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Mensagem interplanetária: NASA recebeu sinal via laser enviado a milhões de quilômetros

A NASA continua conduzindo testes com seu promissor e revolucionário sistema de comunicação interespacial. O mecanismo não usa ondas de rádio, como costume, mas sim um laser infravermelho. Os experimentos da Agência Espacial Americana ocorreram entre os anos de 2023 e 2024. Os dados partem da sonda Psyche em direção à Terra.

Na maior distância já testada, o sinal viajou por 460 milhões de quilômetros – ou seja, mais de duas vezes e meia a distância entre o nosso planeta e o Sol. Logo após atingir esse marco em 29 de julho, a demonstração tecnológica concluiu a primeira fase de suas operações desde o lançamento a bordo do Psyche.

Essa distância também é superior ao intervalo entre a Terra e Marte. Ou seja: a NASA acredita ser possível manter uma linha de comunicação permanente entre nós e o Planeta Vermelho (quando chegarmos lá).

“Este marco é significativo. A comunicação a laser exige um nível altíssimo de precisão e, antes do lançamento da Psyche, não sabíamos quanta degradação de desempenho veríamos em nossas maiores distâncias”, disse Meera Srinivasan, líder de operações do projeto no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia. “Agora, as técnicas que usamos para rastrear e apontar foram verificadas, confirmando que as comunicações ópticas podem ser uma forma robusta e transformadora de explorar o sistema solar.”

Ilustração da nave Psyche, que deve chegar ao seu destino final em 2029 – Imagem: Nasa/JPL-Caltech/ASU

As experiências anteriores

  • A NASA lançou a sonda Psyche em 13 de outubro de 2023, a bordo do SpaceX Falcon Heavy, com o objetivo de estudar o asteroide 16 Psyche.
  • Os astrônomos acreditam que esse corpo celeste seja feito inteiramente de metais, principalmente ferro e níquel, os mesmos elementos do núcleo da Terra.
  • Para alguns pesquisadores, esse pode ser até mesmo o núcleo de um planeta em construção!
  • A previsão é que a sonda chegue à órbita do asteroide apenas em 2029.
  • Até lá, porém, a NASA vem fazendo esses testes de comunicação.
  • O primeiro – e talvez o mais famosos – ocorreu no fim de 2023, quando a agência conseguiu enviar o vídeo em alta definição de um gatinho brincando.
  • Depois disso, vieram os testes mais distantes: a 53, 226, 390 e 460 milhões de quilômetros.
  • Os 53 milhões de quilômetros são a menor distância possível entre a Terra e Marte.
  • Nesse caso, a taxa máxima de envio de dados foi de 267 megabits por segundo.
  • Já a maior distância entre os dois planetas é de 390 milhões de quilômetros, onde a taxa caiu para 6,25 megabits por segundo.

O que ainda falta?

Sim, houve uma queda substancial, mesmo assim a NASA comemora os resultados. Afirma que o sistema óptico no espaço profundo é mais poderoso e eficiente do que o tradicional por radiofrequência.

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Agora, embora a tecnologia se mostre muito promissora, ainda há alguns problemas que precisam ser resolvidos. Por exemplo, as observações ópticas são interrompidas por nuvens – algo que não acontece nas comunicações por rádio.

Gráfico mostra a distância que a mensagem percorreu em um dos experimentos da agência – Imagem: NASA/JPL-Caltech

Independentemente desses obstáculos, a NASA parece disposta a apostar nessa tecnologia, que será essencial na exploração do espaço profundo. O Olhar Digital segue acompanhando.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 26/04/2024.

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Surfe espacial? Relembre a ‘prancha’ em alta velocidade que passou pela Lua

Uma das principais histórias cósmicas de 2024 ocorreu no primeiro semestre, quando a Agência Espacial Americana (NASA) captou e divulgou imagens do que seria uma espécie de prancha de surfe na superfície da Lua.

Num primeiro momento, muita gente acreditava que estávamos diante de um indício de vida alienígena. A verdade, porém, é muito menos interessante: o objeto não passava do orbitador lunar sul-coreano Danuri.

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O Olhar Digital retoma agora esse caso e ajuda a te explicar como começou toda essa confusão – e a resolução de um dos principais episódios do ano passado.

A imagem e a ilusão de ótica

  • Em 2009, a NASA lançou o Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO), com a missão de investigar a superfície da Lua em detalhes.
  • De lá para cá, a sonda já mapeou quase 100% do satélite natural e, durante, esse trabalho, acabou flagrando o objeto misterioso.
Imagem: NASA/Goddard/Universidade Estadual do Arizona
  • Na imagem do canto superior esquerdo, o LRO estava 5 km acima do satélite Danuri, que aparece na foto como uma prancha de surfe.
  • Como explicou o professor Paul Byrne, da Universidade de Washington, à época, a aparência plana do Danuri se deu pela alta velocidade que os dois orbitadores estavam no momento da fotografia.
  • A velocidade combinada, aliás, chegou a impressionantes 11.500 km/h!
  • Na segunda imagem, no canto superior direito, a distância entre eles era de 4 km.
  • Já as duas imagens na fileira de baixo foram feitas durante a terceira órbita, com uma separação de 8 km entre as espaçonaves.

