De acordo com o portal History? Because Its Here!, os espantalhos foram utilizados primeiramente pelos egípcios há milhares de anos com o objetivo de proteger campos de trigo das codornas no decorrer do rio Nilo. Apesar de toda a tradição relacionada ao uso do para espantar pássaros, ainda há quem duvide se ele realmente funciona.
A resposta para essa dúvida é que sim, os espantalhos podem funcionar nas lavouras, mas a pessoa precisa utilizar as técnicas ideais para realmente espantar os pássaros.
Espantalhos realmente funcionam nas lavouras?
Espantalho em uma plantação – Imagem: Tracia/Pixabay
Para que os espantalhos realmente funcionem nas lavouras é necessário que eles estejam muito bem posicionados e pareçam bastante com um ser humano. Além disso, com o tempo, os animais se acostumam e percebem que aquele boneco no meio da plantação não oferece perigo, já que não se move.
Corvos e pardais, por exemplo, são animais muito inteligentes para perceber padrões. Dessa maneira, podem ver rapidamente que o espantalho não gera perigo para eles. Assim, muitas vezes o boneco acaba sendo mais um complemento contra os pássaros nas lavouras do que uma solução.
Espantalho com chapéu – Imagem: barskefranck/Pixabay
Algumas coisas podem aumentar a eficácia dos espantalhos, como mudá-los de lugar e trocar sua aparência com certa regularidade. Colocar roupas para se balançar com o vento e braços móveis também podem ajudar a enganar os animais. O uso de sinos que tilintam com o vento e CDs para a reflexão de luz também ajudam na ilusão.
Atualmente, há quem utilize a tecnologia em aparatos que podem funcionar como espantalhos. Drones, por exemplo, vêm sendo equipados com alto-falantes que emitem sons de predadores, como aves de rapina, para afastá-los.
A mosca-doméstica (Musca domestica) é um inseto bastante comum para os seres humanos, podendo ser encontrado em todas as áreas do planeta onde há população de pessoas.
A presença desses animais é bastante incômoda na maior parte das vezes, pois além de serem inconvenientes, ainda podem transmitir doenças. Isso faz com que possamos questionar: para que as mocas existem?
Bom, acredite: por mais irritantes que sejam, as moscas também possuem seu papel determinado no planeta. O inseto faz parte da família Muscidae, e estima-se que cerca de 90% de todas as moscas em residências humanas são domésticas, de acordo com a Encyclopaedia Britannica, uma plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido.
Confira na matéria abaixo mais informações a respeito desses insetos que, apesar de serem um incômodo, são importantes para o ecossistema assim como outros animais.
Ainda que causem incômodo, as moscas também desempenham um papel importante na natureza. (Imagem: giansu/Shutterstock)
Qual o papel das moscas na natureza?
Além do incômodo, as moscas também oferecem um grande risco à saúde das pessoas, uma vez que podem transmitir diversas doenças perigosas. Entretanto, elas também desempenham um importante papel no nosso planeta.
O Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados on-line da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descreve com detalhes o inseto: “sua estrutura física conta com antenas curtas, tórax cinza com quatro listras longitudinais mais escuras, abdômen cinza ou amarelo com uma linha mediana mais escura, uma mancha irregular amarelada pálida nas margens laterais anteriores e asas transparentes.”
As moscas-domésticas, assim como outros tipos de moscas, são responsáveis por uma função importante na natureza, de acordo com um texto publicado na Universidade de La Serena, no Chile.
Jaime Pizarro, entomologista da entidade chilena, diz no artigo: “elas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo.” Sendo assim, podemos perceber que a presença do inseto na natureza ajuda a manter o equilíbrio dos compostos orgânicos.
Ainda assim, o pesquisador deixa claro que esse inseto pode ser perigoso e disseminar enfermidades, especialmente em lugares onde as condições sanitárias são precárias.
Com isso, reforça a importância de termos cuidado para evitar problemas maiores causados por sua presença. Veja abaixo algumas curiosidades sobre esses insetos.
