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Sua Páscoa pode ser um pouco diferente em 2025 – por razões científicas

Se você parar qualquer pessoa na rua agora e perguntar para ela qual a maior tradição da Páscoa, ela provavelmente vai responder que são os ovos de chocolate. Sim, originalmente, esse importante feriado cristão trata sobre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo – e, portanto, tem um grande valor religioso. Mas, com o passar dos anos, a data ganhou cada vez mais relevância comercial.

São escolas levando coelhinhos fantasiados no intervalo, pais inventando brincadeiras de caça aos ovos com os filhos e colegas de trabalho promovendo “amigos chocolate”. Não podemos negar que a Páscoa gira em torno desse doce. E aí vem a má notícia: sua Páscoa pode ser um pouco diferente em 2025.

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O portal g1 ouviu especialistas e eles decretaram que o feriado deste ano deve ter uma quantidade menor de ovos, um chocolate mais caro e produtos com menos cacau.

Você pode até achar que a culpa é de uma suposta ganância dos empresários ou do atual governo federal. A explicação para esse movimento, no entanto, é científica e climática. E o Olhar Digital mostra agora para vocês.

Existe uma boa possibilidade de o coelhinho da Páscoa ficar devendo ovos de chocolate neste ano – Imagem: DRubi/Shutterstock

Por que o chocolate está mais caro?

  • O aumento do preço desse doce é global e ocorre por causa do cacau, a matéria-prima do chocolate.
  • Em dezembro do ano passado, a tonelada desse fruto bateu recorde: chegou a custar US$ 11.040, segundo cotação da Bolsa de Valores de Nova York.
  • Para você ter uma ideia, esse número representa um avanço de 163% na comparação com o mesmo período de 2023.
  • A explicação para isso vem da África, onde ficam os principais produtores de cacau do mundo.
  • As mudanças climáticas também atingiram o continente e vieram em forma de estiagem e inundações fora de época.
  • Esses fatores levaram à perda de lavouras inteiras, principalmente na Costa do Marfim, país que responde por 45% das plantações desse fruto no planeta.
  • E aí entra a lei de mercado: uma menor oferta, mas com procura igual leva ao aumento dos preços.
  • A situação fica ainda mais grave se olharmos para o recorte dos anos anteriores.
  • A produção global dessa commodity caiu nos últimos 3 anos.
  • Segundo a Organização Internacional do Cacau, desde a safra 2021/2022, os países já deixaram de produzir 758 mil toneladas.
  • “Mas o Brasil não produz o próprio cacau?”, você pode estar se indagando aí do outro lado.
  • A resposta é não – a gente até planta cacau, mas respondemos apenas por 4% da produção mundial.
  • No ano passado, por exemplo, o mercado brasileiro demandou cerca de 229 mil toneladas, mas colheu apenas 180 mil toneladas.
  • Ou seja, precisamos importar e sofremos influência do preço internacional do fruto.
As mudanças climáticas têm um papel central no encarecimento do preço do chocolate no mundo – Imagem: Aphelleon/Shutterstock

Reflexo nas prateleiras

Com o cacau mais caro, a indústria e o comércio tiveram de se adaptar. E isso significam algumas coisas. A primeira delas é uma menor quantidade de ovos.

Serão produzidos cerca de 45 milhões de unidades, uma queda de 22% em relação a 2024, quando a fabricação ficou em 58 milhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).

Com o cacau mais caro, e projetando uma queda nas vendas (por causa da alta dos preços), as empresas decidiram produzir menos ovos.

Falando em preços, dados do IBGE apontam que o valor do chocolate em barra e do bombom subiu 16,53% no acumulado em 12 meses até janeiro. Como os ovos de Páscoa são naturalmente mais caros (por uma questão de marketing e mercado), a tendência é que o percentual seja ainda maior nesse feriado.

Outra alternativa encontrada pela indústria foi a diminuição das embalagens (algo que as pessoas que costumam ir ao mercado já perceberam faz tempo). As empresas até conseguem segurar o preço, mas só porque oferecem uma quantidade menor do produto. E isso quase sempre vem explicado em letrinhas pequenininhas…

O cacau ficou mais caro nos últimos anos, mas não só ele; a inflação anda implacável com o nosso bolso – Imagem: photocrew1/Shutterstock

E quando os preços devem baixar?