O LRO e o Danuri

O Danuri foi lançado pela Coreia do Sul em agosto de 2022. Ele é o primeiro orbitador lunar do país, e sua missão é desenvolver e testar tecnologias (incluindo a internet espacial), além de traçar um mapa topográfico da superfície da Lua.

Segundo o Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia (KARI), responsável pela missão, o trabalho do satélite Danuri ajudará a selecionar futuros locais de pouso e identificar recursos como urânio, hélio-3, silício, alumínio e gelo de água.

Olhando assim, sem velocidade, o orbitador sul-coreano não se parece nada com uma prancha de surfe – Imagem: Instituto de Pesquisa Aeroespacial da Coreia (KARI)/taffpixture/Shutterstock

Uma curiosidade é que orbitador coreano conta com equipamentos da própria NASA. A câmera Shadowcam é capaz de fotografar as regiões escuras nos polos lunares, justamente os pontos que o LRO não consegue mapear.

Vale destacar que a sonda Danuri irá colidir com a lua em março de 2028, encerrando a sua missão. Já o Lunar Reconnaissance Orbiter, da NASA, deve continuar operando até o final desta década.

A sonda, aliás, terá um papel importante no Programa Artmis da agência, que pretende levar astronautas de volta à Lua, décadas após o fim das missões Apollo.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 11/04/2024.

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NASA pode obter amostra de antigo oceano de magma em cratera na Lua

Uma antiga cratera na Lua pode conter pistas sobre as camadas profundas e o passado geológico do nosso satélite natural. Localizada no polo sul, a Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA) tem cerca de 2.500 km de diâmetro e foi formada por um impacto violento há aproximadamente 4,3 bilhões de anos.

Cientistas acreditam que esse choque perfurou a crosta lunar e expôs o material do manto, camada abaixo da superfície. Também há sinais de um antigo oceano de magma em processo de cristalização, que pode ter sido atingido diretamente.

Dados de elevação mostram a Bacia do Polo Sul lunar-Aitken, a maior e mais antiga cratera de impacto da Lua, em azul e roxo. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

A descoberta foi apresentada pelo geofísico Jeff Andrews-Hanna, da Universidade do Arizona, durante uma conferência nos EUA. Segundo o site Space.com, ele disse na ocasião que a cratera oferece a chance rara de estudar material primordial da Lua.

A hipótese poderá ser testada por futuras missões lunares, como as do Programa Artemis, da NASA, que deve levar astronautas ao polo sul da Lua até 2027. O objetivo é coletar amostras e trazê-las à Terra para análises mais detalhadas.

Trajetória do impacto surpreende cientistas

Ao estudar a forma da cratera, os pesquisadores perceberam que ela não é perfeitamente circular, mas ligeiramente alongada. Isso indica que o objeto colidiu em um ângulo oblíquo, provavelmente vindo do sul.

Essa direção do impacto contraria teorias anteriores, que sugeriam uma trajetória do norte para o sul. A forma alongada da bacia e a distribuição de material ao redor foram as pistas principais para essa nova interpretação.

No lado norte da cratera, há acúmulo de crosta mais espessa, o que pode indicar que o material foi empurrado naquela direção após o choque. No entanto, os cientistas focaram na forma geral da cratera para entender o movimento original.

A descoberta exigiu uma nova forma de olhar para dados já existentes. Segundo Andrews-Hanna, a interpretação anterior não levava em conta a geometria total da bacia.

A Bacia do Polo Sul-Aitken se estende entre a cratera Aitken e o polo sul da Lua – daí o nome. A imagem acima destaca o quanto esse antigo evento de impacto afetou o lado oculto do satélite. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

Lua teve um oceano de magma

Logo após sua formação, a Lua passou por um período em que estava quase toda derretida. Esse “oceano de magma” cobria grande parte do satélite e começou a se solidificar com o tempo.

Os minerais mais leves, como o plagioclásio, flutuaram e formaram a crosta. Já os mais pesados afundaram, formando o manto e o núcleo. O restante do magma, rico em elementos como potássio, fósforo e tório, ficou concentrado no meio.

Esses elementos, chamados de KREEP (contração das siglas), são importantes para entender como a Lua se formou. O impacto que criou a SPA pode ter trazido parte desse material à superfície.

Observações anteriores já haviam detectado tório na região da cratera, o que reforça a ideia de que o impacto expôs camadas internas da Lua.

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Vestígios do manto podem estar acessíveis

A nova análise identificou um trecho rico em tório no sudoeste da bacia. Isso sugere que parte do material do oceano de magma pode ter escorrido pela crosta rachada e ficado exposto.

