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Microplásticos podem fortalecer superbactérias, revela estudo

Os microplásticos já foram identificados em praticamente todos os órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde. Este pequenos materiais de menos de cinco milímetros também se espalham pela natureza, em rios, oceanos e até no solo.

Mas os riscos relacionados a estas partículas podem ser ainda maiores. Um novo estudo aponta que eles podem estar contribuindo para a proliferação de superbactérias resistentes a antibióticos. Isso acontece porque os microplásticos são excelentes hospedeiros para biofilmes criados por bactérias para se protegerem.

Resistência aos antibióticos pode aumentar até milhares de vezes

Os cientistas explicam que os biofilmes são estruturas tridimensionais protetoras criadas por bactérias a partir de seus próprios resíduos. Esta gosma pegajosa permite que os organismos continuem vivos, prosperem e se repliquem com segurança.

Embora muitas superfícies possam hospedar biofilmes, como a placa nos nossos dentes, os plásticos fornecem uma ligação especialmente forte que atrai as bactérias mais prolíficas. Eles funcionam tão bem que, segundo os pesquisadores, podem aumentar a resistência aos antibióticos de centenas a milhares de vezes acima do normal.

Pesquisadores alertam que microplásticos podem ajudar na proliferação de superbactérias (Imagem: suhtterstock/Lightspring)

O trabalho analisou biofilmes em microplásticos e vidro criados por E. coli, uma bactéria potencialmente perigosa que pode causar diarreia e dor de estômago. Em tubos de ensaio no laboratório, os pesquisadores expuseram esses biofilmes a quatro antibióticos amplamente utilizados: ciprofloxacina, doxiciclina, fluoroquinolona e ampicilina.

Quando os biofilmes de E. coli estavam em microplásticos, eles cresceram mais rápido, ficando maiores e mais resistentes a antibióticos do que os biofilmes que cresciam em esferas de vidro. Além disso, as bactérias E. coli cultivadas em microplásticos mantiveram sua capacidade de formar biofilmes mais fortes mesmo quando removidas daquele ambiente. O estudo foi publicado na revista Applied Environmental and Microbiology.

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Presença dos pequenos plásticos já é preocupante (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sanguecérebrocoração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

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Está chovendo microplástico – e os danos são irreversíveis

A chuva ácida era um grande problema há algumas décadas, corroendo estátuas e edifícios, matando espécies aquáticas e destruindo florestas. Apesar de ainda existir, legislações conseguiram controlar seus impactos. Agora, há um novo problema: está chovendo microplástico.

A situação fica ainda pior porque o poluente demora milênios para se degradar e seus riscos à saúde humana ainda não são totalmente conhecidos.

Microplástico demora milênios para se degradar (Créditos: Sansoen Saengsakaorat/Shutterstock)

Chuva ácida deu lugar ao microplástico

A chuva ácida era uma ameaça ambiental séria, proveniente da poluição atmosférica. Na prática, os poluentes reagiam com o ar e vapor da água, e caíam em forma de precipitação. O resultado? A chuva ‘poluída’ corroía edifícios e estátuas, destruía vegetações e matava espécies aquáticas.

O problema era sério na década de 1970, mas diminuiu com legislações voltadas para limitar a quantidade de poluentes que reagiam com a água. Isso não quer dizer que a chuva ácida não existe mais, mas que ela é menos grave do que era há alguns anos.

Mas não estamos livres de preocupações: a Vox apontou que diversos estudos encontraram evidências de que a chuva está cheia de novos poluentes, incluindo microplásticos.

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Chuva ácida começou a ser um grande problema na década de 1970 (Imagem: Nicola Anderson/Unsplash)

Está chovendo microplástico

Segundo o site, enquanto os legisladores estavam combatendo os poluentes responsáveis pela chuva ácida, empresas estavam gerando um novo tipo de poluição: os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), que incluem os microplásticos. Esses produtos são usados para tornar tecidos resistentes a manchas e panelas antiaderentes, mas, com o tempo, vazaram para o meio ambiente.

Veja o que se sabe sobre a ‘chuva de microplástico’:

  • Um estudo de 2020 publicado na revista Science indicou que microplásticos na água da chuva estavam caindo em vários parques nacionais e áreas selvagens no oeste dos Estados Unidos. Os pesquisadores estimaram que mais de 1 mil toneladas métricas do poluente caíam na região a cada ano;
  • Janice Brahney, biogeoquímica da Universidade Estadual de Utah e líder do estudo, indicou que eles vinham principalmente das rodovias, já que os carros lançavam as partículas (mais leves que o solo) no ar;
  • Brahney também revelou que o oceano era uma fonte importante de microplástico para a chuva. Quando as ondas quebram na praia ou bolhas estouram na superfície do mar, as partículas são enviadas para o ar;
  • Um estudo mais recente, de 2024, encontrou mais de 20 compostos de PFAS na chuva que caiu em Miami, nos Estados Unidos, e levantou preocupações de saúde pública;
  • Outro trabalho, de 2022, encontrou PFAS na água da chuva em concentrações acima do que os reguladores dos Estados Unidos e da Dinamarca consideram como água potável. Eles concluíram que, nessas condições, nenhuma água de chuva não tratada é segura para beber.
Poluente está presente nos oceanos, águas subterrâneas, reservatórios e até dentro do nosso corpo (Imagem: xalien/Shutterstock)

Por que devemos nos preocupar?

A chuva ácida foi controlada. Já os microplásticos demoram milênios para se degradarem. Eles estão em todos os lugares, desde rios e mares até reservatórios que alimentam os peixes que comemos. Você já deve ter visto aqui no Olhar Digital como essas substâncias microscópicas estão presentes na nossa alimentação e até dentro do nosso corpo.

