pesquisa encontrou evidências que dão suporte a essa narrativa. Amostras retiradas das escavações revelaram vestígios de pólen e restos vegetais compatíveis com uma paisagem de oliveiras e videiras.

Escavações na Igreja do Santo Sepulcro revelaram um jardim que confirma relato do evangelho de João sobre o local de sepultamento de Jesus. Crédito: Custodia Terrae Sanctae

Francesca Romana Stasolla, arqueóloga da Universidade Sapienza de Roma, na Itália, lidera as escavações desde 2022. Segundo ela, a presença dessas plantas indica que, na época de Jesus, a área era um espaço verde e cultivado, o que se alinha com o relato bíblico. Testes de radiocarbono ainda serão realizados para confirmar a idade exata dos vestígios encontrados.

O que havia no local antes da igreja

Atualmente, a Igreja do Santo Sepulcro é um dos locais mais sagrados do cristianismo, por ser tradicionalmente considerada o ponto da crucificação e do túmulo de Jesus. Mas o terreno onde ela foi construída passou por diversas transformações ao longo dos séculos.

No tempo de Jesus, essa região ficava fora dos muros da cidade de Jerusalém. Apenas no século II, quando o imperador Adriano reconstruiu Jerusalém como Aelia Capitolina, o local passou a fazer parte da cidade romana. Antes disso, a área era usada para agricultura e, possivelmente, para sepultamentos.

Vestígios de uma antiga pedreira foram identificados sob a igreja. De acordo com Stasolla, era comum que antigas pedreiras abandonadas fossem reaproveitadas para outros usos. Naquele período, o terreno começou a ser utilizado como cemitério, e algumas sepulturas foram esculpidas na rocha. Uma delas foi posteriormente identificada como o túmulo de Jesus.

Escavação na Igreja do Santo Sepulcro levaram a descoberta do local exato da crucificação de Jesus. Crédito: Universidade de Roma Sapienza

Como a igreja foi construída e transformada ao longo dos séculos

O primeiro edifício religioso erguido no local surgiu no século IV, quando o imperador Constantino adotou o cristianismo e ordenou a construção de uma grande basílica para marcar o local da crucificação e sepultamento de Cristo. No entanto, a igreja sofreu vários danos ao longo da história.

Em 614, o exército persa incendiou o templo. Em 1009, o califa muçulmano Al-Hakim ordenou sua destruição quase completa. No século XII, os cruzados reconstruíram a basílica, dando-lhe sua forma atual. Desde então, o edifício passou por restaurações contínuas, com sua última grande reforma ocorrendo no século XIX.

Após anos de disputas entre as três comunidades religiosas responsáveis pela administração da igreja (o Patriarcado Ortodoxo Grego, a Custódia da Terra Santa e o Patriarcado Armênio), uma nova reforma foi aprovada em 2019 para substituir o piso do edifício. Isso abriu uma oportunidade para as escavações arqueológicas, que vêm sendo conduzidas nos últimos anos.

Como os arqueólogos comprovaram a existência do jardim

A equipe de Stasolla utilizou métodos avançados para identificar os restos de vegetação na área. Foram analisadas camadas do solo e amostras de pólen preservadas por séculos sob o piso da basílica. Os resultados indicaram que, no passado, o local abrigava oliveiras e videiras, plantas comuns na região mediterrânea e citadas frequentemente na Bíblia.

A descoberta é significativa porque confirma que a área descrita nos evangelhos como um “jardim” realmente existiu. A pesquisa também sugere que o ambiente ao redor do túmulo de Jesus era diferente do que se imaginava. Em vez de um espaço árido e rochoso, o local provavelmente tinha vegetação e era utilizado para cultivo.

Vista da igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Crédito: WDG Photo – Shutterstock

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A complexidade da escavação em um local sagrado

Realizar escavações arqueológicas sob um dos templos mais importantes do cristianismo exige extrema cautela. A equipe italiana que trabalha no projeto precisou dividir o espaço em pequenas áreas, escavando uma de cada vez e cobrindo cada trecho antes de abrir um novo. Isso permitiu que os peregrinos continuassem visitando a igreja sem grandes interrupções.

