O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença grave, que causa lesões no cérebro e pode levar a sequelas e morte. No Brasil, essa é uma das principais causas de óbito, juntamente com outras doenças cardiovasculares igualmente sérias.
De acordo com o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), a mortalidade por AVC cresceu, ultrapassando o infarto, chegando a 112.052 em 2023. Além disso, existem três tipos principais: AVC isquêmico (o mais comum, representando 85% dos casos), AVC hemorrágico e AVC transitório (ou AIT).
Sabendo de todos esses dados e da gravidade do problema, é de extrema importância que as pessoas busquem cada vez mais por hábitos saudáveis, que possam ajudar a minimizar os riscos de um AVC acontecer. Além de estar sempre em dia com os exames médicos, existem algumas práticas que podemos fazer no dia a dia para ajudar a reduzir o perigo.
Em um artigo publicado no The Conversation, podemos ver algumas dicas de hábitos que podem ajudar a diminuir os riscos de ter um AVC. Veja abaixo!
Hábitos que podem diminuir as chances de um AVC
1 – Parar de fumar
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Quem é fumante tem mais do que o dobro de probabilidade de sofrer um AVC do que quem não fuma. Isso porque o fumo danifica as paredes dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de reduzir os níveis de oxigênio.
O ato de fumar também faz com que o sangue se torne pegajoso, o que eleva ainda mais o risco de coágulos que podem bloquear os vasos sanguíneos, causando um derrame.
2 – Controlar a pressão arterial
(Imagem: @Freepik/Freepik)
A pressão alta também danifica as paredes dos vasos sanguíneos, fazendo-os mais fracos e propensos a rupturas ou bloqueios. Além disso, pode ocasionar a formação de coágulos que podem se deslocar para o cérebro, bloqueando o fluxo de sangue e levando a um acidente vascular cerebral.
Quem tem mais de 18 anos tem que verificar a pressão arterial com regularidade, pois caso apresente sinais de desenvolvimento de pressão alta, é possível fazer as mudanças no estilo de vida visando reduzir o risco de derrame.
3 – Verificar o nível de colesterol
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Segundo a UK Stroke Association, a chance de ter um derrame é quase três vezes e meia maior se a pessoa tiver colesterol alto e pressão alta. Sendo assim, também é preciso estar de olho nos níveis do colesterol. Para diminuí-lo, deve-se evitar a gordura saturada, mantendo-a abaixo de 7% das calorias diárias, além de praticar exercícios e controlar o peso.
4 – Ficar atento ao nível de açúcar no sangue
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O açúcar em níveis altos no sangue está associado a um risco maior de AVC, pois danifica os vasos e pode facilitar a viagem de coágulos sanguíneos até o cérebro.
Uma forma de reduzir essa possibilidade, além de diminuir o consumo do açúcar, é fazer exercícios regulares, ter uma dieta balanceada e rica em fibras e beber bastante água, além de manter o peso saudável e controlar o estresse, na medida do possível.
5 – Manter um peso saudável
(Imagem: @Freepik/Freepik)
O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o AVC, aumentando-o em 22%, sendo que um em cada cinco acidentes cerebrais são relacionados ao peso corporal elevado. Já a obesidade aumenta mais ainda esse risco, chegando a 64%.
Além disso, o excesso de peso eleva as chances de pressão alta, de doenças cardíacas, de colesterol alto e de diabetes tipo 2, todos fatores que contribuem para que um derrame aconteça.
6 – Seguir uma dieta mediterrânea
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Seguir uma dieta balanceada é importante, como acontece com a culinária mediterrânea, que é repleta de frutas, legumes, fibras e óleos insaturados, sendo considerada a mais saudável pelos cientistas.
Essa gastronomia pode ajudar a manter um peso saudável por ser baseada em alimentos que fazem bem ao organismo, principalmente com o suplemento de nozes e azeite de oliva.
7 – Dormir bem
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É importante manter uma rotina de sono de qualidade diariamente, já que dormir pouco pode ser um causador de pressão alta, um dos fatores de risco modificáveis mais importantes para o derrame.
Entretanto, não pense que quanto mais, melhor: dormir demais também está associado ao aumento dessas chances. O ideal é dormir entre sete a nove horas por dia, além de ser o mais ativo possível para descansar bem à noite.
8 – Manter-se ativo
(Imagem: @Freepik/Freepik)
O Sistema Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês) recomenda que as pessoas evitem ao máximo um comportamento sedentário prolongado, buscando pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade de intensidade vigorosa, semanalmente.
O exercício precisa ser distribuído uniformemente em quatro ou cinco dias por semana, ou até mesmo todos os dias. As atividades de fortalecimento, geralmente devem ser feitos em mais de dois dias por semana.