Segundo especialistas, as expectativas para 2025 são de um possível aumento da produção mundial, com uma queda na demanda. Os dois fatores podem fazer com que o preço melhore.

Mas isso não será instantâneo. E vai depender bastante também da próxima grande safra de cacau. Estamos falando de uma planta que demora de 5 a 6 anos para dar bons frutos. E que corre o risco de novas tragédias climáticas atrapalharem os planos.

Em condições tidas como normais, a tonelada do cacau fica em aproximadamente US$ 6 mil na Bolsa de Valores de Nova York. Ou seja, quase metade do valor alcançado em dezembro.

Diante desse cenário de incerteza, a sugestão é reduzir, por ora, a sobremesa. Ou apostar em opções mais saudáveis, como as frutas. Fato é que sua Páscoa tende a ser bem diferente neste ano. Com possibilidade real desse quadro se repetir em 2026.

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Satélite da Nasa vai mudar o jogo na resposta a eventos climáticos

A Nasa está trabalhando em satélites autônomos alimentados por IA que podem operar sem supervisão humana para aprimorar o monitoramento de desastres. Isso pode aprimorar o processamento de imagens em tempo real e acelerar a tomada de decisões — quando se trata do clima, cada segundo importa.

A nova empreitada da agência espacial americana é o Dynamic Targeting, um sistema controlado por IA que permite que os satélites processem dados de imagem a bordo. O equipamento foi desenvolvido em parceria com a startup de inteligência de satélites Ubotica, sediada na Irlanda.

A tecnologia foi testada recentemente durante os incêndios florestais em Los Angeles, nos Estados Unidos, e no período das enchentes históricas de Valência, na Espanha.

Sistema com mediu extensão das enchentes em Valência (Imagem: Nasa/Divulgação)

O sistema foi integrado ao satélite CogniSAT-6, equipado com a plataforma Live Earth Intelligence (LEI) e emparelhado com o SPACE:AI, que permite o processamento de dados de forma autônoma e a transmissão de insights para a Terra em minutos.

No caso da Espanha, o modelo executado a bordo estimou que 21% da região observada estava submersa, fornecendo uma avaliação imediata da gravidade da enchente. Em comparação, os sistemas tradicionais podem levar dias para que os dados brutos completos sejam baixados.

“Esta demonstração tecnológica destaca o papel vital dos satélites inteligentes, autônomos e habilitados por IA no fornecimento de dados críticos em tempo real para auxiliar na mitigação de desastres e, finalmente, salvar vidas”, disse Fintan Buckley, CEO da Ubotica.

Caso a captura de imagem seja prejudicada pela cobertura de nuvens, o sistema de IA alerta os demais satélites para tentarem novamente, eliminando a necessidade de os operadores remarcarem os equipamentos manualmente.

A Ubotica já trabalhou com a Nasa em outro projeto para aplicar o processamento de imagens orientado por IA a bordo da Estação Espacial Internacional. Em 2022, a startup fechou um contrato de US$ 632.000 com o Jet Propulsion Lab para criar o Dynamic Targeting.

Nasa monitorou incêndios florestais na Califórnia no início do ano (Imagem: Nasa/Divulgação)

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Corrida geopolítica

Esse tipo de tecnologia não é novidade do outro lado do mundo, na China. O país asiático já incorporou sistemas de IA para observação da Terra com os satélites Tiantuo e Zhuhai, operados em parceria com a empresa Zhuhai Orbita.

Satélites autônomos auxiliam não só na resposta a desastres climáticos, mas também podem fornecer inteligência estratégica sobre mudanças ambientais, segurança marítima e até movimentos militares.

A Nasa e a Ubotica estão trabalhando em conjunto com agências de defesa nos Estados Unidos e na Europa para proteger ativos marítimos, como cabos submarinos e parques eólicos offshore, além da detecção de atividades suspeitas de embarcações.

“É importante proteger a vasta rede de cabos de comunicação subaquáticos de alta velocidade, pois eles frequentemente estão sujeitos a danos acidentais ou deliberados”, disse Buckley ao site Fast Company. “A chave é identificar e avisar as embarcações antes que qualquer dano ocorra e, se um incidente acontecer, rastrear e responsabilizar o infrator.” 

