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As luzes misteriosas no céu da Noruega que intrigam cientistas há mais de 40 anos

Quando você olha para o céu, vê luzes aparecerem do nada. Não há aviões por perto, muito menos queima de fogos de artifício. É exatamente isso que acontece há décadas num pequeno vale no interior da Noruega. E ninguém sabe exatamente por que.

O Vale de Hessdalen, a 361 quilômetros da capital norueguesa Oslo, se tornou mundialmente famoso por um fenômeno que desafia a ciência até hoje: luzes misteriosas que aparecem no céu do nada.

Mistério das luzes é um enigma de longa data

Os primeiros registros datam de 1811, segundo artigo publicado no Journal of Applied Geophysics em julho de 2024. Mas foi só em 1984 que as investigações científicas começaram de verdade.

(Imagem: Reprodução/Projeto Hessdalen)

Desde então, mais de 600 mil fotos foram tiradas pela Østfold University College apenas nos últimos dez anos. Todo esse material ajudou os pesquisadores a mapear as características do fenômeno.

Como são essas luzes de Hessdalen?

Cada avistamento das luzes misteriosas tem suas particularidades. Mas, no geral, dá para dizer que:

  • A maioria tem cor branca, embora ocasionalmente apareçam em vermelho;
  • Podem durar de alguns segundos até uma hora inteira;
  • Surgem tanto perto do horizonte quanto em altitudes maiores.
Foto de luzes misteriosas na Noruega
A maioria das luzes que aparecem na Noruega são brancas, mas ocasionalmente surgem avermelhadas (Imagem: Reprodução/Projeto Hessdalen)

O mais intrigante: elas aparecem relativamente próximas ao solo, diferente de outros fenômenos atmosféricos conhecidos (você encontra mais informações nesta página do Projeto Hessdalen).

Vale lembrar que Hessdalen não é o único lugar do mundo onde isso acontece. De acordo com a CNN Brasil, registros similares foram documentados em:

  • Marfa (EUA);
  • Paasselkä (Finlândia);
  • Queensland (Austrália).
  • Silver Cliff (EUA).

Pesquisa sobre luzes enigmáticas na Noruega enfrenta desafios

Descobrir a origem dessas luzes não é tarefa fácil. Para começar, porque cientistas ainda tentam entender se é um fenômeno natural ou se são luzes geradas pela atividade humana.

Foto de luzes misteriosas na Noruega
Cientistas ainda tentam entender se é um fenômeno natural ou se são luzes geradas pela atividade humana (Imagem: Reprodução/Projeto Hessdalen)

Além disso, as condições extremas do local complicam as coisas. O Vale de Hessdalen é remoto, pouco habitado e sujeito a invernos brutais. As temperaturas podem despencar para -30°C, enquanto os ventos alcançam 190 km/h.

Isso dificulta tanto a realização de experimentos quanto a manutenção dos equipamentos científicos no local.

A (possível) chave para o mistério

No entanto, a chave para resolver o mistério pode estar justamente nesse terreno isolado. Isso porque estudos geológicos revelaram que o vale possui uma composição complexa de rochas como gabro, anfibolito e xistos micáceos.

Foto de luzes misteriosas na Noruega
Uma das teorias aponta para formações minerais condutoras de eletricidade que serviriam como canais para correntes elétricas que escapam da crosta terrestre em direção à atmosfera (Imagem: Reprodução/Projeto Hessdalen)

Essas formações contêm grafite e sulfetos, que dão às rochas um aspecto enferrujado. Para você ter ideia, um grande “corpo” de gabro se estende sob o lago Øyungen, cobrindo uma área de aproximadamente 45 quilômetros quadrados.

Uma das principais teorias aponta para essas formações minerais. Como elas são condutoras de eletricidade, poderiam servir como canais para correntes elétricas que escapam da crosta terrestre em direção à atmosfera.

