O município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, voltou a ter uso obrigatório de máscaras em ambientes fechados. A prefeitura decretou o retorno na última sexta-feira (25), após aumento de casos de covid-19.
O descumprimento da medida pode resultar em sanções administrativas e outras medidas cabíveis de acordo com a legislação.
Município de São Gabriel da Cachoeira fica a cerca de 850 km de Manaus (Imagem: Wikimedia Commons)
Covid-19 em alta na cidade
De acordo com a Defensoria Pública do Amazonas, que recomendou a volta do uso obrigatório de máscaras em locais fechados, o município registrou apenas 14 casos de covid-19 em dezembro do ano passado. Em março deste ano, já eram 197 casos suspeitos, com 87 positivos. Em abril, o número subiu para 897 suspeitos e 400 casos positivos.
Segundo a Agência Brasil, um ofício do defensor público Marcelo Barbosa à Secretaria Municipal de Saúde alertou para a alta procura de testes. E mesmo os casos que deram negativo para covid-19, “indicam que outras viroses respiratórias estão circulando na cidade, colocando em risco a saúde da população”.
Órgãos poderão solicitar comprovação de vacinação para entrada em áreas indígenas (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Uso de máscara vale para ambientes fechados
O decreto estabelece a obrigatoriedade do uso de máscara em São Gabriel da Cachoeira, a cerca de 850 km de Manaus, apenas em ambientes fechados. Isso vale para escolas, igrejas, estabelecimentos comerciais, transporte coletivo e repartições públicas.
O governo também restringiu o acesso a áreas indígenas:
A restrição vale para pessoas sem caderneta de vacinação contra covid-19 ou resultado negativo em teste nas últimas 48 horas;
A fiscalização é de responsabilidade de órgãos e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que poderão solicitar meios de comprovação;
O decreto permanece vigente até que a recomendação das autoridades mude;
Segundo a prefeitura, o objetivo é proteger a população, principalmente as comunidades indígenas, que são 90% dos habitantes do local.
A Secretaria Municipal de Saúde também informou que testes rápidos estão sendo realizados em unidades básicas de saúde (UBS) para pessoas com sintomas gripais.
Uma nova esperança na luta contra o Alzheimer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na semana passada, o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência.
Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio pode ajudar a retardar a progressão da doença. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território brasileiro, mas existem algumas contraindicações para o uso do fármaco.
Medicamento atua diretamente sobre uma das causas da doença
O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos.
O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer. No entanto, ele não é capaz de reverter os danos já causados no organismo. A abordagem é considerada inovadora, uma vez que atua diretamente sobre uma das causas da doença, em vez de apenas aliviar os sintomas.
Tratamento com o fármaco é considerado inovador (Imagem: reprodução/Eli Lilly)
Segundo a Anvisa, o medicamento é indicado para casos em que há comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença. Mas não é recomendado para pacientes com Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E4 (ApoE4) homozigotos, nos quais foram observados efeitos colaterais mais frequentes.
Também devem evitar o medicamento os pacientes que fazem uso de anticoagulantes e aqueles que possam ter hemorragias ou edemas cerebrais, características que podem acometer portadores da doença de Alzheimer.
Dentre os principais efeitos colaterais do uso de donanemabe estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe e dores de cabeça.
Uma nova esperança na luta contra o Alzheimer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na semana passada, o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência.
Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio pode ajudar a retardar a progressão da doença. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território brasileiro, mas existem algumas contraindicações para o uso do fármaco.
Medicamento atua diretamente sobre uma das causas da doença
O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos.
O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer. No entanto, ele não é capaz de reverter os danos já causados no organismo. A abordagem é considerada inovadora, uma vez que atua diretamente sobre uma das causas da doença, em vez de apenas aliviar os sintomas.
Tratamento com o fármaco é considerado inovador (Imagem: reprodução/Eli Lilly)
Segundo a Anvisa, o medicamento é indicado para casos em que há comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença. Mas não é recomendado para pacientes com Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E4 (ApoE4) homozigotos, nos quais foram observados efeitos colaterais mais frequentes.
Também devem evitar o medicamento os pacientes que fazem uso de anticoagulantes e aqueles que possam ter hemorragias ou edemas cerebrais, características que podem acometer portadores da doença de Alzheimer.
