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Antártida: Buraco na camada de ozônio diminui graças a esforço global

O buraco na camada de ozônio em cima da Antártida está diminuindo. E isso graças ao esforço global para reduzir emissão de substâncias que degradam o ozônio. É o que aponta um estudo recente, liderado por pesquisadores do MIT e publicado na Nature na quarta-feira (05).

Evidências da redução do buraco já tinham sido apontadas. Mas esta é a primeira pesquisa a fazê-lo com alto grau de certeza. “A conclusão é que, com 95% de confiança, ele está diminuindo. O que é incrível”, disse a autora do estudo, Susan Solomon, num comunicado publicado pelo MIT.

Isso mostra que realmente podemos resolver problemas ambientais.

Susan Solomon, autora do estudo e principal química especializada em atmosfera no MIT

Camada de ozônio atua como escudo para a Terra – e há um buraco na Antártida (que pode se fechar em breve)

A camada de ozônio é uma região da estratosfera localizada entre 15 e 30 quilômetros acima da superfície da Terra. Ela possui alta concentração de gás ozônio em comparação a outras partes da atmosfera. Ao absorver parte dos raios ultravioleta prejudiciais do Sol, ela atua como um escudo para a vida no planeta.

Camada de ozônio fica na estratosfera e protege a vida na Terra dos raios ultravioleta prejudiciais do Sol (Imagem: Governo dos EUA)

Nas décadas de 1970 e 1980, ficou claro que um grande buraco na camada de ozônio se formava sobre a Antártida. A degradação foi atribuída principalmente aos clorofluorocarbonetos (CFCs) – compostos sintéticos usados ​​em sprays aerossóis, solventes e refrigerantes. Ao atingirem a estratosfera, eles liberam átomos de cloro que catalisam a quebra das moléculas de ozônio.

A degradação da camada de ozônio ocorre no Polo Sul por conta das temperaturas extremamente baixas da região. Também se deve à presença de nuvens estratosféricas polares e às condições únicas do vórtice polar. Essas aprisionam os produtos químicos que degradam o ozônio.

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Trabalhos na Antártida e no mundo

Susan foi uma das primeiras cientistas a ir para a Antártida para reunir evidências que confirmassem o papel dos CFCs na degradação do ozônio. Ela foi em 1986, quando trabalhava na Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).

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Evidências sobre buraco na camada de ozônio sobre a Antártida motivaram a criação do Protocolo de Montreal em 1987 (Imagem: Artsiom P/Shutterstock)

As evidências mostraram que o mundo precisava agir. Em 1987, 197 países e a União Europeia assinaram o Protocolo de Montreal. Graças a ele, ocorreu a eliminação das substâncias que degradam o ozônio, como os CFCs usados em refrigeradores e aerossóis.

Com 15 anos de dados observacionais agora disponíveis, pesquisadores estão confiantes em afirmar que a camada de ozônio se recupera. Se essa tendência continuar, eles antecipam que a camada sobre a Antártica pode se “curar” em aproximadamente dez anos. Estão deixando a gente sonhar.

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EUA: impactos das mudanças climáticas na saúde já são notados

Uma nova pesquisa revela que, na última década, os americanos se tornaram mais conscientes dos impactos das mudanças climáticas na saúde pública.

Realizada em dezembro e divulgada na última sexta-feira (28), a pesquisa mostra um aumento na confiança em determinados setores e profissionais como fontes de informação sobre os efeitos do aquecimento global na saúde.

Especificamente, foram citados: médicos, cientistas climáticos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e agências governamentais – como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Agência de Proteção Ambiental (EPA).

Apesar desse aumento de confiança, a administração de Donald Trump fez propostas que enfraqueceram essas entidades, incluindo cortes no orçamento da EPA, demissões no CDC e a retirada dos EUA do Acordo de Paris e da OMS.

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Efeitos do aquecimento global na saúde já vem sendo notados com clareza pelas pessoas – Imagem: Keyframe’s/ Shutterstock

Dados revelados pela pesquisa

  • A pesquisa, conduzida por Yale e a Universidade George Mason, revelou que 39% dos americanos acreditam que o aquecimento global está prejudicando a saúde, um aumento de 8% desde 2014, e 37% identificaram pelo menos um risco à saúde relacionado ao clima, como problemas respiratórios e calor extremo.
  • Além disso, muitos acreditam que os danos à saúde, como insolação, asma e doenças pulmonares, serão mais frequentes nos próximos 10 anos, especialmente em comunidades vulneráveis, como populações de baixa renda e minorias.
  • O estudo também destacou um aumento na confiança em cientistas e médicos para educar a população sobre os riscos climáticos à saúde, o que surpreendeu os pesquisadores, dado o declínio geral na confiança em profissionais de saúde após a pandemia de COVID-19.