A chamada “pílula do exercício” tem sido vista com interesse crescente pela comunidade científica por sua capacidade de simular, em alguma medida, os efeitos metabólicos da atividade física. Embora o composto ainda esteja em fase experimental, há quem aponte um possível uso como ferramenta complementar no tratamento da obesidade.
Segundo especialistas, substâncias como o SLU-PP-332 — que mostrou resultados promissores em camundongos obesos ao estimular a queima de gordura e melhorar a sensibilidade à insulina — podem ter aplicação clínica no futuro. A ideia é que essas pílulas possam ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, contribuindo para o gasto energético mesmo em indivíduos com mobilidade limitada.
Uso da pílula do exercício seria restrito e supervisionado
Apesar do potencial, o uso desse tipo de medicamento não seria generalizado nem indicado como substituto ao exercício físico. Em entrevista ao Olhar Digital, o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP, afirma que a aplicação clínica da pílula seria restrita a casos mais graves ou específicos.
Exemplos disto seriam a obesidade severa associada a limitações físicas, doenças crônicas ou quadros pós-operatórios que impeçam a prática de atividade física regular.
Quando aprovado, medicamento pode ser recomendado para casos de obesidade severa, entre outras condições que causem limitação física (Imagem: VGstockstudio / Shutterstock.com)
Segundo ele, pessoas com doenças neuromusculares, idosos com perda de massa muscular (sarcopenia), pacientes renais em hemodiálise ou com doenças degenerativas também podem se beneficiar. “Essa é uma aplicação clínica legítima e até necessária, diferente do uso indiscriminado que alguns podem desejar”, afirma.
Mesmo que novos estudos avancem, o tratamento da obesidade deve continuar sendo multidisciplinar, com foco na reeducação alimentar, exercício supervisionado e acompanhamento médico, afirma o Dr. Marco Aurélio. Ou seja, a pílula pode atuar como ferramenta adicional, mas não substitui os efeitos globais da atividade física.
“A chave está em integrar essa inovação com o cuidado humanizado, e não em substituí-lo”, destaca o médico. Ele também alerta que a saúde metabólica é complexa e que intervenções devem ser feitas com critério.
“Pílula do exercício” não substitui atividade física (Imagem: sportpoint / iStock)
A proposta da “pílula do exercício” ainda precisa de testes em humanos e de aprovação regulatória. Mas, mesmo com uma futura aprovação para humanos, seu uso deve ser considerado com cautela e rigor técnico.
Imagine poder obter alguns dos benefícios de se exercitar tomando somente uma pílula. Essa é a promessa de um composto chamado SLU-PP-332, que está sendo estudado por cientistas. Ele funciona como uma “pílula do exercício”, ativando processos no corpo que normalmente são ligados pela atividade física, especialmente exercícios aeróbicos.
É importante saber que o SLU-PP-332 ainda está em fase inicial de pesquisa e foi testado principalmente em ratos e camundongos. No entanto, os resultados em animais são animadores e mostram vários benefícios potenciais.
Os efeitos da “pílula do exercício”
Um dos efeitos mais notáveis do SLU-PP-332 em estudos com camundongos foi o aumento da resistência física.
Animais que receberam o composto conseguiram correr por muito mais tempo e distâncias maiores (até 70% a mais) do que aqueles que não receberam, mesmo sem treinamento prévio.
Isso parece acontecer porque o SLU-PP-332 ajuda os músculos a funcionarem de forma mais eficiente.
O SLU-PP-332 também mostrou efeitos positivos no metabolismo e no controle de peso em camundongos obesos.
O composto também ajudou a diminuir o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática).
Por esses motivos, os pesquisadores acreditam que o SLU-PP-332 pode ser útil no futuro para tratar obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.
O composto parece “convencer” o corpo a gastar mais energia, mesmo em repouso, e a queimar mais gordura. (Imagem: Aleksandr Pobeda/Shutterstock)
Proteção para o coração
O coração também parece se beneficiar do SLU-PP-332, especialmente em animais com problemas cardíacos como insuficiência cardíaca (quando o coração não bombeia sangue eficientemente) e danos por falta de oxigênio (isquemia). Os estudos evidenciaram que o composto pode:
Aumentar a capacidade do coração de bombear sangue.
Diminuir a formação de tecido cicatricial (fibrose) no músculo cardíaco, que atrapalha seu funcionamento.
Reduzir a morte das células do músculo do coração (apoptose).
Melhorar como o coração produz e usa energia, principalmente a partir de gorduras.
Ajudar a evitar alterações prejudiciais na forma e tamanho do coração que ocorrem em doenças cardíacas.
Esses resultados sugerem que o SLU-PP-332 também pode se tornar um tratamento para insuficiência cardíaca no futuro.