Dentre os principais efeitos colaterais do uso de donanemabe estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe e dores de cabeça.
Um novo estudo do Centro de Biodiversidade Naturalis, na Holanda, sugere que a extensão da contaminação de microplásticos em ecossistemas de água doce é maior do que os cientistas imaginavam.
Os pesquisadores examinaram larvas de tricópteros, pequenos insetos que constroem invólucros protetores ao redor de si mesmos usando material vegetal, areia e pequenas pedras em seu ambiente.
Coletados nas décadas de 1970 e 1980, os invólucros são provenientes de riachos límpidos considerados intocados na época. Mas a pesquisa identificou partículas de plástico nas estruturas, indicando a contaminação já em 1971.
“A inclusão de plástico no invólucro de uma tricóptera significa que o plástico está entrando na cadeia alimentar”, disse o principal autor do estudo, Auke-Florian Hiemstra, ao site Live Science. “Se os tricópteros são afetados por microplásticos há mais de meio século, isso significa que o ecossistema em geral também é afetado.”
Os pesquisadores utilizaram a técnica de análise de raios X por dispersão de energia para revelar elementos químicos e aditivos comumente associados a plásticos dentro dos tricópteros.
Pesquisadores descobriram que esta carcaça de tricóptero de 1971 contém microplástico (Imagem: Auke-Florian Hiemstra/Reprodução)
A falta da dimensão real do problema
Hiemstra alerta que o impacto dos microplásticos nos sistemas de água doce são objeto de apenas 4% dos estudos atuais sobre microplásticos. Isso dificulta a visualização do real panorama do problema, segundo ele.
Apesar de a presença de microplásticos na década de 2000 ser bem documentada, a cronologia histórica da poluição ainda é vaga. A falta de dados históricos compromete uma avaliação sobre o impacto nos ecossistemas e nas populações humanas.
Microplásticos são pequenos fragmentos de polímeros sintéticos que podem levar de centenas a milhares de anos para se degradar. Eles são definidos como tendo entre 1 micrômetro e 5 milímetros de comprimento.
O efeito dos microplásticos no corpo humano ainda são objeto de estudo, assim como produtos químicos presentes nos plásticos, incluindo ftalatos e substâncias perfluoroalquílicas e polifluoroalquílicas (PFAS).
Um close-up de uma carcaça de tricóptero de 1986 (Imagem: Auke-Florian Hiemstra/Reprodução)
Pesquisas iniciais relacionaram a exposição ao plástico ao risco de diversas condições de saúde, incluindo doenças cardíacas, doenças pulmonares, câncer e doença de Alzheimer. Apesar disso, a associação exata ainda é incerta, segundo a reportagem.
“Com o aumento das taxas de câncer entre os jovens e a crescente exposição [a microplásticos] desde a infância, os potenciais riscos à saúde a longo prazo — especialmente para aqueles expostos no útero — continuam sendo uma grande preocupação”, disse Bernardo Lemos, professor de farmacologia e toxicologia na Universidade do Arizona.
“Nossa compreensão dos potenciais danos da exposição a microplásticos é muito preliminar neste estágio”, afirmou. “Será interessante documentar como a abundância e a qualidade dos microplásticos mudam ao longo das décadas.”
A doença de Parkinson é uma das condições cerebrais mais intrigantes e comuns de hoje. Trata-se de uma doença degenerativa em que há alterações motoras, o que pode acarretar tremores involuntários, movimentos lentos, músculos rígidos e inflexíveis. Como parte intrigante da doença de Parkinson, o diagnóstico é difícil e não há um exame próprio para sua identificação.
Além dos sintomas motores, pessoas com a condição podem apresentar problemas cognitivos e desenvolver, inclusive, demência e distúrbios do sono. Como uma doença progressiva, ela pode acarretar incapacidade grave após dez a 15 anos.
A condição foi descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817 e permanece sem cura até hoje, embora haja tratamento. O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por meio dos sintomas clínicos, o que pode dificultar descobrir a doença e iniciar o tratamento cedo.
A doença pode levar a incapacidade grave dentro de dez a 15 anos. Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock
Não existe, para Parkinson, um teste conclusivo, seja de sangue ou de cérebro. Isso significa que, enquanto algumas pessoas podem ser diagnosticadas tardiamente com Parkinson, outras podem receber esse diagnóstico de forma incorreta.
