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Semana traz pico da chuva de meteoros Eta Aquáridas – saiba como observar

Observadores do céu têm uma excelente programação para o início da semana: o pico da chuva de meteoros Eta Aquáridas. Esse fenômeno acontece quando a Terra atravessa a parte mais densa da trilha de detritos do cometa Halley

Cada pequeno fragmento deixado pelo cometa, ao atravessar a atmosfera do planeta em alta velocidade, gera um meteoro – fenômeno luminoso popularmente conhecido como “estrela cadente”.

Durante uma chuva de meteoros, vários fragmentos da mesma trilha atingem a atmosfera. No caso da Eta Aquáridas, sua atividade este ano se iniciou em 19 de abril e vai até 28 de maio, com a máxima prevista para a madrugada entre segunda (5) e terça-feira (6)., de acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org.

Neste ano, as condições de visualização podem não ser tão promissoras, pois haverá certa interferência da luz da Lua em torno do pico, já que ela estará na fase crescente, com 71% de luminosidade.

Número médio de meteoros por hora por região. Crédito: Bramon

Duas chuvas de meteoro têm relação com detritos do cometa Halley

A Eta Aquáridas é a primeira das duas chuvas anuais de meteoros associadas ao cometa Halley. A outra é a Oriônidas, que acontece no mês de outubro, bem menos intensa.

Todos os meteoros de uma mesma chuva atingem a atmosfera paralelamente uns aos outros. Isso porque seguem aproximadamente a mesma órbita do cometa ou asteroide de onde se originaram.

No entanto, devido ao efeito de perspectiva, para um observador na Terra esses meteoros parecem se originar de um mesmo ponto no céu, chamado radiante. No caso da Eta Aquáridas, esse ponto fica na constelação de Aquário, próximo à estrela Eta Aquarii, que dá nome ao evento.

Crédito: Bramon

O Brasil está em um lugar privilegiado na Terra para testemunharmos o fenômeno, já que a Eta Aquáridas é mais predominante no Hemisfério Sul. “Por aqui, normalmente são esperados entre 50 e 60 meteoros por hora na máxima. No entanto, há casos de surtos que podem gerar algo entre 120 e 160 meteoros em apenas uma hora, embora este ano, a luminosidade da Lua deva atrapalhar bastante as observações”, explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital.

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Como observar o fenômeno

Tudo o que você precisa para ver o espetáculo é: escuridão, um lugar confortável para assistir e um pouco de paciência.

Zurita ressalta que uma chuva de meteoros é um espetáculo astronômico dos mais democráticos. “Pode ser observada por qualquer pessoa que tenha uma visão razoável e acesso a algum pedaço de céu. Não precisa de telescópios, câmeras nem qualquer equipamento especial. Basta ter disposição para perder algumas horas de sono e olhar para o céu”.

O melhor momento de observação desta chuva, normalmente, é entre 3h30 e 5h30 da manhã (pelo horário de Brasília). “Mas, por volta da 1h45, já deve ser possível observar os meteoros desta chuva, partindo sempre da direção leste”, diz o especialista.

Um app de observação, como Stellarium, Star Walk ou Sky Safari, por exemplo, pode ajudar a encontrar a constelação de Aquário. Certifique-se de direcionar seu olhar para constelações próximas, e não diretamente para ela, pois meteoros mais próximos do radiante têm trilhas mais curtas e são mais difíceis de detectar. 

Vá para o local mais escuro possível e relaxe. Você não precisa de nenhum equipamento especial, como telescópios ou binóculos, pois o segredo é ter acesso ao máximo de céu possível e permitir pelo menos 30 minutos para que seus olhos se ajustem ao escuro.

Portanto, não perca essa oportunidade de ver lindas “estrelas cadentes” no céu e, como manda a tradição, fazer seus pedidos! Boa sorte!

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Chuva de meteoros: o que é e como observar o fenômeno?

Poucos fenômenos chamam tanto a nossa atenção quanto os rastros luminosos que cortam o céu durante a noite. Quem já viu sabe: é difícil não se encantar com uma chuva de meteoros.

Mas o que exatamente é esse fenômeno? Como e quando é possível observá-lo de forma segura? A seguir, o Olhar Digital explica tudo o que você precisa saber para não perder esse show natural no céu.

O que é uma chuva de meteoros?

Os meteoros são fragmentos de asteroides quebrados e partes de cometas que ficam espalhadas em trilhas de poeira orbitando o Sol. Eles são responsáveis por gerar lindos fenômenos brilhantes no céu quando a Terra passa por essas trilhas e os fragmentos entram na atmosfera do planeta, ficando muito quentes e se desintegrando no ar. 