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Ártico: o primeiro dia sem gelo pode estar chegando

O aumento das temperaturas do planeta já causa efeitos claros no Ártico. De acordo com cientistas, a região vem aquecendo cerca de quatro vezes mais rápido do que a média global, o que pode deixar o local sem gelo num futuro próximo.

Em fevereiro deste ano, partes do Ártico registraram temperaturas de até 20ºC acima do normal. Além disso, o gelo marinho atingiu o nível mais baixo já registrado no período, marcando o terceiro mês consecutivo de baixas recordes.

Região desempenha um papel vital nas temperaturas globais

Um relatório da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos aponta que o Ártico agora existe dentro de um “novo regime”, onde sinais como perda de gelo marinho e temperaturas oceânicas nem sempre quebram recordes, mas são consistentemente mais extremos em comparação com o passado.

Já um estudo da Universidade de Hamburgo destaca que a região ficará sem gelo no verão em algum momento até 2050. Pior do que isso: o primeiro dia sem gelo pode acontecer ainda antes do final desta década.

Derretimento do Ártico vai gerar consequências globais (Imagem: Trismegist san/Shutterstock)

Os cientistas alertam que este é um problema com consequências globais. O Ártico desempenha um papel vital nas temperaturas globais e nos sistemas climáticos. Seu declínio acelera o aumento do nível do mar.

Além disso, o gelo marinho age como um espelho gigante, refletindo a luz do sol para longe da Terra e de volta para o espaço. À medida que encolhe, mais energia do sol é absorvida pelo oceano escuro, que acelera os efeitos das mudanças climáticas.

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Degelo amplifica efeitos das mudanças climáticas (Imagem: Aphelleon/Shutterstock)

Situação no Ártico pode causar desequilíbrio climático global

  • Outro ponto de alerta são os incêndios florestais cada vez mais frequentes e intensos.
  • Estes fenômenos estão alterando o ecossistema.
  • Por milhares de anos, a paisagem arbustiva da tundra ártica armazenou carbono, mas as chamas e o degelo do permafrost estão fazendo com que esta região agora libere mais carbono do que armazena.
  • Isso significa que o gelo terrestre derrete mais rápido, aumentando o nível do mar.
  • O rápido aquecimento na região também enfraquece a corrente de jato, alterando os sistemas climáticos que afetam bilhões de pessoas.
  • Isso faz com que as condições climáticas durem mais, levando a ondas de calor mais persistentes, por exemplo.

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Este caranguejo tem um ‘dom’ que será útil diante das mudanças climáticas

Não são apenas os humanos que sofrem os impactos das mudanças climáticas. Várias espécies de animais ao redor do mundo correm, inclusive, o risco de extinção devido ao aumento das temperaturas médias do planeta.

No entanto, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Plymouth, na Inglaterra, aponta que algumas criaturas podem ser mais resistentes. Segundo a equipe, o caranguejo-vermelho (Gecarcoidea natalis) pode sobreviver a variação na salinidade das águas costeiras.

Diminuição da salinidade das águas

  • Segundo os cientistas, o aumento das chuvas provocado pelas mudanças climáticas deve reduzir significativamente a salinidade das águas costeiras.
  • Este cenário criará um ambiente diferente para o desenvolvimento dos embriões do caranguejo-vermelho.
  • Para entender como essa mudança pode impactar a espécie, os cientistas realizaram experimentos expondo embriões a diferentes níveis de salinidade.
  • A pesquisa se concentrou em quatro diferentes concentrações de água do mar: 100%, 75%, 50% e 25% de salinidade.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado no Journal of Experimental Biology.
Alterações na água podem impactar desenvolvimento dos embriões do caranguejo-vermelho (Imagem: Olena Lialina/iStock

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Caranguejo-vermelho está adaptado para suportar algumas mudanças ambientais

Durante o trabalho, os pesquisadores acompanharam diversos parâmetros fisiológicos dos embriões durante um período de 24 horas. Ao contrário do esperado, a diminuição da salinidade não afetou aspectos críticos do desenvolvimento embrionário tardio ou da fase imediatamente após a eclosão.

De acordo com os cientistas, fatores como o tempo do primeiro batimento cardíaco, a primeira atividade motora e a frequência cardíaca após a eclosão permaneceram inalterados. Isso indica que o caranguejo-vermelho pode estar adaptado para suportar estas mudanças ambientais.

