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Onde termina a Terra e começa o espaço?

A humanidade sempre olhou para o céu com curiosidade, tentando entender onde a atmosfera terrestre acaba e o espaço sideral começa. Essa questão, que envolve ciência, tecnologia e até mesmo disputas políticas, é essencial para áreas como a astronomia, a exploração espacial e a aviação.

Mas afinal, onde começa espaço Terra? Há um limite preciso que separa nosso planeta do vasto universo? Para a ciência, definir essa fronteira não é simples. A Terra não possui uma “barreira” física que delimita o fim de sua atmosfera.

Em vez disso, sua camada gasosa se torna gradualmente mais rarefeita à medida que se afasta da superfície.

No entanto, por convenção, a linha de Kármán, situada a 100 km acima do nível do mar, é amplamente aceita como o ponto onde o espaço começa. Esse critério, porém, não é unânime e há outras definições que competem com essa ideia. 

Onde termina a Terra e começa o espaço?

A transição entre a atmosfera terrestre e o espaço não é abrupta, mas sim um processo gradual. Diferentes definições foram adotadas ao longo do tempo para tentar estabelecer um limite claro entre os dois. Veja algumas das principais abordagens para definir essa fronteira.

A linha de Kármán: a convenção mais aceita

A linha de Kármán, situada a 100 km acima do nível do mar, é a definição mais amplamente utilizada para determinar onde começa o espaço.

Objeto flutuando no espaço (Divulgação: Rocket Lab)

Esse conceito foi introduzido pelo engenheiro e físico húngaro Theodore von Kármán, que calculou que a partir dessa altitude a densidade atmosférica se torna tão baixa que um avião não consegue mais gerar sustentação suficiente para voar. Acima desse ponto, apenas foguetes conseguem operar de maneira eficiente.

Organizações como a Federação Aeronáutica Internacional (FAI) adotam essa definição para classificar astronautas e delimitar recordes de voo espacial. No entanto, algumas entidades, como a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), utilizam um critério diferente.

Os 80 km da USAF e NASA

Para as forças armadas e algumas agências espaciais dos EUA, a fronteira do espaço começa a 80 km de altitude.

A NASA e a Força Aérea concedem o título de astronauta a pilotos que ultrapassam essa marca, o que gerou discussões em missões espaciais suborbitais realizadas por empresas privadas, como a Blue Origin e a Virgin Galactic.

Essa diferença na definição pode influenciar até mesmo a regulamentação de voos comerciais espaciais.

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A exosfera: a visão científica da transição

Além das convenções estabelecidas, a ciência considera que a atmosfera da Terra se estende muito além dos 100 km.

A última camada atmosférica, chamada exosfera, pode alcançar até 10.000 km de altitude antes de se dissipar completamente no espaço interestelar. Nesta região, as partículas de gás são extremamente raras e podem viajar grandes distâncias sem colidir entre si.

Embora a exosfera ainda faça parte da Terra do ponto de vista atmosférico, ela já está praticamente no vácuo.

A magnetosfera e a influência gravitacional

Outro critério para definir onde termina a Terra e começa o espaço leva em conta a influência do campo gravitacional e magnético do planeta.

Ilustração da Terra vista do espaço, com destaque para a atmosfera
Ilustração digital mostra a visão da Terra direto do espaço sideral (Reprodução: Dima Zel/Shutterstock)

A magnetosfera, que se estende por milhares de quilômetros além da superfície, protege a Terra de partículas solares e cósmicas. Já a esfera de Hill, que marca o ponto em que a gravidade da Terra perde força em relação ao Sol, se encontra a aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros de distância.

Considerando essa perspectiva, poderíamos dizer que o “espaço” só começa realmente muito além do que os limites tradicionalmente aceitos.

A importância da definição para a exploração espacial

Estabelecer onde começa o espaço tem implicações práticas e políticas. O reconhecimento de astronautas, a regulamentação de voos espaciais comerciais e até mesmo acordos internacionais sobre soberania aérea dependem dessa definição.

À medida que empresas privadas ampliam sua presença na exploração espacial, essas discussões se tornam ainda mais relevantes.

Embora a linha de Kármán continue sendo o padrão mais aceito, as diferentes abordagens demonstram que a resposta para onde começa espaço Terra depende do contexto.

Se considerarmos apenas critérios físicos, a transição da atmosfera para o espaço é gradual e pode se estender por milhares de quilômetros. Mas, para fins práticos e operacionais, 100 km ainda são a referência principal.

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Aos 70 anos, astronauta mais velho da NASA pousa na Terra

O que você fez no seu aniversário? O astronauta Don Pettit aterrissou na Terra neste domingo (20), após passar sete meses no espaço. A data marcou também seu 70º aniversário, consolidando-o como o astronauta mais velho em atividade na NASA.

