Nvidia supera expectativas de lucro e receita graças ao setor de data centers

A Nvidia divulgou, nesta quarta-feira (28), resultados financeiros acima do esperado, impulsionados por crescimento de 73% nas vendas de sua divisão de data centers em relação ao ano anterior. Em negociação após o fechamento do mercado, as ações da empresa subiram cerca de 6%, segundo a CNBC.

A empresa registrou lucro por ação ajustado de US$ 0,96 (R$ 5,46, na conversão direta) superando a estimativa de US$ 0,93 (R$ 5,29) dos analistas consultados pela LSEG. A receita também ficou acima do esperado: US$ 44,06 bilhões (R$ 250,68 bilhões) contra projeção de US$ 43,31 bilhões (R$ 246,42 bilhões).

Para o próximo trimestre, a Nvidia espera receita em torno de US$ 45 bilhões (R$ 256,03 bilhões), abaixo da estimativa de US$ 45,9 bilhões (R$ 261,15 bilhões) da LSEG. Segundo a companhia, a previsão teria sido cerca de US$ 8 bilhões (R$ 45,51 bilhões) maior se não fosse por restrições recentes à exportação de chips H20 para a China.

Durante o trimestre, o governo dos EUA informou à Nvidia que seu processador H20, anteriormente aprovado para exportação à China, agora necessitaria de uma licença.

A empresa afirmou que teve encargos de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,6 bilhões) relacionados ao excesso de inventário do chip e que poderia ter registrado US$ 2,5 bilhões (R$ 25,6 bilhões) a mais em vendas se não fosse pela restrição.

Outros números da Nvidia

  • A margem bruta da Nvidia foi de 61% no trimestre, mas teria sido de 71,3% não fosse o impacto relacionado à China;
  • O CEO da empresa, Jensen Huang, declarou, em conferência com investidores, que o mercado chinês de chips para IA, estimado em US$ 50 bilhões (R$ 284,48 bilhões), está “praticamente fechado para a indústria dos EUA”;
  • “A proibição de exportação do H20 encerrou nosso negócio de data center Hopper na China”, afirmou Huang;
  • Apesar das tensões políticas, o relatório da Nvidia mostra que a empresa continua crescendo de forma agressiva, impulsionada pela forte demanda por seus chips de inteligência artificial (IA), utilizados em aplicações, como o ChatGPT, da OpenAI;
  • “A demanda global pela infraestrutura de IA da Nvidia é incrivelmente forte”, disse Huang.

O lucro líquido aumentou 26%, passando de US$ 14,9 bilhões (R$ 84,77 bilhões) (US$ 0,60 [R$ 3,41] por ação) no ano anterior para US$ 18,8 bilhões (R$ 106,96 bilhões) (US$ 0,76 [R$ 4,32] por ação).

A receita total aumentou 69% em relação aos US$ 26 bilhões (R$ 147,93 bilhões) do mesmo período do ano anterior. A divisão de data center, que inclui chips de IA e componentes relacionados, respondeu por 88% da receita total, atingindo US$ 39,1 bilhões (R$ 221,89 bilhões).

A Nvidia informou que grandes provedores de nuvem representaram pouco menos da metade da receita dessa divisão, enquanto US$ 5 bilhões (R$ 28,44 bilhões) vieram da venda de produtos de rede usados para conectar vários chips da Nvidia em pesquisas de IA.

Segundo a diretora financeira Colette Kress, a Microsoft já implantou “dezenas de milhares de GPUs Blackwell” e deve aumentar esse número para “centenas de milhares” da linha GB200, devido, em grande parte, à sua parceria com a OpenAI.

A divisão de games da empresa, que inclui chips para jogos em 3D, cresceu 42% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 3,8 bilhões (R$ 216,2 bilhões).

A Nvidia, que inicialmente se destacou com chips para jogos, ainda fornece o processador central do novo console Nintendo Switch 2. Esses chips também podem ser utilizados em aplicações de IA.

As divisões automotiva e de robótica da empresa apresentaram crescimento de 72% nas vendas, totalizando US$ 567 milhões (R$ 3,22 bilhões), atribuído à maior demanda por chips e software para carros autônomos.

Já a divisão de visualização profissional, composta por chips para design 3D e os novos desktops DGX Spark e DGX Station para IA, teve alta de 19%, com receita de US$ 509 milhões (R$ 2,89 bilhões).

Durante o trimestre, a Nvidia gastou US$ 14,1 bilhões (R$ 80,22 bilhões) em recompra de ações e pagou US$ 244 milhões (R$ 3,09 bilhões) em dividendos. As ações da empresa estão agora a menos de 5% de sua máxima histórica, alcançada em janeiro, e no ponto mais alto dos últimos quatro meses.

Matéria em atualização

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Efeito Trump? Tesla vê lucro “tombar” no primeiro trimestre

Nesta terça-feira (22), a Tesla divulgou seus resultados no primeiro trimestre de 2025. E as notícias não são muito boas para os investidores da fabricante de veículos elétricos.

A começar pelo lucro da empresa, que recuou incríveis 71% entre janeiro e março deste ano, totalizando US$ 409 milhões (R$ 2,35 bilhões, na conversão direta), sendo US$ 0,12 (R$ 0,68). A receita total da companhia de Elon Musk também recuou (9%) para US$ 19,33 bilhões (R$ 111,12 bilhões).

Outros detalhes dos dados financeiros da Tesla

  • Por sua vez, o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado chegou a US$ 2,81 bilhões (R$ 16,15 bilhões) — queda de 17% ao ano;
  • A margem Ebitda ajustada chegou a 14,6%. No mesmo período, no ano passado, foram registrados 15%;
  • Quanto à produção total de veículos elétricos, a Tesla reportou ter diminuído a fabricação em 16%, comparado ano a ano, para 362,6 mil carros;
  • As entregas também recuaram: 13%, para 336,7 mil unidades;
  • As despesas operacionais foram na contramão e subiram 9%, para US$ 2,75 bilhões (R$ 15,8 bilhões).

Após a divulgação dos resultados iniciais, as ações da Tesla cresceram 0,5%, para US$ 239,23 (R$ 1.375,33) no pós-pregão regular. No período normal de negociações, os papéis estavam sendo vendidos a US$ 237,97 (R$ 1.368,08), alta de 4,6%.

Causas para a queda da empresa

Além de preocupar os investidores, os números da Tesla ficaram aquém do esperado pelos analistas, lembra a ABC News.

Agora, para entender a queda brusca, é preciso olhar para o cenário político dos Estados Unidos. A começar pelo estreito relacionamento entre o presidente Donald Trump e Musk, que comanda o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Além de pessoas que não compactuam com as visões políticas do presidente e do empresário (como o Olhar Digital comentou aqui), recentes discursos e opiniões polêmicas de Musk afastaram os clientes da Tesla, que enxergam que a empresa está atrelada ao seu dono, mesmo que ele não esteja tão ativo ultimamente.

Mas não é só isso que afeta negativamente a empresa. As recentes taxações de Trump nos EUA e para outros países desestimularam o setor, o que, naturalmente, levou a Tesla junto e pode ter causado certa “indisposição” do presidente estadunidense com o bilionário, que, antes de receber o cargo no governo, apoiou (financeiramente, inclusive) a campanha trumpista.

Matéria em atualização

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