As moscas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo. (Imagem: Diaz Aragon – Shutterstock)
Moscas-domésticas podem produzir centenas de ovos em poucos dias
Uma fêmea de mosca-doméstica consegue colocar mais de 100 ovos de cada vez, podendo produzir entre 600 e 1 mil durante sua vida. O inseto costuma colocar seus ovos em materiais em decomposição, como grama, lixo e excrementos humanos e animais.
Especificamente, esses insetos vivem por aproximadamente 15 a 30 dias em condições favoráveis, mas “podem sobreviver um pouco mais em ambientes controlados”, de acordo com o artigo da Universidade de La Serena.
As moscas-domésticas estão em todo o mundo
Não pense que esses insetos são exclusividade de lugares específicos: eles estão por todo lugar. Isso porque as larvas da mosca-doméstica se desenvolvem principalmente no lixo e nas fezes humanas, materiais que são encontrados pelo mundo todo. Entretanto, elas são encontradas principalmente em áreas urbanas.
As moscas vivem principalmente nas regiões temperadas e, mesmo que tenham a tendência de se desenvolverem durante as estações quentes, alguns dos adultos podem sobreviver durante o inverno em áreas temperadas. Segundo a ADW, as moscas-domésticas são mais ativas e vivem por mais tempo em temperaturas entre 10 ºC e 26,6 ºC, e as temperaturas extremas são prejudiciais à espécie.
São uma ameaça à saúde pública
Pode parecer impressionante, mas esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. Por conta disso, as moscas são consideradas uma ameaça potencial à saúde pública.
A Universidade da Pensilvânia detalha que as moscas-domésticas conseguem transmitir uma diversidade de doenças por conta do conteúdo de seu estômago que é regurgitado, e também excretam onde pousam para descansar. Com isso, elas passam adiante os organismos microscópicos que causam as enfermidades.
Entretanto, a velocidade e o nível de contaminação dos alimentos por esses insetos dependem de muitos fatores, como a concentração de bactérias que carregam, o tempo de contato com o alimento e a atração que exercem sobre ele. Seja como for, diversas fontes científicas são unânimes ao ressaltar que é preciso evitar, ao máximo, o contato das moscas com os alimentos.
Ainda que não seja possível eliminar por completo as moscas-domésticas, podemos adotar medidas que ajudem que elas se tornem um problema de saúde pública, como o controle de resíduos e a manutenção da higiene em casa e em espaços públicos.
Esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. (Imagem: Danny Radius/Shutterstock)
Você sabia que as plantas terrestres conseguem se comunicar? E o fato vai além disso: elas não só se comunicam, como também são capazes de usar essa habilidade de forma “ruim”.
Em vez de serem altruístas e avisarem as vizinhas sobre possíveis ameaças, elas usam a comunicação para esconder sinais de sofrimento e disseminar informações falsas sobre perigos inexistentes.
Essa novidade foi descoberta por um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, depois de criar modelos matemáticos que simulam cenários de comunicação botânica. Neles, eram raras as situações onde as plantas se ajudavam.
Isso acontece porque as plantas competem por luz solar e nutrientes, então, provavelmente as espécies se adaptaram evolutivamente para se comunicar com sinais mentirosos e enganosos, que podem ser benéficos só para elas.
De certa forma, sim. De acordo com o estudo publicado, as plantas são mais propensas a mentir, “fofocando” sobre um perigo que não existe, em vez de avisarem umas às outras a respeito de uma catástrofe iminente, por exemplo.
Estudo publicado diz que as plantas são mais propensas a mentir, “fofocando” sobre um perigo que não existe, em vez de avisarem umas às outras a respeito de uma catástrofe iminente, por exemplo. (Imagem: olrat / Shutterstock)
O autor principal da pesquisa, Thomas Scott, do Departamento de Biologia de Oxford, explicou em um comunicado:
As plantas podem sinalizar que um ataque de herbívoro está ocorrendo, mesmo quando nenhum herbívoro está presente. As plantas podem obter um benefício da sinalização desonesta porque ela prejudica seus concorrentes locais, enganando-os a investir em mecanismos de defesa de herbívoros dispendiosos.
— Thomas Scott: principal autor do estudo e membro do Departamento de Biologia de Oxford
Como as plantas se comunicam?
