nasa-1024x683

NASA e Pentágono já procuram substituta para a SpaceX

A NASA tomou um susto com as declarações de Elon Musk durante a briga com Donald Trump. O bilionário é dono da SpaceX e disse que desativaria imediatamente a cápsula Dragon, que atualmente é o único meio de transporte da agência espacial americana para levar astronautas até a Estação Espacial Internacional (ISS).

O Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, também depende fortemente da SpaceX.

As ameaças de Musk deixaram os dois órgãos preocupados, a ponto de ambos começarem a entrar em contato com outras empresas do setor espacial.

NASA quer reduzir dependência da SpaceX (Imagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock)

NASA e Pentágono dependem da SpaceX

A SpaceX tem contratos bilionários com o governo dos Estados Unidos. Atualmente, a empresa é a única que transporta astronautas para a ISS (depois do fracasso da Starliner, da Boeing), com expectativa de ser usada em próximas missões da NASA. Além disso, a companhia desenvolve e lança satélites para o Pentágono, principalmente para uso de agências de inteligência.

No entanto, a briga entre Musk e Trump deixou os órgãos aflitos. Segundo um dúzia de fontes do governo e da NASA que falaram em condição de anonimato ao The Washington Post, a troca de ameaças estava divertida de se assistir, até que o bilionário afirmou que descomissionaria a Crew Dragon para missões da agência espacial. Isso fez com que os envolvidos percebessem que o conflito poderia atingí-los em cheio.

Depois, Musk voltou atrás.

Mesmo assim, tanto a NASA quanto o Pentágono entraram em contato com outras empresas do setor. A intenção é diminuir a dependência da SpaceX, caso a briga entre Musk e Trump volte a evoluir.

Musk e Trump brigaram na quinta-feira (05), após declaração do presidente na Casa Branca (Crédito: Bella1105 – Shutterstock)

Que outras empresas poderiam substituir a SpaceX?

A SpaceX não é a única empresa do setor aeroespacial americano na mira do governo. No entanto, o desenvolvimento de naves, foguetes e aviões espaciais acontece em ritmo lento, o que deixou a companhia de Musk em uma posição de domínio.

Algumas tentativas com outras empresas até já aconteceram. Por exemplo, no ano passado, a NASA usou a Starliner, da Boeing, para levar astronautas até a ISS. O resultado? A cápsula apresentou falhas e teve que voltar sem ninguém a bordo, deixando Suni Williams e Butch Wilmore ‘presos’ na Estação. Por enquanto, a SpaceX ainda é a alternativa mais segura.

Mas, ainda assim, não é a única. Desde a briga, NASA e Pentágono contataram três empresas espaciais comerciais: Rocket Lab, Stoke Space e Blue Origin (de Jeff Bezos). O governo queria entender qual o status de desenvolvimento dos foguetes e quando eles estariam prontos para serem usados em missões oficiais.

A Sierra Space também foi consultada: quando a briga aconteceu, a empresa estava em reunião com autoridades da NASA para conversar sobre o desenvolvimento do avião espacial Dream Chaser, que poderia levar cargas à ISS. Segundo o CEO Fatih Ozmen, em comunicado ao TWP, a Sierra Space está pronta para atender a agência. Ele ainda disse que “a NASA nos informou que deseja diversidade e não quer depender de um único fornecedor” e que o avião está em fase final de testes, com expectativa de ficar pronto ainda este ano.

A Boeing, responsável pela Starliner, também está na mira. Representantes do governo têm questionado a companhia sobre a situação da nave para transporte de humanos. Por enquanto, os planos estão atrasados, mas a empresa espera fazê-la voar novamente no início do ano que vem.

No caso do Pentágono, o órgão vem buscando outros fornecedores de serviços como forma de evitar “a dependência excessiva de um único fornecedor ou solução”.