A pesquisa também revelou que, apesar do aumento da compreensão sobre as ameaças à saúde, 15% dos americanos ainda acreditam que a energia eólica prejudica a saúde, e 12% acham o mesmo sobre a energia solar, embora tais alegações não sejam comprovadas.

No geral, os resultados sugerem um aumento na conscientização pública, o que pode fortalecer os esforços para combater as mudanças climáticas.

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Problemas respiratórios estão entre as doenças que as pessoas vem atribuindo aos efeitos do clima – Imagem: mi_viri/shutterstock

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Japão enfrenta o maior incêndio florestal em mais de 30 anos

Autoridades do Japão seguem preocupadas com um incêndio florestal na cidade de Ofunato, na região de Iwate, na costa nordeste do país. O fogo começou na quarta-feira (26) e continua se espalhando para algumas áreas de mata.

Na última atualização, mais de 80 casas e edifícios foram danificados e cerca de 3.200 pessoas foram afetadas pela tragédia – 2.000 fugiram para outras cidades e 1.200 foram transferidas para abrigos. Pelo menos uma pessoa morreu.

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Um porta-voz da agência japonesa para gestão de desastres disse que o governo ‘ainda avalia a magnitude do incêndio, mas que já é possível afirmar que ele é o maior desde 1992’.

Nessa data, o fogo destruiu 1.030 hectares da pequena Kushiro, que fica na ilha de Hokkaido. O episódio deste ano, porém, já é pior. Segundo informações da imprensa local, o incêndio atual já se espalhou por mais de 2.100 hectares.

Uma das principais preocupações é com a velocidade com que o fogo se espalha. A área atingida quase dobrou em relação à última sexta-feira (28).

https://twitter.com/NHKWORLD_News/status/1895426837486219670

Seca e vento

  • Especialistas explicam que esses incêndios florestais de grandes proporções têm duas explicações principais: a falta de chuva e o vento forte que sopra nesta época do ano.
  • É verdade que o número de casos de incêndio no Japão diminuiu desde o pico na década de 1970.
  • Os últimos 3 anos, porém, mostram uma tendência de alta – e a causa é climática.
  • Os meteorologistas afirmam que esse é o inverno mais seco desde que o governo começou as medições da atual série histórica, em 1946.
  • Ofunato registrou apenas 2,5 mm de chuva em fevereiro.
  • Esse número fica muito abaixo da média dos anos anteriores, que foi de 41 mm para o mesmo período.
  • O primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, prometeu mobilizar quantos bombeiros e agentes forem necessários para tentar limitar os danos.
  • De acordo com a imprensa local, mais de 2 mil pessoas atuam, neste momento, no combate às chamas.
  • O alívio, no entanto, não virá de mãos humanas, mas sim da natureza.
  • A agência meteorológica espera que neve caia nos próximos dias – e que, por causa do calor, ela vire chuva nesse processo.
O Japão é conhecido por suas grandes metrópoles, a alta tecnologia e, mais recentemente, pelos frequentes incêndios florestais – Imagem: Savvapanf Photo/Shutterstock

As mudanças climáticas e os incêndios florestais

Além dessa seca descomunal em fevereiro, o Japão vem sofrendo com outros problemas climáticos nos últimos tempos. O ano de 2024, por exemplo, foi o mais quente da história da ilha. Já 2023 foi marcado por uma sequência de mais de 1.300 incêndios florestais, concentrados no período de fevereiro a abril.

Outros países também vivem uma realidade parecida. Você deve se lembrar de notícias sobre grandes incêndios florestais recentes no Chile, nos Estados Unidos, na Grécia, no Canadá, na Espanha e na Itália.

São episódios cada vez mais comuns e que, segundo especialistas, ocorrem por causa das mudanças climáticas. Um estudo publicado na revista Nature em 2023 afirma que o aquecimento global deve aumentar a frequência de incêndios florestais “extremos” em 25%.

Os pesquisadores examinaram uma série de casos de 2003 a 2020 e usaram Inteligência Artificial para analisar a ligação entre temperaturas mais altas, condições mais secas e os incêndios de propagação mais rápida.

Ilustração de planeta Terra esquentando por conta das mudanças climáticas
As mudanças climáticas afetam países do mundo todo (e não têm data para irem embora) – Imagem: tete_escape/Shutterstock

A tese se mostrou verdadeira na prática. Os episódios dos anos seguintes provaram que os incêndios florestais extremos se tornaram mais comuns. Infelizmente, esse último do Japão não foi o primeiro nem será a última tragédia do tipo no ano.

As informações são do jornal The Guardian.

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