Essa comunicação acontece entre uma complexa rede subterrânea de fungos, chamada popularmente de “rede ampla da madeira” – Wood Wide Web, um trocadilho com World Wide Web, a rede mundial de computadores.
Pesquisadores descobriram que elas podem se beneficiar de algumas “fofocas” e notícias falsas para confundir suas concorrentes. (Imagem: Mesve79/Shutterstock)
São os fungos micorrízicos que formam parcerias com as raízes das plantas em uma relação de mutualismo simbiótico, onde os fungos recebem carboidratos e as plantas ganham nutrientes em troca. Então, é por meio das micorrizas que as plantas podem se comunicar.
Se um herbívoro ou patógeno ataca uma planta, por exemplo, outras plantas conectadas à mesma rede fúngica vão ativar seus mecanismos de defesa.
Entretanto, ainda não se sabe se as plantas que estão sendo atacadas contam as outras sobre esse ataque. Antes desse estudo, existiam algumas dúvidas a respeito da comunicação do perigo nessa rede de comunicação botânica.
Isso porque esse fato seria contraintuitivo do ponto de vista evolutivo, uma vez que não traria benefício nenhum para a planta que avisa a respeito do perigo.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram situações hipotéticas utilizando modelos matemáticos, criando modelos computadorizados para investigar as diferentes hipóteses a respeito do comportamento de comunicação das plantas.
Os fungos conectados às raízes das plantas também seriam fofoqueiros, ouvindo o “segredo” de uma planta e espalhando-o para todas as outras da rede. (Imagem: lovelyday12/Shutterstock)
Durante a pesquisa, os especialistas encontraram dificuldade em achar cenários em que as plantas eram selecionadas evolutivamente para avisar as outras, porque elas competem entre si por luz solar e nutrientes, podendo ter benefícios com sinais desonestos.
Em outras palavras, as simulações matemáticas fizeram os pesquisadores perceberem que é improvável que uma planta avise as outras a respeito de ataques ou perigos possíveis.
Com isso, eles descobriram que elas podem se beneficiar de algumas “fofocas” e notícias falsas para confundir suas concorrentes. E elas fazem isso para enganar as outras e levá-las a gastar energia e recursos com mecanismos de defesa sem necessidade.
Como as plantas sabem quando o ataque é verdadeiro?
Com essas informações a respeito da tendência do comportamento desonesto e egoísta de algumas plantas, como as que estão na mesma rede de micorrizas podem saber quando uma delas está sendo atacada de verdade? Para essa questão, os pesquisadores desenvolveram duas hipóteses.
Parede de plantas (Imagem: Mesve79/Shutterstock)
A primeira diz que há a chance de que as plantas não conseguem conter um sinal que revela que elas estão sendo atacadas de verdade, assim como nós não conseguimos impedir que nosso rosto fique corado quando estamos com vergonha, por exemplo.
A segunda tem a ver com os fungos conectados às raízes das plantas: quando eles notam algum ataque, são capazes de enviar um sinal para outras plantas na rede.
E esse comportamento faz sentido evolutivo, uma vez que os fungos se beneficiam ao proteger todas as plantas para manter a interação mutualística com elas. E isso mostra que os fungos também seriam fofoqueiros, ouvindo o “segredo” de uma planta e espalhando-o para todas as outras da rede.
Para comprovar experimentalmente que as plantas realmente enviam mensagens ativamente para as outras, verdadeiras ou mentirosas, ainda são necessários mais estudos na área.
O coautor do estudo, Toby Kiers, da Universidade Livre de Amsterdã, afirma que não há dúvida de que existe uma transferência de informações.
“A questão é se as plantas estão enviando sinais ativamente para avisar umas às outras. Talvez, assim como vizinhos fofoqueiros, uma planta esteja simplesmente bisbilhotando a outra“, diz ele.
Você sabia que no reino animal existem espécies as quais os machos são os responsáveis por dar à luz aos filhotes? Essa “inversão da norma biológica” ocorre para elevar o sucesso reprodutivo, pois as fêmeas passam a produzir mais óvulos em menos tempo, gerando mais descendentes.
Além disso, os machos conseguem ter um melhor investimento paterno na sobrevivência dos embriões, dando uma vantagem evolutiva às espécies.