Estudo indica que espécie pode não sofrer prejuízos com as mudanças ambientais (Imagem: Sofia Varano/Shutterstock)

Apesar de ser uma boa notícia para a sobrevivência da espécie, a equipe alerta que a pesquisa considerou apenas um curto período de tempo e que são necessários novos trabalhos para avaliar os efeitos de outros fatores ambientais, como temperatura e poluição.

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A Ciência prevê uma nova ‘Era do Gelo’ – mas algo pode impedir isso

O aumento da temperatura média do planeta já tem causado o derretimento de geleiras em diversas partes do mundo. No entanto, segundo um novo estudo, as mudanças climáticas podem trazer impactos ainda mais severos.

Pesquisadores apontam que o aquecimento da Terra pode inviabilizar a ocorrência de uma nova era glacial, prevista pela ciência para ocorrer daqui a 10 mil anos. Isso significa que a atividade humana já é capaz de impactar os ciclos naturais.

Nova era glacial pode estar em risco

  • Os cientistas explicam que o nosso planeta sempre passou por ciclos de calor e frio, eras glaciais e interglaciais.
  • Estes fenômenos são causados por mudanças em três propriedades da Terra e sua órbita ao redor do Sol.
  • Juntos, eles são chamados de ciclos de Milankovitch, em homenagem ao físico sérvio do início do século XX Milutin Milankovitch.
  • Os principais atores nesses ciclos são a obliquidade da Terra, a precessão de seu eixo de rotação e a forma da órbita do nosso planeta ao redor do Sol.
  • A partir deste entendimento, pesquisadores conseguiram datar quando deve acontecer a próxima era glacial: daqui 10 mil anos.
  • Mas a atividade humana pode mudar este cenário, segundo conclusões apresentadas em um estudo publicado na revista Science.

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Padrão foi quebrado pela atividade humana

No trabalho, a equipe analisou registros de um milhão de anos de mantos de gelo e temperaturas oceânicas profundas e combinou estas informações com fases específicas nos ciclos de Milankovitch. O resultado foi a descoberta de um padrão previsível.

Segundo eles, o fim de qualquer era glacial, a última das quais foi há 11.700 anos, é provocado por uma combinação de mudanças na precessão do eixo da Terra, que afeta o pico do aquecimento do verão no hemisfério norte, e variações na obliquidade, que afeta a energia solar total recebida em altas latitudes.

Aumento das temperaturas inviabilizam novas eras glaciais (Imagem: 418studio/Shutterstock)

No entanto, os efeitos das mudanças climáticas causadas pelo homem serão tão duradouros que podem impedir que a próxima era glacial aconteça. A pesquisa observa que “essa transição para um estado glacial em 10 mil anos é muito improvável de acontecer, porque as emissões humanas de dióxido de carbono na atmosfera já desviaram o clima de seu curso natural, com impactos de longo prazo no futuro”.

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Borboletas estão desaparecendo nos EUA. Por quê?

As borboletas americanas estão desaparecendo devido ao uso de inseticidas, mudanças climáticas e perda de habitat, com uma queda de 22% na população desde 2000, conforme revela um estudo.

A pesquisa, publicada no jornal Science, é a primeira análise nacional sobre o assunto, mostra uma redução média de 1,3% ao ano no número de borboletas nos 48 estados continentais dos EUA, com 114 espécies em declínio e apenas nove em crescimento.

Detalhes do estudo

  • O estudo, que analisou quase 77 mil pesquisas e contou 12,6 milhões de borboletas, também observou um recorde baixo de borboletas-monarcas, que quase desapareceram, com menos de 10.000 registradas no mês passado, comparado a 1,2 milhões em 1997.
  • A perda de borboletas é considerada “catastrófica” e, embora o declínio anual pareça pequeno, ao longo de décadas pode resultar na perda de metade das espécies de borboletas.
  • Espécies raras e menos estudadas são motivo de preocupação, e algumas, como a borboleta St. Francis Satyr, podem já estar extintas.
As borboletas-monarcas estão entre as espécies que mais diminuíram ao longo dos últimos 20 anos – Imagem: Marv Vandehey / Shutterstock

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As borboletas, além de serem polinizadoras importantes, são um sinal da saúde ecológica, alertando sobre o estado dos ecossistemas e da natureza.