Os cientistas compararam esse achado com outra região lunar chamada Terreno Procellarum KREEP (PKT), também rica em elementos do manto. Antes se pensava que a SPA havia empurrado material para formar o PKT. Agora, a hipótese é que o PKT surgiu depois, enquanto a SPA revelou uma parte mais antiga da Lua. Isso altera a sequência dos eventos geológicos do satélite.

Amostras do PKT já foram trazidas por missões como as Apollo e a Chang’e 5. Em 2024, a missão chinesa Chang’e 6 retornou com material da própria bacia do Polo Sul-Aitken.

Artemis III pode resolver o mistério

A missão Artemis III, da NASA, tem como destino justamente o polo sul lunar. Se astronautas conseguirem coletar rochas da região da SPA, será possível determinar sua idade exata.

Isso ajudará a saber quando o oceano de magma existiu e por quanto tempo durou sua cristalização. Segundo os pesquisadores, essas informações são essenciais para entender a história da Lua.

O impacto que criou a bacia SPA pode ter sido um dos últimos eventos importantes no resfriamento do satélite. Ao datar esse momento, os cientistas poderão montar um retrato mais completo do passado lunar. “Esperamos que essas amostras confirmem a idade da bacia”, disse Andrews-Hanna. “Isso nos dirá quando o oceano de magma chegou ao fim”.

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NASA vê algo em Marte que parece ter saído da Terra

Cientistas da NASA identificaram, no solo de Marte, o que parece ser uma formação geológica comum em cavernas aqui na Terra. Elas formam-se quando minerais resistentes preenchem rachaduras em rochas.

A descoberta foi feita pelo rover Curiosity, que está utilizando câmeras e sensores para revelar segredos sobre a formação do planeta vermelho. A ideia agora é descobrir se o solo marciano possui realmente uma formação do tipo.

Avistamento aconteceu ainda da órbita

  • Segundo a agência espacial dos Estados Unidos, o rover Curiosity encontrou uma estrutura de boxwork, ou espeleotema em caixa, em Marte.
  • Esta configuração se parece com uma teia de pedras formada por cristas.
  • A NASA afirmou que é a primeira vez que algo do tipo é identificado no solo marciano.
  • O avistamento aconteceu ainda da órbita.
  • Agora, os cientistas querem confirmar esta hipótese colhendo amostras do solo do planeta vermelho.
Formação geológica foi identificada pela primeira vez em Marte (Imagem: NASA/JPL-Caltech)

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Descoberta pode revelar mais sobre o passado do planeta

Os cientistas acreditam que a água subterrânea antiga presente em Marte formou esse padrão geológico. O boxwork se forma na Terra quando a água subterrânea flui através de uma teia de fraturas rochosas no subsolo.

Os minerais transportados pela água podem revestir as rachaduras e ser depositados dentro da rocha próxima. Séculos depois, se a rocha sofrer erosão, os minerais que preenchem as rachaduras ou a rocha endurecida deixam exposto um padrão semelhante a uma teia de cristas.

Curiosity, rover da NASA, em Marte
Rover Curiosity está explorando o ambiente marciano (Imagem: NASA)

A ideia que a formação geológica existente em Marte é a mesma da presente em cavernas no nosso planeta reforça a hipótese de que já houve água no ambiente marciano. Por isso, estudar esta formação geológica pode acabar revelando mais sobre o passado do planeta vermelho.

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10 imagens do espaço que mostram a beleza e os mistérios do Universo

O Universo nos presenteia, constantemente, com imagens espetaculares que expandem nosso entendimento do cosmos e nos deixam maravilhados com sua beleza. De fenômenos celestes raros a avanços tecnológicos em missões espaciais, cada fotografia conta uma história única sobre a exploração espacial contemporânea.

Listamos aqui 10 das imagens mais marcantes capturadas nos últimos tempos, destacando as conquistas e descobertas que elas representam.

10 imagens do espaço real para admirar

Imagem: NASA/Don Pettit)

O astronauta da NASA Don Pettit compartilhou uma imagem intrigante dos satélites Starlink vistos da Estação Espacial Internacional (ISS). Ele descreveu os satélites como “uma versão em miniatura do monólito de ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’, onde a grande face plana do monólito aponta para a Terra e o painel solar se projeta como a barbatana de um dimetrodonte”.

A exposição prolongada da foto revelou rastros luminosos e irregulares, resultantes do reflexo da luz solar nos painéis solares dos satélites Starlink durante o crepúsculo.

A dança das galáxias espirais

Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

Duas galáxias espirais, IC 2163 e NGC 2207, foram capturadas em uma dança cósmica que lembrava uma máscara com olhos flamejantes e geraram umas das imagens mais incríveis do espaço em 2024.

