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Moscas odeiam cocaína. Por que? É muito amarga. Mas quando cientistas desativaram os receptores que detectam o gosto amargo, as moscas passaram a gostar da droga. Agora, por que fazer isso? Bem, pode parecer estranho, mas as moscas são parceiras ideais para pesquisas médicas.
É que a Drosophila, tipo de mosca usada no estudo, compartilha cerca de 75% dos genes que causam doenças em humanos.
“Nas últimas décadas, ficou claro que moscas e humanos são mais parecidos do que pensávamos“, disse o autor principal da pesquisa, Adrian Rothenfluh, da Universidade de Utah, ao IFLScience.
Moscam odeiam cocaína por questões de sobrevivência, mas pesquisadores mudaram isso
As moscas evoluíram para se proteger. Ao longo de milhões de anos, esses insetos desenvolveram uma aversão natural ao sabor amargo. É um mecanismo de defesa que as ajuda a evitar substâncias que podem causar danos a elas.
Ao longo de milhões de anos, moscas desenvolveram aversão ao sabor amargo (Imagem: nechaevkon/Shutterstock)
Quando perderam a capacidade de sentir o gosto amargo, as moscas reagiram à cocaína de forma similar aos humanos:
Desenvolveram gosto pela substância após 16 horas de exposição;
Com doses baixas, ficaram agitadas e correram de um lado para o outro;
Com doses altas, ficaram completamente incapacitadas.
Moscas viciadas em cocaína podem ajudar pesquisadores a desenvolver terapias melhores para humanos com dependência química (Imagem: Caitlyn Harris/University of Utah)
O objetivo dos pesquisadores é desenvolver terapias melhores para humanos viciados em cocaína. E as moscas permitem estudar essas questões muito mais rapidamente do que seria possível apenas com humanos.
Moscas e humanos são mais parecidos do que você imagina
Os pesquisadores já mostraram que os mesmos genes que regulam as respostas das moscas ao álcool estão envolvidos no vício em álcool em humanos. Agora, esperam descobrir o mesmo padrão com a cocaína.
Mosca Drosophila compartilha cerca de 75% dos genes que causam doenças em humanos (Imagem: nechaevkon/Shutterstock)
“A ‘humilde’ mosca se mostra novamente um bom modelo de organismo para entender a genética e os mecanismos de distúrbios humanos”, destaca Rothenfluh.
Embora o estudo ainda não esteja no estágio de desenvolver terapias específicas, essa descoberta já oferece insights fascinantes sobre como funciona a dependência química.
A mosca-doméstica (Musca domestica) é um inseto bastante comum para os seres humanos, podendo ser encontrado em todas as áreas do planeta onde há população de pessoas.
A presença desses animais é bastante incômoda na maior parte das vezes, pois além de serem inconvenientes, ainda podem transmitir doenças. Isso faz com que possamos questionar: para que as mocas existem?
Bom, acredite: por mais irritantes que sejam, as moscas também possuem seu papel determinado no planeta. O inseto faz parte da família Muscidae, e estima-se que cerca de 90% de todas as moscas em residências humanas são domésticas, de acordo com a Encyclopaedia Britannica, uma plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido.
Confira na matéria abaixo mais informações a respeito desses insetos que, apesar de serem um incômodo, são importantes para o ecossistema assim como outros animais.
Ainda que causem incômodo, as moscas também desempenham um papel importante na natureza. (Imagem: giansu/Shutterstock)
Qual o papel das moscas na natureza?
Além do incômodo, as moscas também oferecem um grande risco à saúde das pessoas, uma vez que podem transmitir diversas doenças perigosas. Entretanto, elas também desempenham um importante papel no nosso planeta.
O Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados on-line da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descreve com detalhes o inseto: “sua estrutura física conta com antenas curtas, tórax cinza com quatro listras longitudinais mais escuras, abdômen cinza ou amarelo com uma linha mediana mais escura, uma mancha irregular amarelada pálida nas margens laterais anteriores e asas transparentes.”
As moscas-domésticas, assim como outros tipos de moscas, são responsáveis por uma função importante na natureza, de acordo com um texto publicado na Universidade de La Serena, no Chile.
Jaime Pizarro, entomologista da entidade chilena, diz no artigo: “elas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo.” Sendo assim, podemos perceber que a presença do inseto na natureza ajuda a manter o equilíbrio dos compostos orgânicos.
Ainda assim, o pesquisador deixa claro que esse inseto pode ser perigoso e disseminar enfermidades, especialmente em lugares onde as condições sanitárias são precárias.
Com isso, reforça a importância de termos cuidado para evitar problemas maiores causados por sua presença. Veja abaixo algumas curiosidades sobre esses insetos.
As moscas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo. (Imagem: Diaz Aragon – Shutterstock)
Moscas-domésticas podem produzir centenas de ovos em poucos dias
Uma fêmea de mosca-doméstica consegue colocar mais de 100 ovos de cada vez, podendo produzir entre 600 e 1 mil durante sua vida. O inseto costuma colocar seus ovos em materiais em decomposição, como grama, lixo e excrementos humanos e animais.
Especificamente, esses insetos vivem por aproximadamente 15 a 30 dias em condições favoráveis, mas “podem sobreviver um pouco mais em ambientes controlados”, de acordo com o artigo da Universidade de La Serena.
As moscas-domésticas estão em todo o mundo
Não pense que esses insetos são exclusividade de lugares específicos: eles estão por todo lugar. Isso porque as larvas da mosca-doméstica se desenvolvem principalmente no lixo e nas fezes humanas, materiais que são encontrados pelo mundo todo. Entretanto, elas são encontradas principalmente em áreas urbanas.