Outra linha de pesquisa tentou associar as luzes à atividade sísmica. A ideia é: tensões tectônicas liberam cargas elétricas nas rochas, que ao interagir com o ar atmosférico o ionizam e produzem as luzes.

  • Porém: essa explicação foi parcialmente descartada porque a atividade sísmica em Hessdalen é mínima.

Leia mais:

Projeto se dedica a resolver mistério das luzes de Hessdalen

Desde 1983, um grupo multidisciplinar conduz o Projeto Hessdalen, dedicado exclusivamente ao monitoramento e análise científica do fenômeno.

Ao longo dos anos, o projeto organizou acampamentos científicos para estudantes e conferências internacionais. Entre 1983 e 1985, até o Exército norueguês colaborou com as pesquisas. Em 2023, o Projeto Hessdalen se tornou oficialmente uma organização sem fins lucrativos.

Apesar de décadas de investigação e montanhas de dados coletados, a origem exata das luzes de Hessdalen permanece desconhecida. Assim, o fenômeno continua a intrigar cientistas, inspirar teorias e atrair visitantes curiosos de todos os cantos do mundo.

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Ilha de Páscoa: 5 curiosidades e mistérios sobre o local e suas estátuas

A Ilha de Páscoa, famosa por seus icônicos moais, é um território especial do Chile e a única província do país com apenas um município. O local está situado a 3.700 km de distância da costa oeste do país, sendo um dos lugares mais isolados do planeta. A ilha surgiu de erupções vulcânicas que aconteceram há 3 milhões de anos, sendo que 4 vulcões foram os responsáveis e que hoje estão inativos.

Já os moais são estátuas polinésias monumentais feitas de pedras, que foram construídas pelo povo Rapa Nui entre os séculos XIII e XV. A estimativa é que existem mais de 800 moais na ilha, sendo que alguns estão completos e outros inacabados. Acredita-se que eles representavam ancestrais e líderes, sendo construídos em locais sagrados.

Além dos moais e de seu isolamento, a Ilha de Páscoa é um local fascinante e que possui outras curiosidades e mistérios. Conheça abaixo cinco deles, que ajudam a mostrar um pouco da história desse território chileno.

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5 curiosidades e mistérios sobre a Ilha de Páscoa

Colonização polinésia

O povo polinésio é considerado nativo da Ilha de Páscoa, porém sua chegada é de difícil definição. A estimativa mais recente foi feita com datação por radiocarbono, e detectou a data de 1200 d.C..

São considerados os polinésios mais ao sudeste do mundo, e os pesquisadores acreditam que os colonizadores da região chegaram no local em canoas ou catamarãs, que saíram das Ilhas Gambier, em Mangareva, a 2.600 km, ou das Ilhas Marquesas, a 3.200 km.

O nome Rapa Nui surgiu após eventos de 1860, quando as populações da ilha foram escravizadas. Com isso, os nativos conheceram a polinésia francesa, percebendo a semelhança da Ilha de Páscoa com Rapa, localizada nas Ilhas de Bass.

No ano de 1999, foram reconstruídos barcos polinésios antigos com os instrumentos de época, para fazer uma viagem saindo de Mangareva até a Ilha de Páscoa, para provar a possibilidade da jornada.

(Imagem: Phil Uhl/CC-BY-S.A-3.0)

Alfabeto misterioso

O sistema de escrita é um dos fatos mais misteriosos de Rapa Nui, chamado de rongorongo. Foi descoberto em 1864 pelo missionário francês Eugène Eyraud, e seu significado continua desconhecido.

Na época da descoberta, alguns nativos diziam que entendiam a escrita, mas a tradição dizia que apenas os governantes e sacerdotes podiam lê-la. Contudo, nenhum deles sobreviveu à escravização e às epidemias que acabaram com a população nativa.