A foto é uma combinação de capturas em espectros visíveis, ultravioleta e infravermelho médio, obtidas pelos telescópios espaciais Hubble e James Webb. Essa interação galáctica, ocorrida há milhões de anos, resultou em uma visão deslumbrante que fascina tanto cientistas quanto o público em geral.

A “Nebulosa da Galinha em Movimento” em tons de rosa

Imagem: ESO/VPHAS+ team. Acknowledgement: CASU

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou uma imagem impressionante de uma seção da Nebulosa Gum 42 (IC 2948), também conhecida como Nebulosa da Galinha em Movimento (“Running Chicken” em inglês) repleta de nuvens rosadas e estrelas em formação.

Capturada pelo Telescópio de Pesquisa VLT, a foto revela detalhes de uma região que ocupa cerca de um terço do tamanho da lua cheia no céu, enquanto toda a nebulosa se estende por uma área equivalente a 25 luas cheias.

As garras do caranguejo

A Nebulosa do Caranguejo
(Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, Tea Temim – Princeton University)

Em 2024, o Telescópio Espacial James Webb revelou um novo mosaico da Nebulosa do Caranguejo, destacando suas estruturas semelhantes a garras em detalhes sem precedentes.

Esta incrível imagem do espaço mostra estruturas em forma de gaiola formadas por incontáveis grãos de poeira, especialmente visíveis como material magenta nas extremidades superior direita e inferior esquerda.

Visão de um sol infantil

(Imagem: NASA, ESA, G. Duchene (Universite de Grenoble I))

O Telescópio Espacial Hubble capturou uma imagem do jovem sistema estelar HP Tau, localizado a aproximadamente 550 anos-luz da Terra, na constelação de Touro. Com apenas 10 milhões de anos, HP Tau é o mais jovem de seus vizinhos e oferece uma visão de como nosso próprio Sol pode ter se parecido em seus primeiros estágios de formação.

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Nosso centro galáctico em luz polarizada

(Imagem: EHT Collaboration)

Astrônomos capturaram pela primeira vez em 2024 uma imagem espetacular do espaço: a luz polarizada e os campos magnéticos ao redor de Sagittarius A* (Sgr A*), o buraco negro supermassivo no coração da Via Láctea.

A observação histórica, realizada com o Telescópio Event Horizon (EHT), revelou semelhanças nos campos magnéticos com aqueles que cercam o buraco negro supermassivo no centro da galáxia M87.

Tentáculos de um berçário estelar

(Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI))

O Telescópio Espacial James Webb, utilizando seu instrumento NIRCam, capturou uma visão em infravermelho próximo da região de formação estelar NGC 604, localizada na galáxia do Triângulo, a 2,7 milhões de anos-luz da Terra. A imagem mostra braços de gás e poeira que abrigam mais de 200 das estrelas mais quentes e massivas conhecidas.

Eclipse total

Proeminências solares são vistas durante um eclipse solar total em Dallas, Texas, na segunda-feira, 8 de abril de 2024
Proeminências solares são vistas durante um eclipse solar total em Dallas, Texas, na segunda-feira, 8 de abril de 2024. Imagem: Keegan Barber / NASA

Um dos eclipses mais observados da história ocorreu em abril de 2024, com imagens espetaculares capturadas ao longo de seu trajeto. Esse eclipse solar total cobriu uma vasta área da América do Norte, incluindo México, Estados Unidos e Canadá. Astrofotógrafos, como Miguel Claro, registraram momentos hipnotizantes do evento celestial, compartilhando com o mundo a beleza desse fenômeno raro.

Hubble observa uma estrela condenada

estrela prestes a entrar em supernova
(Imagem: NASA, ESA, Hubble; Processing & License: Judy Schmidt)

O Telescópio Espacial Hubble continuou seu monitoramento da estrela Eta Carinae, uma das mais massivas da Via Láctea, que está destinada a explodir como uma supernova. Embora o momento exato da explosão seja incerto, as observações contínuas fornecem insights valiosos sobre as fases finais de estrelas massivas e os processos que levam às supernovas.

A primeira caminhada espacial comercial

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(Imagem: SpaceX / Polaris Dawn)

Em setembro de 2024, a missão Polaris Dawn da SpaceX fez história ao realizar a primeira caminhada espacial comercial. Os astronautas Jared Isaacman e Sarah Gillis saíram da cápsula Crew Dragon em órbita terrestre, testando a mobilidade e funcionalidade dos novos trajes extraveiculares da SpaceX. Essa missão representa um marco significativo na exploração espacial privada, abrindo caminho para futuras missões comerciais no espaço.

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Asteroide maior que a Torre Eiffel passa perto da Terra nesta sexta

Um asteroide do tamanho de um arranha-céu de 100 andares vai passar perto da Terra nesta sexta-feira (24), às 10h37 da manhã (horário de Brasília). A rocha espacial, denominada 387746 (2003 MH4), mede cerca de 335 metros de largura – maior que a Torre Eiffel, na França. Apesar de não representar risco de colisão, o evento está sendo acompanhado de perto pela NASA.