Conheça 5 animais machos que podem engravidar
Além de saber quais são os animais capazes de realizar essa proeza, abaixo, você fica sabendo como cada um consegue dar à luz aos filhotes. Veja!
1 – Cavalos-marinhos
Essa é a espécie mais famosa pela capacidade de os machos gestarem os próprios filhotes. Nela, a fêmea é a responsável por depositar os seus ovos na bolsa incubadora especial do macho, que então os fertiliza e os carrega até haver a eclosão.
Captura de tela de um vídeo sobre cavalo-marinho – Imagem: reprodução/YouTube – Canal Click Planeta Terra
Após se desenvolverem por completo, o macho começa a sentir contrações bem parecidas com as do parto para dar à luz aos filhotes e liberá-los na água.
Vale destacar que os cavalos-marinhos vivem normalmente em águas rasas, tropicais ou temperadas. Eles são encontrados de forma fácil em recifes, baías, ambientes estuarinos e manguezais.
2 – Peixe-cachimbo do Golfo
Geralmente presentes em locais com águas relativamente rasas e com fluxo lento, os machos da espécie Peixe-cachimbo do Golfo (Syngnathus scovelli) também resguardam machos que conseguem engravidar.
Os machos desenvolvem uma bolsa intrincada que funciona de maneira parecida com a placenta de um mamífero, fazendo a troca de nutrientes com os embriões em crescimento e aumentando a chance de sobrevivência dos pequenos.
3 – Dragões Marinhos
Esta espécie também faz parte do grupo de animais machos com capacidade de dar à luz aos seus filhotes.
Foto de um Dragão Marinho – Imagem: Dmitry Rukhlenko/Shutterstock
Porém, eles não são iguais aos cavalos-marinhos, que possuem uma bolsa incubadora totalmente fechada.
Ao contrário disso, carregam os ovos fertilizados na parte inferior da cauda, mantendo-os protegidos até a eclosão. Este animal costuma viver nos recifes rochosos mais frios do sul e oeste da Austrália.
Essa espécie rara da família de peixes-cachimbo também consegue ter os machos como os responsáveis por dar à luz aos filhotes, pois ela adaptou um sistema de gestação masculino no qual consegue nutrir os seus ovos e assim proporcionar o que os pequenos precisam para sobreviver depois da eclosão.
Este animal pode ser encontrado sob saliências rochosas, corais ou perto do chão de seu habitat de recife.
5 – Peixe-cachimbo escuro
O peixe-cachimbo escuro (Syngnathus floridae) apresenta um sistema de gestação muito interessante, pois possui uma bolsa incubadora avançada, responsável por regular de forma rigorosa os níveis de oxigênio para os embriões em desenvolvimento.
Peixe-cachimbo – Imagem: Reprodução/ YouTube – Canal Mundo dos Discos – Aquarismo
A espécie está bem presente no Atlântico Ocidental, na região das Bermudas, Golfo do México, Bahamas, Baía de Chesapeake (Estados Unidos), oeste do Mar do Caribe e até no Panamá, ao sul.
Muitas pessoas, principalmente as mais tímidas, preferem ingerir um pouco de álcool em situações das quais elas precisam se soltar, como ao flertar ou para conhecer alguém do sexo oposto. Entretanto, você sabia que isso não é uma característica exclusiva dos seres humanos?
Um estudo recente mostrou que o etanol também pode influenciar nos relacionamentos das moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), uma vez que os machos passam a ficar mais atraentes para as fêmeas quando fazem o consumo de álcool. Mas, como isso acontece exatamente?
Já é de conhecimento há algum tempo que essa espécie de mosca consome álcool na natureza, quando consome frutas açucaradas, néctar e seiva que passaram por fermentação e, por isso, possuem a substância. E qual a relação desse consumo com a atração pelas fêmeas? Veja a seguir!
Ao se alimentarem de frutas em decomposição, as moscas ingerem o álcool gerado pela fermentação. (Imagem: Fabrizio Schiavon/Shutterstock)
As moscas-da-fruta bebem álcool para ficarem mais atraentes?