Em alguns estudos com animais com insuficiência cardíaca induzida, o tratamento aumentou a taxa de sobrevivência. (Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock)
Efeitos contra o envelhecimento celular
Estudos em roedores mais velhos também indicaram que o SLU-PP-332 pode combater alguns sinais de envelhecimento nas células:
Melhora o funcionamento das mitocôndrias em órgãos como rins e fígado.
Diminui marcadores de inflamação associados à idade.
Reduz danos ao DNA das mitocôndrias.
Estimula processos de autofagia e mitofagia, que ajudam a remover componentes celulares danificados.
Isso levanta a possibilidade de que o composto possa ajudar em condições relacionadas ao envelhecimento, como a perda de massa muscular (sarcopenia).
Potencial para melhorar a saúde do cérebro
Há um interesse em saber se o SLU-PP-332 também poderia ajudar em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. A ideia é que, ao melhorar a função das mitocôndrias (que também ficam prejudicadas nessas doenças), o composto poderia ter um efeito protetor no cérebro.
No entanto, essa área ainda está bem no começo. O SLU-PP-332 original pode não conseguir entrar facilmente no cérebro, mas os cientistas estão trabalhando em versões modificadas que talvez consigam. Portanto, ainda é cedo para dizer se ele realmente trará benefícios para doenças cerebrais.
Ainda é cedo para dizer se a “pílula do exercício” realmente trará benefícios para doenças cerebrais. (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)
O SLU-PP-332 é um composto fascinante que, em estudos com animais, mostrou uma capacidade notável de imitar vários benefícios importantes do exercício físico, como aumentar a resistência, ajudar na perda de peso, melhorar o metabolismo e proteger o coração. Ele representa uma esperança, especialmente para pessoas que não podem se exercitar devido a doenças, idade ou limitações físicas.
Contudo, é fundamental lembrar que toda essa pesquisa continua na fase pré-clínica. O SLU-PP-332 ainda não foi testado em humanos, e sua segurança e eficácia a longo prazo precisam ser cuidadosamente avaliadas antes que ele possa se tornar um medicamento real. Os cientistas estão otimistas e trabalhando para levar versões aprimoradas do composto para testes clínicos.
As informações são de um artigo escrito pelo professor Álvaro Carmona, da Universidade Loyola Andalucía, publicado no The Conversation. A pesquisa sobre a “pílula do exerício” foi publicada na ACS Chemical Biology em 2023.
Apelidado de “pílula do exercício”, o medicamento SLU-PP-332 promete queimar gordura e melhorar a resistência do corpo, simulando, em parte, a atividade física. Por enquanto, o remédio ainda está em fase de testes com animais e deve demorar para que seja aplicado em humanos — se é que isso acontecerá. Mas, antes mesmo disso, será que as pesquisas já indicam quais são os possíveis riscos e efeitos colaterais?
Primeiro, vamos aos dados sobre a “pílula do exercício”. A pesquisa, publicada na ACS Chemical Biology em 2023, mostrou que esse composto ativa os receptores ERR (α, β e γ), principais reguladores do metabolismo energético. Dessa forma, ele aumenta a eficiência mitocondrial e promove a queima de gordura.
Durante os experimentos, camundongos que receberam a pílula correram 70% mais tempo e 45% mais longe em comparação com aqueles que não a tomaram. Isso se deve a uma mudança na composição muscular, com um aumento nas fibras típicas de atletas de resistência.
Quais são os possíveis efeitos colaterais do medicamento?
O medicamento ainda não foi testado em humanos, mas um artigo do The Conversation, escrito pelo pesquisador Álvaro Carmona, da Universidade de Loyola, avalia as possíveis consequências físicas e psicológicas da “pílula do exercício”.
O primeiro ponto é que, embora o composto aumente a queima de gordura e o gasto energético basal, ele não fortalece os ossos e as articulações, nem reduz o estresse ou melhora o humor. Ou seja, não substitui os exercícios físicos.
Imagem: GBJSTOCK/Shutterstock
Isso pode gerar consequências psicológicas, como a percepção equivocada de que a atividade física não é mais necessária. “Se for comercializada como uma solução fácil, algumas pessoas podem abandonar o exercício, o que pode prejudicar a cultura do esporte e levar a problemas de saúde associados ao sedentarismo”, explica o artigo.
Se os efeitos da pílula forem comprovados, suas consequências podem ir além da forma física e até mesmo afetar competições esportivas. Um medicamento desse tipo, por exemplo, provavelmente seria banido de competições, como já ocorreu no passado com o GW501516.
Além disso, espera-se que, inicialmente, o remédio tenha um custo elevado, tornando-o inacessível para muitas pessoas e criando disparidades entre quem pode e quem não pode usá-lo.
Por fim, surge a dúvida: ele deveria ser usado como tratamento para obesidade e doenças graves? Ou apenas como um recurso estético para “simular” alguns efeitos do exercício? Essa discussão ainda precisa ser aprofundada após os estudos em humanos — que estão longe de começar.
