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Em regiões com vulcões ativos, a lava não é a maior ameaça à vida humana

Quando pensamos em vulcões, a imagem mais comum são rios de lava brilhante e explosões dramáticas. No entanto, o maior perigo muitas vezes vem de algo mais sutil: as cinzas vulcânicas, como explica um artigo do site The Conversation.

Enquanto o Monte Spurr, no Alasca, dá sinais de possível atividade, especialistas alertam para os riscos dessa poeira fina e tóxica que pode se espalhar por milhares de quilômetros. Diferente da lava, as cinzas viajam longe, permanecem por mais tempo no ambiente e causam impactos devastadores.

Elas são formadas por fragmentos de rocha, vidro e minerais que se desprendem quando o magma entra em erupção. Essas partículas são lançadas na atmosfera e transportadas por ventos de alta altitude, retornando à superfície como uma poeira perigosa – mesmo a grandes distâncias do vulcão.

Efeitos na saúde humana e animal

Respirar cinzas pode irritar os pulmões, desencadear crises de asma e, em casos graves, causar doenças respiratórias crônicas como a silicose. Crianças, idosos e pessoas com doenças pulmonares são especialmente vulneráveis.

Animais também sofrem: pets apresentam inflamações e o gado corre risco de morte por ingestão ou intoxicação.

As cinzas podem sufocar plantações, bloquear a luz solar e contaminar o solo com metais pesados e substâncias tóxicas.

Cinzas vulcânicas tem efeitos duradouros e podem chegar a atingir pontos mais distantes do que a lava – Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock

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Após grandes erupções, campos inteiros podem se tornar improdutivos por anos. Além disso, cursos d’água e lençóis freáticos ficam vulneráveis à contaminação, ameaçando ecossistemas inteiros.

A presença de cinzas no ar pode paralisar aeroportos, como aconteceu na Europa em 2010 após a erupção do Eyjafjallajökull.

As partículas danificam turbinas de aviões, sistemas elétricos e podem causar o colapso de telhados pelo peso acumulado. Serviços de água, energia e comunicação também ficam comprometidos.

Como se proteger durante uma queda de cinzas

  • A recomendação principal é ficar em locais fechados.
  • Quem precisar sair deve usar máscaras N95, proteger reservatórios de água e garantir alimentos limpos para o gado.
  • A limpeza de telhados é essencial para evitar desabamentos.
  • Comunidades rurais e de baixa renda são as mais afetadas, especialmente onde o acesso a abrigo e recursos é limitado.

Apesar de sua aparência inofensiva, as cinzas vulcânicas representam um perigo real e duradouro. Reconhecer esses riscos e se preparar pode salvar vidas. Monitoramento, alertas públicos e ações preventivas são fundamentais para reduzir os impactos desse inimigo invisível que cai do céu.

Visualmente, a lava pode assustar mais do que as cinzas, mas é preciso se proteger de ambas adequadamente – Imagem: Andrii Duhin/Shutterstock

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Planeta de lava está se desintegrando no espaço e despejando detritos

Um planeta localizado a cerca de 140 anos-luz da Terra está se desintegrando em uma velocidade assustadora. O BD+05 4868b tem aproximadamente a massa de Mercúrio e completa uma órbita a cada 30,5 horas. À medida que esse mundo em ebulição gira em torno de sua estrela, ele libera uma enorme quantidade de minerais da superfície e, na prática, evapora.

A descoberta foi feita por uma equipe do MIT, que utilizou o Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS) da NASA para monitorar variações na luz do sistema. Os dados revelaram uma flutuação anormal, confirmando que se trata de um planeta rochoso — provavelmente coberto de magma devido à sua proximidade com a estrela.

A órbita extremamente próxima está fazendo com que o planeta deixe um longo rastro de detritos, semelhante à cauda de um cometa.

“A extensão da cauda é gigantesca, chegando a 9 milhões de quilômetros de comprimento — cerca de metade da órbita inteira do planeta”, explica Marc Hon, pós-doutorando no Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT, em comunicado.

Representação artística do caçador de exoplanetas TESS, da NASA (Imagem: NASA)

Um mundo condenado à destruição

De acordo com os pesquisadores, o planeta está se desintegrando em um ritmo acelerado, liberando uma quantidade de material equivalente a um Monte Everest a cada órbita. Dessa forma, ele pode desaparecer completamente em 1 ou 2 milhões de anos.

“Tivemos sorte de capturá-lo exatamente quando ele está desaparecendo”, diz Avi Shporer, colaborador da descoberta e membro do Escritório de Ciências do TESS. “É como se estivesse em seu último suspiro.”

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Devido à proximidade com sua estrela, estima-se que o planeta atinja temperaturas de 1.600 °C (cerca de 3.000 °F). O calor intenso faz com que os minerais da superfície entrem em ebulição e escapem para o espaço, onde se resfriam e formam uma cauda de poeira.

“Este é um objeto muito pequeno, com gravidade extremamente fraca, então ele perde massa facilmente”, explica Shporer. “Isso enfraquece ainda mais sua gravidade, acelerando a perda de material. É um processo descontrolado, que só piora para o planeta.” O estudo foi publicado no The Astrophysical Journal Letters .

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Cidades do futuro podem ser construídas com… lava vulcânica!

Uma arquiteta da Islândia propõe uma abordagem inédita para levantar casas de forma sustentável. Para Arnhildur Pálmadóttir, a lava vulcânica pode ter seu poder destrutivo transformado em um material de construção no futuro.

A especialista lançou um projeto de design hipotético para simular como seria a substituição de mineração ou geração de energia não renovável pela lava dos vulcões da Islândia. O trabalho “Lavaforming” é conduzido pelo escritório s.ap architects, localizado na capital Reykjavík.

A ilha nórdica marca o encontro das placas Eurasiana e Norte-Americana, tornando a região um centro de atividade vulcânica. É uma ameaça persistente, mas também uma oportunidade única de energia geotérmica, que responde por 66% das fontes do país, segundo o site IFL Science.

Obstáculo técnico seria a padronização das estruturas após o resfriamento da lava (Imagem: s.ap architects/Reprodução)

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Controlando o fluxo da lava vulcânica

Pálmadóttir explica que a lava derretida poderia ser guiada para canais e então deixada para solidificar em rocha durável, criando fundações sólidas para edifícios, talvez até cidades inteiras.

“A arquitetura está em uma mudança de paradigma, e muitos dos nossos métodos atuais foram considerados obsoletos ou prejudiciais a longo prazo. Em nossa situação atual, precisamos ser ousados, pensar de novas maneiras, olhar para os desafios e encontrar os recursos certos”, disse a arquiteta ao site.

Um dos maiores obstáculos técnicos é o controle de resfriamento da lava, que tem temperaturas variando de 700 a 1.200 °C. O fluxo pode se solidificar em formas irregulares e imprevisíveis, dependendo da rapidez com que esfria, comprometendo a uniformidade necessária para a fundação de um edifício, por exemplo.

Fluxo da lava seria controlado para construir fundações de cidades (Imagem: s.ap architects/Reprodução)

A ideia será apresentada em uma exposição visual no pavilhão nacional da Islândia na 19ª edição da Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, que ocorrerá de 10 de maio a 23 de novembro. 

“Em nossa história, situada em 2150, aproveitamos o fluxo de lava, assim como fizemos com a energia a vapor 200 anos antes na Islândia. Olhamos para a história em busca de eventos que influenciaram o desenvolvimento, mas o objetivo com nossa história é mostrar que a arquitetura pode ser a força que repensa e molda um novo futuro”, diz o site do projeto.

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