Frequentemente, podemos encontrar moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) ao redor de restos de comida, já que elas consomem frutas e outros alimentos em decomposição. O estado desses alimentos faz com que eles produzam álcool, que acabam sendo consumido pelos insetos enquanto eles fazem suas refeições.
Os cientistas investigam o motivo pelo qual essas moscas são atraídas pelo álcool, além de como ele as afeta. Em estudos anteriores, houve uma demonstração de que os insetos machos da espécia iam atrás da bebida depois de serem rejeitados por fêmeas, além de que os indivíduos jovens que nunca haviam cruzado costumavam beber mais.
Para descobrir o motivo de isso acontecer exatamente, foi feito um novo estudo do Instituto Max Planck, na Alemanha, e os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Science Advances.
Contudo, um dos autores do estudo e chefe do Departamento de Neuroetologia Evolutiva do Instituto Max Planck, Bill Hansson, explica que essas afirmações adotavam uma visão antropomórfica das moscas, comparando-as com o comportamento da espécie humana.
Já a nova pesquisa sugere que esse consumo de álcool, na verdade, oferece uma vantagem reprodutiva. “Não acreditamos que as moscas bebam álcool porque estão deprimidas”, comenta Hansson. O profissional ainda acrescentou que a atração desses insetos pelos carboidratos e leveduras das frutas em decomposição, além do álcool, não pode ser analisada de forma separada.
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie. (Imagem: Nechaevkon/Shutterstock)
O que as moscas “ganham” com o consumo de álcool?
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie, de acordo com o que foi revelado pelo estudo. A conclusão foi de que beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento.
Os feromônios são liberados no ar pelo indivíduo como influência para o comportamento de outro da mesma espécie. Os machos, principalmente os que nunca haviam acasalado, mostraram grande atração pelo álcool.
E esse mecanismo é bastante complexo: os pesquisadores encontraram três circuitos neurais diferentes envolvidos no consumo de álcool no cérebro das moscas. Os dois primeiros deles têm a ver com o olfato, sendo responsáveis por guiar os insetos até a bebida. Entretanto, assim como acontece com os humanos, o álcool também é tóxico e pode fazer mal.
Então, aí entra o terceiro circuito, que fica encarregado de evitar que a mosca consuma a substância em excesso. Isso faz com que altas concentrações de álcool tenham um odor repulsivo para os insetos, afastando-os e, assim, evitando complicações na saúde deles.
De acordo com Ian Keesey, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Nebraska: “isso significa que as moscas têm um mecanismo de controle que lhes permite obter todos os benefícios do consumo de álcool sem correr o risco de intoxicação alcoólica”. O que seria bastante útil para os seres humanos, não é mesmo?
Para fazer a pesquisa, os cientistas uniram estudos fisiológicos, como técnicas de imagem para visualizar processos no cérebro das moscas, além de análises químicas de odores ambientais, e também estudos comportamentais.
Beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento. (Imagem: Tomasz Klejdysz/Shutterstock)
Você sabia que um em cada três garfadas de comida que você consome depende da polinização? Sem abelhas, nosso prato poderia ser bem mais vazio.
Esses pequenos insetos desempenham um papel essencial no meio ambiente, principalmente através da polinização, que sustenta ecossistemas e a produção agrícola. Esse processo ocorre quando as abelhas coletam néctar e pólen para suas colônias, transferindo pólen de uma flor para outra, o que permite a reprodução das plantas.
Estima-se que cerca de 75% das culturas alimentares — incluindo frutas, como maçãs e morangos; vegetais, como brócolis e cenouras; e grãos, como nozes — dependem em algum grau da polinização animal. A abelha entra como um dos principais agentes polinizadores.
Isso não apenas beneficia diversas espécies vegetais, mas também aumenta a produtividade agrícola, impactando diretamente a economia e a segurança alimentar global.
Em uma colônia de abelhas, a organização é altamente hierárquica e funcional.
Abelhas em uma flor (Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock)
Cada colmeia possui uma abelha-rainha, operárias e zangões, cada um com papéis específicos. A abelha-rainha é responsável pela reprodução, colocando milhares de ovos para garantir a continuidade da colônia.
