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Meteoro bola de fogo cruza o céu colorido pela aurora

Testemunhar a aurora boreal já é uma experiência incrível. Agora, imagine como essa visão pode se tornar ainda mais espetacular e inesquecível: com um meteoro em chamas cruzando o céu enquanto as famosas “luzes do norte” colorem o horizonte.

Essa cena aconteceu na terça-feira (3) e foi registrada por moradores de Montreal, no Canadá, e do nordeste dos EUA. 

Registro feito na terça-feira (3), em South Glengarry, Ontário, Canadá, mostra um meteoro dividindo o protagonismo no céu com as luzes da aurora. Crédito: Oleg R. via American Meteor Society

Por volta das 6h da manhã (pelo horário local), uma bola de fogo dividiu espaço com a aurora boreal, um fenômeno causado por partículas carregadas vindas do Sol. Essas partículas são atraídas para os polos da Terra pelo campo magnético e, ao entrarem na atmosfera, colidem com gases, produzindo luzes de várias cores.

As cores das auroras variam de acordo com o tipo de gás que é atingido. A verde, a mais comum, é também a mais fácil de ser vista pelos nossos olhos. Já as auroras azuis e roxas são raras, pois ocorrem em altitudes mais baixas, onde as partículas solares atingem gases menos comuns.

Foram relatados 14 avistamentos deste meteoro

De acordo com o Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha da Fundação Nacional de Ciência (NOIRLab/NSF), para ser classificado como bola de fogo, o objeto precisa ser mais brilhante que qualquer planeta visível a olho nu – com magnitude aparente de -4 ou mais intensa. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Captura obtida em Chelsea, município de Quebec, no Canadá, ilustra um dos 14 relatos de avistamento do evento ocorrido na terça-feira (3). Crédito: Andres U. via American Meteor Society

Uma das imagens mais impressionantes do evento foi registrada em Chelsea, município de Quebec, no Canadá. Ela faz parte dos 14 relatos enviados à American Meteor Society sobre o meteoro naquela manhã. A união desses dois fenômenos – a aurora boreal e a bola de fogo – transformou o céu em um verdadeiro espetáculo natural raro.

Aurora boreal fotografada esta semana em Edmonton, na província de Alberta, Califórnia. Crédito: Rheanne Mae Punzalan via Spaceweather.com

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Passageiro registra a aurora boreal da janela de avião

E por falar em registros incríveis, um homem que estava viajando de Melbourne (Austrália) para Santiago (Chile) registrou, durante o voo, verdadeiro show de auroras boreais pela janela do avião.

O clique foi feito no domingo (1). “Acabei de voar de Melbourne para Santiago no voo LA804 da Latam e vi uma aurora incrível do avião. O céu estava vibrante com suaves respingos de luz. A rota deste voo é realmente especial – passando tão perto da Antártida que você quase consegue sentir a imensidão abaixo”, relatou Yuri Beletsky, em publicação feita no X. Saiba mais aqui.

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Bola de fogo transforma noite em dia no sul da China e assusta moradores

Na noite de quarta-feira (28), uma bola de fogo cruzou o céu da cidade de Maoming, na província de Guangdong, sul da China. O fenômeno ocorreu por volta das 21h30, horário local, e iluminou tudo como se fosse dia. Um estrondo alto acompanhou o clarão, assustando moradores e animais, que se dispersaram pelas ruas.

Vídeos de câmeras de segurança mostram um objeto muito brilhante, deixando um rastro que mudava de cor, começando em tons de amarelo-alaranjado e passando para verde-azulado. O brilho foi muito mais forte do que o de um meteoro comum, chamando a atenção de moradores da região e de províncias próximas.

De acordo com o jornal chinês Global Times, o astrônomo Gou Lijun, da Academia Chinesa de Ciências, disse à agência de notícias China News Service que meteoros do tipo “bola de fogo” se formam quando pequenos pedaços de rocha ou poeira espacial entram na atmosfera da Terra em alta velocidade. O atrito com o ar faz com que se incendeiem, produzindo luz intensa e, às vezes, barulho.