Crachá das Forças Espaciais dos Estados Unidos
Pentágono também está consultando outras fornecedoras de serviços militares e de segurança (Crédito: Pentágono/Divulgação)

Embargo da SpaceX ao espaço

  • Especialistas consultados pelo jornal americano, como Todd Harrison, analista de defesa do American Enterprise Institute, acreditam que as ameaças de Musk podem prejudicar a SpaceX, que atualmente é a principal parceria comercial do governo na exploração espacial;
  • No entanto, também pode atrapalhar a NASA: “É quase como um embargo à estação espacial. Musk estava dizendo que iria cortar o acesso da NASA ao seu próprio laboratório no espaço”, disse Harrison.
  • Já para Garrett Reisman, ex-astronauta da NASA que já trabalhou na SpaceX, a briga se tonrou “muito pessoal” e que não se deve reagir tão “exageradamente” aos comentários em redes sociais.

O post NASA e Pentágono já procuram substituta para a SpaceX apareceu primeiro em Olhar Digital.

cropped-Capa-Musk

Musk baixa o tom e desiste de retirar cápsula Dragon de missões da NASA

Horas após afirmar que removeria a cápsula Dragon de missões conjuntas de SpaceX e NASA, Elon Musk, dono da empresa espacial, voltou atrás. Por volta das 22h20 (horário de Brasília), o bilionário respondeu a um comentário no X, afirmando que “não vamos descomissionar a Dragon“.

Musk vai deixar a NASA continuar usando a Dragon?

  • Como frisa a Bloomberg, é difícil dizer, exatamente, o que Musk quis dizer com “descomissionar”;
  • A Dragon é importante para a NASA, pois é por ela que os astronautas são levados à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês);
  • A declaração original do bilionário veio após Trump ameaçar cortar todos os contratos do governo com Musk — ou seja, os da parceria entre NASA e SpaceX;
  • A SpaceX possui contratos antigos com a NASA e foi a primeira empresa privada a mandar uma tripulação para a ISS. Isso ocorreu em 2020;
  • Há a expectativa de que a empresa seja peça fundamental da continuidade da missão Artemis, que visa levar os humanos de volta à Lua com o Starship, o foguete mais poderoso já construído;
  • O que também está sob dúvida é a missão para Marte. Apesar de Musk querer enviar um foguete ao planeta vermelho já no ano que vem, pode ser que Trump, que, antes, apoiava freneticamente a missão, atue para desacreditá-la.
Bilionário voltou atrás (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Leia mais:

E a NASA, se posicionou?

A porta-voz da NASA, Bethany Stevens, foi ao X para indicar a opinião da agência. Ela informou que ela “continuará executando a visão do Presidente” e trabalhar com seus parceiros da indústria.

Como se não bastasse toda essa confusão, o presidente dos EUA desistiu de levar o bilionário Jared Isaacman ao comando da NASA, algo que estava definido desde o ano passado. Isaacman foi o primeiro civil a “caminhar” no Espaço — o “passeio” foi bancado pela SpaceX também no ano passado.

Vale lembrar que, se Musk tirar o “direito” da NASA de usar a cápsula Dragon, seria um duro golpe para as pretensões da agência espacial estadunidense. A espaçonave será importante ao menos até 2030, quando a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) será desmontada em definitivo.

Fachada da sede de SpaceX
SpaceX pode terminar contratos com a NASA de forma forçada? (Imagem: Findaview/Shutterstock)

Sem contar que são vários os contratos firmados entre governo e SpaceX. Se Trump cumprir a ameaça de encerrá-los, a agência poderá ver a maioria de seus projetos ruir e China, Rússia, Índia e outros avançando em missões espaciais que a estadunidense está na frente, como a missão Artemis, que visa levar humanos de volta à Lua.

Nesta quinta-feira (5), a NASA levou outro “pancada”: a Casa Branca propôs corte de 25% no orçamento da agência para 2026, comprometendo suas missões.

Logo da NASA em uma placa
Agência espacial estadunidense pode não ter bilhões de dólares em 2026 (Imagem: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)

O post Musk baixa o tom e desiste de retirar cápsula Dragon de missões da NASA apareceu primeiro em Olhar Digital.

spacex-dragon

Briga sem fim: Musk afirma que vai tirar peça-chave da SpaceX das mãos de Trump; entenda

Nesta quinta-feira (5), o bate-boca on-line entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o empresário Elon Musk, piorou. Em um de seus últimos posts no X, Musk prometeu que vai desativar algo muito importante para os EUA: a espaçonave Dragon, de sua empresa espacial, a SpaceX.