As operárias, que são estéreis, realizam várias tarefas, como construção dos favos, alimentação das larvas e coleta de pólen e néctar.
Os zangões, por sua vez, têm como função principal a reprodução com a rainha. Essa estrutura hierárquica mantém a colônia eficiente, maximizando a coleta de recursos e a proteção da colmeia.
Como os humanos ameaçam as abelhas
O uso de inseticidas é uma ameaça grave para as populações desses animais. Pesquisas recentes da Universidade de Oxford revelaram que as abelhas-bumblebees (Bombus terrestris) não conseguem detectar pesticidas no néctar, mesmo em concentrações letais.
Homem espalhando inseticida (Reprodução: Garda Pest Control Indonesia/Pexels)
Utilizando duas metodologias — eletrofisiologia para registrar as respostas neurais nas partes bucais das abelhas e experimentos de comportamento alimentar com soluções de açúcar e pesticidas —, os pesquisadores mostraram que as abelhas consumiam a mesma quantidade de néctar, independentemente da presença de pesticidas.
Isso sugere que, sem mecanismos para evitar a ingestão de néctar contaminado, as abelhas estão em alto risco de exposição a pesticidas, o que pode comprometer a polinização de culturas agrícolas.
A exposição prolongada a pesticidas, como os neonicotinóides, pode levar ao colapso das colônias, que ameaça tanto as abelhas quanto a biodiversidade das plantas que elas polinizam.
Além disso, o uso indiscriminado de inseticidas e a monocultura, que reduz a diversidade de flores e habitats disponíveis, impactam negativamente a saúde das abelhas, enfraquecendo sua imunidade e reduzindo suas populações.
Por último, as mudanças climáticas — grande parte influenciadas pela poluição e destruição dos recursos naturais — influenciam muito na população de abelhas. Isto é, as consequências ambientais, resultantes das ações humanas, impactam tanto a fauna quanto a flora a nível mundial, o que também inclui as abelhas.
Preservar as abelhas é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico e da segurança alimentar. Por serem polinizadores, esses insetos são responsáveis pela reprodução de inúmeras espécies vegetais, mantendo a biodiversidade e, consequentemente, auxiliando na produção de alimentos.
Abelha examinando o ambiente ao redor (Reprodução: Kai Wenzel/Unsplash)
Estratégias como o uso de pesticidas orgânicos, a criação de áreas de proteção para polinizadores e o incentivo à agricultura sustentável são práticas que podem ajudar a reverter o declínio das populações das abelhas.
Além disso, ações para aumentar a diversidade vegetal, como o plantio de flores nativas e a criação de jardins de polinizadores, oferecem fontes de alimento e abrigo.
Assim, as abelhas são não apenas essenciais para a polinização e a produção de alimentos, mas também para a estabilidade dos ecossistemas. A sua proteção é uma questão de destaque, envolvendo desde a agricultura até o consumidor final, para preservar esses insetos tão essenciais ao meio ambiente.
A capacidade de mudar de cor é uma habilidade incrível de alguns répteis, que vai muito além de algo “mágico”.
Trata-se de uma adaptação biológica que desempenha papéis importantes em suas vidas, como camuflagem, comunicação, regulação da temperatura corporal e até a expressão de emoções. Alguns animais bem famosos apresentam essa habilidade, como os camaleões.
Os camaleões possuem uma pele altamente sofisticada, com nanocristais que permitem uma ampla gama de cores e mudanças rápidas, já os lagartos dependem mais da redistribuição de pigmentos em células chamadas cromatóforos.
Essas diferenças revelam a complexidade e a versatilidade da evolução nos répteis, mostrando como cada espécie encontrou soluções únicas para sobreviver em seus habitats.
A ciência por trás da camuflagem
A mudança de cor em répteis, como nos camaleões, ocorre por três tipos principais de cromatóforos, cada um responsável por cores específicas.
Camaleão com pigmentos de cor vermelha (Imagem: iacomino FRiMAGES/Shutterstock)
São eles:
Melanóforos: produzem cores escuras, como preto e marrom;
Iridóforos: refletem a luz e criam cores brilhantes, como azul e metálico, por meio de estruturas conhecidas como cristais fotônicos;
Xantóforos: conferem tons amarelos, laranjas e vermelhos.
