Semaglutida

Wegovy: como funciona o remédio para emagrecer parecido com o Ozempic

Emagrecer pode ser um desafio para muitas pessoas, principalmente àquelas que têm alguma doença que dificulta a perda de peso. Por isso, os remédios podem ser aliados nesse processo.

Diante das inúmeras opções que surgiram no mercado, uma chamou a atenção das pessoas. Trata-se do Wegovy, o “primo” do Ozempic, também fabricado pela farmacêutica Novo Nordisk.

Apesar de ambos serem à base de semiglutida, os remédios são usados para diferentes focos. Enquanto Ozempic é usado no tratamento a diabetes tipo 2, o Wegovy é direcionado para controle de pesos em adultos com sobrepeso e obesos, cujo IMC (Índice de Massa Corpórea) seja igual ou superior a 27 kg/m².

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Assim como qualquer medicamento, ele dever ser usado com algumas precauções e atenção. Por isso, é importante evitar a automedicação e o uso indiscriminado, que pode ser perigoso.

Se você se enquadra nas indicações de uso do remédio, veja este guia que preparamos com tudo o que você precisa saber sobre Wegovy.

Como funciona o remédio Wegovy para emagrecer

Assim como Ozempic, o Wegovy tem como base a semaglutida. Imagem: Corona Borealis Studio/Shutterstock

O Wegovy é indicado para adultos com sobrepeso (com IMC acima de 27 kg/m²) que tenham comorbidades ou para obesos (com IMC acima de 30 kg/m²) – neste caso, com ou sem a presença de outra doença.

Conversamos com o Dr. Rogério Silva, especialista em medicina interna, cardiologista e pós-graduado em neurociência e psicologia, além de ter formação em nutrologia. Ele defende que, além dos aspectos físicos, a inteligência emocional pode contribuir para a saúde integral da pessoa e claro, ajudar na busca pelo peso ideal.

“O Wegovy é uma opção interessante e inovadora no tratamento da obesidade”, afirma ele. Porém, ressalta que a busca pelo peso ideal também é um fator que precisa ser trabalhado mentalmente. “Criei o Método FIRE, que busca dar um treinamento de inteligência emocional, o único feito por um médico, no Brasil, acredito que corpo e mente tenham que caminhar juntos”, explica.

Ele explica que o Wegovy atua como um agonista (substância que liga a um receptor celular e ativa-o para provocar uma resposta biológica da célula), como um hormônio natural que regula o apetite, aumentando a sensação de saciedade, ou seja diminuindo a vontade de comer. “Isso reduz a ingestão de calorias, os estudos mostram que é possível perder 15% do peso em cerca de pouco mais de dois meses”.

Dr. Rogério Silva (CRM SP 172.346) é médico cardiologista e nutrólogo, do Método FIRE – Foto: Arquivo Pessoal

Quanto custa o tratamento com Wegovy?

O custo médio mensal do tratamento no Brasil gira em torno de R$ 1.200,00 a R$ 1.800,00, dependendo da dose e da farmácia. O crescimento no uso de Wegovy está influenciando o mercado de medicamentos para obesidade, aumentando a concorrência e, possivelmente, reduzindo a demanda por procedimentos invasivos como a cirurgia bariátrica.

Quais os riscos no uso do Wegovy?

A segurança a longo prazo ainda é estudada, especialmente em relação a efeitos raros como pancreatite, problemas renais e potenciais alterações na tireoide, como apresentado pelo Federal Drug Administration (FDA).

A FDA é o órgão governamental dos EUA responsável pelo controle dos alimentos (tanto para humanos, como para animais), suplementos alimentares, medicamentos (também para humanos e animais), cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e produtos derivados do sangue humano.

Wegovy pode ser usado apenas com fins estéticos?

O uso sem indicação médica, com objetivo exclusivamente estético, levanta preocupações devido ao risco de efeitos colaterais graves e possível banalização da prescrição médica. “O medicamento não deve ser usado sem acompanhamento e prescrição médica”, orienta o Dr. Rogério.

Qual o diferencial do Wegovy, frente aos concorrentes?

O principal diferencial do Wegovy frente aos concorrentes é a maior eficácia comprovada na perda de peso, comodidade pela aplicação semanal e o perfil geral favorável de segurança e tolerância. Essas diferenças posicionam Wegovy como uma opção altamente atrativa e inovadora no tratamento da obesidade.

Lembramos que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que será obrigatória a retenção de receita médica para medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e similares. Serão duas vias, como a de antibiótico, tendo validade de 90 dias após a emissão.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Pílula do exercício e Ozempic: quais são as diferenças?

A chamada “pílula do exercício” ganhou destaque nos últimos dias por prometer efeitos semelhantes aos da prática física sem que o paciente precise, de fato, se exercitar. Em paralelo, o Ozempic, medicamento originalmente desenvolvido para tratamento de diabetes tipo 2, segue popular entre quem busca alternativas para perda de peso.

Apesar de ambos os compostos atuarem no metabolismo corporal e serem associados ao emagrecimento, seus mecanismos de ação e finalidades clínicas são distintos. No entanto, a comparação entre eles pode gerar dúvidas.

Como funciona a pílula do exercício

A nova substância apelidada de “pílula do exercício” atua na queima de gordura e no aumento da resistência do corpo. O composto, identificado como SLU-PP-332, estimula uma proteína chamada ERR (estrogênio receptor relacionado), que desempenha papel importante na regulação da energia celular.

Segundo pesquisadores da Universidade de Washington, o medicamento foi testado em camundongos sedentários e mostrou efeitos semelhantes aos do exercício físico regular. Os animais apresentaram redução da gordura corporal, melhora na resistência muscular e aumento da queima de calorias, mesmo sem atividade física.