Objeto pode ter queimado na atmosfera ou caído no Mar da China

Geralmente, os detritos que provocam meteoros desse tipo se desintegram completamente antes de atingir o solo. Neste caso, acredita-se que a rocha tenha se desfeito no ar ou caído no Mar da China Meridional, pois nenhum impacto foi registrado e nenhum fragmento foi encontrado até agora.

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Moradores de outras regiões, como o norte da província de Hainan, também relataram ter visto a bola de fogo. Estimativas preliminares indicam que a energia do meteoro era equivalente a 500 a 2.000 toneladas de TNT, semelhante ao evento ocorrido no Planalto Qinghai-Tibete em 2020.

O departamento de emergências de Maoming confirmou que não houve danos nem feridos. A população foi orientada a manter a calma, já que fenômenos como esse são impressionantes, mas naturais e inofensivos.

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Evento espacial ligado à Sodoma e Gomorra foi desmascarado; entenda

Um artigo científico publicado em 2021 na revista Scientific Reports, que atribuía a destruição da antiga cidade de Tall el-Hammam, por volta de 1.600 a.C., a uma explosão aérea e sugeria que o episódio inspirou as narrativas de Sodoma e Gomorra, foi totalmente retratado pela editora. A decisão ocorre após anos de críticas sobre a metodologia, dados e motivações dos autores.

O estudo original defendia que um objeto espacial de dimensões semelhantes ao que atingiu Tunguska (Sibéria), em 1908, teria explodido sobre Tall el-Hammam, gerando “temperaturas muito altas” e traços de quartzo chocado.

Segundo os autores, para os habitantes da Idade do Bronze, tal evento teria sido visto como um ato de Deus e um aviso sobre os perigos do pecado, abrindo caminho para a formação dos mitos bíblicos.

Sodoma e Gomorra em chamas por Jacob de Wet II, 1680 (Imagem: Wikimedia)

Entretanto, logo após a publicação, diversos especialistas apontaram inconsistências. O professor Mark Boslough, da Universidade do Novo México (EUA) e autoridade em explosões atmosféricas, afirmou, em rede social, que o artigo deturpou seus próprios modelos, citando-os em apoio a conclusões que, na verdade, os contradiziam.

Boslough chegou a chamar atenção para a rápida “ressurreição” do trabalho em outra publicação de menor prestígio, Airbursts and Cratering Impacts, que desde a sua criação, há dois anos, publicou apenas 14 artigos, quase todos dos mesmos autores.

Arqueólogos destacaram que os supostos danos “únicos” em Tall el-Hammam são, na verdade, comuns em sítios construídos com materiais semelhantes, refutando a afirmação de que a cidade teria sido destruída por um evento extraordinário. Além disso, a avaliação de especialistas de áreas alheias ao estudo levantou dúvidas sobre a validade de muitos dos métodos empregados.

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A investigação também revelou que parte do financiamento do projeto teria sido fornecida por grupos interessados em comprovar a veracidade de narrativas bíblicas, o que suscitou questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.

A bioquímica e detetive de ciência, Dra. Elisabeth Bik, identificou repetições suspeitas em imagens do artigo, sugerindo manipulação de dados visuais — prática considerada mais grave que simples erros de interpretação.

Questionamentos adicionais vieram à tona quando se descobriu que o autor correspondente, usando outro nome, já havia sido condenado por cobrar por estudos de água sem autorização legal para realizá-los. Embora alguns coautores tenham currículo respeitável, muitos atuam em campos apenas tangencialmente relacionados ao tema.