Essas células trabalham em conjunto para criar diferentes cores. Por exemplo, a combinação do azul dos iridóforos com o amarelo dos xantóforos resulta na cor verde.
Cristais fotônicos dos camaleões
O artigo publicado em 2015 na Nature Communications (Photonic Crystals Cause Active Colour Change in Chameleons) mostrou que a mudança de cor nos camaleões vai além da simples presença de pigmentos.
Camaleão Namaqua no Deserto do Namibe (Imagem: Chantelle Bosch/Shutterstock)
Ela envolve estruturas chamadas cristais fotônicos, compostos por nanocristais de guanina organizados em padrões geométricos. Esses cristais controlam a luz refletida pela pele, ajustando os comprimentos de onda que se tornam visíveis.
Os camaleões possuem duas camadas de iridóforos:
Camada Superior: com cristais fotônicos altamente organizados, que ajustam sua distância de forma ativa. Em estados relaxados, os cristais estão compactados, refletindo comprimentos de onda mais curtos, como o azul. Quando o animal está excitado, os cristais se afastam, refletindo comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o amarelo;
Camada Inferior: com cristais maiores e menos organizados, essa camada reflete luz infravermelha, ajudando a regular a temperatura corporal, especialmente em habitats quentes.
Esse mecanismo permite que os camaleões alterem sua aparência para camuflagem ou interação social de forma eficiente e rápida, utilizando tanto as cores estruturais quanto os pigmentos presentes nas camadas superiores da pele.
A capacidade de mudar de cor desempenha papéis fundamentais em diversas situações.
Camaleão em cima de uma mão humana (Reprodução: Ante Hamersmit/Unsplash)
Dentre as finalidades já observadas pelos estudiosos, podemos citar as seguintes:
Controle de Temperatura: por serem ectotérmicos, dependem do calor externo para manter as funções metabólicas. Pela manhã, quando estão frios, escurecem a pele para absorver mais calor do sol. Ao atingir a temperatura ideal, clareiam a pele para refletir a luz solar e evitar superaquecimento. Essa habilidade também reduz sua visibilidade para predadores durante os momentos de exposição ao sol;
Camuflagem e Proteção: muitos répteis mudam de cor para se misturar ao ambiente, como adotando tons marrons no chão ou verdes nas árvores;
Comunicação e Interação Social: a mudança de cor é frequentemente usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie, exibindo cores brilhantes para atrair parceiros ou intimidar rivais. Curiosamente, conseguem equilibrar essa exibição sem se tornarem vulneráveis a predadores. Mantêm tons discretos na parte dorsal, mais visível aos predadores, enquanto exibem cores vibrantes nas laterais ou áreas voltadas para outros indivíduos.
Expressão de Emoções: nos camaleões, a mudança de cor também reflete estados emocionais, como estresse ou excitação. Durante disputas, podem assumir cores vibrantes para intimidar adversários ou impressionar potenciais parceiros.
Lhamas são animais dóceis à primeira vista, mas podem reagir com atitudes inesperadas quando se sentem ameaçadas ou incomodadas. Uma das mais conhecidas é o famoso cuspe. Quem já visitou uma fazenda ou teve contato com esses camelídeos provavelmente ouviu o aviso: “cuidado para não tomar uma cuspida da lhama”.
Mas, afinal, por que elas fazem isso? A resposta tem muito mais a ver com comunicação e defesa do que com agressividade gratuita. Para entender esse comportamento curioso, é preciso conhecer um pouco mais sobre esses animais.
O que são as lhamas e por que elas cospem nas pessoas?
As lhamas são mamíferos da família dos camelídeos, grupo que inclui também as alpacas, vicunhas, guanacos e os camelos.
Imagem de uma lhama sorrindo (Crédito: CC0 Domínio Público/Px Here)
São originárias da América do Sul, especialmente das regiões andinas do Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Foram domesticadas há mais de quatro mil anos por povos pré-colombianos, e até hoje são usadas como animais de carga, fonte de lã e até companhia em propriedades rurais.