Pettit pousou junto com seus colegas Alexei Ovchinin e Ivan Vagner na espaçonave Soyuz MS-26, encerrando uma longa missão na Estação Espacial Internacional (ISS).

De acordo com a agência espacial russa Roscosmos, o pouso ocorreu às 4h20 (horário de Moscou) / 22h20 (horário de Brasília), próximo à cidade de Zhezkazgan, no Cazaquistão.

Antes de retornar, Pettit compartilhou suas reflexões sobre a experiência. “Depois de sete meses na estação espacial, voltaremos em nossa nave Soyuz, pousando nas estepes do Cazaquistão. Quando nossa cápsula tocar o solo naquelas planícies desérticas, estarei literalmente do outro lado da Terra, a quase 19 mil quilômetros de casa. Mas, de certa forma, estarei em casa”, escreveu ele na sexta-feira (18).

Aos 70 anos, astronauta mais velho da NASA pousa na Terra (Crédito da imagem: NASA/Bill Ingalls)

Em um tom poético, ele ainda projetou: “Posso imaginar que, no futuro, uma tripulação retornando de Marte, ao entrar na órbita baixa da Terra, olhará para esta joia azul girando abaixo e dirá: ‘Estou em casa’.”

O retorno do trio à Terra

O processo de retorno começou no sábado (19), quando a Soyuz MS-26 se desacoplou da ISS. A viagem durou cerca de duas horas e meia, incluindo a reentrada na atmosfera terrestre antes do pouso seguro.

Durante a missão, Ovchinin e Vagner realizaram experimentos científicos e conduziram uma caminhada espacial de 7 horas e 17 minutos para instalar um espectrômetro de raios X no módulo Zvezda. Eles também testemunharam a chegada da Soyuz MS-28 e das naves de carga Progress MS-29 e MS-30, além da partida das Progress MS-27 e MS-28.

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A Soyuz MS-26 foi a 72ª missão russa à ISS desde 2000 e a 155ª desde 1967. Durante seus 220 dias no espaço, a nave percorreu 150,2 milhões de quilômetros, completando 3.520 órbitas ao redor da Terra.

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O homem que se isolou numa caverna e criou uma nova ciência

Em 1962, um jovem geólogo francês decidiu se isolar por dois meses no fundo de uma caverna nos Alpes. Sem relógio, sem luz do sol, sem qualquer noção do tempo. O que começou como uma missão científica virou um experimento radical — e acabou revelando algo inesperado: o corpo humano tem um relógio interno, capaz de funcionar por conta própria. Nascia ali, sem querer, a cronobiologia.

Michel Siffre viveu 63 dias a 130 metros de profundidade, em um ambiente úmido, escuro e congelante. Sem contato com o mundo externo, anotou tudo em um diário. Aos poucos, seus ciclos de sono se desregularam e o tempo perdeu o sentido. Em testes, contar até 120 levava cinco minutos. Quando o experimento terminou, ele acreditava estar em agosto — mas já era setembro.

A princípio, muitos duvidaram. Com o tempo, porém, a experiência chamou a atenção da NASA e de militares franceses, interessados em entender como o corpo reage sem referências temporais. A façanha rendeu novos estudos, mais imersões e a criação de um campo científico inteiro. A história completa foi publicada pelo site IFLScience.

Quando o tempo perde o sentido

A grande descoberta de Siffre foi que o corpo humano não depende do Sol para marcar as horas. Livre de qualquer referência externa, o organismo cria seu próprio tempo — e ele pode ser bem diferente do ciclo de 24 horas. O experimento abriu espaço para uma pergunta nova (e estranha): quanto tempo dura um dia, se ninguém disser que ele acabou?

Sem sol ou relógio, o corpo cria seu próprio tempo — e ele nem sempre dura 24 horas.

Nos anos seguintes, outros voluntários se juntaram à pesquisa. Alguns passaram a viver dias com 25 horas, seguidos por noites de 12. Outros, mais extremos, chegaram a ficar acordados por três dias seguidos — e só então desabavam. Um deles dormiu por 33 horas ininterruptas, deixando os cientistas em pânico.

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Esses desvios mostraram que o “relógio biológico” é mais flexível — e caótico — do que se pensava. A cronobiologia passou a investigar como o cérebro lida com a passagem do tempo, e o que acontece quando ele é deixado por conta própria. O isolamento em cavernas virou laboratório. O que antes era visto como maluquice virou ciência séria.

Do fundo da caverna para o mundo

Nem todo mundo ficou impressionado com os feitos de Siffre. Na época, ele foi acusado de buscar fama com experimentos arriscados e pouco convencionais. Ambientalistas temiam que suas idas ao subsolo prejudicassem ecossistemas frágeis, sensíveis à presença humana. E, para alguns cientistas, o fato de ele não ser biólogo colocava em dúvida a validade de tudo aquilo.