Farsa sobre Sodoma e Gomorra foi retratada

  • Em 2023, o site Retraction Watch informou que o artigo estava sob investigação por questionamentos sobre seus dados e conclusões. Agora, após quase quatro anos de polêmica, a revista decidiu pela retratação completa;
  • Esse episódio ressalta a frequência com que trabalhos profundamente falhos chegam a publicações de alto impacto, apesar dos rigorosos processos de revisão;
  • O caso de Tall el-Hammam ganhou notoriedade incomum, gerando debates em múltiplas áreas científicas;
  • Além das repercussões diretas, a retratação lança dúvidas sobre outra pesquisa dos mesmos autores (como lembra o IFLScience): o estudo de 2007, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, que associa um suposto impacto cometário ao evento Younger Dryas, um período de abrupta queda de temperatura há cerca de 12,9 mil anos;
  • Se mesmo o caso de Tall el-Hammam mostrou-se frágil, a comunidade científica deve reavaliar, com cautela, trabalhos que atribuem fenômenos climáticos e arqueológicos a explosões aéreas ou impactos cósmicos.
Arte do filme "God's Destruction of Sodom and Gomorrah"
Arte do filme “God’s Destruction of Sodom and Gomorrah” ((Imagem: Eastern Lightning)

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VÍDEO: veja momento em que meteoro passa pelo céu de SC e explode

Na noite desta quarta-feira (23), um meteoro cruzou os céus de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e explodiu na sequência. O bólido foi captado às 19h01 (horário de Brasília) e durou cerca de dez segundos.

Segundo moradores, que se manifestaram nas redes sociais, a olho nu, o objeto espacial apareceu com cor esverdeada. Em um dos relatos, uma mulher disse que o marido e outras pessoas que estavam com ele em um pedágio de Três Coroas (RS) viram o meteoro cruzar o céu e cair no meio da mata ao lado.

Fenômeno aconteceu por volta de 19h01 (horário de Brasília) (Imagem: Observatório Heller & Jung)

Meteoro cruzando o céu brasileiro

  • O bólido foi captado pelas câmeras do Observatório Heller & Jung;
  • Nas imagens que você verá mais abaixo, vemos o objeto espacial no canto superior esquerdo da imagem, passando ao longe;
  • Mais abaixo, você verá imagens do meteoro mais de perto, passando com sua cor esverdeada;
  • O fenômeno causou burburinho nas redes sociais, com várias pessoas relatando tê-lo visto.

Veja, a seguir, o vídeo do meteoro passando por Santa Catarina e Rio Grande do Sul:

Abaixo, veja relatos e outros registros em vídeo do fenômeno nas redes sociais:

Comentário nas redes sociais

Imagem do Meteoro cruzando o céu de SC
Fenômeno durou cerca de dez segundos (Imagem: Observatório Heller & Jung)

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O que explica a cor esverdeada?

Os meteoros são causados pela entrada de poeira, ou, às vezes, alguma coisa maior, na atmosfera da Terra. Devido à velocidade com que adentram, muito atrito é criado, liberando enorme quantidade de luz que chega a ser desproporcional ao tamanho do material envolvido.

As cores podem ser explicadas por um experimento inventado por Robert Bunsen, o teste de chamas. Nele é possível identificar a presença de íons metálicos em um material ao colocar uma amostra dele na chama. Quando isso acontece, os elétrons recebem muita energia e saltam para um estado superior, ao recuar, a energia é liberada na forma de luz em um comprimento de onda específico do elemento, o que vemos como uma cor específica.

As partículas de poeira que formam os meteoros raramente são puras, no entanto, se um elemento for predominante, ao adentrar na atmosfera, uma tonalidade específica dele pode ser observada, assim como no teste de chamas.

  • A presença de ferro nas partículas de poeira pode dar um brilho amarelo aos meteoros;
  • O sódio produz um brilho amarelo-alaranjado que pode ser difícil de distinguir do ferro;
  • O cálcio no teste de chamas emite luz vermelho-alaranjada, mas nos meteoros ele é sinalizado por coloração violeta, devido à presença de Ca+ ionizado, de acordo com a NASA;
  • O mesmo acontece com o magnésio, que nos meteoros possui coloração azul-esverdeada — caso do meteoro desta quarta-feira (23) — e, no bico de Bunsen, sua chama é branca.