Ainda não aprovada para humanos, a pílula do exercício queima de gordura e no aumento da resistência do corpo (Imagem: Bowonpat Sakaew/Shutterstock)

“A chamada ‘pílula do exercício’, ainda em fase experimental, busca ativar vias metabólicas e celulares semelhantes às ativadas durante o exercício físico”, explica ao Olhar Digital o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP. “Ela tenta simular as adaptações musculares e metabólicas do exercício físico.”

Segundo ele, há uma semelhança conceitual com substâncias como o AICAR e o GW501516, que foram investigadas no passado para uso esportivo, mas não chegaram ao mercado por causa dos efeitos colaterais. “Alguns compostos naturais, como o BAIBA, também estão sendo estudados como miméticos naturais do exercício.”

O que é o Ozempic e como age no corpo

Já o Ozempic tem como princípio ativo a semaglutida, substância que imita o hormônio GLP-1, responsável por regular o apetite e os níveis de glicose no sangue. Com ação no cérebro, o medicamento promove maior saciedade, o que leva à redução da ingestão calórica.

“O Ozempic atua no sistema digestivo e no cérebro. Ele prolonga a saciedade, retarda o esvaziamento gástrico e regula os níveis de insulina e glicose, reduzindo o apetite e facilitando o emagrecimento, além de controlar o diabetes tipo 2”, explica o médico.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
O Ozempic foca na promoção da saciedade (Imagem: Marc Bruxelle / Shutterstock.com)

O remédio ganhou notoriedade também no controle de peso. Em estudo citado pelo G1, pacientes relataram perda significativa de peso com o uso do medicamento, embora também tenham sido observados efeitos colaterais como náusea e constipação.

Pílula do exercício e Ozempic seguem caminhos diferentes no organismo

Embora ambos estejam ligados à perda de peso, a forma como cada um age no corpo é bastante diferente. O Ozempic reduz o consumo calórico, enquanto a pílula do exercício tenta aumentar o gasto energético.

“Eles podem ter resultados parecidos, como a redução da gordura corporal, mas não atuam pelas mesmas vias”, diz o ortopedista. “O Ozempic ajuda a reduzir a ingestão calórica e melhora o controle glicêmico. Já a pílula atua promovendo mudanças celulares nos músculos, como se o corpo tivesse praticado atividade física, mesmo em repouso.”

Ainda segundo o especialista, o Ozempic não simula o exercício físico. “Ele pode ajudar indiretamente, porque a perda de peso reduz a sobrecarga nas articulações e facilita a retomada da atividade física — mas não promove adaptações fisiológicas como ganho de força ou benefícios neurológicos.”

Para quem cada um é indicado

As indicações também variam de acordo com o perfil do paciente. O Ozempic é aprovado para uso em pessoas com diabetes tipo 2, obesidade ou sobrepeso com outras comorbidades. Já a pílula do exercício, se chegar ao mercado, poderá ser usada em públicos com limitações físicas.

“Ela pode ser uma opção interessante para pacientes com mobilidade reduzida, como idosos frágeis, pacientes acamados ou com doenças neuromusculares — que não conseguem se beneficiar do exercício real”, diz Marco Aurélio. “São ferramentas diferentes, com indicações distintas.”

Pode haver uso combinado?

Com os dois medicamentos atuando em frentes distintas, uma combinação pode fazer sentido no futuro para casos específicos. A estratégia, no entanto, ainda precisaria passar por estudos clínicos rigorosos.

“É uma possibilidade, especialmente em casos complexos de obesidade com limitação funcional”, afirma o ortopedista. “A combinação poderia unir o controle do apetite e glicemia, promovido pelo Ozempic, com o estímulo ao gasto energético e à preservação da massa muscular proporcionado pela pílula do exercício.”

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Os medicamentos substituem o exercício físico?

Apesar das promessas, especialistas alertam para o risco de que os medicamentos sejam vistos como substitutos definitivos da prática física. A preocupação é que o público veja as soluções como atalhos para a saúde, sem considerar os múltiplos benefícios do movimento.

“Esse é o maior risco”, alerta o médico. “Existe uma tendência natural de buscar soluções rápidas — e tanto o Ozempic quanto a futura pílula do exercício podem ser vistos como atalhos para saúde e emagrecimento, quando na verdade são apenas ferramentas complementares.”

Pés caminhando em uma esteira
Apesar de positivos para auxiliar no controle de peso e melhoria da qualidade de vida, nenhum medicamento substitui a atividade física (Imagem: peampath2812 / Shutterstock.com)

Para ele, nada substitui os benefícios amplos do movimento. “Fortalecimento muscular, proteção óssea, melhora da saúde mental, cognição, imunidade e conexão social: o exercício real continua sendo a forma mais segura, barata e eficaz de promover saúde e bem-estar.”

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Não era só cortar sal? Pesquisa sugere algo mais eficaz contra pressão alta

Uma pesquisa recente sugere que, ao contrário do que se pensava, aumentar a ingestão de potássio pode ser mais eficaz contra pressão alta do que simplesmente diminuir o consumo de sódio.

“Normalmente, quando temos pressão alta, somos aconselhados a comer menos sal”, comentou Anita Layton, professora de Matemática Aplicada e Biologia na Universidade de Waterloo, onde a pesquisa foi conduzida.

“No entanto, nossa pesquisa sugere que adicionar alimentos ricos em potássio à dieta, como bananas e brócolis, pode ter um impacto ainda mais positivo na pressão arterial do que reduzir o sódio.”

