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Como ficou o coração do homem que correu 366 maratonas

Completar uma maratona já exige preparo. Agora imagine correr 42 km todos os dias, por um ano inteiro — sem falhar um único dia. Foi exatamente isso que fez o brasileiro Hugo Farias, de 43 anos.

Ao todo, foram 366 maratonas consecutivas, que o levaram ao Guinness World Records e despertaram o interesse da comunidade científica.

Ex-executivo do setor privado, Hugo decidiu abandonar a carreira para viver um desafio inédito. Inspirado pelo navegador Amir Klink, ele planejou minuciosamente o projeto, que incluiu apoio psicológico, equipe médica, rotina de treinos e acompanhamento científico do InCor (Instituto do Coração).

Coração sob teste extremo

Durante os 366 dias, Hugo foi monitorado por cardiologistas, que realizaram exames mensais e análises laboratoriais para entender como seu corpo — especialmente o coração — reagiria à carga atlética sem precedentes.

  • O estudo, publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, revelou que, apesar do volume intenso, não houve dano ao coração.
  • Não foram detectados níveis elevados de troponina (indicador de lesão cardíaca), nem sinais de remodelamento patológico.
  • A principal razão? Hugo manteve intensidade moderada, com batimentos médios em torno de 140 bpm.
  • As informações são da BBC Brasil.

“O coração dele apresentou adaptações fisiológicas saudáveis”, explica a cardiologista Maria Janieire Alves, responsável pelo estudo. O cardiologista esportivo Filippo Savioli, que não participou do projeto, reforça: “O segredo está na intensidade moderada e no acompanhamento médico contínuo.”

O coração se adapta bem ao esforço prolongado — se houver controle de intensidade – Imagem: Shutterstock/Andrii Zastrozhnov

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Desafio físico e mental

Hugo enfrentou lesões, cansaço extremo, diarreia e até pubalgia, mas seguiu correndo. Para facilitar a logística e manter a mente focada, repetiu a mesma rota diariamente, em Americana (SP), e contou com o apoio da família. Mais de 5 mil pessoas correram ao seu lado ao longo do ano.

Além do físico, ele preparou o psicológico: “Troquei uma carreira estável por algo incerto. Ter apoio emocional foi fundamental”, conta. Após concluir o projeto, ele lançou um livro — Nunca É Tarde Para Escrever Uma Nova História — e começou a planejar a próxima jornada.

Próximo desafio: percorrer as Américas

Agora, Hugo sonha em se tornar o primeiro a correr da Alasca até Ushuaia, na Argentina, em 10 meses — o que exigiria correr cerca de 85 km por dia. O projeto inclui a produção de um documentário e busca patrocinadores.

“Meu objetivo não é incentivar as pessoas a correr uma maratona por dia. Mas mostrar que todos podem ultrapassar seus próprios limites e escrever uma nova história, em qualquer fase da vida.”

Com apoio médico, psicológico e familiar, Hugo Farias completou 366 maratonas consecutivas – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock

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Robôs encaram humanos em maratona de corrida na China

Ocorreu neste sábado (19), uma meia-maratona de corrida de robôs contra humanos na região de Yizhuang (localizada em Pequim, China). O evento marca a primeira vez que máquinas e seres humanos disputam um percurso de 21 km. Mas quem será que venceu?

Apesar da alta expectativa, o vencedor foi um humano: o corredor levou pouco mais de uma hora para completar a meia-maratona. Já o primeiro colocado dentre os robôs precisou de mais que o dobro do tempo: 2 horas e 40 minutos.

Para quem tem pressa:

  • A cidade de Pequim sediou hoje a primeira meia-maratona entre robôs e humanos;
  • Os participantes robóticos usavam camisas e chapéus: cada um com características distintas de tecnologia e de aparência;
  • Quem venceu a corrida, no entanto, foi um ser humano.

Ao todo, 21 robôs marcaram presença na meia-maratona que levou milhares de chineses às ruas.

Os robôs humanoides foram fabricados por empresas chinesas, como DroidUP e Noetix Robotics. Cada participante robótico tinha características distintas: alguns com estatura inferior a 120 cm; outros, tinham quase 2 metros.

Confira o vislumbre da corrida que foi registrado pelo jornal britânico The Independent:

Mas engana-se quem acha que os corredores artificiais estavam tão distintos assim: alguns participantes usavam tênis de corrida, camisetas regata, luvas, chapéus, e até faixas em vermelho com os dizeres “destinado a vencer” em mandarim.