De acordo com o painel de monitoramento do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência, o asteroide viaja a mais de 30 mil quilômetros por hora. A essa velocidade, ele daria uma volta completa na Terra em pouco mais de uma hora. Por cruzar a órbita do nosso planeta e ter grande porte, é classificado como um “asteroide potencialmente perigoso”.

A NASA explicou que esse sobrevoo é apenas um alerta, não uma ameaça imediata. O Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS), responsável por monitorar esses corpos celestes, está de olho em milhares de asteroides com trajetórias próximas à Terra.

Órbita do asteroide 2003 MH4 cruzando com a da Terra. Crédito: SSD/JPL/NASA

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NASA monitora asteroides ininterruptamente

O 2003 MH4 pertence ao grupo Apollo, asteroides conhecidos por cruzarem o caminho da Terra. Ele passará a cerca de 6,67 milhões de quilômetros do planeta (o equivalente a 17 vezes a distância daqui até a Lua). Embora pareça longe, qualquer objeto maior que 140 metros e com essa proximidade merece atenção.

Todos os dias, asteroides passam relativamente próximos da Terra. Crédito: mikdam – iStockPhoto

A NASA e outras agências ao redor do mundo monitoram o céu o tempo todo. Além de detectar com antecedência, esses programas estudam formas de desviar ou até destruir um asteroide antes que ele se torne uma ameaça real.

Outro asteroide que chamou a atenção esta semana foi o 2025 KF, que passou muito mais perto da Terra, na quarta-feira (21): a 115 mil km – menos de um terço da distância até a Lua. Com apenas 23 metros de largura, ele certamente seria destruído ao passar pela atmosfera do planeta em caso de colisão.

A passagem desses objetos serve como lembrete: o espaço é cheio de surpresas. Mesmo com todos os avanços na Terra, o Universo continua a nos lembrar que estamos apenas observando – e que precisamos estar sempre preparados.

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NASA: como o robusto corte de gastos de Trump vai remodelar a missão Artemis

Como o Olhar Digital noticiou nesta sexta-feira (2), o presidente Donald Trump anunciou corte histórico no orçamento da NASA. Isso vai impactar todos os programas em andamento na agência espacial estadunidense, incluindo o Artemis.

Como você já deve saber, o Artemis quer levar os humanos à Lua décadas após o fim das missões Apollo, a única missão que realizou tal feito.

Futuro dessa e de outras missões é incerta; o traje lunar acima poderá entrar no corte de gastos? (Imagem: Divulgação/Axiom Space)

Várias etapas foram programadas e denominadas como Artemis 1, Artemis 2 e a Artemis 3 será a responsável por nos levar de volta ao nosso satélite natural, programado para 2027.

Só que, com o corte de gastos do governo Trump, o programa lunar passará por profundas remodelações, o que pode alterar prazos e quantidade de equipamentos e demais itens enviados à Lua, por exemplo.

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Trump cortou o orçamento da NASA; e como fica a missão Artemis?

  • O plano orçamentário para 2026 sugere o abandono dos principais componentes do programa Artemis e corte histórico de quase 25% no financiamento da NASA;
  • A proposta ainda precisa de aprovação pelo Congresso e eliminaria, gradualmente, o foguete SLS e a cápsula Orion após apenas mais duas missões, além de cancelar imediatamente a estação espacial lunar Gateway;
  • O documento justifica essas medidas citando os custos excessivos do SLS: “US$ 4 bilhões [R$ 22,62 bilhões, na conversão direta] por lançamento e 140% acima do orçamento“;
  • Em substituição aos sistemas atuais, a Casa Branca pretende investir em “sistemas comerciais mais econômicos” para futuras missões lunares, possivelmente desenvolvidos por SpaceX (de Elon Musk) e Blue Origin (de Jeff Bezos), empresas que já trabalham em módulos lunares para o programa Artemis;
  • Até o momento, o SLS e Orion realizaram apenas uma missão conjunta — o Artemis 1, que enviou uma cápsula Orion não tripulada à órbita lunar em 2022;
  • Caso a proposta seja aprovada, apenas as missões Artemis 2 (prevista para 2026) e Artemis 3 seriam mantidas.

Segundo o documento orçamentário, essas medidas visam alinhar os recursos com “os objetivos do governo de retornar à Lua antes da China e colocar um homem em Marte“.

Donald Trump em uma mesa falando e gesticulando
Trump quer focar em Marte e na Lua (Imagem: Hasbul Aerial Stock/Shutterstock)

Boeing e NASA pausam desenvolvimento do avião experimental X-66

O ambicioso projeto da NASA em parceria com a Boeing para desenvolver um avião com asas ultrafinas e sustentação em treliça foi interrompido. O modelo experimental X-66, também conhecido como Transonic Truss-Braced Wing (TTBW), teve seu desenvolvimento suspenso, e os esforços agora serão direcionados exclusivamente a testes em solo.