Existem apenas duas dezenas de exemplares de textos na ilha, que são parecidos com petroglifos. Um estudo descobriu, em 2014, que o rongorongo foi criado antes do contato com os europeus, com evidências da escrita pelo menos 200 anos antes de sua chegada.

 Recriação do alfabeto rongorongo em uma das tabuletas encontradas na Ilha de Páscoa. (Imagem: Ferrara et al./Scientific Reports/INSCRIBE 3D)

As estátuas da Ilha de Páscoa

Esse é o símbolo mais famoso da ilha. Os moais são estátuas de pedra grandes e robustas, e estima-se que foram criadas entre os séculos XIII e XV, feitas de enormes pedras vulcânicas, escória vermelha e basalto. Diversas hipóteses defendem que primeiro as pedras grandes foram escolhidas, para depois começarem a ser esculpidas frontalmente.

Um dos maiores mistérios em torno desses monumentos é a respeito do porquê eles foram construídos. A maioria das versões sugere que a motivação era fins religiosos, sendo que os moais poderiam representar os deuses de Rapa Nui ou os primeiros habitantes da ilha. Eles seriam um tributo aos antepassados que, segundo o mito, lançaram um poder espiritual para proteger seus clãs após a morte.

Entretanto, a falta de registro e tradição oral limitada dificulta ter alguma certeza. De acordo com relatos dos séculos XVIII e XIX, grupos rivais derrubavam e tentavam quebrar os moais como forma de destruir a mana (energia) dos ancestrais inimigos, para garantir sua hegemonia na ilha. Nos tempos modernos, cerca de 50 moais foram reerguidos para preservar sua aparência antiga.

zoom em duas estátuas de pedra na Ilha de Páscoa
(Imagem: Danita Delimont on Offset/Shutterstock)

Outro ponto que de mistério é como eles mudaram de lugar. Por conta do enorme tamanho e peso das estátuas, é difícil pensar como foi possível movê-las.

Contudo, a maioria das teorias afirma que os moais de Rapa Nui estavam reclinados em um tipo de trenó de madeira, que foi puxado com cordas em toras e deslocado pela área.

Ainda assim, existem outras versões mais imaginativas que asseguram que os sacerdotes do clã usaram poderes telecinéticos para mudá-los de lugar, e existem até mesmo mitos que dizem que as esculturas caminharam sozinhas em direção a seus locais.

A origem do nome e a Páscoa

Na língua nativa, Rapa começou a ser chamada de Rapa Iti, ou “pequena rapa”, e a Ilha de Páscoa de Rapa Nui, “grande Rapa”.

Já o nome em português e no espanhol oficial (“Isla de Pascua”) é por conta do navegador holandês Jacob Roggeveen, que chegou na ilha em abril de 1722, um domingo de Páscoa. Isso fez com que o homem nomeasse o local em homenagem à data, e o Chile só anexou a ilha no ano de 1888.

Cerimônia do Homem-Pássaro

Segundo a tradição oral, um dos aspectos mais interessantes do povo rapanui foi o Culto do Homem-Pássaro. Depois do crescimento populacional dos polinésios após a colonização, o culto aos ancestrais mudou, e o conceito de mana dos líderes hereditários passou para o homem-pássaro em cerca de 1540.

De acordo com a tradição, o homem-pássaro seria o avatar pelo qual o poder ancestral era canalizado através do deus Makemake, e a escolha dele era feita através de uma competição. Nela, os guerreiros precisavam nadar até a ilha de Moto Nui, a cerca de 1,6 km, para coletar o primeiro ovo de gaivina-de-dorso-preto da estação.

Quando voltava, o competidor ainda tinha de subir pelas falésias e apresentar o ovo para um grupo de juízes, que lhe concediam poder sobre a ilha por um ano. Os registros do último evento do tipo datam de 1888.

A ilha de Moto Nui, onde era realizada a Cerimônia do Homem-Pássaro. (Imagem: kallerna/CC-BY-SA-4.0)

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