Homem isolado na caverna.
Sem sol ou relógio, o corpo cria seu próprio tempo — e ele nem sempre dura 24 horas (Imagem: Smit/Shutterstock)

Mas o tempo — esse mesmo que ele ajudou a desconstruir — provou que estavam errados. A cronobiologia, campo que Siffre ajudou a fundar, hoje investiga desde o jet lag até a relação entre o relógio interno e o câncer. Seu trabalho também chamou a atenção de forças armadas e agências espaciais.

Hoje, dificilmente alguém repetiria seus experimentos na mesma intensidade — e com tanto risco físico e mental. Mas o impacto continua. Seu legado é a prova de que, mesmo nas profundezas da Terra, é possível fazer descobertas que iluminam a ciência.

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NASA encontra algo inesperado e promissor em Marte

O rover Curiosity, da NASA, descobriu um “arquivo químico” escondido na cratera Gale que revela sinais de um antigo ciclo de carbono em Marte. A descoberta reforça a ideia de que a atmosfera do planeta vermelho já foi muito mais densa e quente — capaz de sustentar água líquida em sua superfície.

O estudo sobre essa descoberta foi publicado na revista Science.

Detalhes da descoberta

  • Utilizando seu difratômetro de raios X, o Curiosity analisou amostras de rochas perfuradas entre 2022 e 2023 em camadas que marcaram a transição de antigos leitos de lago para ambientes áridos e expostos ao vento.
  • Os pesquisadores identificaram concentrações inesperadamente altas de siderita (carbonato de ferro) em regiões ricas em sulfato de magnésio, onde sensores orbitais não haviam detectado carbonatos.
  • Esses carbonatos se formaram por reações entre água e rocha, indicando que o CO₂ da atmosfera foi quimicamente capturado e armazenado na crosta marciana.
  • Essa descoberta resolve parte do mistério sobre onde foi parar o carbono que antes sustentava um clima propício à água líquida.
O simpático Perseverance trabalhando em Marte. (Imagem: NASA/Instagram)

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Carbono oculto em Marte

Segundo os autores, se esses depósitos de sulfato forem comuns em outras regiões de Marte, podem representar um grande reservatório de carbono oculto no planeta.

Há indícios também de que parte desse carbono foi liberado de volta para a atmosfera em períodos posteriores, evidência de um possível ciclo de carbono ativo no passado marciano.

Esses achados não só revelam um planeta mais dinâmico do que se imaginava, como também oferecem novas pistas sobre ambientes que poderiam ter sido potencialmente habitáveis.

Minerais revelam que Marte já sequestrou CO₂ da atmosfera – (Imagem: Jurik Peter/Shutterstock)

Outra descoberta recente em Marte

O rover Perseverance está provando que o Planeta Vermelho guarda surpresas fascinantes – e cientificamente valiosas – debaixo da superfície cheia de poeira. Depois de uma escalada de três meses pela borda oeste da Cratera Jezero, o robô da NASA chegou à “Colina da Hamamélis”, uma região que está superando todas as expectativas da agência espacial. Neste lugar, cada pedra parece contar uma história diferente – algo raro até mesmo para Marte.

Segundo os cientistas, essas rochas fragmentadas foram ejetadas de profundezas subterrâneas há bilhões de anos, possivelmente pelo impacto que formou a própria cratera. Algumas delas já estiveram enterradas e carregam sinais de interação com água – um resquício dos tempos em que Marte era muito mais úmido.

A equipe do Perseverance lembra que já teve problemas antes, como tentativas frustradas de perfurar algumas rochas frágeis. Mas a persistência valeu a pena. Em uma área chamada “Tablelands”, o rover encontrou minerais formados quando grandes quantidades de água reagem com rochas ricas em ferro e magnésio. Desta vez, a coleta foi um sucesso.

O trabalho meticuloso levou meses: foi necessário escovar, vedar e até sacudir o tubo de amostra para garantir que tudo desse certo. E não é para menos – o Perseverance já coletou 27 amostras de solo e rochas, tornando-se a primeira missão a criar um verdadeiro depósito fora da Terra.

Desde que pousou no planeta, o rover já registrou cerca de 800 mil imagens – um tesouro visual que nos ajuda a entender melhor o passado de Marte. E ainda há muito mais a explorar. Com mais de quatro anos de operação, o Perseverance está apenas começando essa incrível jornada.

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Conheça os ‘vórtices aquáticos’, os buracos negros do oceano

Embora invisíveis a olho nu, os vórtices aquáticos estão entre os fenômenos mais fascinantes e poderosos dos oceanos.