Embora o anúncio oficial trate a decisão como uma “pausa”, a medida indica que o demonstrador físico da aeronave, baseado em um McDonnell Douglas MD-90 modificado, não será mais construído. A iniciativa tinha como objetivo estudar formas de atingir emissões líquidas zero na aviação, além de melhorar a eficiência e a velocidade em voos próximos à barreira do som.

Leia a reportagem completa aqui

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Trump faz corte histórico na NASA visando viagem a Marte

A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou, na sexta-feira (2), sua proposta de orçamento federal para 2026, confirmando os rumores de cortes significativos para a NASA.

O plano reduz o financiamento da agência espacial em US$ 6 bilhões (R$ 33,93 bilhões, na conversão direta) em comparação com os valores de 2025, passando de US$ 24,8 bilhões (R$ 140,28 bilhões) para US$ 18,8 bilhões (R$ 106,34 bilhões)redução de 24%, que representa o maior corte anual na história da NASA, segundo a organização sem fins lucrativos Planetary Society.

O “orçamento enxuto” proposto pelo governo redireciona as prioridades da agência espacial estadunidense, cancelando projetos importantes, como a estação espacial lunar Gateway e o programa de retorno de amostras de Marte, enquanto aloca US$ 1 bilhão (R$ 5,65 bilhões) para iniciativas focadas no Planeta Vermelho, alinhando-se com a ambição de Elon Musk e sua empresa, a SpaceX.

Trump quer focar em Marte e na Lua (Imagem: Hasbul Aerial Stock/Shutterstock)

Mudança de prioridades na NASA

  • A proposta orçamentária reflete as prioridades da administração Trump, que valoriza “retornar à Lua antes da China e colocar um homem em Marte“, segundo o documento;
  • As reduções são especialmente profundas para ciência espacial, ciência da Terra e sistemas legados de exploração humana, que seriam cortados em US$ 2,3 bilhões (R$ 13,01 bilhão), US$ 1,2 bilhão (R$ 6,78 bilhões) e quase US$ 900 milhões (R$ 5,09 bilhões), respectivamente;
  • Segundo a CNBC, Janet Petro, administradora interina da NASA, afirmou, em e-mail enviado a todos os funcionários da agência, que o orçamento proposto “reflete o apoio da administração à nossa missão e prepara o terreno para nossas próximas grandes conquistas”;
  • Ela instou os funcionários a “perseverar, manter a resiliência e apostar na disciplina necessária para fazer coisas que nunca foram feitas antes — especialmente em ambiente restrito”;
  • Petro reconheceu que o orçamento exigirá “escolhas difíceis” e que algumas das “atividades da NASA serão encerradas“.

Fim de programas emblemáticos

Se este orçamento for aprovado pelo Congresso — o que não é garantido — alguns programas de alto custo da NASA serão eliminados.

Entre eles estão o programa de retorno de amostras de Marte, esforço conjunto com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) para trazer, para a Terra, material coletado pelo rover Perseverance, e o Gateway, a planejada estação espacial em órbita lunar que, há muito tempo, é parte fundamental do programa Artemis.

Além disso, o plano prevê o fim do Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) e da cápsula Orion após três voos. “Apenas o SLS custa US$ 4 bilhões [R$ 22,62 bilhões] por lançamento e está 140% acima do orçamento”, afirma o documento.

“O orçamento financia um programa para substituir os voos do SLS e da Orion à Lua por sistemas comerciais mais econômicos que apoiariam missões lunares subsequentes mais ambiciosas.”

O SLS e a Orion voaram juntos apenas uma vez — na missão não tripulada Artemis 1, que foi à órbita lunar e retornou no final de 2022. Com o novo plano orçamentário, a dupla seria aposentada após a Artemis 3, que pretende pousar astronautas perto do polo sul lunar em 2027.

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Foco em Marte e oportunidade para empresas privadas

O documento, publicado no site da NASA, afirma que a agência está alocando mais de US$ 7 bilhões (R$ 39,59 bilhões) para exploração lunar e “introduzindo US$ 1 bilhão [R$ 39,59 bilhões] em novos investimentos para programas focados em Marte“.

Esta mudança de prioridades beneficia empresas privadas, como a SpaceX, que já está entre os maiores contratados da NASA e do Departamento de Defesa.

A empresa de Elon Musk, há muito tempo, busca lançar uma missão tripulada a Marte e afirma, em seu site, que seu enorme foguete Starship foi projetado para “transportar tanto tripulação quanto carga para a órbita terrestre, a Lua, Marte e além“.