Até recentemente, havia uma lista com uma série de sintomas criada pelo Banco de Cérebros da Sociedade de doença de Parkinson do Reino Unido para ajudar no diagnóstico de Parkinson, segundo artigo da universidade de medicina de Johns Hopkins. Mas, novos parâmetros surgiram, o que inclui sintomas como:
Tremores, geralmente, no pé ou na mão que ocorrem quando o paciente está descansando;
Movimentos se tornam mais lentos;
Rigidez dos braços, pernas ou tronco;
Instabilidade de postura, o que pode levar a problemas de equilíbrio e a quedas.
O médico, então, pode fazer um exame físico e pegar o histórico médico do paciente. Além disso, pode realizar um exame neurológico e testar a agilidade, o tônus e o equilíbrio muscular.
Tremores são um dos sintomas para identificar Parkson. Imagem: Shutterstock
É possível um diagnóstico cedo para a doença de Parkinson?
Cada vez mais, a comunidade médica está ficando atenta a possíveis sintomas da condição que antecedem os físicos. Alguns indicativos de Parkinson que aparecem antes dos sintomas motores são perda olfativa, distúrbio de sono, constipação constante e transtornos mentais, como ansiedade e depressão.
A esperança é de que um diagnóstico precoce facilite o início de tratamento e, assim, reduza o ritmo de progressão da doença.
Há um senso comum segundo o qual dormir pouco faz mal para a saúde. A ciência e a medicina confirmam essa tese. Pode reduzir sua imunidade, prejudicar sua saúde mental, além de causar problemas cognitivos e alterações metabólicas.
O que muita gente não sabe é que o oposto de dormir pouco também é prejudicial para o nosso corpo. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais.
A autora do estudo, a doutora Tamiris Rezende, escreveu um artigo para o site The Conversation, sobre o qual falaremos agora.
Antes de nos debruçarmos sobre as conclusões dessa pesquisa, é importante determinar o que significa dormir pouco e dormir muito.
Os especialistas recomendam que uma boa noite de sono deve ter cerca de 7 ou horas de descanso. Ou seja, dormir pouco significa ficar menos de 6 horas na cama. Já dormir muito pode ser caracterizado por 9 horas ou mais de sono.
E, sim, as duas coisas podem ser prejudiciais para a nossa saúde.
Mexer no celular antes de dormir pode estar atrapalhando a qualidade do seu sono – Imagem: More Than Production/Shutterstock
O estudo em si
Para chegar a essa conclusão, a doutora utilizou dados do chamado Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa) Brasil.
São informações de mais de 7 mil adultos e idosos com idades entre 55 e 79 anos, coletadas entre os anos de 2014 e 2017.
O recorte desse artigo trata especificamente sobre funções cognitivas, como memória e fluência verbal.
Foram realizados testes específicos para medir o desempenho nessas funções e as pessoas que dormiram cerca de 7 horas tiveram os melhores resultados.
De acordo com a pesquisadora, os dados sugerem que durações maiores ou menores que isso foram prejudiciais para a saúde.
Do outro lado da tabela, os piores resultados foram obtidos por aqueles que convivem com insônia.
Como a amostra levou em conta pessoas mais velhas, a tese da doutora é de que isso vale também para os idosos.
Ou seja, não devemos achar que é comum pessoas mais velhas dormirem menos (ou dormirem o dia inteiro).
Segundo Tamiris Rezende, devemos tratar os distúrbios do sono para prevenir tanto o declínio cognitivo como também as demências em longo prazo.
Ela defende, portanto, intervenções que promovam a qualidade do sono, especialmente a partir da meia idade, para melhorar a saúde cognitiva, a qualidade de vida e gerar benefícios para a saúde pública em geral.
Umas boa noite de sono afeta a rotina de todo mundo, mas principalmente dos idosos, sobretudo aqueles que buscam uma maior qualidade de vida – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock
Uma outra pesquisa de base populacional recente demonstrou umaalta prevalência de insônia (de 45,9% a 58,6%) entre brasileiros com 50 anos ou mais. E apontou uma ocorrência grande de sono curto entre aqueles com idade entre 40 e 59 anos e de sono longo naqueles com idades superiores a 60 anos.