As moscas vivem principalmente nas regiões temperadas e, mesmo que tenham a tendência de se desenvolverem durante as estações quentes, alguns dos adultos podem sobreviver durante o inverno em áreas temperadas. Segundo a ADW, as moscas-domésticas são mais ativas e vivem por mais tempo em temperaturas entre 10 ºC e 26,6 ºC, e as temperaturas extremas são prejudiciais à espécie.
São uma ameaça à saúde pública
Pode parecer impressionante, mas esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. Por conta disso, as moscas são consideradas uma ameaça potencial à saúde pública.
A Universidade da Pensilvânia detalha que as moscas-domésticas conseguem transmitir uma diversidade de doenças por conta do conteúdo de seu estômago que é regurgitado, e também excretam onde pousam para descansar. Com isso, elas passam adiante os organismos microscópicos que causam as enfermidades.
Entretanto, a velocidade e o nível de contaminação dos alimentos por esses insetos dependem de muitos fatores, como a concentração de bactérias que carregam, o tempo de contato com o alimento e a atração que exercem sobre ele. Seja como for, diversas fontes científicas são unânimes ao ressaltar que é preciso evitar, ao máximo, o contato das moscas com os alimentos.
Ainda que não seja possível eliminar por completo as moscas-domésticas, podemos adotar medidas que ajudem que elas se tornem um problema de saúde pública, como o controle de resíduos e a manutenção da higiene em casa e em espaços públicos.
Esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. (Imagem: Danny Radius/Shutterstock)
Muitas pessoas, principalmente as mais tímidas, preferem ingerir um pouco de álcool em situações das quais elas precisam se soltar, como ao flertar ou para conhecer alguém do sexo oposto. Entretanto, você sabia que isso não é uma característica exclusiva dos seres humanos?
Um estudo recente mostrou que o etanol também pode influenciar nos relacionamentos das moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), uma vez que os machos passam a ficar mais atraentes para as fêmeas quando fazem o consumo de álcool. Mas, como isso acontece exatamente?
Já é de conhecimento há algum tempo que essa espécie de mosca consome álcool na natureza, quando consome frutas açucaradas, néctar e seiva que passaram por fermentação e, por isso, possuem a substância. E qual a relação desse consumo com a atração pelas fêmeas? Veja a seguir!
Ao se alimentarem de frutas em decomposição, as moscas ingerem o álcool gerado pela fermentação. (Imagem: Fabrizio Schiavon/Shutterstock)
As moscas-da-fruta bebem álcool para ficarem mais atraentes?
Frequentemente, podemos encontrar moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) ao redor de restos de comida, já que elas consomem frutas e outros alimentos em decomposição. O estado desses alimentos faz com que eles produzam álcool, que acabam sendo consumido pelos insetos enquanto eles fazem suas refeições.
Os cientistas investigam o motivo pelo qual essas moscas são atraídas pelo álcool, além de como ele as afeta. Em estudos anteriores, houve uma demonstração de que os insetos machos da espécia iam atrás da bebida depois de serem rejeitados por fêmeas, além de que os indivíduos jovens que nunca haviam cruzado costumavam beber mais.
Para descobrir o motivo de isso acontecer exatamente, foi feito um novo estudo do Instituto Max Planck, na Alemanha, e os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Science Advances.
Contudo, um dos autores do estudo e chefe do Departamento de Neuroetologia Evolutiva do Instituto Max Planck, Bill Hansson, explica que essas afirmações adotavam uma visão antropomórfica das moscas, comparando-as com o comportamento da espécie humana.
Já a nova pesquisa sugere que esse consumo de álcool, na verdade, oferece uma vantagem reprodutiva. “Não acreditamos que as moscas bebam álcool porque estão deprimidas”, comenta Hansson. O profissional ainda acrescentou que a atração desses insetos pelos carboidratos e leveduras das frutas em decomposição, além do álcool, não pode ser analisada de forma separada.
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie. (Imagem: Nechaevkon/Shutterstock)
O que as moscas “ganham” com o consumo de álcool?
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie, de acordo com o que foi revelado pelo estudo. A conclusão foi de que beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento.
Os feromônios são liberados no ar pelo indivíduo como influência para o comportamento de outro da mesma espécie. Os machos, principalmente os que nunca haviam acasalado, mostraram grande atração pelo álcool.
E esse mecanismo é bastante complexo: os pesquisadores encontraram três circuitos neurais diferentes envolvidos no consumo de álcool no cérebro das moscas. Os dois primeiros deles têm a ver com o olfato, sendo responsáveis por guiar os insetos até a bebida. Entretanto, assim como acontece com os humanos, o álcool também é tóxico e pode fazer mal.
Então, aí entra o terceiro circuito, que fica encarregado de evitar que a mosca consuma a substância em excesso. Isso faz com que altas concentrações de álcool tenham um odor repulsivo para os insetos, afastando-os e, assim, evitando complicações na saúde deles.
De acordo com Ian Keesey, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Nebraska: “isso significa que as moscas têm um mecanismo de controle que lhes permite obter todos os benefícios do consumo de álcool sem correr o risco de intoxicação alcoólica”. O que seria bastante útil para os seres humanos, não é mesmo?
Para fazer a pesquisa, os cientistas uniram estudos fisiológicos, como técnicas de imagem para visualizar processos no cérebro das moscas, além de análises químicas de odores ambientais, e também estudos comportamentais.
Beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento. (Imagem: Tomasz Klejdysz/Shutterstock)