Esses gigantescos redemoinhos de água têm características matemáticas similares às dos buracos negros do espaço, pois formam estruturas tão densas e fechadas que tudo o que entra dificilmente consegue sair.

Assim como seus equivalentes cósmicos, os vórtices aquáticos giram em torno de um centro, isolando e transportando tudo o que está dentro deles por longas distâncias.

Os vórtices aquáticos, também conhecidos em inglês como “Eddies”, são fundamentais para a dinâmica oceânica. Eles afetam desde o transporte de nutrientes e carbono até a formação de ondas de calor e frio marinhas em diferentes profundidades.

Além disso, têm ganhado destaque na climatologia por influenciar diretamente os ciclos biogeoquímicos e as variações extremas de temperatura nos oceanos.

O que são vórtices aquáticos?

Os vórtices aquáticos são massas circulares de água que se desprendem das grandes correntes oceânicas e passam a girar de forma independente.

Imagem com elementos fornecidos pela NASA sobre vórtices aquáticos no Oceano Antártico. (Imagem por: Emre Akkoyun / Shutterstock)

Eles podem variar de poucos quilômetros até mais de 100 km de diâmetro e durar desde algumas semanas até dois anos. Durante esse tempo, mantêm uma borda bem definida que impede que a água externa entre e que a interna escape, formando um microcosmo marítimo com características químicas e térmicas próprias.

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No interior desses vórtices, a água é relativamente estável, o que permite a proliferação de microorganismos como fitoplâncton e bactérias.

Esses organismos viajam com o vórtice, levando consigo nutrientes, lipídios, carbono orgânico e até poluentes como óleo ou lixo. Por isso, os vórtices também são chamados de “táxis aquáticos” ou “food trucks do oceano”, por transportarem energia e matéria de regiões produtivas para zonas pobres em nutrientes.

Como funcionam os vórtices oceânicos?

Os vórtices aquáticos nascem do desprendimento de correntes maiores, como a Corrente do Golfo ou a Corrente de Humboldt. Esse desprendimento pode ser causado por instabilidades dinâmicas nas margens continentais, diferenças de temperatura e salinidade, ou ainda pela ação do vento e da rotação da Terra (efeito Coriolis).

Existem dois tipos principais:

  • Vórtices anticiclônicos (AEs): giram no sentido horário no hemisfério norte (e anti-horário no sul), geralmente carregando água mais quente e provocando subsidência (afundamento);
  • Vórtices ciclônicos (CEs): giram no sentido contrário, trazendo águas frias de camadas profundas para a superfície.

Esses movimentos verticais promovem uma mistura de nutrientes e alteram as condições físicas e biológicas da água.

Como foram descobertos?

A primeira representação conhecida de uma corrente oceânica, a Corrente do Golfo, foi feita por Benjamin Franklin em 1769.

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Formação de redemoinhos ao largo da costa italiana. Imagens de satélite em cores naturais permitem visualizar com clareza a beleza das estruturas oceânicas quando os sedimentos evidenciam os padrões das correntes marítimas. Elementos desta imagem fornecidos pela NASA. (Imagem por: BEST-BACKGROUNDS / Shutterstock)

No entanto, apenas no século XX cientistas perceberam que essas correntes davam origem a redemoinhos secundários — os vórtices. O avanço das tecnologias espaciais, como satélites altimétricos e boias oceanográficas, permitiu observar milhares desses fenômenos ao redor do globo.

Hoje, com missões como a SWOT (Surface Water and Ocean Topography), é possível detectar vórtices com menos de 10 km de diâmetro e acompanhar seu deslocamento em tempo real.

Por que os vórtices aquáticos são comparados aos buracos negros?

A analogia entre vórtices aquáticos e buracos negros surgiu quando matemáticos descobriram que, em termos de comportamento de fluxo, os dois sistemas são semelhantes.

Ambos formam estruturas fechadas com fronteiras bem definidas, onde tudo o que entra tende a ficar preso por um tempo. No caso dos vórtices, essa “prisão” permite o transporte eficiente de água, calor, carbono e organismos por milhares de quilômetros.

Assim como os buracos negros distorcem o espaço ao seu redor, os vórtices distorcem o campo de velocidade da água. Cientistas do Swiss Federal Institute of Technology e da University of Miami identificaram que rastrear um vórtice é tão desafiador quanto localizar um buraco negro: é necessário identificar seus “limites geográficos” para saber onde começa e termina.

A importância ecológica e climática dos vórtices

Vórtices aquáticos exercem influência direta sobre os ecossistemas marinhos e o clima global. Estudos realizados na região de afloramento costeiro na Mauritânia revelaram que esses redemoinhos transportam até 10 mil toneladas de carbono orgânico por ano, além de quase mil tipos diferentes de lipídios.