‘Nossos sistemas corporais podem ter evoluído para funcionar melhor com dieta rica em potássio’, diz pesquisadora

O potássio desempenha papel crucial na regulação da pressão arterial e na saúde cardiovascular em geral. É o que explica o dr. Firmino Haag, coordenador da cardiologia no Hospital Albert Sabin (HAS), em São Paulo (SP), ao Olhar Digital.

Potássio desempenha papel crucial na regulação da pressão arterial e na saúde cardiovascular (Imagem: Fida Olga/Shutterstock)

Segundo Haag, os mecanismos pelos quais o potássio ajuda a eliminar o sódio e relaxar os vasos sanguíneos são os seguintes:

  • Manter o equilíbrio eletrolítico no corpo: nos rins, o potássio estimula a excreção de sódio na urina. Isso ocorre porque o aumento nos níveis de potássio no sangue promove a troca de sódio por potássio nos néfrons, as unidades funcionais dos rins, resultando na excreção de sódio;
  • Auxilia na vasodilatação: relaxa os músculos lisos dos vasos sanguíneos. Isso reduz a resistência nos vasos, promovendo um fluxo sanguíneo mais eficiente e consequentemente diminuindo a pressão arterial. O exato mecanismo pelo qual o potássio promove a relaxação das paredes vasculares envolve a modulação dos canais de potássio e cálcio nas células musculares lisas vasculares.

Dietas modernas, especialmente em sociedades industrializadas, tendem a ser ricas em sódio e pobres em potássio. Isso pode contribuir para a alta prevalência de hipertensão.

Mesa com frutas e legumes ricos em potássio em cima de pequena lousa com a letra K escrita em giz
Adicionar alimentos ricos em potássio à dieta pode ter um impacto mais positivo na pressão arterial, diz pesquisadora (Imagem: Yulia Furman/Shutterstock)

Os primeiros humanos comiam muitas frutas e vegetais, e nossos sistemas corporais podem ter evoluído para funcionar melhor com uma dieta rica em potássio e baixa em sódio.

Melissa Stadt, candidata a PhD no Departamento de Matemática Aplicada de Waterloo e autora principal do estudo, em comunicado

“Incluir frutas, legumes e alimentos in natura ricos em potássio é mais viável e educativo do que apenas restringir [ingestão de sódio]”, diz o dr. Matheus Azevedo, médico nutrólogo especialista em medicina integrativa e longevidade, ao Olhar Digital. “A mudança é mais sustentável e melhora a qualidade da alimentação como um todo.

Riscos e cuidados

Por um lado, existem riscos ao aumentar o consumo de potássio. “Pacientes com doença renal devem ter cautela, pois o excesso de potássio pode ser perigoso”, alerta o médico nutrólogo. O dr. Firmino Haag disse o mesmo.

Cacho de banana
Banana é um dos muitos alimentos ricos em potássio que podem fazer parte da sua dieta (Imagem: Pepeelson/Shutterstock)

“Para indivíduos com problemas renais ou condições de saúde específicas, o aumento da ingestão de potássio deve ser abordado com cautela e sob a orientação de um profissional de saúde“, salientou o coordenador de cardiologia.

Por outro, o dr. Azevedo disse o seguinte: “para quem tem função renal normal, o consumo de potássio pelos alimentos é seguro”. E acrescentou: “O limite recomendado é de 3.500 a 4.700 mg/dia.”

Hipertensão em homens e mulheres

A hipertensão é uma condição que afeta mais de 30% da população mundial. E é a principal causa de doenças cardíacas e derrames.

  • Ela também pode levar a problemas graves como doença renal crônica, insuficiência cardíaca, batimentos irregulares e até demência.

O estudo revelou que homens desenvolvem hipertensão com mais facilidade do que mulheres. E eles tendem a responder mais positivamente ao aumento da proporção de potássio em relação ao sódio.

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Nossos sistemas corporais podem ter evoluído para funcionar melhor com uma dieta rica em potássio e baixa em sódio, diz pesquisadora (Imagem: Yulia Furman/Shutterstock)

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Além disso, os pesquisadores usaram um modelo matemático para identificar como a proporção de potássio e sódio afeta a pressão arterial. Esse modelo também é útil para explorar como diferenças de sexo influenciam essa relação.

A pesquisa, publicada no American Journal of Physiology-Renal Physiology no começo de março, abre perspectivas para o tratamento da hipertensão. E pode ajudar a desenvolver estratégias alimentares mais eficazes para o controle dessa condição.

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Este sinal no fundo dos olhos pode indicar demência

Uma pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, sugere que os vasos sanguíneos no fundo do olho podem indicar sinais de demência precoce. Os cientistas observaram que a retina está diretamente conectada ao cérebro.

Há três anos, a mesma equipe realizou um estudo sobre a relação entre o afinamento da retina de uma pessoa na meia-idade e o desempenho cognitivo na infância e na vida adulta. A retina é um tecido fino e sensível à luz que reveste a parte de trás do olho, no interior do globo ocular.

“Acredita-se que muitos dos processos da doença de Alzheimer são refletidos na retina, tornando-a um bom alvo como biomarcador para identificar pessoas em risco de desenvolver demência”, disse a psicóloga Ashleigh Barrett-Young da Universidade de Otago.

Estudo pode ajudar a aprimorar diagnóstico da doença no início de seu curso (Imagem: Makhbubakhon Ismatova/iStock)

Como foi feita a nova pesquisa?