Ou seja, estamos falando de um problema real e frequente aqui no país. E de uma faixa etária cada vez mais importante. Em 2017, por exemplo, o Brasil contava com 30,2 milhões de idosos com 60 anos ou mais. Em 2022 esse número saltou para 32,1 milhões, o equivalente a 15,6% da população total. E a tendência é que esse número continue aumentando.
Como mostrou o estudo, uma boa noite de sono pode ser determinante para uma qualidade de vida melhor, independentemente da idade, mas sobretudo para os mais velhos. E isso é extremamente importante não só pelo cuidado que devemos ter com os idosos, mas tendo em vista também que amanhã seremos nós neste lugar.
O excesso de barulho na saúde vai além do desconforto auditivo. Estudos apontam que a exposição prolongada ao ruído do trânsito pode aumentar o risco de desenvolver doenças, como o diabetes tipo 2. Em outras palavras, o barulho impacta no desenvolvimento de diabetes ao desencadear respostas ao estresse.
Isso acontece, à medida que o crescimento da poluição sonora nas áreas urbanas aumenta. Entenda agora, como pesquisas revelaram essa associação entre barulho e o aumento de casos da doença. Confira!
Confira como o barulho pode impactar a diabetes
Muito além do estresse imediato, o barulho pode afetar drasticamente a saúde pública, e de acordo com pesquisas, contribuir para o desenvolvimento de casos de diabetes. Um estudo publicado no Journal of American Heart Association revelou impactos negativos do ruído do tráfego na saúde, entre esses o aumento da doença.
De acordo com Hong Chen, cientista da Health Canada e cientista adjunto do instituto de pesquisa ICES, em Ontário, no Canadá, a exposição ao ruído pode instigar múltiplas respostas ao estresse, aumentando o nível dos chamados hormônios do estresse. Portanto, a exposição repetida ao longo do tempo pode contribuir para problemas metabólicos e resistência à insulina.
Estudos indicam que o barulho no trafégo de trânsito pode causar diabetes/Shutterstock_Foto Diego Cervo
O estudo foi realizado ao longo de 15 anos, tempo em que os pesquisadores analisaram mais de 1 milhão de pessoas residentes em Toronto, também no Canadá, com idades entre 35 e 100 anos.
Os dados coletados revelaram que a exposição contínua ao ruído do trânsito contribuiu para o aumento no risco de desenvolver tanto diabetes quanto hipertensão. A cada incremento de 10 decibéis no ruído médio causado pelo trânsito, foi observado um crescimento de 8% nos casos de diabetes e de 2% nos diagnósticos de pressão alta.
Outro estudo publicado na Environmental Health Perspectives indicou que cada aumento de 10 decibéis no ruído do tráfego rodoviário estava associado a um maior risco de desenvolvimento de diabetes.
Como minimizar o impacto do barulho para evitar problemas de saúde
A partir dessas descobertas e, tendo em vista que cada vez mais pessoas moram em áreas urbanas, pesquisadores alertam para a necessidade de medidas preventivas.
A professora da Universidade St. George de Londres, no Reino Unido Charlotte Clark considera essa realidade como uma crise em entrevista à BBC. “É uma crise de saúde pública, pois temos um grande número de pessoas expostas em sua vida cotidiana”, advertiu.
Especialistas recomendam que os indivíduos estejam atentos aos níveis de ruído ao escolher uma residência, priorizando áreas mais silenciosas sempre que possível.
Amenizar os efeitos dos ruídos é uma maneira de evitar o estresse/Shutterstock_ Imagem Andrey_Popov
No entanto, para aqueles que vivem em locais com altos níveis de barulho, eles sugerem a instalação de janelas com vidros duplos, o uso de materiais isolantes para minimizar o impacto sonoro e a adoção de estratégias como tampões de ouvido ou fones de ouvido com cancelamento de ruído para proteger a saúde e o bem-estar.
O medicamento Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, começará a ser vendido nas farmácias do Brasil na primeira quinzena de maio. Concorrente do Ozempic (semaglutida), a caneta foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 para tratamento de diabetes tipo 2.
Embora a aprovação atual seja específica para diabetes, o Mounjaro aguarda autorização da Anvisa para ser indicado formalmente em bula para o controle crônico de peso. Mas médicos já prescrevem o Mounjaro na modalidade off label (fora das indicações da bula) como tratamento para a perda de peso.