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Imagem com elementos fornecidos pela NASA de Vórtices Aquáticos de Catalina. Ao largo da costa sul da Califórnia, a interação entre os ventos, sistemas meteorológicos e a topografia costeira dá origem a vórtices atmosféricos. (Imagem por: BEST-BACKGROUNDS / Shutterstock)

Muitos desses compostos, como ácidos graxos essenciais, são fundamentais para a cadeia alimentar marinha, já que não podem ser sintetizados por organismos superiores como peixes e zooplâncton.

Além disso, os vórtices estão associados a ondas de calor e frio submarinas (conhecidas como marine heatwaves e cold spells).

Cerca de 50% dessas anomalias extremas abaixo de 100 metros de profundidade ocorrem dentro de vórtices anticiclônicos ou ciclônicos, o que mostra o papel crucial desses redemoinhos na intensificação de eventos térmicos extremos, principalmente em regiões como a Corrente do Brasil, o Golfo do México e o Atlântico Sul.

Há vórtices aquáticos perto do Brasil?

Sim, há registros de vórtices oceânicos associados à Corrente do Brasil e à Confluência Brasil-Malvinas, uma região rica em atividade eddítica no Oceano Atlântico Sul.

Esses fenômenos são monitorados por satélites e boias do projeto PIRATA (Prediction and Research Moored Array in the Tropical Atlantic), que registra variações de temperatura e salinidade.

Embora não sejam tão frequentes quanto em regiões como o Pacífico Norte, sua presença já foi associada a alterações na distribuição de peixes e até no espalhamento de manchas de óleo.

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NASA revela como o Sol pode estar criando água na Lua

Pesquisadores da NASA conseguiram, pela primeira vez, simular com realismo em laboratório o processo químico que poderia gerar moléculas de água na superfície da Lua. A hipótese, que vem sendo discutida desde os anos 1960, aponta que o vento solar — fluxo de partículas carregadas emitido constantemente pelo Sol — pode interagir com o solo lunar e formar tanto hidroxilas quanto água.

O resultado do estudo foi publicado no Journal of Geophysical Research: Planets e pode ter implicações diretas nas futuras missões do programa Artemis, que pretende levar astronautas ao polo sul lunar. Nessa região, acredita-se que parte da água esteja congelada em áreas permanentemente sombreadas, um recurso essencial para a exploração espacial sustentada.

Sol, hidrogênio e solo lunar formam combinação potencialmente produtiva

  • Segundo os cientistas, o vento solar é composto majoritariamente por prótons — núcleos de átomos de hidrogênio que perderam seus elétrons — e viaja a mais de 1,6 milhão de km/h.
  • Enquanto a Terra possui uma magnetosfera e atmosfera que bloqueiam essas partículas, a Lua está desprotegida, permitindo o contato direto entre os prótons e o regolito, material rochoso e poroso que cobre sua superfície.
  • Nessa interação, os prótons colidem com elétrons presentes no regolito e formam átomos de hidrogênio.
  • Esses átomos, por sua vez, podem migrar e se ligar ao oxigênio abundante em minerais lunares, como a sílica, gerando hidroxila (OH) e, eventualmente, moléculas de água (H₂O).

Evidências reforçam papel ativo do vento solar

Estudos anteriores já identificaram sinais de hidroxila e água nos milímetros superiores do solo lunar. Essas moléculas deixam uma “impressão digital” química — uma queda característica em gráficos de espectroscopia que mostram como a luz interage com o regolito. No entanto, os instrumentos atuais não conseguem diferenciar com precisão entre água e hidroxila, levando os cientistas a usarem o termo “água” de forma genérica.

Uma das principais pistas que já indicavam o papel do vento solar era a variação do sinal espectral ao longo do dia lunar. Em regiões observadas, o sinal se intensificava nas manhãs frias e diminuía durante o aquecimento da superfície, voltando a aumentar à noite. Essa oscilação diária sugere a presença de uma fonte ativa — provavelmente o próprio vento solar — repondo continuamente pequenas quantidades de moléculas.

Equipamento desenvolvido para evitar contaminação

Para validar a hipótese, os pesquisadores da NASA desenvolveram um aparelho inédito que simula o ambiente lunar em laboratório, evitando que as amostras fossem expostas à umidade da Terra. O equipamento reuniu, em uma mesma câmara selada, um feixe de partículas simulando o vento solar, uma câmara de vácuo e um detector de moléculas.

“Levamos tempo para desenhar e ajustar o sistema, mas o esforço valeu a pena”, afirmou Jason McLain, cientista da NASA Goddard e coautor do estudo. “Ao eliminar possíveis fontes de contaminação, conseguimos confirmar que essa teoria antiga sobre o vento solar está correta.”