Não sei se vocês já viram, mas bebês cabeludos estão entre as coisas mais fofas do mundo. A velocidade de crescimento do fio muda de criança para criança, e depende bastante de condições genéticas.
O que não é normal é o crescimento de pelos em áreas do corpo onde isso não deveria acontecer. A hipertricose é uma condição que ficou popularmente conhecida como “síndrome do Lobisomem“.
Especialistas estimam que ela atinge cerca de 1 pessoa a cada 1 bilhão de nascimentos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, porém, esses casos vêm aumentando – e a culpa seria de um remédio. Ou melhor, do uso sem cuidado de um medicamento.
Em alerta emitido nesta semana, a Anvisa relata um crescimento acima da média das ocorrências em países da Europa. O motivo? A exposição de crianças ao Minoxidil.
Se você não ligou o nome ao produto, ele é o fármaco utilizado no tratamento de queda de cabelo ou da chamada alopecia androgênica. Sim, a famosa calvície hereditária.
O que estaria acontecendo?
Num primeiro momento, a principal dúvida foi: por que houve esse boom de hipertricose em bebês?
Seria uma onda de mutações genéticas?
Seriam famílias querendo ter bebês cabeludos?
Ao investigar o caso a fundo, os especialistas perceberam que os episódios ocorriam sempre em casas onde os pais utilizam o Minoxidil.
Uso por uma questão de vaidade – e aqui não julgo ninguém, pois também sou vaidoso.
Explosão de casos na Europa tem relação com o uso do Minoxidil por pais – Imagem: ANDRANIK HAKOBYAN/Shutterstock
O problema é a manipulação descuidada do medicamento.
Por ser extremamente potente, o simples contato com a pele pode levar ao crescimento de pelos.
Daí nasceu o alerta da Anvisa.
Se o pai aplica o remédio no couro cabeludo e não lava a mão direito depois, ele pode passar o medicamento no bebê.
Ou ainda: o pai aplica o Minoxidil e pega o bebê no colo – a criança, então passa a mão na cabeça do pai e depois no próprio corpo.
Como estamos falando de organismos extremamente delicados, o remédio tem um efeito quase imediato – e poderoso.
O que fazer em casos como esse
De acordo com a Anvisa, pacientes que utilizam Minoxidil e têm contato frequente com crianças devem procurar um médico imediatamente caso percebam um crescimento excessivo de pelos nos bebês. Na Europa, o crescimento dos pelos se normalizou após alguns meses da suspensão do contato com o medicamento.
Em caso de eventos adversos, a orientação é notificar o chamado VigiMed, um sistema que concentra dados de efeitos secundários de remédios. Dados que podem ser compartilhados depois com outros países (como aconteceu nesse episódio europeu).
A Anvisa emitiu o alerta na última semana, após uma alta de casos na Europa – Imagem: Brenda Rocha – Blossom/Shutterstock
No mais, a agência solicitou aos detentores do registro desses medicamentos que incluam nas bulas o risco de hipertricose em bebês após exposição tópica acidental ao Minoxidil.
Além disso, a Anvisa recomenda aos profissionais de saúde que eles devem orientar os pacientes a evitar que crianças tenham contato com as áreas onde o medicamento foi aplicado. E a ordem sempre é lavar bem as mãos após a aplicação.
Um estudo liderado pela Universidade de Columbia, em parceria com a Universidade Johns Hopkins e a Academia Chinesa de Ciências, revelou que as mudanças climáticas podem elevar significativamente os níveis de arsênio inorgânico (tóxico) no arroz, um dos alimentos mais consumidos no mundo, especialmente na Ásia.
O trabalho, publicado no periódico The Lancet Planetary Health, alerta para riscos sérios à saúde pública até 2050, caso o aquecimento global ultrapasse os 2°C.
O que o estudo descobriu
Utilizando experimentos em campo com 28 variedades de arroz ao longo de uma década, os cientistas demonstraram que o aumento da temperatura e dos níveis de CO₂ altera a química do solo e favorece a absorção de arsênio pelas plantas.
Esse elemento tóxico está associado a diversas doenças, incluindo câncer de pulmão, bexiga e pele, além de problemas cardiovasculares, diabetes, distúrbios neurológicos e complicações na gravidez.
Com base em projeções de consumo de arroz e peso corporal para sete países asiáticos (Bangladesh, China, Índia, Indonésia, Mianmar, Filipinas e Vietnã), os pesquisadores estimaram um crescimento significativo nos casos de câncer relacionados ao arroz contaminado por arsênio.
A China deve ser a mais afetada, com uma projeção de 13,4 milhões de novos casos ao longo da vida até 2050.