Dragon é muito importante para as ambições espaciais dos EUA (Imagem: Karolis Kavolelis/Shutterstock)

A Dragon é importante para a NASA, pois é por ela que os astronautas são levados à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A declaração do bilionário veio após Trump ameaçar cortar todos os contratos do governo com Musk — ou seja, os da parceria entre NASA e SpaceX. Confira a postagem a seguir:

“À luz da declaração do Presidente sobre o cancelamento dos meus contratos com o Estado, a SpaceX começará a desativar sua nave espacial, Dragon, imediatamente“, diz o empresário na postagem.

Musk vs. Trump = fim da parceria SpaceX/NASA?

  • Até o momento, a SpaceX não se pronunciou a respeito;
  • Nem mesmo a NASA ou o próprio Trump se pronunciaram após a fala de Musk;
  • A SpaceX possui contratos antigos com a NASA e foi a primeira empresa privada a mandar uma tripulação para a ISS. Isso ocorreu em 2020;
  • Há a expectativa de que a empresa seja peça fundamental da continuidade da missão Artemis, que visa levar os humanos de volta à Lua com o Starship, o foguete mais poderoso já construído;
  • O que também está sob dúvida é a missão para Marte. Apesar de Musk querer enviar um foguete ao planeta vermelho já no ano que vem, pode ser que Trump, que, antes, apoiava freneticamente a missão, atue para desacreditá-la.
Elon Musk fazendo pose
Homem está de volta ao cenário empresarial — e às polêmicas (Imagem: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock)

Leia mais:

Dupla assumiu o poder nos EUA, mas isso “quebrou” os negócios do bilionário sul-africano

Após a eleição de Trump, no fim de 2024, Musk — um dos maiores investidores na campanha do republicano — foi cotado para ter um cargo no governo e, por conta disso, os contratos da SpaceX foram indicados como um possível conflito de interesses.

Isso ficou ainda mais latente quando Trump anunciou Musk no comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que tinha, como responsabilidade, fazer cortes substanciais nos gastos do governo até maio.

Contudo, ações do empresário geraram inúmeras críticas por desmontar orçamentos de grupos importantes e por causar demissões em massa (algo que ele também fez no X quando o comprou). Ainda, foi acusado de inflar o valor economizado.

Musk deixou o governo Trump em 28 de maio. Publicamente, o presidente deu a entender que o empresário sul-africano poderia voltar ao governo em algum momento, apesar de que ele deixou o DOGE para focar na recuperação de suas empresas (principalmente a Tesla).

donald trump
Trump também está no olho do furacão (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Mas tudo começou a ruir nos últimos dias, com a troca de farpas e ameaças entre ambos pelas redes sociais. Curiosamente, eles estão usando as plataformas das quais são donos: X (Musk) e Truth Social (Trump).

Para piorar, o presidente dos EUA desistiu de levar o bilionário Jared Isaacman ao comando da NASA, algo que estava definido desde o ano passado. Isaacman foi o primeiro civil a “caminhar” no Espaço — o “passeio” foi bancado pela SpaceX também no ano passado.

O post Briga sem fim: Musk afirma que vai tirar peça-chave da SpaceX das mãos de Trump; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

donald-trump-2-1024x682

Casa Branca propõe corte histórico na NASA e ameaça missões espaciais

A Casa Branca propôs um corte histórico no orçamento da NASA para 2026, reduzindo seu financiamento em quase 25%, de US$ 24,8 bilhões para US$ 18,8 bilhões — o menor valor, ajustado pela inflação, desde 1961, conforme revelou o Space.com.

A maior parte dos cortes afeta os programas científicos da agência, que sofreriam uma redução de 47%, impactando diretamente dezenas de missões.

Com o maior corte desde 1961, governo dos EUA quer enxugar drasticamente a NASA (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Leia mais:

Projetos seriam cancelados

  • Entre os projetos cancelados estariam o ambicioso programa de Retorno de Amostras de Marte, as sondas New Horizons e Juno, além de orbitadores como Mars Odyssey e MAVEN.
  • A colaboração com a Europa na missão Rosalind Franklin também seria encerrada.
  • Segundo a Planetary Society, isso representaria a eliminação de 41 missões científicas — um terço do portfólio da NASA — com impactos irreversíveis.
Logo da NASA em uma placa
Cortes atingem programas de ciência, educação e missões a Marte (Imagem: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)

Mais de 5 mil cargos deixariam de existir

O orçamento também prevê uma redução drástica de 32% na força de trabalho da agência, cortando cerca de 5.500 postos, além do encerramento do Escritório de Engajamento em STEM. Missões como o telescópio Roman seriam mantidas, mas com recursos reduzidos.