Musk, fundador e CEO da SpaceX, tem papel central na administração Trump, liderando um esforço para reduzir o tamanho, os gastos e a capacidade do governo federal, além de influenciar mudanças regulatórias por meio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Impacto na força de trabalho e missões científicas

A NASA também afirmou que precisará “racionalizar” sua força de trabalho, serviços de tecnologia da informação, operações dos Centros NASA, manutenção de instalações e atividades de construção e conformidade ambiental. Além disso, terá que encerrar várias missões “inacessíveis” e reduzir missões científicas em nome da “responsabilidade fiscal“.

O documento destaca que algumas das maiores reduções, caso o orçamento seja aprovado, afetariam as divisões de ciência espacial, ciência da Terra e suporte a missões da agência espacial. “Esta está longe de ser a primeira vez que a NASA foi solicitada a se adaptar, e sua capacidade de entregar, mesmo sob pressão, é o que diferencia a NASA”, escreveu Petro em seu e-mail.

Marte visto do espaço
Corrida a Marte está privilegiada (Imagem: Buradaki/Shutterstock)

Próximos passos

O indicado pelo presidente Trump para liderar a NASA, o empresário de tecnologia Jared Isaacman, ainda precisa ser aprovado pelo Senado dos EUA. Sua nomeação foi aprovada pelo Comitê de Comércio do Senado na quarta-feira (30).

A proposta orçamentária ainda precisa passar pelo Congresso, onde pode enfrentar resistência. No entanto, ela sinaliza, claramente, uma mudança na política espacial estadunidense, priorizando o retorno à Lua e eventual missão tripulada a Marte, com maior participação do setor privado e foco em “vencer” a China na nova corrida espacial.

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Cientistas da NASA colhem “alface espacial”

Dentro do Centro Espacial Kennedy da NASA, na Flórida, cientistas acabam de colher a alface romana ‘Outredgeous’ cultivada no Advanced Plant Habitat, um laboratório terrestre especializado. Esta colheita faz parte do controle de solo do experimento Plant Habitat-07, enviado à Estação Espacial Internacional (ISS) em novembro de 2024, durante a missão de reabastecimento CRS-31 da SpaceX.

Segundo um comunicado da agência espacial norte-americana, o estudo busca entender como a umidade afeta o crescimento das plantas na microgravidade. Ele investiga também o conteúdo de nutrientes e o microbioma das plantas, informações essenciais para a criação de alimentos saudáveis e seguros para astronautas em missões espaciais de longa duração.

Essa pesquisa é uma continuação dos experimentos feitos desde 2014, quando a mesma alface foi cultivada pela primeira vez na ISS. O Plant Habitat-07 amplia o uso do Advanced Plant Habitat, ajudando a entender melhor como as plantas se adaptam às condições do espaço. As descobertas podem apoiar futuras missões à Lua, Marte e além, além de trazer benefícios para a agricultura na Terra.

Plantação de alface romana Outredgeous no Advanced Plant Habitat, um laboratório terrestre controlado que faz parte do projeto Plant Habitat-07. Crédito: NASA

Primeiro tomate cultivado no espaço se perdeu na estação espacial  

Além das alfaces, outro experimento de agricultura espacial ocorreu em março de 2023, quando o astronauta Frank Rubio colheu o primeiro tomate cultivado no espaço. O experimento, iniciado quatro meses antes, com a missão CRS-26 da SpaceX, também fazia parte do projeto da NASA de desenvolver um sistema contínuo de produção de alimentos frescos fora da Terra. No entanto, algo inusitado aconteceu: pouco após a colheita, o tomate desapareceu misteriosamente.

Quando voltou à Terra, Rubio explicou em entrevista que havia colocado o tomate em um saquinho para mostrá-lo a estudantes em um evento, mas o vegetal simplesmente sumiu. Clique aqui para saber como terminou esta história.

Tomates se perderam na Estação Espacial Internacional. Crédito: NASA

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China colhe arroz cultivado no espaço – e ele é mais doce

E não é somente a NASA que tem investido em cultivar alimentos no espaço. Em 2022, seis sementes de arroz foram enviadas à estação espacial Tiangong, da China. Ao longo de 180 dias, taikonautas (designação para astronautas da China) da missão Shenzhou-14 conduziram experimentos com esses grãos, cultivando 59 sementes em órbita a partir deles.

Ao retornarem para a Terra, algumas foram selecionadas para cultivo em uma sala de clima controlado, e o processo gerou cerca de 10 mil sementes adicionais, que foram plantadas em campos agrícolas para uma colheita em maior escala.

Zheng Huiqiong, pesquisadora do Centro de Excelência em Ciências Moleculares de Plantas da Academia Chinesa de Ciências, que lidera os estudos com o chamado “arroz espacial”, revelou à agência de notícias Xinhua as descobertas iniciais sobre as gerações resultantes. Uma delas é que esse arroz é “mais doce” – saiba mais aqui.