Cientistas projetam aumento de milhões de casos de câncer até 2050 em países asiáticos devido ao acúmulo de arsênio no arroz causado por mudanças climáticas (Credito: Miracle Stock/Shutterstock)
Diante desse cenário preocupante, os autores do estudo recomendam ações urgentes, como o melhoramento genético de cultivares de arroz para reduzir a absorção de arsênio, manejo adequado do solo, melhorias no processamento do grão e campanhas de saúde pública voltadas para o monitoramento e a conscientização sobre os riscos.
Para os pesquisadores, o estudo reforça a ligação entre mudanças climáticas e segurança alimentar, destacando a necessidade de políticas globais que considerem os impactos indiretos do aquecimento global sobre a saúde humana.
Arsênio no arroz: calor e CO₂ favorecem absorção do metal tóxico pelo grão, elevando riscos de câncer e doenças crônicas – Imagem: Suwan Wanawattanawong/Shutterstock
Autoridades dos Estados Unidos estão em alerta para um novo problema de saúde. Um recente estudo apontou que os casos de infecções por uma bactéria “comedora de carne” mais que dobraram no país desde 2012.
Os pesquisadores ainda descobriram que os estreptococos do grupo A estão mais resistentes aos antibióticos. Eles são responsáveis por doenças como a fascite necrosante, que destrói os tecidos moles abaixo da pele e é popularmente conhecida como “comedora de carne”.
Maior diversidade de bactérias explica aumento nos casos
No total, 35 milhões de norte-americanos de 10 estados (Califórnia, Colorado, Geórgia, Maryland, Oregon, Nova York, Novo México, Tennessee, Connecticut e Minnesota) foram analisados durante o trabalho.
Antes de 2013, a maioria das infecções permanecia relativamente baixa e estável.
No entanto, os casos de estreptococos mais que dobraram, de 3,6 por 100 mil pessoas para 28,2 por 100 mil pessoas.
O número de diagnósticos passou de 1.082, em 2013, para 2.759, em 2022.
De acordo com especialistas, este aumento ocorre devido a uma maior diversidade de bactérias.
Bactérias estão mais resistentes aos antibióticos (Imagem: Gilnature/iStock)
Os sintomas de infecções do tipo variam em gravidade e de acordo com a doença causada pela bactéria estreptococo do grupo A.
Alguns deles incluem: dificuldade em engolir ou dor ao engolir, dor de cabeça intensa e pequenas manchas vermelhas no céu da boca.
Outros sinais de atenção são dores de garganta, de estômago e nos gânglios linfáticos, além de amígdalas inchadas, erupções cutâneas no pescoço, coceira na pele, diarreia, tontura, febre, náuseas e vômitos, e bolhas espalhadas pelo corpo.
Bactéria comedora de carne provoca feridas (Imagem: sruilk/Shutterstock)
As bactérias são altamente contagiosas e se espalham através do contato com outras pessoas infectadas. Esta transmissão pode ocorrer a partir da respiração de gotículas liberadas no ar após tosse ou espirro, ou contato com a saliva do paciente.
O uso de máscaras é recomendado para evitar transmitir a bactéria para outras pessoas. O tratamento imediato das feridas também é fundamental para evitar casos mais graves, que podem potencialmente levar à morte.
Na manhã desta quinta-feira (17), a empresa farmacêutica Eli Lilly divulgou resultados de um ensaio clínico que atesta que tomar um comprimido diariamente pode ser tão eficaz quanto os injetáveis Mounjaro e Ozempic quando se fala do controle de diabetes tipo 2.
O medicamento em questão é o orforgliprona e é da classe medicamentosa GLP-1, que é sucesso de vendas por conta de ajudarem na perda de peso. A diferença que podemos verificar entre o comprimido e os injetáveis é que este último é caro, precisa ser mantido em refrigeração constante e é invasivo.
Por sua vez, o orforgliprona tem potencial de ser bem mais utilizado por poder ser armazenada em temperatura ambiente e ser administrada via oral. Contudo, poderá ser tão cara quanto o Ozempic, por exemplo — no Brasil, o medicamento está na faixa dos R$ 1 mil.
Próximos passos para o comprimido chegar às farmácias
A Lilly indicou que, agora, vai submeter o remédio à Food and Drug Administration (FDA);
A expectativa da empresa é que o órgão estadunidense autorize o orforglipron para obesidade ainda este ano e, no início de 2026, para diabetes;
A expectativa de especialistas é que o medicamento seja aprovado em 2026 mesmo e que seja muito lucrativo para a Lilly;
O preço do comprimido deve ser anunciado pela farmacêutica apenas após sua aprovação.
Ao The New York Times, Craig Garthwaite, economista de saúde da Universidade Northwestern, disse que “o que estamos vendo começar a acontecer é uma luta pelo futuro do mercado da obesidade“.
