bolido_5-1024x576

VÍDEO: veja momento em que meteoro passa pelo céu de SC e explode

Na noite desta quarta-feira (23), um meteoro cruzou os céus de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e explodiu na sequência. O bólido foi captado às 19h01 (horário de Brasília) e durou cerca de dez segundos.

Segundo moradores, que se manifestaram nas redes sociais, a olho nu, o objeto espacial apareceu com cor esverdeada. Em um dos relatos, uma mulher disse que o marido e outras pessoas que estavam com ele em um pedágio de Três Coroas (RS) viram o meteoro cruzar o céu e cair no meio da mata ao lado.

Fenômeno aconteceu por volta de 19h01 (horário de Brasília) (Imagem: Observatório Heller & Jung)

Meteoro cruzando o céu brasileiro

  • O bólido foi captado pelas câmeras do Observatório Heller & Jung;
  • Nas imagens que você verá mais abaixo, vemos o objeto espacial no canto superior esquerdo da imagem, passando ao longe;
  • Mais abaixo, você verá imagens do meteoro mais de perto, passando com sua cor esverdeada;
  • O fenômeno causou burburinho nas redes sociais, com várias pessoas relatando tê-lo visto.

Veja, a seguir, o vídeo do meteoro passando por Santa Catarina e Rio Grande do Sul:

Abaixo, veja relatos e outros registros em vídeo do fenômeno nas redes sociais:

Comentário nas redes sociais

Imagem do Meteoro cruzando o céu de SC
Fenômeno durou cerca de dez segundos (Imagem: Observatório Heller & Jung)

Leia mais:

O que explica a cor esverdeada?

Os meteoros são causados pela entrada de poeira, ou, às vezes, alguma coisa maior, na atmosfera da Terra. Devido à velocidade com que adentram, muito atrito é criado, liberando enorme quantidade de luz que chega a ser desproporcional ao tamanho do material envolvido.

As cores podem ser explicadas por um experimento inventado por Robert Bunsen, o teste de chamas. Nele é possível identificar a presença de íons metálicos em um material ao colocar uma amostra dele na chama. Quando isso acontece, os elétrons recebem muita energia e saltam para um estado superior, ao recuar, a energia é liberada na forma de luz em um comprimento de onda específico do elemento, o que vemos como uma cor específica.

As partículas de poeira que formam os meteoros raramente são puras, no entanto, se um elemento for predominante, ao adentrar na atmosfera, uma tonalidade específica dele pode ser observada, assim como no teste de chamas.

  • A presença de ferro nas partículas de poeira pode dar um brilho amarelo aos meteoros;
  • O sódio produz um brilho amarelo-alaranjado que pode ser difícil de distinguir do ferro;
  • O cálcio no teste de chamas emite luz vermelho-alaranjada, mas nos meteoros ele é sinalizado por coloração violeta, devido à presença de Ca+ ionizado, de acordo com a NASA;
  • O mesmo acontece com o magnésio, que nos meteoros possui coloração azul-esverdeada — caso do meteoro desta quarta-feira (23) — e, no bico de Bunsen, sua chama é branca.

Apesar das cores estarem associadas à química dos meteoros, nem sempre ela está envolvida. Ao adentrar na atmosfera, o atrito também aquece o ar ao redor, que pode brilhar em vermelho devido a ele ser predominantemente formado por oxigênio e nitrogênio.

O que determina se a luz observada vai ser vermelha ou correspondente a química do meteoro é a velocidade com que ele adentra a atmosfera. Quando a velocidade é maior, é provável que a luz produzida pela poeira seja predominante; quando menor, o vermelho atmosférico se sobressai.

Imagem do Meteoro cruzando o céu de SC
Objeto espacial apareceu com cor esverdeada (Imagem: Observatório Heller & Jung)

O que é um meteoro?

Um meteoro, popularmente conhecido como “estrela-cadente”, nada mais é do que um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa nossa atmosfera em altíssima velocidade

“Quando isso acontece, esse fragmento comprime e aquece muito rapidamente o gás atmosférico à sua frente, formando uma bolha de plasma (gás aquecido e ionizado) que brilha como uma lâmpada por um tempo muito curto, de uma fração de segundo a, no máximo, alguns poucos segundos”, explica Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e coordenador regional (Nordeste) do Asteroid Day Brasil.

Meteoros são fenômenos comuns e podem ser vistos com frequência em todas as noites. No entanto, em certas épocas do ano, a Terra atravessa uma área do céu que contém quantidade maior de detritos deixados por cometas ou asteroides. Quando isso ocorre, vários desses fragmentos atingem a atmosfera ao mesmo tempo, formando as chuvas de meteoros.

Imagem do Meteoro cruzando o céu de SC
Câmeras do Observatório Heller & Jung flagraram bólido (Imagem: Observatório Heller & Jung)

O post VÍDEO: veja momento em que meteoro passa pelo céu de SC e explode apareceu primeiro em Olhar Digital.

meteoros-liridas-1024x576

Chuva de meteoros ilumina a noite no Brasil; veja!

Ao longo desta semana, o céu noturno oferece um espetáculo para quem estiver atento: a chuva de meteoros Líridas. O fenômeno, inclusive, atingiu seu pico entre a noite desta segunda (21) e a madrugada desta terça-feira (22) aqui no Brasil. Se você der sorte, ainda poderá acompanhar essas “estrelas cadentes” até o dia 30 de abril.

Com a Lua abaixo da metade cheia, a observação está ainda mais privilegiada, o que torna o momento propício para assistir ao evento. Não é necessário nenhum tipo de equipamento especial — aliás, telescópios e binóculos podem atrapalhar, já que limitam o campo de visão necessário para ver os meteoros cruzando o céu.

A chuva de meteoros da madrugada

O Observatório Heller & Jung, em Taquara, no Rio Grande do Sul, enviou belas imagens ao Olhar Digital. Diretor da instituição, o professor e doutor Carlos Fernando Jung explica que os meteoros Líridas se caracterizam por serem rápidos e brilhantes.

Apesar de a madrugada ter tido muita umidade e neblina, foi possível, em média, por câmera, uma taxa de 12 meteoros por hora. Foram utilizadas no Observatório 20 câmeras para registrar o evento. Na imagem pode-se verificar a sobreposição de meteoros registrados apenas em uma câmera.

Prof. Dr. Carlos Fernando Jung

Veja!

A chuva de meteoros Líridas

Apesar de estar entre as chuvas de menor intensidade do calendário astronômico, as Líridas se destacam por sua importância histórica.

Segundo Marcelo Zurita, colunista do Olhar Digital, essa é a mais antiga chuva de meteoros conhecida, sendo relatada há mais de 2.700 anos pelos chineses. 

Meteoro cruza os céus do Rio Grande do Sul. Crédito: Observatório Heller & Jung

As Líridas têm como corpo-mãe o cometa C/1861 G1 Thatcher, que completa uma órbita ao redor do Sol a cada 415 anos. Curiosamente, apesar da longa história de observação da chuva, o cometa só foi identificado em sua última passagem próxima à Terra, em 1861. A próxima ocorrência está prevista para 2276.

Zurita ressalta que uma chuva de meteoros é um espetáculo astronômico dos mais democráticos. “Pode ser observada por qualquer um. Não precisa de telescópios, câmeras nem qualquer equipamento especial. Basta ter disposição para perder algumas horas de sono e olhar para o céu!”.

O post Chuva de meteoros ilumina a noite no Brasil; veja! apareceu primeiro em Olhar Digital.