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China terá laboratório no fundo do mar — saiba o motivo

A China tem um grande plano de cinco anos para construir um laboratório submarino com funções inéditas. O Instituto de Oceanologia do Mar da Academia Chinesa de Ciências lançou oficialmente o projeto “Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria”.

A estrutura vai dar suporte às pesquisas sobre ecossistemas de fonte fria. O objetivo é explorar a origem da vida em ambientes extremos de águas profundas e o desenvolvimento verde de recursos nesses locais, como hidrato de metano

O plano servirá à estratégia de “poder marítimo” e às metas de “carbono duplo” do país asiático, segundo um comunicado. A ideia é construir um dispositivo de pesquisa líder internacional, combinando experimentos no mar e na terra.

Pesquisa vai analisar origem da vida em águas profundas (Imagem: S-e-v-e-r-e/iStock)

O laboratório de 600 toneladas poderá atingir uma profundidade máxima de 2.000 metros, com capacidade operacional de 30 dias. O submarino será projetado para acomodar até 6 pessoas, de acordo com o jornal Global Times.

Atualmente, a China realiza missões oceânicas de curta duração com duas embarcações: o submersível Jiaolong, que é tripulado; e o Discovery, um veículo operado remotamente (ROV) a bordo do navio de pesquisa chinês KEXUE.

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Explorando águas misteriosas

A nova instalação permitirá a exploração da atividade de gases como metano, sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono abaixo do fundo do mar. São gases que transbordam devido a estruturas geológicas ou mudanças de pressão.

Cerimônia de lançamento da nova instalação em Guangzhou (Imagem: Instituto de Oceanologia do Mar da China)

De acordo com o instituto, os ecossistemas nesses ambientes são únicos, onde organismos marinhos usam substâncias químicas que vazam do fundo do mar como energia para quimiossíntese, incluindo metano decomposto de gelo combustível.

“Os ecossistemas de fontes frias carregam os códigos do ciclo profundo do carbono da Terra e são um local estratégico para estudar os mecanismos de adaptação da vida em ambientes extremos e explorar novos recursos biológicos”, diz o comunicado.

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Cientistas colocam “gene humano da linguagem” em camundongos; veja o que aconteceu

Recentemente, pesquisadores da Universidade Rockefeller (nos EUA) implantaram um gene humano modificado em camundongos e descobriram que ele alterou a vocalização dos roedores. Agora intitulado de “gene da linguagem humana”, os cientistas estudam como ele está associado ao surgimento da nossa comunicação oral.

O estudo sobre essa proteína, intitulada de NOVA1, explica os avanços sofridos nos ratos e foi publicado pelo periódico Nature Communications. Após a implantação dela nos roedores, os cientistas notaram uma alteração na ‘fala’ dos camundongos ao se comunicarem com suas mães e possíveis parceiras. Dentre os autores do artigo científico, destaca-se Robert B. Darnell.

Para quem tem pressa:

  • Cientistas da Universidade Rockefeller modificaram o gene humano NOVA1 e o implantaram em ratos;
  • O resultado mudou a percepção do NOVA1 e o fez ficar conhecido como “gene da linguagem humana”, já que a sua implantação nos ratos alterou a vocalização deles;
  • Conforme o estudo avança, pode elucidar dúvidas sobre a origem da comunicação oral humana e ainda auxilia os pesquisadores a acompanhar a evolução dos roedores geneticamente modificados.
Ratinho cheirando o ar (Reprodução: Nikolett Emmert/Unsplash)

Segundo Darnell, esse gene não está presente da mesma forma nas gerações anteriores de seres humanos, como nos neandertais. O IFL Science explica que a versão do NOVA1 que havia nos neandertais era mais parecida com a dos animais do que com os humanos modernos.

Este gene é parte de uma mudança evolutiva abrangente nos primeiros humanos modernos e sugere potenciais origens antigas da linguagem falada. NOVA1 pode ser um ‘gene da linguagem’ humano genuíno, embora certamente seja apenas uma das muitas mudanças genéticas específicas do homem.

— Robert B. Darnell, chefe do Laboratório de Neuro-Oncologia Molecular da Universidade Rockefeller

Os camundongos geneticamente modificados emitiram uma mudança vocal nítida enquanto se comunicavam uns com os outros. Por exemplo: foi verificado que, ao chamarem por sua mãe, os ‘grunhidos’ emitidos eram mais agudos do que os roedores que não receberam o gene humano.

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Todos os camundongos bebês fazem grunhidos ultrassônicos para suas mães, e os pesquisadores da linguagem categorizam os grunhidos variados como quatro ‘letras’ – S, D, U e M. Descobrimos que, quando “transliteramos” os grunhidos feitos por camundongos com a variante específica do gene da linguagem humana, eles eram diferentes dos camundongos do tipo selvagem. Algumas das ‘letras’ mudaram.

— Robert B. Darnell

O comportamento deles não foi analisado somente em uma fase da vida: enquanto adultos, os grunhidos desempenharam ‘chamadas de alta frequência’ ainda mais complexas, que ocorriam enquanto buscavam parceiras para copular. De acordo com Darnell, os machos geneticamente modificados ‘falaram’ de maneira diferente com as fêmeas.

O gene que desempenhou um papel considerável nessa mudança de comportamento — o NOVA1 — também está presente noutros seres vivos, como em alguns pássaros em mamíferos.

No entanto, ele apresenta diferenças no organismo humano: a variante humana produz uma única mudança de aminoácido, de isoleucina para valina, na posição 197 (I197V) na cadeia da proteína NOVA1, informou o site IFL Science. Essa mudança influenciou que nossa comunicação se tornasse tão complexa quanto é hoje.

A descoberta sobre a mudança da vocalização nos ratos não apenas é algo curioso e que pode evoluir para entendermos como a ‘linguagem’ deles vai se desenvolver, mas também ajuda os cientistas a entenderem mais sobre a própria linguagem oral humana; visto que o gene será cada vez mais estudado.

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