Resultados do ensaio do comprimido
No resultado divulgado nesta quinta-feira (17), a farmacêutica apresentou apenas um resumo, algo obrigatório após receberem os resultados de estudos com potencial de afetar o preço de suas ações. Já os dados subjacentes não foram divulgados pela Lilly, tampouco foram examinados por especialistas externos.
A companhia indicou que apresentará resultados detalhados em reunião com pesquisadores sobre o diabetes em junho. Posteriormente, os publicará em periódico revisado por pares.
Medicações injetáveis, como o Wegovy, são invasivas e dependem de refrigeração constante (Imagem: KK Stock/Shutterstock)
Ensaio em si
Foram 559 pessoas que participaram do ensaio clínico. Elas têm diabetes tipo 2 e tomaram o comprimido ou placebo por 40 semanas. Aqueles que tomaram o orforgliprona tiveram a A1C (que mede níveis de açúcar no sangue com o passar do tempo) reduzida entre 1,3% e 1,6%.
Em ensaios não relacionados, o Ozempic e o Mounjaro conseguiram chegar a resultados similares. Em 65% das pessoas que tomaram o novo comprimido, o nível de açúcar no sangue foi reduzido e chegou à faixa normal.
Além disso, quem tomou a pílula também perdeu peso, com média de 7,2 kg para quem foi medicado com doses mais altas. A título de comparação, o Ozempic alcança a mesma quantidade com 40 semanas de tratamento, mas o comprimido perde ligeiramente para o Mounjaro (segundo ensaios clínicos não relacionados).
Já os efeitos colaterais atestados foram os mesmos que os dos injetáveis contra obesidade: diarreia, indigestão, constipação, náusea e vômito. Contudo, é possível que os benefícios diminuam e os efeitos colaterais aumentem conforme mais pessoas utilizarem o medicamento.
A Eli Lilly lidera seleto grupo de companhias que competem no desenvolvimento de comprimidos à base de GLP-1. Persistem preocupações significativas sobre possíveis efeitos colaterais graves que poderiam afastar pacientes do uso desses medicamentos.
No início da semana, por exemplo, a Pfizer revelou ter encerrado o desenvolvimento de comprimido semelhante após um participante de seu estudo apresentar “possível lesão hepática causada pelo medicamento”. No entanto, no ensaio conduzido pela Eli Lilly, o orforglipron não apresentou indícios de toxicidade hepática.
As ações da companhia dispararam após a divulgação dos dados promissores. Na quinta-feira, os papéis da companhia encerraram o dia com alta de 14%, o que representou acréscimo de US$ 100 bilhões (R$ 585,53 bilhões, na conversão direta) ao valor de mercado da empresa.
Esse foi o primeiro de sete estudos clínicos principais com o orforglipron a apresentar resultados. Alguns dos demais testes estão avaliando o uso do medicamento na perda de peso entre indivíduos sem diabetes. Resultados relacionados ao uso em pacientes obesos devem ser divulgados ainda neste ano.
Segundo o Dr. Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly, caso o remédio receba aprovação para o tratamento de obesidade e diabetes, a empresa estará preparada para produzir comprimidos em quantidade suficiente para atender à demanda. Ele declarou ter tomado conhecimento dos resultados do estudo na manhã de terça-feira (15), mas que a companhia já vinha se organizando para a fabricação antes mesmo de vê-los.
“Nas próximas décadas, mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes tipo 2 e mais de um bilhão viverão com obesidade”, afirmou Skovronsky. “Injeções não são soluções viáveis para bilhões de pessoas globalmente.”
Segundo o Times, atualmente, 12% dos adultos estadunidenses relatam ter utilizado medicamentos à base de GLP-1. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 40% da população adulta nos Estados Unidos é obesa e mais de 10% têm diabetes, majoritariamente do tipo 2.
Entre os medicamentos injetáveis mais populares já disponíveis, estão os da própria Eli Lilly — Zepbound, para obesidade, e Mounjaro, para diabetes —, além dos da Novo Nordisk, que comercializa o Wegovy (obesidade) e o Ozempic (diabetes).
Com o aumento da procura por esses tratamentos nos últimos anos, os custos crescentes passaram a pesar sobre empregadores e programas públicos de saúde, que já enfrentavam dificuldades com os preços dos medicamentos prescritos. A chegada do orforglipron promete ampliar ainda mais esse mercado e elevar a pressão sobre os orçamentos.
O surgimento do orforglipron representa, de certa forma, avanço notável da química moderna. Os medicamentos injetáveis com GLP-1 são compostos por peptídeos — pequenos fragmentos de proteínas (GLP é a sigla para peptídeo semelhante ao glucagon).
Como os peptídeos são digeridos no estômago, a criação de versão oral exigiu que os químicos desenvolvessem composto não peptídico com ação semelhante. Pesquisadores da Chugai Pharmaceutical, empresa japonesa, encontraram essa solução, licenciando o medicamento para a Lilly em 2018.