Por isso, vale a pergunta: entre Ozempic e Mounjaro, qual é o mais barato? Vamos à reposta.
Qual é o mais barato: Ozempic ou Mounjaro?
A resposta curta: a princípio, o Ozempic vai sair mais barato do que o Mounjaro nas farmácias brasileiras. Agora, vamos à resposta longa.
Efeito da tirzepatida – princípio do Mounjaro – no controle da glicemia é superior ao da semaglutida – princípio do Ozempic (Imagem: KK Stock/Shutterstock)
O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta. É o mesmo procedimento do Ozempic. Inicialmente, o medicamento estará disponível nas dosagens de 2,5 mg e 5 mg.
Cada caixa vai ter quatro canetas – o suficiente para um mês de tratamento. Confira abaixo quanto vai custar cada dosagem:
Dosagem 2,5 mg:
Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.406,75 (e-commerce) / R$ 1.506,76 (loja física);
Fora do programa: R$ 1.907,29;
Dosagem 5 mg:
Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.759,64 (e-commerce) / R$ 1.859,65 (loja física);
Fora do programa: R$ 2.384,34.
Já sobre o Ozempic, o preço máximo das canetas fica entre um pouco mais de R$ 1 mil e R$ 1,3 mil na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cada estado.
Mounjaro seria melhor do que Ozempic, segundo estudos
Estudos sugerem que o efeito da tirzepatida no controle da glicemia é superior ao da semaglutida. Este é o princípio ativo do Ozempic, medicamento disponível – e bem popular – no mercado nacional.
O princípio ativo é a substância química principal presente num remédio. Ela é a responsável direta pelo efeito terapêutico – ou seja, por tratar, prevenir ou aliviar os sintomas de uma doença.
O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta (Imagem: Mohammed_Al_Ali/Shutterstock)
Apesar da indicação oficial restrita, médicos já prescrevem o Mounjaro na modalidade off label (fora das indicações da bula) como tratamento para a perda de peso.
Pesquisas também investigam a eficácia da tirzepatida contra outras condições, como apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), doença renal crônica e insuficiência cardíaca.
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela deterioração da memória, do pensamento e do comportamento. Essa é a forma mais comum de demência em pessoas idosas, sendo que seu principal fator de risco é justamente a idade.
Entretanto, como diversas outras doenças, ter um diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento comece mais cedo, melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. Ter alguma dessas alterações não são uma certeza de que a pessoa vai ter necessariamente o Alzheimer, mas são indícios que ajudam no diagnóstico.
Veja abaixo a matéria baseada no texto publicado originalmente no site The Conversation, por Sarah Curtis, candidata a doutorado em uso de linguagem em Síndrome de Down e Alzheimer na Nottingham Trent University.
Nela, estão os cinco sintomas precoces de Alzheimer que podem estar relacionados à fala, porém, vale lembrar que é sempre bom procurar um profissional da saúde especializado, já que cada caso é um caso.
Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)
Quantas pessoas convivem com Alzheimer no mundo e no Brasil?
A demência é um termo geral usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio e outras habilidades cognitivas. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
De acordo com a organização, dez milhões de pessoas são diagnosticadas com demência em todo mundo a cada ano – ou seja, estima-se que 600 a 700 mil novos casos de Alzheimer sejam relatados anualmente.
No Brasil, no fim de 2023, o Alzheimer afetava 1,2 milhão de pessoas, segundo dados publicados na Agência Gov.
Enquanto isso, a Alzheimer’s Society aponta que aproximadamente um milhão de pessoas no Reino Unido estão vivendo atualmente com a doença, e estudos preveem que esse número vai subir para 1,6 milhão até 2050.
Também conhecido como Mal de Alzheimer, a condição leva ao declínio da memória e das habilidades de raciocínio, sendo uma doença física que faz com que o cérebro pare de funcionar corretamente, piorando com o tempo.
A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. Contudo, uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem menos de 65 anos, sendo chamado de Alzheimer mais jovem, ou de início precoce.
Esquecer as palavras de vez em quando é considerado normal, porém, problemas persistentes e cada vez piores para lembrar, entre outros sintomas, podem ser um sinal precoce de Alzheimer. Fazer a identificação correta na fase inicial é muito importante, principalmente para pessoas com maior risco de sofrer com a doença, como os que têm Síndrome de Down, por exemplo.