Chuva de meteoros Geminídeas. Crédito: Liang Li Photos – Shutterstock

A chuva é basicamente a entrada de vários meteoroides na atmosfera da Terra ao mesmo tempo, fazendo com que o atrito com o ar gere um superaquecimento da rocha, gerando muitas “estrelas-cadentes”, que deixam um rastro brilhante no ar.

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O fenômeno acontece porque quando os cometas se aproximam do Sol, parte do gelo que há em suas superfícies é aquecida e se quebra, fazendo as partículas e poeira da rocha se espalharem em sua trajetória, tendo o interior do Sistema Solar como o principal local. Por isso, em diversos momentos do ano, durante seu deslocamento, a Terra se cruza com os fragmentos e colide contra os detritos.

Como ver uma chuva de meteoros?

Pico de chuva de meteoros – Crédito: Allexxandar – Shutterstock

Para observar a chuva de meteoros é necessário estar em lugares bem escuros, pois até a luz da Lua pode fazer com que a visão para o céu não seja boa. 

Ao contrário do que muitos pensam, não é necessário utilizar equipamentos como binóculos e telescópios, mas, se a Lua estiver cheia ou quase cheia, a visão fica comprometida. Também é importante que o céu esteja sem nuvens. Além disso, para conseguir uma boa visualização é importante paciência. 

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Tipo raro de meteorito revela segredo sobre origem da água na Terra

Uma nova descoberta pode mudar o que se sabe sobre a origem da água na Terra. Pesquisadores da Universidade de Oxford encontraram pistas importantes num meteorito raro, o condrito de enstatita. A composição desse tipo de rocha espacial parece a da Terra primitiva, formada há 4,5 bilhões de anos.

Os experimentos foram realizados no Diamond Light Source, poderoso sincrotron em Oxfordshire, condado no sudeste da Inglaterra. E seus resultados saíram na revista científica Icarus em abril.

Para quem não sabe: síncrotron é como se fosse um supermicroscópio gigante no qual se usa um tipo especial de luz muito brilhante para “enxergar” a estrutura interna dos materiais.

Hidrogênio em meteorito encontrado na Antártida era mistério para a ciência… até agora

A equipe analisou o meteorito LAR 12252, encontrado na Antártida. Eles usaram uma técnica avançada chamada espectroscopia XANES (X-Ray Absorption Near Edge Structure). Ela usa feixes de raios-X para identificar elementos presentes em amostras.

O meteorito usado no estudo quando foi descoberto na Antártida (Imagem: Programa ANSMET, Universidade Case Western e Universidade de Utah)

O objetivo era entender de onde vinha o hidrogênio presente na rocha. Esse elemento é essencial na formação de moléculas de água. E, por muito tempo, cientistas acreditaram que ele teria vindo de fora da Terra, trazido por asteroides nos primeiros 100 milhões de anos do planeta.

No entanto, a a nova análise mostrou outra coisa. O hidrogênio não era resultado de contaminação terrestre. Ele estava presente desde a formação da rocha, ligado ao enxofre numa região microscópica do meteorito.

Essa região, chamada de matriz, era extremamente rica em sulfeto de hidrogênio. E continha até cinco vezes mais hidrogênio do que outras partes analisadas.

Hidrogênio onde pesquisadores não esperavam

Em contraste, as regiões do meteorito com sinais de contaminação terrestre – como ferrugem e rachaduras – mostraram quase nenhuma presença de hidrogênio. Isso reforça a ideia de que os compostos encontrados na matriz têm origem nativa e não vieram de fora.

Ficamos extremamente empolgados quando a análise revelou a presença de sulfeto de hidrogênio — só não onde esperávamos.

Tom Barrett, doutorando no Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford e autor principal do estudo, em comunicado.

Pedaços do meteorito LAR 12252 em mesa com réguas de medição ao redor
Foto tirada em laboratório de amostra do meteorito LAR 12252 (Imagem: NASA)

O professor associado James Bryson, também do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Oxford e coautor do estudo, acrescentou: “Agora, acreditamos que o material que formou o nosso planeta – e que podemos estudar por meio desses meteoritos raros – era muito mais rico em hidrogênio do que pensávamos”.

Antes disso, uma equipe francesa já havia identificado traços de hidrogênio nos materiais orgânicos e em partes não cristalinas dos côndrulos – pequenas esferas encontradas em meteoritos. Mas ainda restavam dúvidas sobre a origem do restante do hidrogênio presente no LAR 12252.

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Importância da pesquisa

A descoberta é importante porque fortalece a hipótese de que a água na Terra seja nativa. Ou seja, nosso planeta já teria vindo “de fábrica” com os ingredientes certos para formar água. E não teria precisado contar com um empurrãozinho de fora.

Além disso, a pesquisa abre possibilidades para o estudo das origens da água e da vida na Terra. Também pode influenciar teorias sobre como outros planetas rochosos, como Marte ou Vênus, se formaram. E por que apenas a Terra se tornou um planeta azul.

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