O avanço consistiu em descobrir molécula minúscula — milhares de vezes menor que um peptídeo — capaz de se encaixar em pequena cavidade na proteína-alvo dos GLP-1s. Quando isso ocorre, a proteína sofre alteração de forma, assim como acontece com a ligação do peptídeo natural. Segundo Skovronsky, encontrar essa molécula foi “o Santo Graal”.
O resultado é uma pílula que pode ser ingerida em qualquer horário do dia, com ou sem alimentos — algo praticamente inédito entre medicamentos peptídicos.
Ozempic e medicações similares apresentam resultado similar no controle da diabetes, mas inferior quando o assunto é perda de peso) Imagem: KK Stock/Shutterstock
A insulina, provavelmente o peptídeo mais amplamente conhecido, existe há mais de 100 anos e ainda é administrada exclusivamente por injeção, apesar de tentativas persistentes de criar versão oral. O mesmo se aplica ao hormônio do crescimento humano e a diversos medicamentos para condições, como artrite e câncer.
A Novo Nordisk possui comprimido de GLP-1, o Rybelsus, que contém o próprio peptídeo GLP-1. No entanto, precisa ser administrado em doses elevadas e é menos eficaz que as versões injetáveis, pois é, em grande, parte digerido no estômago.
Para pacientes com diabetes ou que enfrentam a obesidade, uma pílula que substitua as injeções pode representar transformação profunda por diversos motivos. Um deles é a aversão que muitos têm às injeções.
O Dr. C. Ronald Kahn, professor da Escola de Medicina de Harvard e diretor acadêmico do Joslin Diabetes Center, também da universidade, afirmou ter diversos pacientes que evitavam iniciar o uso de Ozempic ou Mounjaro justamente por serem injetáveis. Uma pílula, afirmou, “seria, definitivamente, a escolha preferida da maioria das pessoas”.
O Dr. Sean Wharton, diretor da Wharton Medical Clinic em Burlington, Ontário (Canadá), vê potencial ainda maior. O médico, que participou do estudo da Lilly com o orforglipron voltado à obesidade, acredita que um comprimido pode levar o tratamento com GLP-1 a populações carentes ao redor do mundo.
“Pode ser facilmente produzido em uma fábrica e enviado para qualquer lugar”, afirmou. Seu custo de produção deve ser bem menor que o dos peptídeos e não exige canetas injetoras especiais nem refrigeração. Atualmente, os medicamentos estão disponíveis apenas para uma minoria com acesso a convênios de saúde ou recursos financeiros para arcar com o custo. O acesso está restrito, até agora, a países ricos.
Mas esse cenário começa a mudar: a Eli Lilly, recentemente, lançou seu medicamento injetável de GLP-1 na Índia. Lá, os pacientes teriam que pagar cerca de US$ 200 (R$ 1.171,06) por mês, valor fora do alcance da maioria da população local. Há expectativa de que, já no próximo ano, o Ozempic e o Wegovy possam ser vendidos como genéricos em alguns países, mas não nos Estados Unidos.
Com o orforglipron, “temos a chance de que um medicamento alcance milhões e milhões de pessoas”, disse o Dr. Wharton. No entanto, tudo depende da estratégia de precificação e distribuição da Eli Lilly. “É por isso que enfatizo a palavra ‘chance’”, completou.
Hoje, tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk oferecem seus injetáveis — Zepbound e Wegovy — por cerca de US$ 500 (R$ 2.927,65) mensais para pacientes estadunidenses que pagam do próprio bolso. Já empregadores e programas públicos, que cobrem a maior parte dos custos para os pacientes nos EUA, pagam valores semelhantes após negociações e descontos, cujos detalhes não são divulgados.
Ações e valor de mercado da Eli Lilly dispararam após divulgação dos resultados (Imagem: MacroEcon/Shutterstock)
Quando uma farmacêutica anuncia um preço, refere-se ao valor de tabela — ponto de partida para negociações. Raros são os pacientes que pagam esse valor integral. Analistas de Wall Street preveem que a Eli Lilly deverá definir o preço de tabela do orforglipron abaixo de US$ 1 mil (R$ 5.855,30) por mês, inferior aos de Zepbound(US$ 1.086/R$ 6.358,85) e Wegovy(US$ 1.349/R$ 7.898,79).
Como está bem à frente de concorrentes no desenvolvimento de comprimidos com GLP-1, a Eli Lilly deverá manter exclusividade nesse mercado por alguns anos — o que lhe garante margem para manter preços elevados por mais tempo.
Tornar o orforglipron acessível em escala global exigiria preços significativamente menores do que os praticados nos Estados Unidos. Medicamentos injetáveis de GLP-1 já são vendidos a preços bem inferiores na Europa. O presidente dos EUA, Donald Trump, frequentemente, criticava o fato de os estadunidenses pagarem muito mais do que outros países ricos pelos mesmos remédios, completa o Times.