  • Os cientistas usaram parte das informações da pesquisa de 2022, que rastreou 45 anos de dados de saúde de neozelandeses nascidos em 1972 e 1973;
  • Desta vez, eles focaram em fotografias da retina, exames de vista e uma série de testes que avaliam o risco de Alzheimer e demências relacionadas na meia-idade de 938 participantes com 45 anos de idade;
  • A partir daí, eles identificaram associações entre declínio cognitivo e espessura da camada da retina (assim como o fizeram no estudo inicial);
  • Além disso, consideraram a saúde microvascular da retina, medida pelo diâmetro de pequenas artérias e veias no tecido;
  • São essas artérias e veias que “refletem a integridade do sistema cardiovascular geral do corpo (incluindo a cerebrovascular), que está implicado na patologia da doença de Alzheimer e demências relacionadas e, em particular, nas demências vasculares”, escrevem.

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As descobertas

Eles descobriram que o risco de demência era mais alto entre pessoas com arteríolas mais estreitas (pequenos vasos que transportam sangue para longe do coração) e vênulas mais largas (veias em miniatura que recebem sangue dos capilares).

Novos estudos são necessários para considerar diferenças populacionais (Imagem: Sakorn Sukkasemsakorn/iStock)

No entanto, novos estudos são necessários para comprovar a relação entre a saúde da retina e demência considerando diferentes quadros populacionais. Além disso, as medidas usadas na pesquisa ainda não podem ser usadas como um diagnóstico da doença.

“Os tratamentos para Alzheimer e algumas outras formas de demência podem ser mais eficazes se iniciados no início do curso da doença”, afirmou Barrett-Young. “Espero que um dia possamos usar métodos de IA em exames oculares para dar uma indicação da saúde do seu cérebro, mas ainda não chegamos lá.”

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O que é o Transtorno do Devaneio Excessivo e como ele impacta a saúde?

Você já se pegou perdido em pensamentos, criando mundos imaginários ou diálogos inteiros em sua mente enquanto o mundo real parecia passar despercebido? Embora sonhar acordado seja algo comum e, muitas vezes, saudável, há situações em que isso ultrapassa os limites do controle e passa a comprometer a vida cotidiana.

Esse fenômeno é conhecido como transtorno do devaneio excessivo, uma condição ainda pouco reconhecida oficialmente pela medicina, mas que tem chamado a atenção de especialistas e pacientes ao redor do mundo.

Entenda o que é o transtorno do devaneio excessivo, como ele se manifesta, seus possíveis gatilhos, impactos na saúde mental e física, e os caminhos possíveis para diagnóstico e tratamento. Também discutiremos como a ciência está olhando para esse fenômeno e quais são os principais relatos de quem vive com essa condição. Entender o transtorno é o primeiro passo para desmistificá-lo e promover mais saúde e qualidade de vida.

O que é o Transtorno do Devaneio Excessivo?

O transtorno do devaneio excessivo, também chamado de Maladaptive Daydreaming (MD) em inglês, é caracterizado por fantasias intensas, prolongadas e recorrentes que substituem significativamente a interação com o mundo real.

Essas fantasias geralmente são muito vívidas, envolvem personagens fictícios, cenários elaborados e até trilhas sonoras internas, funcionando como uma espécie de fuga da realidade.

Imagem: Nazarova Mariia / Shutterstock

Diferentemente do devaneio comum, que costuma ser breve e inofensivo, o transtorno é marcado pela perda de controle sobre a atividade imaginativa. Pessoas com esse quadro podem passar horas imersas em suas fantasias, negligenciando responsabilidades diárias, relações pessoais e o autocuidado. Esse comportamento pode interferir profundamente na vida acadêmica, profissional e social do indivíduo.

Apesar de não estar listado oficialmente no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), muitos profissionais da saúde mental reconhecem o transtorno a partir de relatos consistentes de pacientes e de pesquisas emergentes sobre o tema.

Sintomas e comportamentos comuns

Entre os principais sintomas do transtorno do devaneio excessivo, destacam-se:

  • Fantasias vívidas e complexas, frequentemente com enredos contínuos, como se fossem séries ou filmes internos;
  • Movimentos repetitivos durante o devaneio, como balançar o corpo, andar em círculos ou fazer expressões faciais;
  • Dificuldade de concentração em tarefas do cotidiano devido à invasão frequente dos devaneios;
  • Desejo de se isolar para continuar o devaneio sem interrupções;
  • Sensação de euforia ou alívio emocional ao mergulhar nas fantasias;
  • Culpa ou frustração por perder tempo e deixar de realizar atividades importantes;
  • Capacidade preservada de distinguir fantasia e realidade, diferentemente de condições psicóticas.

É importante destacar que, mesmo sabendo que os cenários imaginados não são reais, a pessoa pode preferir a fantasia à realidade, especialmente em contextos de estresse ou sofrimento emocional.

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(Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)

Causas possíveis

Embora as causas exatas do transtorno do devaneio excessivo ainda não sejam totalmente compreendidas, estudos e relatos indicam alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da condição:

  • Traumas na infância ou vivências de abuso emocional, físico ou negligência;
  • Isolamento social e dificuldades de integração com outras pessoas;
  • Condições psiquiátricas associadas, como depressão, ansiedade, TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade);
  • Falta de estímulo cognitivo ou ambientes monótonos, que incentivam a fuga para o mundo interno;
  • Alto nível de criatividade, muitas vezes presente em pessoas com habilidades artísticas, narrativas ou sensibilidade emocional aguçada.

Não há um único gatilho, mas sim uma combinação de fatores psicológicos, emocionais e ambientais que podem predispor alguém ao transtorno.