A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. (Imagem: Shutterstock/LightField Studios)
5 sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala
1 – Pausas, hesitações e imprecisões
A dificuldade em lembrar palavras específicas é um dos sinais mais reconhecíveis do adoecimento, podendo levar a pausas e hesitações frequentes e/ou longas. Uma pessoa com Alzheimer que demora a lembrar de uma palavra pode recorrer a uma descrição vaga, como chamá-la de “coisa” ou falar em torno da palavra esquecida. Por exemplo: uma pessoa com dificuldade para se lembrar da palavra gato pode dizer algo como “são animais de estimação… que miam e arranham… a vizinha tem um.”
2 – Falar sobre uma tarefa em vez de executá-la
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em concluir tarefas e, com isso, em vez de fazê-las, podem falar a respeito dos seus sentimentos em relação a essas atividades, além de expressar dúvidas ou mencionar habilidades do passado. Pode ser que elas digam algo como “Não tenho certeza se consigo fazer isso”, ou “Eu costumava ser bom nisso”, em vez de falar diretamente a respeito da tarefa.
3 – Usar palavras com o significado incorreto
Quem está com a doença em desenvolvimento pode tentar substituir uma palavra que não está conseguindo dizer, por algo relacionado a ela. Pensando no mesmo exemplo citado acima, em vez de “gato”, a pessoa pode usar um animal da mesma categoria, como “cachorro”.
Entretanto, nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, essas mudanças têm mais chance de estarem relacionadas a uma categoria mais ampla ou geral, como dizer “animal” em vez de “cachorro”.
4 – Dificuldade em encontrar as palavras certas
A doença também causa dificuldade para pensar em palavras, objetos ou coisas que pertencem a um grupo. Por isso, às vezes, isso é usado como um teste cognitivo para o diagnóstico.
Por exemplo, quem tem Alzheimer pode ter dificuldade para nomear coisas em uma categoria específica, como alimentos diferentes, partes distintas do corpo ou palavras que começam com a mesma letra. Isso vai ficando mais difícil conforme a doença progride, fazendo com que essas tarefas sejam cada vez mais desafiadoras.
5 – Menor variedade de palavras
Outro indicador mais sutil da Doença de Alzheimer é a tendência em usar uma linguagem mais simples, apostando em palavras comuns. Pessoas que possuem Alzheimer frequentemente repetem os mesmos verbos, substantivos e adjetivos, em vez de usarem um vocabulário mais amplo. Elas também podem usar “o”, “e” ou “mas” mais frequentemente para conectar as frases.
Uma forma de identificar o Alzheimer precocemente é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. (Imagem: Kampus/Pexels)
A adoção de cuidados para com a saúde auditiva é uma forma de retardar o declínio cognitivo e prevenir o surgimento da demência. É isso o que revelou um estudo realizado com 805 brasileiros na faixa dos 50 anos de idade.
Segundo os pesquisadores envolvidos no trabalho, a descoberta pode ajudar a reduzir o número de casos de Alzheimer no futuro, por exemplo.
Durante o estudo, os participantes realizaram testes de audiometria, uma medida objetiva da qualidade da audição, três vezes ao longo dos oito anos de investigação. No mesmo período foram realizados testes de memória, linguagem e função executiva, que aferiram a associação entre perda auditiva e declínio cognitivo acentuado.
Dos 805 participantes, 62 (7,7%) apresentaram perda auditiva. Eles tiveram um declínio cognitivo global mais rápido que o esperado para a idade. Além disso, os testes específicos do domínio cognitivo mostraram declínios semelhantes, mas menos precisos, na memória, fluência verbal e função executiva.
A perda auditiva é o um fator de risco modificável para as demências. Imagem: Pixsooz / Shutterstock
A perda auditiva é o que chamamos de fator de risco modificável para as demências, entre elas Alzheimer, exatamente por ser passível de identificação e correção. Em 2050, a previsão é que mais de 70% das pessoas com demências vivam em países de baixa e média renda, como o Brasil. Por isso, é importante ter estudos que identifiquem a nossa realidade e os fatores passíveis de prevenção. Além do peso individual, há também uma carga coletiva. Não tem como o Brasil e outros países de baixa e média renda envelhecerem com demência.
Claudia Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autora do estudo