“Se imaginarmos que estamos montando um quebra-cabeça, estamos escavando uma peça de cada vez, mas, no final, teremos uma reconstrução multimídia completa do quadro geral”, explicou Stasolla ao site The Times of Israel.

Os pesquisadores também enfrentaram desafios técnicos. Como a Igreja do Santo Sepulcro foi construída e reconstruída diversas vezes, há muitas camadas históricas sobrepostas. Escavar esse tipo de local requer um trabalho meticuloso para diferenciar cada período sem comprometer as estruturas mais recentes.

A confirmação do relato bíblico sobre o túmulo de Jesus

Embora a arqueologia não possa provar eventos religiosos, como a ressurreição de Jesus, as evidências encontradas reforçam elementos históricos descritos na Bíblia. A existência de um jardim próximo ao local da crucificação é um detalhe que, até agora, não tinha sido comprovado.

Para os estudiosos, essa descoberta não apenas confirma a descrição dos evangelhos, como também oferece uma nova compreensão sobre a paisagem da Jerusalém do século I. Saber que a área ao redor do túmulo de Jesus era um jardim ajuda a visualizar melhor o cenário em que ocorreram os eventos narrados na tradição cristã.

A pesquisa ainda está em andamento, e novas análises devem fornecer mais detalhes sobre o uso da terra antes da construção da igreja. Testes adicionais podem determinar a idade exata dos restos vegetais e confirmar se já havia um jardim ativo no período em que Jesus foi crucificado.

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Mulher de 1.500 anos é descoberta acorrentada em Jerusalém

Durante escavações em um mosteiro bizantino em Khirbat el-Masani, perto da Cidade Velha de Jerusalém, arqueólogos encontraram um esqueleto feminino envolto em correntes pesadas. A descoberta, feita em túmulos do século V, revelou restos mortais de homens, mulheres e crianças, mas a presença das correntes tornou essa sepultura especialmente intrigante.

Segundo o artigo que relata a descoberta, que será publicado  na edição de abril do Journal of Archaeological Science: Reports, as correntes não indicavam punição ou aprisionamento, mas sim uma prática ascética religiosa – que consistia em limitar a mobilidade do próprio corpo como forma de devoção espiritual.

Túmulo escavado em Jerusalém revela esqueleto de mulher de 1.500 anos envolto em esqueleto. Crédito: Autoridade de Antiguidades de Israel

Durante a vida, a pessoa provavelmente usava as correntes para renunciar aos prazeres terrenos e fortalecer sua fé. Esse tipo de ritual era mais comum entre monges cristãos da época, especialmente após o cristianismo se tornar a religião oficial do Império Romano, no ano 380.

O ascetismo ganhou força no período bizantino, quando muitos religiosos buscavam a purificação espiritual por meio de autoprivação. Alguns se isolavam no topo de colunas para orar, enquanto outros usavam correntes para limitar seus movimentos. Apesar de ser uma prática documentada entre homens, relatos históricos indicam que algumas mulheres também adotavam formas extremas de ascetismo.

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Como foi descoberto o sexo do esqueleto encontrado em Jerusalém

Para confirmar o sexo da pessoa, os pesquisadores analisaram peptídeos presentes no esmalte dentário. A presença do gene AMELX, ligado ao cromossomo X, e a ausência do gene AMELY, encontrado no cromossomo Y, indicaram que o indivíduo era biologicamente feminino. 

Arqueólogos encontraram os restos mortais de uma mulher acorrentada em uma sepultura da era bizantina em Jerusalém. Crédito: Matan Chocron / Autoridade de Antiguidades de Israel

Mulheres ascetas eram mais comuns entre a nobreza, mas geralmente seguiam práticas menos rigorosas, como jejum e oração. O uso de correntes pesadas era raro entre elas, tornando essa descoberta uma evidência única. Em entrevista ao site LiveScience, a arqueóloga Elisabetta Boaretto, do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, “restringir o corpo com correntes criava espaço para que a mente se concentrasse exclusivamente em Deus”.

A presença das correntes no enterro sugere que esse objeto fazia parte da identidade espiritual da mulher. Os pesquisadores acreditam que o sepultamento com as correntes foi uma forma de honrar sua dedicação religiosa, garantindo que seu compromisso espiritual fosse reconhecido mesmo após a morte.

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