O estudo revela que as áreas mais quentes e secas, como o sudoeste dos EUA, enfrentam os maiores declínios, e os inseticidas são apontados como a principal causa. No entanto, restaurar habitats e mudanças no uso de pesticidas oferecem esperança para a recuperação dessas espécies.

Borboletas são polinizadoras e seu gradual desaparecimento liga sinal de alerta, destacando a necessidade de recuperar as espécies – Imagem: Kevin Wells Photography/Shutterstock

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Mudanças climáticas podem gerar riscos até no espaço!

Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, aponta que as mudanças climáticas podem ter reflexos que serão sentidos fora do nosso planeta. Mais precisamente, na órbita da Terra.

Segundo o trabalho, o aumento médio das temperaturas provocará uma redução do número de satélites espaciais. Isso porque as emissões de gases de efeito estufa tornarão insustentável a manutenção das operações com segurança.

Satélites serão afetados

  • Os cientistas explicam que o dióxido de carbono (CO₂) e outros gases de efeito estufa podem fazer com que a atmosfera superior encolha.
  • A termosfera, por exemplo, é onde a Estação Espacial Internacional e a maioria dos satélites orbitam hoje.
  • Quando ela se contrai, a densidade decrescente reduz o arrasto atmosférico, uma força que puxa satélites antigos e outros detritos para altitudes onde encontrarão moléculas de ar e queimarão.
  • Menos arrasto significa vida útil prolongada para o lixo espacial, o que potencialmente aumentará o risco de colisões espaciais.
  • Simulações realizadas pela equipe sugerem que, até o ano 2100, o número de satélites que poderá operar com segurança será reduzido de 50% a 66%.
Representação da rede global de satélites (Imagem: New Africa/Shutterstock)

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Risco de aumento do lixo espacial

Atualmente, existem mais de 10 mil satélites à deriva na órbita baixa da Terra, região que vai até 2 mil quilômetros da superfície da Terra. Esses equipamentos fornecem serviços essenciais, incluindo internet, comunicações, navegação, previsão do tempo e serviços bancários.

Em função do aumento considerável no número destes dispositivos, são necessárias constantes manobras para evitar colisões no espaço. No caso de um cenário com risco cada vez maior de acidentes do tipo, os detritos espaciais aumentariam e poderiam permanecer em órbita por décadas ou séculos.

Aumento das temperaturas na Terra pode aumentar a quantidade de lixo espacial (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

Além de aumentar a chance de novas colisões, isso traria prejuízos ainda não totalmente conhecidos para o nosso planeta. As conclusões foram descritas em publicação realizada pela equipe de pesquisadores na EurekAlert.

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Mudanças climáticas ameaçam uma das nossas frutas favoritas

As mudanças climáticas tornarão inviável a produção de uma das frutas mais consumidas no planeta. A conclusão faz parte de uma nova pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de Exeter, na Inglaterra.

Segundo o trabalho, o aumento das temperaturas deixará insustentável o plantio de bananas em muitas áreas da América Latina e do Caribe até 2080. Isso pode causar reflexos importantes na alimentação de milhões de pessoas.

Muito mais do que uma questão ambiental

  • As bananas são uma cultura de exportação considerada crucial para as economias de muitos países.
  • No entanto, 60% das regiões produtoras enfrentarão dificuldades para continuar cultivando a fruta nas próximas décadas.
  • De acordo com os pesquisadores, a conclusão da pesquisa serve de alerta para os impactos das mudanças climáticas.
  • A equipe destaca que o aumento médio das temperaturas não é apenas uma questão ambiental, mas uma ameaça direta à segurança alimentar global e aos meios de subsistência.
  • Sem investimentos substanciais em adaptação, incluindo irrigação e variedades tolerantes ao calor, o futuro da produção deste alimento pode ser inviável.
  • Isso impactará não apenas os consumidores, mas também milhões de trabalhadores nos países produtores.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature Food.
Plantio de bananas pode se tornar inviável em razão do calor (Imagem: Hanna_photo/Shutterstock)

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Falta de bananas pode gerar crise alimentar

As conclusões do estudo são fruto de um novo método que utilizou imagens de satélite para mapear a produção de banana na América Latina e no Caribe em altíssima resolução. Em seguida, os pesquisadores estimaram o clima sob o qual as frutas são cultivadas preferencialmente.