Programas emblemáticos como o foguete SLS, a cápsula Orion e a estação lunar Gateway seriam encerrados após a missão Artemis 3, sendo substituídos por veículos privados por meio do novo programa M2M.

Apesar da proposta, o plano precisa ser aprovado pelo Congresso — algo que muitos especialistas, como a Planetary Society, consideram improvável. A organização chamou o plano de “evento de extinção” para a ciência espacial americana.

Proposta de orçamento, que ainda precisa de aprovação no Congresso, eliminaria 41 missões da NASA (Imagem: Mampfred/iStock)

O post Casa Branca propõe corte histórico na NASA e ameaça missões espaciais apareceu primeiro em Olhar Digital.

image-5-1024x626

NASA revela imagens de raios vistos do espaço; confira

Tempestades carregadas de raios e trovões não são nenhuma raridade, mas, graças à NASA, agora temos a chance de observá-las de uma nova perspectiva: astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) revelaram imagens impressionantes de raios vistos de cima, diretamente do espaço.

Entenda:

  • Astronautas da NASA revelaram imagens fascinantes de raios vistos do espaço;
  • As fotos foram capturadas na Estação Espacial Internacional, a 400 quilômetros acima da superfície da Terra;
  • Para fotografar o fenômeno impressionante, a equipe usou uma técnica de imagem desenvolvida por um veterano da NASA.
Raios vistos do espaço. (Imagem: Nichole Ayers/NASA)

Em maio, as astronautas Anne McClain e Nichole Ayers – tripulantes da Expedição 73 da NASA – usaram seus perfis no X (antigo Twitter) para compartilhar as fotos fascinantes capturadas nas regiões do Alabama e da Georgia, nos EUA, a 400 quilômetros acima da superfície da Terra.

Leia mais:

Equipe usou técnica de astronauta da NASA para fotografar raios do espaço

Técnica de veterano da NASA foi usada para tirar fotos de raios no espaço. (Imagem: Nichole Ayers/NASA)

As imagens dos raios foram capturadas com uma técnica de imagem desenvolvida por Don Pettit, astronauta veterano da NASA. “As fotos são tiradas a 120 frames por segundo [fps], e os flashes que você vê duram apenas um frame”, explica McClain na legenda da publicação. “Rápido e furioso, mas também uma visão incrível!”

Um fenômeno de cores “hipnotizantes”

Raios vistos de cima possuem cores impressionantes. (Imagem: Anne McClain/NASA)

As fotos de Ayers foram tiradas da janela do laboratório da Estação Espacial, de acordo com a astronauta – que descreveu as cores do fenômeno como “hipnotizantes”. “Estou tão impressionada com a vista que temos daqui de cima dos sistemas climáticos da Terra – alguns dos quais são tão grandes que até me chamaram a atenção durante nossa caminhada espacial!”

O post NASA revela imagens de raios vistos do espaço; confira apareceu primeiro em Olhar Digital.

astronautas-starliner-iss-e1724504531802

Astronautas que ficaram ‘presos’ no espaço confessam medo de nunca mais voltar à Terra

Pela primeira vez, Sunita Williams e Butch Wilmore, os astronautas da NASA que se tornaram mundialmente conhecidos por terem ficado “presos” por nove meses no espaço, admitiram que sentiram medo de nunca mais voltar para a Terra.

Os dois viajaram rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo da cápsula Starliner, fabricada pela Boeing, em um voo de teste que deveria durar apenas oito dias. No entanto, uma série de vazamentos e uma falha nos propulsores da nave logo na aproximação com o laboratório orbital, mudaram completamente os planos.