Apesar das cores estarem associadas à química dos meteoros, nem sempre ela está envolvida. Ao adentrar na atmosfera, o atrito também aquece o ar ao redor, que pode brilhar em vermelho devido a ele ser predominantemente formado por oxigênio e nitrogênio.

O que determina se a luz observada vai ser vermelha ou correspondente a química do meteoro é a velocidade com que ele adentra a atmosfera. Quando a velocidade é maior, é provável que a luz produzida pela poeira seja predominante; quando menor, o vermelho atmosférico se sobressai.

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Objeto espacial apareceu com cor esverdeada (Imagem: Observatório Heller & Jung)

O que é um meteoro?

Um meteoro, popularmente conhecido como “estrela-cadente”, nada mais é do que um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa nossa atmosfera em altíssima velocidade

“Quando isso acontece, esse fragmento comprime e aquece muito rapidamente o gás atmosférico à sua frente, formando uma bolha de plasma (gás aquecido e ionizado) que brilha como uma lâmpada por um tempo muito curto, de uma fração de segundo a, no máximo, alguns poucos segundos”, explica Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil.

Meteoros são fenômenos comuns e podem ser vistos com frequência em todas as noites. No entanto, em certas épocas do ano, a Terra atravessa uma área do céu que contém quantidade maior de detritos deixados por cometas ou asteroides. Quando isso ocorre, vários desses fragmentos atingem a atmosfera ao mesmo tempo, formando as chuvas de meteoros.

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Câmeras do Observatório Heller & Jung flagraram bólido (Imagem: Observatório Heller & Jung)

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Chuva de meteoros ilumina a noite no Brasil; veja!

Ao longo desta semana, o céu noturno oferece um espetáculo para quem estiver atento: a chuva de meteoros Líridas. O fenômeno, inclusive, atingiu seu pico entre a noite desta segunda (21) e a madrugada desta terça-feira (22) aqui no Brasil. Se você der sorte, ainda poderá acompanhar essas “estrelas cadentes” até o dia 30 de abril.

Com a Lua abaixo da metade cheia, a observação está ainda mais privilegiada, o que torna o momento propício para assistir ao evento. Não é necessário nenhum tipo de equipamento especial — aliás, telescópios e binóculos podem atrapalhar, já que limitam o campo de visão necessário para ver os meteoros cruzando o céu.

A chuva de meteoros da madrugada

O Observatório Heller & Jung, em Taquara, no Rio Grande do Sul, enviou belas imagens ao Olhar Digital. Diretor da instituição, o professor e doutor Carlos Fernando Jung explica que os meteoros Líridas se caracterizam por serem rápidos e brilhantes.

Apesar de a madrugada ter tido muita umidade e neblina, foi possível, em média, por câmera, uma taxa de 12 meteoros por hora. Foram utilizadas no Observatório 20 câmeras para registrar o evento. Na imagem pode-se verificar a sobreposição de meteoros registrados apenas em uma câmera.

Prof. Dr. Carlos Fernando Jung

Veja!

A chuva de meteoros Líridas

Apesar de estar entre as chuvas de menor intensidade do calendário astronômico, as Líridas se destacam por sua importância histórica.

Segundo Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, essa é a mais antiga chuva de meteoros conhecida, sendo relatada há mais de 2.700 anos pelos chineses. 

Meteoro cruza os céus do Rio Grande do Sul. Crédito: Observatório Heller & Jung

As Líridas têm como corpo-mãe o cometa C/1861 G1 Thatcher, que completa uma órbita ao redor do Sol a cada 415 anos. Curiosamente, apesar da longa história de observação da chuva, o cometa só foi identificado em sua última passagem próxima à Terra, em 1861. A próxima ocorrência está prevista para 2276.

Zurita ressalta que uma chuva de meteoros é um espetáculo astronômico dos mais democráticos. “Pode ser observada por qualquer um. Não precisa de telescópios, câmeras nem qualquer equipamento especial. Basta ter disposição para perder algumas horas de sono e olhar para o céu!”.

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