O aparato experimental consiste em uma câmara de vácuo feita sob medida que se encaixa no compartimento de amostras de um espectrômetro Nicolet iS50 FTIR (Imagem: Journal of Geophysical Research: Planets)

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Simulação acelerada de 80 mil anos

A equipe usou amostras de poeira lunar coletadas durante a missão Apollo 17, em 1972. Após serem “assadas” para remover qualquer traço de umidade adquirido desde sua coleta, as amostras foram bombardeadas com partículas por vários dias, simulando cerca de 80 mil anos de exposição ao vento solar.

Com o uso de um espectrômetro, os pesquisadores mediram como a luz refletida pelas amostras mudava ao longo do tempo. Foi observada uma queda no sinal exatamente na região do espectro infravermelho — por volta de 3 micrômetros — onde a água costuma absorver energia, indicando a provável formação de hidroxila e água nas amostras analisadas.

Embora os cientistas não tenham conseguido comprovar de forma definitiva que moléculas de água completas foram geradas, o formato e a profundidade da alteração no sinal apontam para a presença dos dois tipos de moléculas. Isso reforça a teoria de que o vento solar pode ser um agente constante de formação de água na Lua — um dado relevante para a utilização de recursos in situ em futuras missões espaciais.

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8 asteroides monitorados pela NASA e seus riscos de colisão com a Terra

NASA classifica como objetos potencialmente perigosos os asteroides com mais de 140 metros de diâmetro que se aproximam até cerca de 7,5 milhões de quilômetros da Terra. Nessa classificação existem alguns corpos celestes que se enquadram. 

Na sequência deste conteúdo, o Olhar Digital traz uma lista com 8 asteroides que podem ser um risco para a Terra e algumas de suas características. Continue a leitura e confira!

Conheça os 8 asteroides monitorados pela Nasa

Apesar do pequeno risco de realmente em algum momento ocorrer uma colisão com a Terra, a agência espacial NASA faz o monitoramento dos objetos abaixo com o objetivo de tomar as medidas necessárias caso realmente possa ser iminente o choque de um asteroide com o planeta. 

Em 2022, por exemplo, Lindley Johnson, gerente do programa de defesa planetária da NASA, afirmou que não havia nenhuma ameaça significativa de impacto de asteroide na Terra, mas que é importante realizar o monitoramento.

“Nosso objetivo é detectar qualquer possível impacto com anos ou décadas de antecedência, para que ele possa ser desviado com uma capacidade que utilize a tecnologia que já possuímos, como o DART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo)”, afirmou Johnson. Veja a lista abaixo!

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8 – 2023 DW

Descoberto em 2023, este asteroide tem uma chance bem pequena de atingir a Terra daqui a 23 anos, em 2046, especificamente no Dia dos Namorados, em 14 de fevereiro. 

O corpo celeste possui 50 metros de diâmetro, o que equivale ao tamanho de uma piscina olímpica, podendo destruir uma cidade inteira e liberar uma energia comparável à do meteoro de Chelyabinsk, que explodiu no ar sobre a cidade russa Chelyabinsk, em 15 de fevereiro de 2013, deixando várias pessoas feridas, uma grande trilha de fumaça no céu e outros estragos. Ele era menor, tinha cerca de 17 metros. 

7 – Apophis

(Imagem: Ana Luiza Figueiredo via DALL-E / Olhar Digital)

O asteroide Apophis, assim que descoberto, em 2002, foi tido como um grande risco para a vida na Terra. Após passar um longo período acompanhando o corpo celeste, hoje a NASA acredita que não há grandes riscos de ele colidir com a Terra por pelo menos 100 anos. Apesar disso, a agência segue monitorando. 

Com 379 metros de diâmetro, o objeto tem quase 10 vezes o tamanho do Cristo Redentor e em caso de colisão com a Terra pode gerar uma catástrofe global. A força de impacto equivaleria a 1.150 megatons de TNT, causando terremotos, tsunamis e incêndios de grandes proporções. 

6 – 2011 UL21

Este asteroide tem nada mais nada menos que o apelido de “assassino de planetas”. Ele passou relativamente “perto” de nosso planeta em junho de 2024, em uma distância de 6,6 milhões de quilômetros. O corpo celeste possui 2,3 km de diâmetro, sendo bem parecido com o tamanho do Monte Everest.

O 2011 UL21 tem uma capacidade de destruição em escala planetária e foi descoberto em 2011 pelo Catalina Sky Survey, instituto que possui o financiamento da NASA, em Tucson, Arizona. A agência espacial continua de olho no corpo celeste. 