Segundo Brahney, o problema do microplástico é muito pior do que a chuva ácida, porque simplesmente não podemos parar o seu ciclo. “Ele está lá e não vai embora”, afirmou.

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Há uma pequena solução: estações de tratamento de água. Segundo a Vox, esse processo remove mais de 70% dos poluentes na água – mas algumas ainda passam. Por exemplo, um estudo do início desse ano encontrou microplásticos em garrafas d’água e água da torneira na França.

Outro problema é que os cientistas ainda não sabem exatamente qual impacto a ingestão desses poluentes tem na saúde humana. Alguns trabalhos já indicam que o microplástico está ligado ao câncer, doenças cardíacas e renais, e até Alzheimer.

E como reverter a situação? Para Brahney, a única forma de nos livrarmos dos PFAS seria voltar no tempo. Ou seja, não conseguiremos.

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Microplásticos podem gerar uma crise alimentar global, diz estudo

Os microplásticos já foram identificados em praticamente todos os órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde. Este pequenos materiais de menos de cinco milímetros também se espalham pela natureza, em rios, oceanos e até no solo.

E se os riscos ligados a estas substâncias já eram preocupantes, uma nova pesquisa aumenta os temores. Segundo um estudo realizada por pesquisadores da China, Alemanha e Estados Unidos, os microplásticos podem ter um impacto negativo na fotossíntese.

Produção agrícola mundial pode estar em risco

Os cientistas analisaram dados de mais de 150 estudos envolvendo o impacto dos microplásticos. Estes trabalhos anteriores demonstraram que estes materiais chegaram a quase todos os ecossistemas do planeta e agora contaminam plantas e animais, incluindo humanos.

Já na nova pesquisa, a equipe descobriu que as substâncias podem ter um impacto direto na capacidade das plantas realizarem fotossíntese. Eles utilizaram inteligência artificial para confirmar que os microplásticos reduziram a eficiência fotossintética em todos os três tipos de plantas em 7% a 12% e causaram reduções na produção de clorofila.

Microplásticos podem prejudicar a capacidade de fotossíntese das plantas (Imagem: Ostariyanov/Shutterstock)

Isso resultaria em aproximadamente 4% a 14% de perdas de rendimento de safra de milho, trigo e arroz em todo o mundo. Além disso, os materiais seriam responsáveis por até 7% das perdas na produtividade primária líquida aquática global.

O estudo ainda aponta que o problema parece estar piorando, o que afetará ainda mais a produção agrícola mundial. Se esta situação não for revertida, milhões de pessoas podem enfrentar uma condição de insegurança alimentar nas próximas duas décadas. As descobertas foram publicadas em estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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Amostra de microplásticos na água, armazenados em um pequeno vidro
Presença dos pequenos plásticos já é preocupante (Imagem: MargJohnsonVA/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sanguecérebrocoração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

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Microplásticos no cérebro podem levar à demência, sugere estudo

O acúmulo de microplásticos no cérebro pode estar relacionado ao surgimento de demência. É o que sugere um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, publicado na revista científica Nature Medicine.

Os cientistas descobriram que os cérebros humanos contêm aproximadamente uma colher de microplásticos e nanoplásticos (MNPs), nível que pode ser de três a cinco vezes maior em pessoas diagnosticadas com demência. 

Além disso, tecidos cerebrais apresentaram concentrações até 30 vezes maiores de MNPs em comparação a outros órgãos, como o fígado ou o rim.

Por ano, são emitidos entre 10 e 40 milhões de toneladas de microplásticos para o ambiente — e esse número pode duplicar até 2040. São elementos que estão presentes nos alimentos que comemos, na água que bebemos e no ar que respiramos.

Vento e água ajudam a dispersar microplásticos pelo ambiente (Imagem: pcess609/iStock)

Partículas menores que 200 nanômetros, predominantemente compostas de polietileno, são as mais preocupantes, segundo os pesquisadores, porque “mostram notável deposição em paredes cerebrovasculares e células imunes”.

“Esse tamanho permite que elas potencialmente cruzem a barreira hematoencefálica, levantando questões sobre seu papel em condições neurológicas”, diz o artigo.

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O que fazer a respeito?

Os pesquisadores ponderam que eliminar completamente a exposição aos microplásticos  não é realista, mas há práticas cotidianas que podem reduzir a sua ingestão — e consequentemente os riscos para a saúde a longo prazo.

  • Trocar a água engarrafada por água filtrada da torneira pode reduzir a ingestão de microplásticos de 90.000 para 4.000 partículas por ano.
Água filtrada reduz chance de exposição a microplásticos (Imagem: Edgar BJ/iStock)

“A água engarrafada sozinha pode expor as pessoas a quase tantas partículas de microplástico anualmente quanto todas as fontes ingeridas e inaladas combinadas”, diz o Dr. Brandon Luu, residente em medicina interna da Universidade de Toronto. “A troca para água da torneira pode reduzir essa exposição em quase 90%, tornando-se uma das maneiras mais simples de reduzir a ingestão de microplásticos.” 

  • Mude a maneira como aquece e armazena os alimentos: priorize vidro ou aço inoxidável.

“Aquecer alimentos em recipientes de plástico — especialmente no micro-ondas — pode liberar quantidades substanciais de microplásticos e nanoplásticos”, explica Luu. “Evitar o armazenamento de alimentos em plástico e usar alternativas de vidro ou aço inoxidável é um passo pequeno, mas significativo, para limitar a exposição”.

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