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Sonda da NASA revela segredos de Júpiter e da lua vulcânica Io

Nesta terça-feira (29), os resultados mais recentes da missão Juno, da NASA, foram apresentados na Assembleia Geral da União Europeia de Geociências, em Viena, na Áustria. A espaçonave investiga Júpiter desde 2016, com sobrevoos próximos a cada 53 dias. Nesse tempo, já coletou dados inéditos sobre a atmosfera e as regiões polares do maior planeta do Sistema Solar.

Uma das descobertas mais marcantes foi no polo norte de Júpiter. Ali, Juno detectou uma névoa fria na alta atmosfera, 11 °C mais gelada que as áreas ao redor. Em volta dessa névoa, ventos fortíssimos – chamados correntes de jato – circulam a mais de 160 km/h. Logo abaixo, existe um ciclone gigante com cerca de três mil quilômetros de diâmetro.

Imagem composta, derivada de dados coletados em 2017 pelo instrumento JIRAM a bordo da sonda Juno mostra o ciclone central no polo norte de Júpiter e os outros oito que o circundam. Crédito: NASA / JPL-Caltech / SwRI / ASI / INAF / JIRAM

Esse ciclone central é cercado por oito ciclones menores, cada um medindo entre 2.490 e 2.800 quilômetros – todos maiores do que qualquer furacão já visto na Terra. Usando câmeras ópticas e sensores infravermelhos, a sonda Juno acompanha esses ciclones há quase dez anos. Os instrumentos principais usados para isso são a JunoCam e o mapeador JIRAM (sigla em inglês para Mapeador Auroral Infravermelho Joviano).

Esses instrumentos observam tanto a luz visível quanto o calor vindo do interior da atmosfera. Eles revelaram que os ciclones se movem em direção ao polo por um processo chamado “deriva beta”. Esse fenômeno também acontece na Terra e é causado pela força de Coriolis, que surge com a rotação do planeta e os ventos circulares dos ciclones.

Na Terra, ciclones se enfraquecem ao se aproximar dos polos, por falta de calor e umidade. Em Júpiter, isso não ocorre, já que a atmosfera é bem diferente. Lá, os ciclones continuam ativos até colidirem uns com os outros, formando um sistema complexo e estável de tempestades no topo do planeta.

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Erupção contínua em lua de Júpiter é acompanhada pela sonda Juno

Em um comunicado, o cientista Yohai Kaspi, coinvestigador da Juno do Instituto Weizmann de Ciência em Israel, explica que as colisões fazem os ciclones “quicarem” uns nos outros, como molas em um sistema mecânico. Isso mantém o equilíbrio entre eles. Além disso, os ciclones ficam girando lentamente ao redor do polo, em sentido horário, oscilando levemente em suas posições originais.

Além de Júpiter, a sonda Juno também tem feito estudos sobre Io, a lua mais próxima do planeta e corpo mais vulcânico do Sistema Solar. Em 27 de dezembro de 2024, a missão observou uma erupção extremamente forte. Quando voltou ao local em 2 de março, o vulcão ainda estava em atividade. A expectativa é que o mesmo vulcão continue expelindo lava até o próximo sobrevoo de Juno, previsto para segunda-feira (6), quando a sonda passará a 89 mil km da lua. 

Produzida com dados do instrumento JIRAM a bordo da sonda Juno, da NASA, esta animação mostra a região polar sul da lua Io, de Júpiter, durante um sobrevoo em 27 de dezembro de 2024. Os pontos brilhantes são locais com temperaturas mais altas causadas pela atividade vulcânica; as áreas cinzentas resultaram quando Io deixou o campo de visão. Crédito: NASA / JPL / SwRI / ASI – Equipe JIRAM (AM)

Mas foi uma descoberta subterrânea que mais empolgou os cientistas: sinais claros de magma sob a crosta de Io. Combinando o Radiômetro de Microondas (MWR) com o JIRAM, a equipe conseguiu medir a temperatura abaixo da superfície. O resultado indicou que há fluxos de lava ainda quentes, circulando sob a crosta. Esses fluxos foram identificados em diversas regiões da lua, o que sugere uma atividade vulcânica constante.

Oceano de magma na lua Io é improvável, segundo a NASA

A cientista Shannon Brown, da NASA, disse que os dados surpreenderam a equipe. Isso porque eles mostram lava ainda ativa, antes mesmo de endurecer. A missão também descartou a existência de um grande oceano de magma sob Io, o que era uma hipótese anterior para explicar seus vulcões intensos.

Agora, os pesquisadores acreditam que esses fluxos em resfriamento ajudam a manter os vulcões ativos. Cerca de 10% do subsolo de Io parece estar envolvido nesse processo. Isso mostra como o calor gerado dentro da lua é transferido até a superfície.

A comparação usada por Brown é com um radiador de carro: os fluxos subterrâneos agem como um sistema eficiente de resfriamento. Eles carregam o calor para fora e ajudam a renovar a crosta com novas camadas de lava. Essas descobertas ampliam o conhecimento sobre vulcanismo fora da Terra e ajudam a entender melhor os planetas gigantes e suas luas.

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