5 – 2024 YR4

Com a possibilidade de 1,2% de colidir com a Terra no ano de 2032, o asteroide 2024 YR4 foi descoberto em dezembro de 2024. A probabilidade foi aumentada para 2,3%, o que despertou ainda mais atenção dos especialistas. A chance ainda chegou a ser maior, mas após muito estudo e observação, acredita-se que o risco de uma colisão é praticamente nula.

Conforme imagens captadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, o corpo celeste deve passar de forma segura pelo nosso planeta em dezembro de 2032.

Asteróide 2024 YR4 passando pela Terra e se dirigindo para um potencial impacto com a Lua. Crédito: NOIRLab/NSF/AURA/R. Proctor

O objeto tem 60 metros de diâmetro, o que equivale a um prédio de aproximadamente 20 andares. Além disso, ele tem um formato achatado, aparecido com um disco de hóquei. Apesar de os especialistas terem quase certeza de que ele não atinge a Terra, o asteroide segue sendo monitorado, pois existe uma chance pequena, de 2%, de ele colidir com a Lua. 

4 – 1950 DA

Um dos asteroides que menos geram preocupação, pois tem uma chance muito baixa de explodir na Terra, em 2880, o 1950 DA está em observação porque possui capacidade para acabar com a vida humana. 

O impacto calculado de uma possível colisão é de 44.800 megatoneladas de TNT, o que geraria uma grande explosão e tsunamis. Além disso, a poeira poderia alterar o clima do planeta e extinguir os seres humanos. O objeto possui 1,3 km de diâmetro. 

3 – 2007 FT3

O asteroide 2007 FT3 era apontado como um potencial risco à Terra, com a chance de 1 em 11,5 milhões para atingir o planeta em 2024. Porém, felizmente isso não aconteceu. No entanto, como sua órbita o traz de forma periódica próximo ao nosso planeta, ele segue sendo monitorado pela NASA.

O corpo celeste tem 314 metros e em caso de um impacto poderia gerar uma energia equivalente a 2,6 bilhões de toneladas de TNT, dando grandes prejuízos em nosso mundo. 

2 – 1979 XB

Com um diâmetro estipulado em 700 metros e massa de 390 milhões de toneladas, o 1979 XB foi descoberto em dezembro de 1979, na Austrália, e foi constatado que ele tinha uma pequena chance, 0.000055%, ou 1 em 1,8 milhão, de se chocar com a Terra em 2113. 

O resultado seria uma energia de 30 bilhões de toneladas de TNT liberadas e várias avarias no planeta e humanidade. 

1 – Bennu

O asteroide Bennu tem 490 metros de diâmetro e massa de 67 milhões de toneladas. Ele foi descoberto em 1999 e tem chance de colisão de 0,037%, ou de uma em 2,7 mil. 

Este asteroide tem capacidade para liberar o equivalente a 1,4 milhão de toneladas de TNT, o que poderia destruir significativamente o local da colisão, mas não iria gerar estragos no mundo inteiro.

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NASA revela como está sonda que investiga Júpiter após dois sustos seguidos

Na última sexta-feira (4), a sonda Juno, da NASA, realizou o 71º sobrevoo próximo a Júpiter. Durante a manobra, a espaçonave entrou duas vezes em “modo de segurança”: a primeira, cerca de uma hora antes da aproximação máxima; a segunda, 45 minutos após esse momento, chamado de perijove.

O modo de segurança é um protocolo que entra em ação automaticamente quando a sonda detecta algum comportamento fora do padrão. Nessa condição, os sistemas não essenciais são desligados e a prioridade passa a ser manter a comunicação com a Terra e preservar os sistemas básicos.

Concepção artística da sonda Juno sobrevoando Júpiter. Crédito: NASA images – Shutterstock

Durante o incidente, todos os instrumentos científicos foram desativados, como previsto para esse tipo de situação. A nave reiniciou seu computador, desligou tarefas secundárias e reposicionou a antena para apontar diretamente para a Terra, facilitando o contato com os operadores da missão.

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Juno respondeu conforme o esperado, diz NASA

A NASA informou que, apesar do problema, Juno funcionou exatamente como planejado. A equipe em solo conseguiu restabelecer a comunicação de alta velocidade com a espaçonave e agora está analisando os dados técnicos e científicos coletados antes e depois da falha. Essas informações ajudarão a entender o que causou a ativação do modo de segurança. 

Júpiter é o planeta mais hostil do Sistema Solar em termos de radiação. Próximo a ele, existem cinturões com partículas altamente energéticas que representam risco para qualquer equipamento. Até agora, tudo indica que Juno passou por algum desses cinturões, afetando o funcionamento eletrônico de seus sistemas.