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Apesar de toda a inovação que esse evento representa, as máquinas precisavam de acompanhamento constante de seus criadores: autoridades locais associaram a maratona a uma corrida de carros em virtude da quantidade de tecnologia e engenheiros presentes na pista.

O primeiro robô a cruzar a linha de chegada foi o Tiangong Ultra, fabricado pelo Centro de Inovação de Robótica Humana de Pequim. Assim como ele, os outros precisavam de assistência constante e até de apoio físico durante a corrida.

Segundo Tang Jian, diretor do local que o construiu, Tiangong Ultra conquistou um desempenho superior aos rivais devido a pernas longas e por um software alimentado por algoritmos: o programa permitia que o robô imitasse o ‘jeito humano’ de correr.

Não quero me gabar, mas acho que nenhuma outra empresa de robótica no Ocidente igualou as conquistas esportivas da Tiangong.

— Tang Jian: diretor do Centro de Inovação de Robótica Humana de Pequim

Embora alguns competidores robóticos tenham tido um bom desempenho, outros enfrentaram muitas dificuldades: um robô caiu no chão já próximo da linha de chegada e permaneceu deitado por algum tempo antes de conseguir se levantar e continuar a corrida.

Há, também, relatos de outro robô que colidiu contra um corrimão após ter corrido apenas alguns metros: essa queda, infelizmente, levou seu humano para o chão também.

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Maratona

Correr uma maratona transforma o corpo humano; entenda

A cada passo dado no asfalto, o corpo de quem corre uma maratona é colocado à prova: ossos sofrem microfraturas e fibras musculares são danificadas.

No entanto, é durante o descanso — seja dormindo, comendo ou simplesmente parado — que o organismo se regenera, tornando-se mais forte e preparado para o próximo desafio.

Ao correr grandes distâncias, o corpo responde ao esforço extremo e a recuperação é tão importante quanto o treino (Imagem: Pavel1964/Shutterstock)

Para o médico esportivo Shane Davis, professor assistente na Escola de Medicina da Universidade Tufts, essa é a essência da adaptação do corpo de um maratonista, aponta o MedicalXpress.

Segundo ele, o corpo de quem corre longas distâncias passa por transformações profundas. Com o treinamento adequado, o sistema cardiovascular se torna mais eficiente, a capacidade pulmonar aumenta, o sistema imunológico se fortalece e até a sensibilidade à insulina melhora.

A saúde renal também é beneficiada. Em suma, o corpo se molda às exigências do esportedesde que as lesões não interrompam o progresso.

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Equilíbrio entre treino e recuperação

O maior desafio para o corredor é chegar ao dia da maratona sem dores ou lesões. Isso exige equilíbrio entre intensidade, recuperação e preparo físico. O excesso de esforço sem o tempo adequado de regeneração pode levar a lesões por uso excessivo — como tendinopatias nos joelhos, tornozelos e pés — ou até fraturas por estresse.

Segundo Davis, o problema raramente é a forma de correr, mas, sim, o aumento rápido demais na intensidade ou volume dos treinos.

Como a corrida é altamente repetitiva, ele recomenda diversificar os exercícios com atividades, como musculação ou natação. Isso reduz a sobrecarga nas mesmas regiões do corpo e ajuda a prevenir lesões.

Além disso, alongamentos frequentes são essenciais para manter a flexibilidade, especialmente dos músculos isquiotibiais, que tendem a ficar tensos em corredores.

Riscos na hora de correr a maratona

  • Embora correr traga benefícios duradouros para a saúde, a maratona em si é um teste extremo para o corpo;
  • Os riscos incluem exaustão, desidratação, problemas cardíacos e alterações renais, especialmente em corredores com doenças pré-existentes ou preparo inadequado;
  • Davis, que já atuou em diversas competições, como a Maratona de Boston e o Ironman, destaca que os problemas mais comuns nas tendas médicas no fim das provas variam conforme o clima: desidratação e superaquecimento em dias quentes, hipotermia em dias frios e chuvosos;
  • Também são comuns náuseas, vômitos, cãibras e confusão mental por desequilíbrios eletrolíticos.

Para o médico, a preparação adequada não é só uma questão de desempenho, mas de segurança. “Treinar bem significa correr com mais confiança e menos riscos“, afirma.

Ele também destaca o papel da equipe médica e dos voluntários na linha de chegada. “É incrível ver como a maratona mobiliza profissionais de saúde de diferentes áreas. A corrida une as pessoas de uma maneira única.”

Com o devido controle para evitar lesões, a corrida em longas distâncias traz uma série de benefícios ao corpo (Imagem: JaySi/Shutterstock)

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