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O impacto na saúde mental e física

O transtorno do devaneio excessivo pode ter consequências sérias quando não identificado e tratado. A principal delas é a perda de funcionalidade, já que a pessoa deixa de realizar atividades essenciais para seu bem-estar e desenvolvimento. Isso pode incluir desde a higiene pessoal até a execução de tarefas no trabalho ou nos estudos.

A longo prazo, os impactos incluem:

  • Quadros de ansiedade e depressão, agravados pela percepção de improdutividade e isolamento;
  • Insônia e distúrbios do sono, especialmente quando o devaneio se intensifica durante a noite;
  • Problemas de saúde física, como sedentarismo, má alimentação e dores musculares decorrentes de posições mantidas por longos períodos;
  • Dificuldades de relacionamento, já que os laços sociais reais são substituídos por vínculos imaginários com personagens das fantasias;
  • Baixa autoestima e sentimento de inadequação social.

Esses efeitos fazem com que o transtorno vá além de um simples hábito inofensivo, passando a ser um obstáculo real para uma vida saudável e plena.

Imagem: Grupo Braços Abertos/Reprodução

Diagnóstico: um desafio clínico

Um dos maiores desafios em relação ao transtorno do devaneio excessivo é o diagnóstico, justamente por não estar oficialmente reconhecido nos manuais de saúde mental. Muitos pacientes vivem anos com os sintomas sem sequer saber que há um nome para o que sentem.

Hoje, alguns profissionais utilizam a Escala de Devaneio Excessivo de Somer (nomeada em homenagem ao psicólogo Eli Somer, que cunhou o termo em 2002) para avaliar a intensidade e frequência dos devaneios. Essa escala inclui perguntas sobre a duração dos episódios, o impacto na vida cotidiana e a dificuldade em controlar os devaneios.

No entanto, o diagnóstico ainda depende, em grande parte, de uma anamnese cuidadosa e da escuta ativa por parte do profissional, além da disposição do paciente em compartilhar seu mundo interno.

Tratamento e estratégias de enfrentamento

Embora ainda não exista um protocolo oficial de tratamento, algumas abordagens têm se mostrado eficazes para lidar com o transtorno do devaneio excessivo:

  • Psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC): ajuda o paciente a identificar gatilhos, modificar padrões de pensamento e desenvolver estratégias para retomar o controle da mente.
  • Técnicas de mindfulness e meditação: promovem o foco no presente e reduzem a tendência a escapar para fantasias.
  • Organização da rotina: criar horários fixos e metas realistas pode ajudar a reduzir o tempo gasto em devaneios.
  • Grupos de apoio online: comunidades de pessoas que compartilham experiências semelhantes têm se tornado uma ferramenta poderosa de acolhimento e troca de estratégias.
  • Tratamento de comorbidades: em muitos casos, tratar a depressão, a ansiedade ou o TDAH subjacente pode atenuar os sintomas do transtorno.

O transtorno do devaneio excessivo ainda é uma condição envolta em dúvidas e preconceitos, mas seu impacto na saúde é real e merece atenção. Ao compreender que sonhar acordado pode deixar de ser apenas um hábito inofensivo e passar a interferir na vida cotidiana, damos o primeiro passo para promover o autoconhecimento e a busca por ajuda profissional.

Se você se identificou com os sintomas descritos, saiba que não está sozinho. Cada vez mais pessoas ao redor do mundo estão reconhecendo o transtorno e encontrando caminhos de cuidado e acolhimento. O importante é lembrar: fugir da realidade pode parecer seguro, mas viver plenamente é o verdadeiro desafio e também a maior conquista.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Ozempic: como funciona o remédio à base de semaglutida, segundo especialista

É possível que você já tenha ouvido falar do medicamento chamado Ozempic, já que ele tem ocupado lugar na mídia e nas redes sociais, tendo sido envolvido em controvérsias.

No início de 2023, o apresentador do Oscar, Jimmy Kimmel, chegou a fazer piadas com seu uso na festa do cinema.

Na ocasião, ele disse: “Todo mundo parece ótimo. Quando olho ao redor desta sala, não consigo deixar de me perguntar: Ozempic é o produto certo para mim?”.

Apesar de ser usado na perda de peso, este medicamento é voltado para tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. Ou seja, quando uma pessoa usa Ozempic para emagrecer, ela está fazendo um uso errado desse remédio.

Para entender melhor como Ozempic funciona, a forma de atuação, a indicação e os riscos, entrevistamos a especialista Dra. Priscila Cardoso. Confira a seguir!  

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Ozempic: como funciona

O principio ativo do Ozempic é a semaglutida que foi aprovada inicialmente para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 na dose de até 1mg por semana.

Depois foram feitos mais estudos, agora em pacientes sem diabetes, e a semaglutida foi aprovada também para o tratamento de obesidade, na dose de até 2,4 mg por semana. Quando foi liberada para o tratamento de obesidade, recebeu um novo nome, o Wegovy, e uma nova bula. Ambos injetáveis, via subcutânea.

É preciso prescrição médica para se adquirir o medicamento (Freepik)

A explicação e as respostas foram dadas pela Dra. Priscila Cardoso, endocrinologista da clínica Synesis, localizada na zona oeste de São Paulo. ” O Ozempic e o Wegovy têm o mesmo principio ativo, a semaglutida, o que muda é a dose e a bula”, explica ela. 

A semaglutida, para tratamento de diabetes mellitus tipo 2, está disponível também na forma de comprimidos, para uso diário, via oral, com o nome comercial Rybelsus. 

Ozempic: para que serve?

A semaglutida é semelhante a um hormônio produzido no nosso trato gastrointestinal, chamado GLP-1, e atua nos receptores desse hormônio em vários órgãos do corpo humano, aumentando a sensibilidade à insulina.