Suni Williams e Butch Wilmore, membros da primeira missão tripulada da Boeing Starliner à ISS, em entrevista ao vivo para a NASA TV enquanto estavam na estação. Crédito: Reprodução NASA TV

Vamos relembrar a saga dos astronautas “presos” no espaço:

  • O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado no dia 5 de junho de 2024, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida;
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
  • A última suspensão foi em razão de um vazamento de hélio na cápsula;
  • O problema não foi entendido como tão grave, e a espaçonave decolou rumo à ISS;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
  • A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
  • Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore iriam voltar para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9 (que foi lançada com apenas dois membros justamente para esse fim);
  • Já a cápsula Boeing Starliner foi enviada de volta à Terra vazia, por motivos de segurança, em setembro.
  • A cápsula Dragon com os astronautas pousou em segurança em março deste ano.

Ao longo dos 286 dias e 7 horas que passaram em órbita, os dois viraram notícia em todo o mundo, com manchetes dizendo que estavam “encalhados” na estação espacial. Embora a cápsula Starliner tenha sido considerada arriscada demais para o retorno, existiam naves acopladas à ISS que poderiam ser usadas como “botes salva-vidas” em uma situação emergencial. 

No fim, a Starliner acabou sendo testada sem tripulantes e voltou em segurança à Terra em setembro de 2024, enquanto Williams e Wilmore seguiram realizando experimentos no espaço até serem resgatados, em 18 de março de 2025.

Espaçonave SpaceX Dragon Freedom pousando no mar
Espaçonave SpaceX Dragon Freedom pousando no mar com quatro astronautas, incluindo os dois da Boeing Starliner que ficaram nove meses em missão estendida. Crédito: NASA TV

Apesar de nunca terem falado em voz alta sobre os piores cenários, eles agora admitem o medo. “A possibilidade de nunca mais ver a Terra definitivamente passou por nossas mentes”, disse Wilmore à BBC News.

No entanto, eles não podiam manifestar publicamente seus temores porque foram treinados para seguir em frente com a solução de problemas. “Você meio que lê a mente um do outro e sabe para onde estamos indo com todos os fracassos”, disse Williams. “Ao mesmo tempo, nós pensamos: o que temos? O que podemos fazer?”.

Leia mais:

Astronautas voariam na cápsula Starliner novamente

A situação ainda se tornou tema de discussão política. O presidente Donald Trump chegou a acusar o ex-presidente Joe Biden de ter “abandonado” os astronautas no espaço. Wilmore disse que preferiu ignorar a polêmica. “A gente entende que voo espacial é difícil – e voo espacial com humanos, ainda mais”.

Mesmo com a missão estendida, os dois garantem que se mantiveram saudáveis e bem preparados para o retorno. Para evitar perda muscular, comum em ambiente sem gravidade, faziam exercícios todos os dias. “Voltei mais forte do que jamais estive na vida”, disse Wilmore. 

Williams lembrou que, anos antes, chegou a correr uma maratona completa no espaço, presa a uma esteira. Ela comentou que o corpo sente a diferença quando a gravidade volta a agir: “Colocar o peso do mundo de novo nas costas é um pouco doloroso”.

De volta à Terra, os dois têm colaborado com a NASA e com a Boeing para analisar os problemas da Starliner e torná-la mais segura. Eles se dizem confiantes de que a nave será usada novamente. E garantem que voariam nela outra vez. “É uma espaçonave muito capaz”, afirmou Williams. “Tem recursos únicos e é ótima para os astronautas do futuro”.

O post Astronautas que ficaram ‘presos’ no espaço confessam medo de nunca mais voltar à Terra apareceu primeiro em Olhar Digital.

Perseverance-olhando-para-cima-1024x576

Rover da NASA tem momento Skywalker em Marte

O olhar sempre no horizonte. Foi assim que mestre Yoda descreveu Luke Skywalker (Mark Hamill) em Star Wars: Os Últimos Jedi (2017). Seu último momento no plano terreno foi igual um dos seus primeiros na franquia: observando o pôr do sol. O rover Perseverance, da NASA, teve um momento parecido em Marte.

Parecido, mas oposto. Enquanto Luke se perdia em pensamentos ao olhar para o “pôr do sol binário“, o carrinho da NASA “observou” (leia-se: capturou imagens) os últimos momentos da madrugada. Skywalker olhava para dois sóis. O rover da NASA, para uma das duas luas de Marte.

