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Meta anuncia parceria para desenvolver tecnologia militar nos EUA

A Meta firmou uma parceria com a empresa de defesa Anduril Industries, para desenvolver tecnologias avançadas para as Forças Armadas dos EUA, incluindo um capacete inteligente com inteligência artificial, realidade virtual (RV) e aumentada (RA).

Segundo um comunicado da Anduril, o objetivo é criar dispositivos XR (realidade estendida) que ampliem a percepção dos soldados e facilitem o controle de sistemas autônomos em combate.

Capacete futurista será uma das novidades

  • Um dos primeiros produtos da colaboração é o “Eagle Eye”, um capacete militar futurista descrito como uma versão real dos equipamentos vistos em jogos como Call of Duty e Halo.
  • “É o que todos sempre quiseram”, disse Palmer Luckey, cofundador da Anduril e também da Oculus VR, vendida à Meta em 2014.
  • Segundo ele, conceitos antigos como esse só agora se tornaram viáveis tecnologicamente.
Parceria da Meta com a Anduril marca virada política e tecnológica, com foco em IA e realidade estendida para fins militares – Imagem: Tada Images/Shutterstock

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Líder da Anduril já trabalhou no Facebook

A parceria marca uma reaproximação inesperada entre Luckey e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg. Luckey afirma ter sido demitido da empresa após apoiar financeiramente um grupo que produzia memes contra Hillary Clinton nas eleições de 2016 — episódio que causou controvérsia pública.

Em paralelo, a Meta flexibilizou recentemente sua política de uso de IA, permitindo que empreiteiras militares dos EUA, como Lockheed Martin e Palantir, utilizem seus modelos de linguagem. A empresa não comentou oficialmente sobre a nova colaboração com a Anduril.

À esquerda, logo da Meta exibido em um smartphone; à direita e desfocado, logo da meta em uma parede azul e, logo abaixo, Mark Zuckerberg discursando
Aliança com a Anduril revela ambições da Meta em desenvolver tecnologia de guerra (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

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Exercito-Brasileiro

Maior integração com vizinhos pode fazer do Brasil uma potência militar

A guerra entre Rússia e Ucrânia está provocando um movimento de rearmamento global. Países da Europa que antes gastavam pouco com o setor militar agora mudaram de estratégia em razão das crescentes ameaçadas de novas invasões russas na região.

Um exemplo foi o anúncio da compra conjunta de cerca de mil blindados por Suécia, Noruega e Lituânia. Uma negociação que também sinaliza uma nova etapa na cooperação europeia em defesa e que poderia ser utilizada também pelo Brasil.

Estratégia nacional de defesa precisa ser repensada

  • Em artigo publicado no portal The Conversation, o professor da Universidade Internacional de La Rioja, Armando Alvares Garcia Júnior, explica como ocorre esta compra conjunta.
  • Segundo ele, mais do que um acordo logístico, trata-se de uma tentativa de racionalizar custos, acelerar entregas e fortalecer cadeias produtivas regionais.
  • Para o Brasil, que possui uma base industrial de defesa relevante, isso pode ser encarado como uma oportunidade de repensar sua estratégia de aquisições militares.
  • Atualmente, o país conta com uma parceria com a Suécia para a produção do caça Gripen.
  • Outro destaque é o blindado Guarani, desenvolvido em parceria com a Iveco e fabricado em Sete Lagoas (MG), que já está sendo exportado para países como Ghana, Argentina e Filipinas.
Brasil conta com uma base industrial de defesa relevante (Imagem: Tenente Edvaldo/Exército Brasileiro)

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Brasil precisa assumir posição de liderança

Apesar disso, o especialista aponta que o modelo brasileiro de aquisição de defesa ainda é marcado por descontinuidade, dependência orçamentária e ausência de coordenação regional. Para ele, faltam planejamento de longo prazo e estratégias integradas com outros países sul-americanos.

A consequência é que os ganhos de escala são limitados, os custos por unidade tendem a ser elevados e a sustentabilidade da base industrial nacional permanece vulnerável a ciclos políticos e cortes de verba. Em vez de apostar em soluções fragmentadas, o Brasil poderia liderar iniciativas regionais de cooperação em defesa, tanto na aquisição de equipamentos quanto no desenvolvimento conjunto de tecnologias. A América do Sul, como bloco, carece de articulações robustas nesse setor, e o Brasil tem massa crítica suficiente para impulsionar esse tipo de agenda.

Armando Alvares Garcia Júnior, professor da Universidade Internacional de La Rioja

País tem desafios importantes, como a defesa das fronteiras e a proteção da Amazônia (Imagem: sweet_tomato/Shutterstock)

O professor ainda lembra que, para o Brasil, os riscos e as ameaças são menores em relação aos europeus, mas não inexistentes. O país possui fronteiras extensas, atua em missões de paz e precisa proteger a Amazônia.

Por conta disso, uma maior integração regional e a previsibilidade nos investimentos em defesa são elementos-chave para garantir autonomia tecnológica, sustentabilidade industrial e presença geopolítica ativa. O nosso país tem uma tradição diplomática importante, mas não pode deixar as questões militares de lado.

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