No pâncreas, ela aumenta a produção e liberação de insulina em resposta à glicose e reduz a liberação de glucagon (hormônio que aumenta a glicose no sangue). No músculo, ela aumenta a entrada de glicose nas células; e no estômago, retarda o esvaziamento. Finalmente, no hipotálamo, tem um efeito importante de diminuição do apetite.

Assim, justamente por atuar em tantos pontos do metabolismo da glicose, a semaglutida apresenta um ótimo resultado no controle do diabetes mellitus tipo 2.

Dra. Priscila Cardoso é endocrinologista com registros profissionais CRM 144424 | RQE 60595 (Divulgação)

Ozempic é eficaz?

Ele é muito eficaz no tratamento de diabetes tipo 2, com uma redução média de hemoglobina glicada entre 1,5 e 2. Atualmente, é a medicação mais eficaz para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 disponível nas farmácias aqui no Brasil. Só perde para o Mounjaro (tirzepatida) que já foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e chegará em junho de 2025 nas farmácias aqui no Brasil.

Ozempic é para emagrecer?

Não, o Ozempic não é voltado para o emagrecimento. Mas, ele pode provocar a perda de peso como um efeito secundário no tratamento para o diabetes mellitus tipo 2. Nos estudos com a dose de 1 mg por semana (para tratamento de diabetes) os pacientes perderam cerca de 5 a 7% do peso inicial.

No entanto, o Wegovy – também da Novo Nordisk – pode ser usado em pacientes com sobrepeso ou obesidade que tenham comorbidades associadas ao excesso de peso. Em estudos com foco na obesidade, a dose de 2,4 mg de semaglutida por semana provocou uma perda de peso em torno de 15 a 20%, sendo que cerca de um terço dos pacientes perdeu mais de 20% do peso inicial.

Há riscos no uso do Ozempic?

Os principais efeitos colaterais são náusea e vômito, também é comum dar constipação e refluxo gastroesofágico. Geralmente esses sintomas melhoram após algumas semanas. Há um aumento no risco de formação de cálculo biliar, associado a perda de peso rápida que pode ocorrer com o uso da medicação. 

Isoladamente, não causa hipoglicemia, mas se usado com outras medicações para diabetes, como insulina ou sulfonilureias pode ocorrer hipoglicemia.

Exercício físico é fundamental para boa saúde do corpo e da mente (Freepik)

Ozempic precisa de receita?

Inicialmente, o Ozempic era vendido com receita médica simples. Mas, a Anvisa determinou, no dia 16 de abril, que a retenção de receita médica será obrigatória para esse e outros medicamentos, como Wegovy, Saxenda e similares. Serão duas vias, como a de antibiótico, tendo validade de 90 dias após a emissão.

“É importante ressaltar que o acompanhamento médico é essencial para um bom resultado no tratamento, controle de efeitos colaterais, ajuste de dose, associação com outras medicações e na manutenção do peso perdido”, afirma a Dra. Priscila.

Todos perdem peso com o uso do Ozempic?

É preciso deixar claro que nem todos os pacientes que usaram Ozempic perderam peso. Tem uma pequena porcentagem de pacientes que não respondem à medicação. “Cerca de 15% dos pacientes não perderam nem 5% do peso inicial, mesmo no estudo com a dose de 2,4mg”, afirma a médica.

Todo remédio precisa sempre contar com o acompanhamento médico para que seu uso seja seguro e o paciente tenha benefícios. Tenha sempre responsabilidade com a sua saúde.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Anvisa aprova medicamento contra Alzheimer

O Alzheimer ainda não tem cura, mas um novo fármaco está um passo mais perto de retardar o avanço da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na terça-feira (22) o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência, sinais associados à doença.

O remédio já passou por testes em pacientes humanos e apresentou resultados importantes no tratamento. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, com contraindicações.

Medicamento já é aprovado nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (Imagem: Saiful52/Shutterstock)

Anvisa aprovou medicamento para tratamento do Alzheimer

De acordo com o registro da Anvisa, o Kisunla (donanemabe) é ” indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve ou/e demência leve associados à doença de Alzheimer”.

O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos. O donanemabe atua ligando esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer.

Veja como foram os testes:

  • O donanemabe passou por um estudo com 1.736 pacientes com Alzheimer em estágio inicial. Eles apresentavam comprometimento cognitivo leve e demência leve;
  • Cada paciente recebeu 700 miligramas da solução a cada quatro semanas nas três primeiras doses. Em seguida, 860 pacientes receberam 1.400 miligramas a cada quatro semanas e outros 876, placebo por até 72 semanas;
  • Segundo a Anvisa, na semana 76, os pacientes tratados com donanemabe tiveram progressão clínica melhor do que os tratados com placebo.
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Medicamento foca em retardar o avanço da doença (Imagem: Roman Bodnarchuk/Shutterstock)

Medicamento já pode ser distribuído, seguindo contraindicações

O medicamento já está autorizado para ser distribuído e utilizado no Brasil.

O donanemabe é contraindicado para pacientes fazendo uso de anticoagulantes, incluindo varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) em ressonância magnética antes de iniciar o tratamento. No caso desses indivíduos, os riscos são maiores que os benefícios.

O produto é uma solução para diluição para infusão, comercializado em embalagem com 1 ampola de 20 ml. Cada ampola contém 350 miligramas de substância ativa do donanemabe.

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De acordo com a Anvisa, as reações mais comuns são relacionadas à infusão, como febre, dor de cabeça e sintomas parecidos com os da gripe.