Em meio à paz e solidão em Marte, rover da NASA tira foto de uma das luas do planeta

Não há muita agitação no planeta vermelho. Marte é silencioso, desabitado e isolado, exceto pelos robôs exploradores que trabalham incansavelmente para revelar seus mistérios.

Rover da NASA capturou cena rara e impressionante na cratera Jezero, em Marte (Imagem: NASA/JPL-Caltech/MSSS)

Se pudéssemos estar lá, o único som que ouviríamos seria o sussurro do vento marciano. Nada de multidões ou barulho – a menos, claro, que fôssemos surpreendidos por uma das famosas tempestades de areia marciana.

Em meio a esse cenário de paz e solidão (ou seria solitude?), uma nova imagem chama a atenção. O rover Perseverance capturou uma cena rara e impressionante na cratera Jezero, onde toca sua missão.

A foto foi tirada no escuro, antes do amanhecer marciano, às 4h27 (horário local) do dia 1º de março de 2025, conforme divulgado pela NASA.

O robô apontou sua câmera (Navcam esquerda) para o céu e, com uma exposição de 52 segundos, registrou um ponto de luz muito especial: Deimos, a menor e mais distante das duas luas de Marte.

Paisagem em Marte com uma das luas aparecendo no céu
O Perseverance apontou sua câmera para o céu e registrou Deimos, a menor e mais distante das duas luas de Marte (Imagem: NASA/JPL-Caltech)

Com apenas 16 quilômetros de diâmetro e orbitando a cerca de 20 mil quilômetros da superfície marciana, Deimos se parece com uma estrela brilhante vista da superfície do planeta.

Marte tem duas luas: Fobos e Deimos. Elas receberam seus nomes em homenagem aos filhos do deus da guerra Ares (ou Marte, na mitologia romana). Eles significam medo (Fobos) e pavor (Deimos).

Possíveis destinos para as luas de Marte

Esses pequenos corpos celestes, com formato irregular, ainda guardam vários mistérios. Cientistas querem entender melhor sua origem e seu destino.

Lua e Marte fotografados bem próximos a partir de Córdoba, na Argentina, em 15 de agosto de 2020.
Lua e Marte fotografados bem próximos a partir de Córdoba, na Argentina, em 15 de agosto de 2020 (Imagem: Sergio Scauso/APOD NASA)

Estudos indicam que Fobos, a lua mais próxima de Marte, tem se aproximado do planeta. E pode se despedaçar um dia, o que formaria um anel ao redor do equador marciano.

Deimos, por estar mais distante, provavelmente escapará desse destino. Mas o que vai acontecer com ela ainda é incerto.

Leia mais:

Imagens como essa, feitas por robôs solitários na superfície de Marte, ajudam os cientistas a montar o quebra-cabeça do planeta vermelho. E entender melhor nosso vizinho silencioso no Sistema Solar.

O post Rover da NASA tem momento Skywalker em Marte apareceu primeiro em Olhar Digital.

Captura-de-tela-2025-06-02-124728-1024x769

Esteira da NASA fica mais “barata” — e pode ser sua em breve

A empresa responsável pela esteira antigravidade usada por astronautas da NASA está planejando expandir suas operações para o mercado doméstico. Com sede em Palo Alto, Califórnia, a Boost acaba de reduzir o preço de sua linha principal em quase dois terços, segundo blog da agência americana.

Em 2022, a empresa lançou a Boost 2, que é mais silenciosa e mais eficiente em termos de energia do que sua antecessora, entre outras melhorias. A Boost 2 praticamente triplicou as vendas para pessoas físicas, avançando na meta de migrar para o público geral.

O valor da esteira é informado mediante solicitação no site da empresa. E-commerces de revenda vendem o produto por cerca de U$ 45 mil (R$ 257 mil). Em Nova York, uma clínica de reabilitação oferece sessões de 30 minutos com a Boost por U$ 25 (R$ 143).

Esteiras são ajustáveis ​​para usuários de 1,47 m a 2,13 m de altura (Imagem: Boost/Divulgação)

A história por trás da Boost

A esteira antigravidade foi desenvolvida por Robert Whalen no Centro de Pesquisa Ames da NASA, no Vale do Silício, Califórnia, nas décadas de 1980 e 1990. 