Uma das capturas mais nítidas de Júpiter feitas pela sonda Juno, da NASA. Crédito: NASA/JPL-Caltech

Para se proteger da passagem por essas regiões, Juno possui um cofre de titânio que abriga seus componentes mais sensíveis. Mesmo com essa proteção, no entanto, a sonda já entrou quatro vezes em modo de segurança desde que chegou ao planeta, em 2016. Em todas as ocasiões, ela conseguiu se recuperar e continuar sua missão sem danos permanentes.

O próximo sobrevoo da sonda Juno está previsto para 7 de maio. Além de se aproximar novamente de Júpiter, a espaçonave fará um novo registro da lua Io, a uma distância de cerca de 89 mil km.

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Nova tripulação lançada pela Rússia chega na Estação Espacial

A nave espacial russa Soyuz MS-25, transportando os astronautas Jon Kim (NASA), Sergey Ryzhikov (Roscosmos) e Alexey Zubritsky (Roscosmos), atracou com sucesso na Estação Espacial Internacional (ISS) nesta terça-feira (8) às 5h57 (horário de Brasília). A manobra marcou o fim de uma viagem ultrarrápida, a tripulação entrou pela escotilha do laboratório orbital por volta das 8h30.

O trio foi lançado a bordo de um foguete Soyuz do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, no mesmo dia, às 5h57. O tempo entre o lançamento e a atracação foi de aproximadamente 4 horas e 10 minutos, seguindo o chamado esquema de “órbita rápida”, que reduz significativamente o tempo de viagem em comparação com as tradicionais 6 horas ou até dois dias de missões anteriores.

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Os novos moradores da Estação Espacial Internacional

  • Jon Kim (EUA/NASA): engenheiro de voo e astronauta em sua primeira missão de longa duração na ISS.
  • Sergey Ryzhikov (Rússia/Roscosmos): comandante da Soyuz e veterano de duas expedições espaciais.
  • Alexey Zubritsky (Rússia/Roscosmos): especialista de voo em sua estreia no espaço.
A tripulação da nave espacial Soyuz MS-27, que foi lançada do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, para a Estação Espacial Internacional em 8 de abril de 2025. Da esquerda para a direita: o astronauta da NASA Jonny Kim e os cosmonautas da Roscosmos Sergey Ryzhikov e Alexey Zubritsky.(Crédito da imagem: Centro de Treinamento de Cosmonautas Gagarin)

A equipe se juntará aos sete astronautas já a bordo da ISS, onde realizará experimentos científicos, manutenções da estação e observações da Terra.

Os três recém-chegados passarão cerca de oito meses em órbita como membros das missões Expedition 72 e 73 da ISS. Se o planejamento for mantido, eles devem retornar para a Terra apenas em dezembro.

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NASA flagra mini-twisters em Marte; veja

O rover Perseverance da NASA capturou imagens de um fenômeno curioso em Marte: um redemoinho de poeira “engolindo” outro. O vídeo foi feito em 25 de janeiro durante uma missão para entender melhor as forças na atmosfera da Cratera Jezero, onde mini-twisters são comuns, segundo a agência espacial.

O explorador de seis rodas estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos; um deles tinha 65 metros de largura, enquanto o outro tinha apenas cinco metros. Dois outros redemoinhos também podem ser vistos no fundo à esquerda e no centro em um local chamado “Witch Hazel Hill”.

“Esses mini-twisters vagam pela superfície de Marte, pegando poeira conforme avançam e diminuindo a visibilidade em sua área imediata. Se dois redemoinhos de poeira se chocarem, eles podem obliterar um ao outro ou se fundir, com o mais forte consumindo o mais fraco”, explicou Mark Lemmon, cientista do Perseverance no Space Science Institute em Boulder, Colorado.

Redemoinhos ajudam a compreender dinâmica da atmosfera marciana (Imagem: Nasa/Reprodução)

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Entendendo o fenômeno

Vórtices convectivos são formados a partir do contato do ar mais denso e frio com o solo quente. Ao entrar na coluna, o ar ganha velocidade e pega poeira, criando colunas ascendentes e rotativas de ar quente.

As primeiras imagens de redemoinhos em Marte capturadas pela NASA foram feitas na década de 1970 pelos orbitadores Viking. Décadas depois, a missão Pathfinder chegou a fotografar o momento em que um deles passa por cima de um módulo de pouso.

Perseverance estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos (Imagem: Nasa/Reprodução)

Atualmente, o rover Curiosity, que está explorando um local chamado Monte Sharp na Cratera Gale no lado oposto do Planeta Vermelho, também vê redemoinhos com certa frequência. 

“O estudo do dust devil é importante porque esses fenômenos indicam condições atmosféricas, como direções e velocidades predominantes do vento, e são responsáveis ​​por cerca de metade da poeira na atmosfera marciana”, disse Katie Stack Morgan, cientista do projeto do rover Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

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