Obter todos os benefícios das atividades físicas sem precisar fazer esforço necessário para isso. Este é o sonho de milhões de pessoas no mundo todo. Mas talvez isso não esteja tão longe de se tornar realidade.
Pesquisadores desenvolveram um composto que pode imitar os efeitos do treinamento físico. O SLU-PP-332, também conhecido como “pílula do exercício”, pode ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, fazendo com que o corpo funcione como se estivesse no meio de um treino.
Produto não substitui a atividade física
De acordo com os cientistas, este composto ativa os receptores ERR (α, β e γ), principais reguladores do metabolismo energético. Dessa forma, ele aumenta a eficiência mitocondrial e promove a queima de gordura.
Durante experimentos, camundongos correram 70% mais tempo e 45% mais longe em comparação com aqueles que não receberam a pílula. Isso se deve a uma mudança na composição muscular, com um aumento nas fibras musculares típicas de atletas de resistência.
Prática regular de atividade física é considerada insubstituível (Imagem: voronaman/Shutterstock)
Os possíveis benefícios da “pílula do exercício” incluem o aumenta a queima de gordura e o gasto energético basal, além da manutenção da massa muscular e o fortalecimento de órgãos vitais, caso do coração.
Por outro lado, o composto não fortalece os ossos e as articulações, e nem é capaz de reduzir o estresse ou melhorar o humor. Por conta disso, os próprios pesquisadores destacam que ele não pode substituir a prática de exercícios físicos.
“Pílula do exercício” pode ser usada para combater a obesidade (Imagem: VGstockstudio/Shutterstock)
Composto pode ser útil contra a obesidade e outras doenças
Estudos também revelaram que o SLU-PP-332 pode ajudar no tratamento da obesidade e da síndrome metabólica.
Camundongos obesos que receberam o composto por um mês perderam 12% do peso corporal e acumularam 10 vezes menos gordura, sem alterar a dieta ou os níveis de atividade.
Eles também melhoraram sua sensibilidade à insulina, uma descoberta promissora para o diabetes.
Há também indicações de que a “pílula do exercício” pode ter efeitos positivos para o coração e o cérebro, reduzindo os riscos de insuficiência cardíaca e de doenças como o Alzheimer.
Apesar dos possíveis benefícios, ainda é necessário realizar testes em humanos, o que ainda não tem data para acontecer.
As informações fazem parte de artigo escrito pelo professor Álvaro Carmona, da Universidade Loyola Andalucía e publicado no The Conversation.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Washington (WSU), nos EUA, deram um passo importante para desvendar por que morcegos conseguem conviver com vírus altamente perigosos, como os coronavírus e hantavírus, sem apresentarem sintomas.
A equipe liderada pelo virologista Michael Letko desenvolveu duas novas linhagens celulares derivadas de morcegos, que agora estão disponíveis para a comunidade científica por meio de um repositório público. O trabalho foi publicado na revista PLOS Biology.
Essas linhagens, criadas a partir de células renais do morcego-de-cauda-curta-de-Seba (Carollia perspicillata), permitem estudar com mais precisão como o sistema imunológico dos morcegos lida com infecções virais.
Até então, a maioria dos estudos usava células humanas ou de roedores, o que limitava o entendimento sobre a tolerância única dos morcegos.
Cientistas desenvolvem linhagens celulares de morcegos para estudar imunidade e comportamento de vírus perigosos (Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock)
Descobertas do estudo
Os testes mostraram que essas novas células conseguem suportar infecções por uma variedade de vírus, com destaque para os coronavírus e ortohantavírus — incluindo o vírus Sin Nombre, que causou recentemente uma infecção fatal no estado de Washington, onde fica a WSU.
Segundo Letko, os morcegos são hospedeiros naturais de muitos vírus perigosos para humanos e animais, mas poucas ferramentas estavam disponíveis para investigar esse fenômeno em laboratório.
As linhagens celulares existentes são escassas, antigas (algumas da década de 1960) e nem sempre compatíveis com os vírus de interesse atual.
As novas linhagens oferecem respostas imunes mais realistas e são um recurso valioso para pesquisas futuras.
Novos planos para prevenção de surtos podem aparecer
Além de fornecer novas ferramentas, a equipe da WSU também compartilhou abertamente as linhagens com outros laboratórios, promovendo colaboração científica.
O objetivo agora é usar essas células para investigar como os morcegos evitam os danos causados por infecções virais — o que pode abrir caminhos para novas terapias antivirais e estratégias de prevenção de surtos em humanos.
Nova linhagem celular de morcegos pode explicar sua resistência a vírus letais e guiar novas estratégias de combate a epidemias – Imagem: Shutterstock/Griffin Gillespie