A agência reforçou que está monitorando a segurança e eficácia do medicamento para Alzheimer, assim como qualquer outro.

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Ozempic, Wegovy e Mounjaro: quais as diferenças entre os remédios para emagrecer?

O uso de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro para perda de peso tem se tornado cada vez mais comum. Apesar de originalmente indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, esses remédios passaram a ganhar destaque pelo potencial de promover emagrecimento rápido e expressivo. A crescente popularidade, no entanto, levanta dúvidas sobre suas diferenças, efeitos colaterais e contraindicações.

Esses fármacos são aplicados por meio de injeções subcutâneas e atuam diretamente na regulação do apetite e da glicemia. A eficácia e o tipo de ação, porém, variam conforme o princípio ativo de cada um. Por isso, especialistas alertam que o uso deve ser sempre feito com acompanhamento médico.

Princípios ativos e eficácia no tratamento da obesidade

Tanto o Ozempic quanto o Wegovy têm como base a semaglutida, substância que age no receptor GLP-1 no intestino, promovendo a saciedade e controlando a glicemia. A diferença principal entre os dois está na dosagem: “O Wegovy permite doses mais altas, o que pode ampliar os efeitos no controle de peso”, explica o nutrólogo Arthur Rocha.

Já o Mounjaro utiliza a tirzepatida, que atua em dois receptores intestinais, GLP-1 e GIP. Essa combinação proporciona um efeito mais robusto, especialmente indicado para pacientes com obesidade diagnosticada ou diabetes tipo 2. “Ele tende a ser mais eficaz nesses casos, justamente por ter dupla ação no organismo”, afirma o médico.

Enquanto Ozempic e Wegovy tem como base a semaglutida, o Mounjaro utiliza a tirzepatida (Imagem: MKPhoto12 / Shutterstock.com)

A endocrinologista Lorena Lima Amato também aponta que o Mounjaro representa um avanço importante no tratamento: “A associação entre GLP-1 e GIP mostrou-se superior à semaglutida na perda de peso e controle glicêmico. Isso o torna uma opção promissora, principalmente quando o paciente apresenta resistência a outros tratamentos”, ressalta.

Efeitos colaterais e cuidados iniciais

Mesmo com os benefícios, os medicamentos podem causar efeitos adversos, especialmente nas primeiras semanas de uso. Náuseas, dores de cabeça, alterações intestinais e fraqueza são os mais relatados. Para aliviar os sintomas, Arthur Rocha recomenda evitar refeições pesadas e ricas em gordura, manter-se hidratado e reduzir o consumo de cafeína e álcool.

O especialista também esclarece que o organismo tende a responder de forma diferente ao longo do tempo: “A perda de peso desacelera com a redução da gordura corporal, mas isso não significa que o remédio deixou de funcionar”, diz. Ele alerta ainda para o risco de reganho de peso se não houver mudanças sustentáveis no estilo de vida.

Preço, contraindicações e uso consciente

O preço também é um fator relevante. “O Mounjaro tem custo mais elevado, o que pode dificultar o acesso. Começar com Ozempic ou Wegovy pode ser uma alternativa mais viável para quem busca controle do peso com menor impacto financeiro”, sugere Rocha.

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Ozempic e Wegovy têm preços mais baixos que o Mounjaro (Imagem: KK Stock / Shutterstock.com)

Quanto às contraindicações, o uso desses medicamentos não é recomendado para pessoas com histórico de câncer medular de tireoide, pancreatite aguda e doenças hepáticas ou renais graves, além de gestantes e lactantes. “A escolha do medicamento deve considerar características individuais e acompanhamento médico contínuo, já que os efeitos variam de pessoa para pessoa”, reforça a endocrinologista Lorena Amato.

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Importância da mudança de hábitos

Tanto Rocha quanto Amato são unânimes em afirmar que os remédios não substituem a adoção de hábitos saudáveis. “Eles reduzem o apetite, mas não eliminam calorias por conta própria. Alimentação equilibrada e prática regular de atividade física são indispensáveis para manter os resultados”, destaca Arthur Rocha.

A recomendação é que o paciente inclua musculação e exercícios físicos em sua rotina, principalmente para evitar a perda de massa muscular e manter o metabolismo ativo. “A mudança de comportamento é essencial para que os efeitos dos medicamentos sejam sustentáveis”, conclui o nutrólogo.

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Contaminação por metais pesados ameaça agricultura

A atividade humana tem extinguido diversos recursos vitais para a nossa sobrevivência no planeta. Um cenário que pode ser verificado também no solo, o que pode representar uma grave ameaça para o futuro das sociedades.

De acordo com um novo estudo, até 1,4 bilhão de pessoas vivem em áreas com solo perigosamente poluído por metais pesados como arsênico, cádmio, cobalto, cromo, cobre, níquel e chumbo. Isso representa cerca de 17% de todas as terras agrícolas do planeta.

Metais reduzem o rendimento das colheitas

  • Os pesquisadores explicam que a poluição por metais pesados no solo é causada tanto por fontes naturais como pela atividade humana.
  • Ela representa riscos significativos para os ecossistemas e para a nossa saúde.
  • Esses poluentes reduzem o rendimento das colheitas, afetam a biodiversidade e comprometem a qualidade da água, bem como a segurança alimentar por meio da bioacumulação em animais de fazenda.
  • Embora estudos anteriores tenham mostrado que a poluição por metais tóxicos está espalhada pelo mundo, sua distribuição ainda era incerta.
  • Agora, no entanto, um novo trabalho publicado na revista Science revelou o tamanho do problema.
Cerca de 17% de todas as terras agrícolas do planeta podem estar ameaçadas (Imagem; Fotokostic/Shutterstock)

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Cádmio é o principal “vilão” dos solos

Na nova pesquisa, os cientistas utilizaram 1.493 estudos regionais abrangendo 796.084 amostras de solo. O objetivo era avaliar a distribuição global de metais tóxicos em solos agrícolas e identificar onde as concentrações excedem os limites de segurança.