O engenheiro construiu um sistema que colocava uma bolha pressurizada sobre a parte superior do corpo do usuário, criando uma pressão descendente capaz de simular a gravidade para astronautas correndo em uma esteira no espaço.

Com o apoio da NASA, ele criou um protótipo de uma esteira em sua garagem que inverteu o conceito, com a bolha envolvendo o usuário da cintura para baixo para criar sustentação. O objetivo era criar um sistema que ajudasse na reabilitação de pacientes.

Anos depois, o protótipo foi transformado no conceito AlterG pelo filho do engenheiro, que fundou a Boost Treadmills em 2017. O modelo usa pressão de ar para aliviar o peso do usuário, sendo útil para equipes esportivas profissionais e clínicas de reabilitação.

Leia Mais:

Todo o sistema pode ser personalizado pelo usuário (Imagem: Boost/Reprodução)

Novos passos

O equipamento se tornou uma solução para pacientes cujas lesões os impedem de caminhar ou correr com seu peso máximo. A Boost diz que pode ser igualmente valioso para pessoas com deficiências de mobilidade de longo prazo, como obesidade ou artrite. 

Dentro da Boost, as pessoas podem ter a certeza de que não há risco de queda, segundo a empresa. Se um usuário tropeçar e cair, ele será sustentado tanto pela pressão do ar na bolsa quanto pela estrutura rígida da esteira.

Elas são ajustáveis ​​para usuários de 1,47 m a 2,13 m de altura, com shorts leves que variam do tamanho 2XS ao 5XL. Há capacidade de ajustar entre 20% e 100% do peso corporal, com velocidades de até 29 km/h e inclinações de até 15%.

O post Esteira da NASA fica mais “barata” — e pode ser sua em breve apareceu primeiro em Olhar Digital.

polaris-dawn-1024x561

Trump desiste de nomear bilionário próximo de Elon Musk como chefe da NASA

Depois da saída de Elon Musk do governo dos EUA, o presidente Donald Trump decidiu retirar a indicação do bilionário Jared Isaacman para o comando da NASA. A medida foi divulgada no sábado (31) pelo site Semafor e confirmada pela Casa Branca. O anúncio surpreendeu, já que a nomeação estava prestes a ser aprovada pelo Congresso.

Isaacman é empresário do setor de tecnologia e fundador da empresa de pagamentos Shift4. Também é conhecido por ter financiado e comandado duas missões privadas da SpaceX, empresa de Elon Musk. A ligação entre os dois gerou desconfiança de possíveis conflitos de interesse, embora Isaacman tenha negado qualquer favorecimento.

Durante a missão Polaris Dawn, lançada pela SpaceX, financiada e liderada por Jared Isaacman, o bilionário executou a primeira caminhada espacial privada da história. Crédito: Reprodução/YouTube

Durante audiência no Senado em abril, Isaacman afirmou que sua relação com Musk era apenas profissional. Reforçou que, se assumisse a NASA, agiria com total independência. Ainda assim, a proximidade dos dois causava desconforto entre alguns parlamentares e assessores da Casa Branca.

Leia mais:

Chefe da NASA deve estar “totalmente alinhado” com a agenda Trump

A retirada do nome de Isaacman veio um dia após Musk encerrar sua atuação como “funcionário especial” do governo. Durante 130 dias, ele liderou o Departamento de Eficiência Governamental, com foco na redução de custos e burocracias. Ao sair, o empresário declarou que continuará como conselheiro e amigo pessoal de Trump.

De acordo com a Casa Branca, o próximo chefe da NASA precisa estar alinhado com a agenda “America First”, de Trump. “O administrador da NASA ajudará a levar a humanidade ao espaço e executar a ousada missão do presidente Trump de plantar a bandeira americana em Marte”, declarou a porta-voz Liz Huston.

Com a saída de Elon Musk do governo, Donald Trump retirou a nomeação de bilionário próximo do empresário como administrador-chefe da NASA. Crédito: Bella1105 – Shutterstock

A decisão de Trump veio junto com a divulgação da proposta de orçamento da NASA para 2026, que teve uma redução expressiva: de US$24,8 bilhões para US$18,8 bilhões. As áreas científicas da agência seriam as mais afetadas, com redução de quase metade dos recursos.