As descobertas mostraram que as mudanças climáticas reduzirão as melhores áreas para o cultivo e a produção de bananas em muitos países produtores importantes, além de aumentar a exposição dos trabalhadores a temperaturas extremas.

Principais produtores devem ser impactados (Imagem: itaci/Shutterstock)

Países como Colômbia e Costa Rica serão os mais impactados, pois espera-se que se tornem muito quentes para o cultivo ideal. Já o Equador e partes do Brasil estão entre as poucas áreas que permanecerão como produtores importantes.

Os pesquisadores ainda propõem várias estratégias de adaptação, incluindo a expansão da infraestrutura de irrigação, o cultivo de variedades de banana tolerantes ao calor e à seca e o apoio aos produtores de banana no gerenciamento dos riscos climáticos.

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Rios atmosféricos intensos podem estar repondo o gelo da Groenlândia

A camada de gelo da Groenlândia é a maior massa congelada do Hemisfério Norte, tendo uma espessura de cerca de 3 mil metros. Nas últimas décadas, ela está derretendo e preocupando os cientistas. Porém, um grupo de pesquisadores descobriu que os rios atmosféricos, um fenômeno climático que se pensava derreter a neve, estão ajudando a repor esse manto gelado.

Esses fluxos na atmosfera são normalmente associados ao transporte de calor e umidade de baixas latitudes para o Ártico. Na maioria dos casos, isso acaba por intensificar o derretimento de gelo.

No entanto, em março de 2022, um rio atmosférico intenso liberou 16 bilhões de toneladas de neve na Groenlândia. Isso foi o suficiente para compensar a perda anual de gelo da camada em 8%, relata o estudo.

Rios atmosféricos no Pacífico Central (imagem: NOAA / Wikimedia Commons)

A quantidade de neve fresca também foi responsável por recarregar o manto gelado do inverno. Essa nova carga de material congelado aumentou o albedo da neve e atrasou o início do derretimento em quase duas semanas.

“Fiquei surpreso com a quantidade de neve que foi despejada na camada de gelo em um período tão curto”, disse o coautor do estudo Alun Hubbard, glaciologista de campo nas Universidades de Oulu, Finlândia, e da Universidade Ártica de Tromsø, Noruega.

Uma grande nevasca mudou tudo

O Ártico aqueceu quatro vezes mais do que a média global desde 1980. As temperaturas mais altas devido às mudanças climáticas significam mais chuva, menos neve e um degelo mais intenso

Com isso, espera-se que os rios atmosféricos aumentem de tamanho, sejam mais frequentes e tenham intensidade acentuada em respostas as mudanças do clima. Essa alteração é preocupante, pois caso a camada de gelo da Groenlândia derreta, o nível do mar subiria mais de sete metros.

A geoquímica Hannah Bailey, autora principal do estudo e pesquisadora na Universidade de Oulo, estava trabalhando em Svalbard em março de 2022 quando o fluxo atmosférico atingiu a ilha. Chuvas pesadas caíram sobre o local por dias, transformando a camada de neve do inverno em um atoleiro.

Um estacionamento com motos de neve em Longyearbyen, Svalbard
Um estacionamento com motos de neve em Longyearbyen, Svalbard
(Imagem: Schwarz Weiss / Wikimedia Commons)

Escavações na neve revelam o passado

Um ano depois, Bailey e Hubbard foram em busca de estudar traços do evento no sudeste da Groenlândia. Ambos queria compreender o impacto da nevasca no manto congelado.

Lá, a cerca de 2 mil metros acima do nível do mar, o frio é suficiente para que a neve se acumule ano após ano. Ela se comprime em camadas mais densas, chamadas de firn, e eventualmente se compacta em gelo glacial.

Nessa área, o grupo cavou um grande buraco no manto congelado e coletou amostras de 15 metros de firn. Nelas estão registrados quase uma década de acúmulo de neve.