Usando abordagens de aprendizado de máquina e modelagem, eles estimam que até 17% das terras agrícolas globais – cerca de 242 milhões de hectares – estão contaminadas por pelo menos um metal tóxico.

O cádmio foi o mais encontrado, especialmente no sul e leste da Ásia, partes do Oriente Médio e África.

Solos podem estar comprometidos (Imagem: 24Novembers/Shutterstock)

Níquel, cromo, arsênico e cobalto também excederam os limites em várias regiões, em grande parte devido a uma mistura de fontes geológicas naturais e atividades humanas, como mineração e industrialização. Por conta disso, a equipe fez um apelo para que as autoridades adotem medidas imediatas para proteger os solos.

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O que acontece se você segurar um espirro? Entenda as piores consequências

Segurar um espirro pode parecer algo banal, um gesto automático, muitas vezes feito por educação ou para evitar chamar atenção em público. No entanto, o que parece inofensivo pode trazer riscos reais à saúde. 

Neste artigo, vamos explicar o que acontece no corpo durante um espirro, por que é perigoso tentar reprimi-lo e quais são as consequências médicas mais graves que essa atitude pode provocar. 

Como funciona o espirro no corpo

O espirro, também chamado de esternutação, é um reflexo involuntário e poderoso que serve como defesa natural do organismo. Ele ocorre quando algo irrita as vias nasais: poeira, pólen, fumaça, perfumes fortes, pelos de animais ou mesmo uma infecção viral, como o resfriado.

Essa irritação ativa terminações nervosas na mucosa nasal, que enviam um sinal ao cérebro. O sistema nervoso central então aciona uma sequência de reações rápidas que culminam na expulsão do ar pelos pulmões, passando pelo nariz e pela boca, numa velocidade que pode ultrapassar 160 km/h.

Jovem mulher espirrando devido a alergia. Sensação de mal-estar com nariz escorrendo. / Crédito: Mix and Match Studio (Shutterstock/reprodução)

Músculos do peito, abdômen e diafragma se contraem violentamente para forçar a saída do ar. Ao mesmo tempo, a glote se fecha por um instante, aumentando ainda mais a pressão interna antes de liberar o ar de uma vez. É esse mecanismo que garante a expulsão de partículas indesejadas, protegendo o sistema respiratório.

Por que é perigoso segurar um espirro?

Quando uma pessoa tenta segurar um espirro, normalmente tampando o nariz e a boca, ela impede que o corpo libere a pressão de forma natural. Com isso, o organismo redireciona essa pressão para dentro. Esse desvio pode provocar um aumento brusco da pressão no crânio, no tórax e no abdômen, fazendo o ar circular por regiões que não foram feitas para suportar tanta força.

Mulher com lenço assoando o nariz escorrendo ao ar livre. Sintoma de resfriado. / Crédito: New Africa (Shutterstock/reprodução)

Esse ar pode ir para os ouvidos, aumentando o risco de romper o tímpano. A pressão também pode atingir os seios da face, a garganta ou vasos sanguíneos da cabeça, o que pode causar rompimentos, sangramentos ou dores intensas.

Quais as consequências mais perigosas?

Reprimir um espirro pode gerar uma série de complicações médicas, como:

  • Ruptura do tímpano: a pressão pode danificar o ouvido médio, provocando dor, zumbido e até perda auditiva temporária.
  • Ruptura da garganta: há relatos médicos raros, mas reais, de lesões graves causadas por espirros contidos. Um caso famoso no Reino Unido envolveu um homem que precisou ser internado após romper parte da faringe ao tentar segurar um espirro.
  • Hemorragias oculares: o aumento súbito da pressão pode causar rompimento de vasos nos olhos, gerando manchas vermelhas ou, em casos extremos, afetando a visão.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): em pessoas com fragilidade vascular, a pressão interna pode romper vasos cerebrais, provocando um AVC hemorrágico.
  • Pneumotórax: um espirro contido pode gerar acúmulo de ar entre o pulmão e a parede torácica, causando colapso pulmonar.
Jovem homem espirrando. / Crédito: VidMore (Shutterstock/reprodução)

Esses efeitos, embora raros, são suficientemente graves para que especialistas desaconselhem fortemente segurar um espirro.

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Mitos e verdades sobre espirrar

Jovem espirrando e com nariz escorrendo, sentado em um banco ao ar livre, em frente a um prédio comercial. / Crédito: voronaman (Shutterstock/reprodução)

É impossível espirrar de olhos abertos?

Verdade. O reflexo de fechar os olhos durante um espirro é automático e serve como proteção contra partículas expelidas e contra a pressão que pode afetar os olhos.

Segurar o espirro só causa um desconforto leve?

Mito. Como vimos, a prática pode gerar desde dor de ouvido até quadros clínicos graves.

Espirrar espalha doenças?

Verdade. Um único espirro pode liberar até 40 mil gotículas no ar, que podem conter vírus e bactérias. Por isso, é essencial cobrir o nariz e a boca com um lenço ou com o braço (nunca com as mãos) ao espirrar.

É possível espirrar dormindo?

Mito. Durante o sono profundo, os músculos responsáveis por espirrar estão relaxados e o reflexo é suprimido. Se houver forte irritação nasal, a pessoa acorda antes de espirrar.

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