Se aprovado, o corte pode resultar na demissão de cerca de um terço dos funcionários da NASA. Além disso, missões importantes, como a sonda Juno, em Júpiter, e a New Horizons, que estudou Plutão, correm risco de serem encerradas. Especialistas alertam que esses cancelamentos podem atrasar em anos o progresso da exploração espacial norte-americana.

O post Trump desiste de nomear bilionário próximo de Elon Musk como chefe da NASA apareceu primeiro em Olhar Digital.

sol-1-1024x596

Que barulho o Sol faz? Entenda o som emitido pela estrela

O Sol, além de ser a principal fonte de energia do nosso planeta, é uma estrela em constante movimento. Explosões, ondas de calor e fluxos intensos de gás fazem com que ele esteja sempre vibrando.

Mas se tanta coisa acontece por lá, por que nunca ouvimos nenhum barulho vindo do espaço? É que, embora ele esteja longe de ser silencioso, o som não consegue chegar até nós da forma que conhecemos.

Isso acontece porque o som precisa de um meio, como ar ou água, para se propagar. No espaço, esse meio não existe. Sendo assim, lá é praticamente um vácuo. Sem moléculas suficientes para carregar as ondas sonoras, os sons do Sol ficam presos por lá.

Aliás, vale lembrar que estamos a cerca de 150 milhões de quilômetros de distância dele, um trajeto que nenhum som consegue percorrer no vácuo do espaço.

Imagem: Triff/Shutterstock

O Sol emite som?

Sim, mas não como estamos acostumados. O que o Sol emite, na verdade, são vibrações geradas por movimentos intensos em sua superfície e em seu interior. Assim, essas vibrações provocam oscilações que, se estivessem acontecendo em um ambiente com ar, produziriam sons.

Cientistas conseguiram registrar essas vibrações com equipamentos especiais, que captam as mudanças de frequência e transformam esses dados em algo audível. O que ouvimos a partir desse processo não é um som original do Sol, mas uma representação sonora fiel das informações que ele emite.

Leia mais:

Como é o som que o Sol emite? Entenda o barulho

Ao converter as vibrações solares em sons por meio de uma técnica chamada sonificação, os cientistas conseguem criar faixas sonoras que simulam como o Sol soaria se o som pudesse viajar pelo espaço. O resultado é curioso: um ruído grave e contínuo, que lembra um batimento constante, quase como se o Sol tivesse um coração pulsando.

Foi graças à sonda espacial SOHO (Solar and Heliospheric Observatory), desenvolvida pela NASA em parceria com a ESA e em operação desde 1995, que cientistas conseguiram captar essas vibrações e transformá-las em som audível aqui na Terra. Confira:

Segundo pesquisadores, se fosse possível ouvir o som da estrela diretamente, ele seria altíssimo, alcançando cerca de 100 decibéis, o que é equivalente ao barulho de um show de rock. Porém, como estamos cercados pelo vácuo espacial, esse ruído nunca chega aos nossos ouvidos.

A conversão das vibrações solares em sons audíveis permite à ciência monitorar os ciclos de atividade da estrela com mais sensibilidade. Mudanças na intensidade do som traduzido, por exemplo, podem indicar a presença de manchas solares, erupções ou outros eventos que afetam o clima espacial e, por consequência, sistemas de comunicação na Terra.

Uma ejeção de massa coronal saindo do Sol (no canto inferior esquerdo), captada pelo Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA em 31 de agosto de 2012. Crédito: NASA

Esse tipo de abordagem também aproxima a ciência do público, tornando um tema complexo em algo mais palpável e até emocional. Afinal, escutar o som do Sol é, de certa forma, perceber que até o espaço, silencioso para nós, tem sua própria trilha sonora. Basta saber como decifrá-la.

O barulho do Sol é muito alto?

Sim, mas como não há ar no espaço para propagá-lo, esse som não chega até nós.

O som emitido pelo Sol vem do quê?

Das vibrações causadas por explosões, movimentos de gás e atividade magnética em sua superfície e interior.

O post Que barulho o Sol faz? Entenda o som emitido pela estrela apareceu primeiro em Olhar Digital.