Manto de neve da Groenlândia
Manto de neve da Groenlândia, a maior massa congelada do Hemisfério Norte. (Imagem: InformationToKnowledge / Wikimedia Commons)

A equipe usou isótopos de oxigênio e a densidade de diferentes camadas para calcular o perfil de idade e as taxas de acumulação da neve. Eles então compararam os dados climáticos e de tempo na área no mesmo período.

“Usar amostragem de núcleo de firn de alta elevação e análise isotópica nos permitiu localizar a queda de neve extraordinária deste rio atmosférico”, disse Bailey. 

Rios atmosféricos podem ajudar a camada congelada

O rio atmosférico atingiu Svalbard com chuvas intensas. Mas, a 2 mil quilômetros de distância, trouxe neve em abundância para o sudeste da Groenlândia. Somente no dia 14 de março, 11,6 bilhões de toneladas de neve caíram sobre a camada de gelo. Cerca de 4,5 bilhões de toneladas se adicionaram ao montante nos dias seguintes.

Após três dias, a nevasca trouxe neve suficiente para compensar a perda de massa da camada de gelo em 8% no ano hidrológico de 2021-2022. Com a adição de neve fresca, o início do derretimento do gelo no verão atrasou cerca de 11 dias, apesar das temperaturas da primavera terem ficado acima da média, segundo diz o estudo.

Gelo da Groenlândia derretendo
Gelo da Groenlândia derretendo (Imagem: NASA ICE)

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“Infelizmente, a camada de gelo da Groenlândia não será salva pelos rios atmosféricos”, disse Hubbard. “Mas o que vemos neste novo estudo é que, ao contrário das opiniões predominantes, sob as condições certas, os rios atmosféricos podem não ser todas más notícias.”

É necessário mais pesquisas para se compreender os efeitos complexos dos rios atmosféricos na Groenlândia. Porém, se o aquecimento global continuar, toda a precipitação desses fluxos cairá como chuva, agravando a perda de gelo, explica e conclui Bailey.

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La Niña: fenômeno climático deve ter vida curta em 2025

Você provavelmente já ouviu falar do La Niña. Este fenômeno climático, o oposto do El Niño, é caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, além da intensificação dos ventos alísios e modificação da circulação atmosférica.

Isso pode resultar em aumento de chuvas em certas áreas e estiagem em outras, afetando o clima global. No entanto, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o fenômeno deve ter uma vida bastante curta.

La Niña pode desaparecer ainda no primeiro semestre

As previsões dos Centros Produtores Globais de Previsão Sazonal da OMM indicam que as atuais temperaturas da superfície do mar, mais frias do que a média no Pacífico equatorial, devem voltar ao normal logo. Há uma probabilidade de 60% de que isso aconteça entre março e maio deste ano, e de 70% entre abril e junho.

La Niña é um fenômeno climático ‘oposto’ ao El Niño (Imagem: FrankHH/Shutterstock)

Por outro lado, as chances de surgimento de um novo El Niño são consideradas extremamente baixas para os próximos meses. No entanto, é difícil prever o que deve acontecer a longo prazo, destacam os pesquisadores da Organização Meteorológica Mundial.

De qualquer forma, o aquecimento do planeta causado pelas mudanças climáticas continua bastante perceptível. É por conta dele, por exemplo, que as temperaturas continuam muito altas em todas as partes do planeta, apesar da incidência do La Niña.

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Anomalia da temperatura dos oceanos em novembro de 2007, sob influência de um La Niña (Imagem: reprodução/NASA)

Efeitos esperados no Brasil

  • O último La Niña aconteceu entre 2020 e 2023.
  • Durante este fenômeno climático, a temperatura do Oceano Pacífico na região tropical fica abaixo da média.
  • Esse resfriamento provoca uma série de efeitos, que incluem chuvas mais intensas na Ásia e condições mais secas em algumas áreas da América do Sul.
  • No Brasil, o fenômeno deve trazer mais chuvas para as regiões Norte e Nordeste.
  • O tempo deverá ficar mais seco no Centro-Sul, com chuvas irregulares, com possibilidade de geadas tardias e estiagem durante o verão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
  • O fenômeno ainda cria condições mais favoráveis para a entrada de massas de ar frio no Brasil, gerando maior variação térmica.
  • Isso pode ser favorável para a agricultura, especialmente para o cultivo da soja no Rio Grande do Sul, um dos principais produtores do país.

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