Elas têm o corpo coberto por lã espessa, pesam entre 130 e 200 kg e podem medir até 1,80 m de altura. Possuem orelhas alongadas em formato de banana, são inteligentes, sociáveis e costumam viver em grupos. Sua alimentação é baseada em vegetação rasteira, como capim, folhas e feno.
Apesar do jeito calmo, quando se sentem ameaçadas, irritadas ou incomodadas, as lhamas usam o cuspe como forma de comunicação.
Lhamas em grupo (Reprodução: @Chris23/Unsplash)
Cuspir é um comportamento comum entre camelídeos, usado para marcar território, estabelecer hierarquias e afastar ameaças. Na natureza, a cuspida costuma ser usada entre elas mesmas, principalmente em disputas por alimento ou posição no grupo. Mas se um humano estiver muito próximo ou invadir seu espaço, pode virar alvo.
O que torna esse comportamento tão desagradável é que a lhama não cospe apenas saliva. Quando o nível de irritação é alto, ela regurgita parte do conteúdo do estômago junto com o cuspe, o que resulta em uma substância de odor forte e aparência pastosa, com restos de vegetação parcialmente digerida.
Apesar de nojento, o conteúdo não é perigoso para a saúde humana e não costuma provocar infecções. No entanto, o incômodo é garantido — especialmente se o cuspe atingir o rosto ou os olhos.
É importante destacar que a lhama não cospe à toa. Esse é um comportamento defensivo, e raramente é desencadeado sem motivo.
Muitas vezes, os humanos são alvos involuntários ao tentarem acariciar, alimentar ou se aproximar demais do animal sem que ele esteja confortável. Por isso, ao visitar locais onde há lhamas, o melhor é respeitar o espaço do bicho, observar seu comportamento e não forçar o contato.
Na natureza, é natural que as mais diversas criaturas que defendam seus territórios, até mesmo aquelas que possuem um tamanho minúsculo e seu território seja apenas uma folha.
Quando a bióloga Jayne Yack (Universidade Carleton, Canadá) encontrou lagartas de bétula verrucosa recém-nascidas (Falcaria bilineata) em 2008, ela se perguntou se essas minúsculas criaturas poderiam ser algumas das mais jovens e pequenas animais territoriais do mundo.
Com apenas 1 a 2 milímetros de comprimento, as lagartas se isolam nas pontas das folhas de bétula e, ao se depararem com intrusos, emitem vibrações para defendê-las, raspando suas extremidades traseiras ao longo das folhas e batendo com o tórax.
Lagartas adotam uma abordagem diplomática para proteger seus territórios – Imagem: Hendra Susanto0311/Shutterstock
Descobertas em estudo sobre as lagartas
Em um estudo publicado no Journal of Experimental Biology, Yack e sua equipe observaram o comportamento territorial das lagartas.
Ao transferir os filhotes recém-nascidos para folhas de bétula, descobriram que, em apenas um dia, quase 90% das lagartas se dirigiam até a ponta da folha, onde estabeleciam seu território.
Quando um intruso se aproximava, a lagarta residente reagia com vibrações, emitindo sons de raspagem e batendo com a cabeça e o tórax.
A pesquisa mostrou que, apesar da agressividade, as lagartas nunca brigavam fisicamente; os encontros eram resolvidos por sinais de alerta vibracionais.
“Os sons produzidos por essas lagartas não são audíveis para os humanos, então tivemos que usar equipamento especializado para captar as vibrações”, diz Yack.
A bióloga sugere ainda que a ponta da folha oferece uma nutrição superior e uma posição estratégica, tornando a defesa mais eficiente.
Com isso, as minúsculas lagartas de bétula verrucosa podem ser vistas como os menores “reis” de seus territórios nas pontas das folhas.
O território das lagartas é pequeno, mas elas ainda vão defendê-lo caso se sintam ameaçadas – Imagem: Salparadis/Shutterstock
As zebras são animais fascinantes, conhecidos por sua pelagem característica formada por listras pretas e brancas. Mas você já se perguntou por que zebras têm listras? Essa peculiaridade sempre intrigou cientistas e estudiosos da natureza.
Ao longo dos anos, diversas teorias foram propostas para explicar essa característica única desses equinos africanos.
Uma das hipóteses mais aceitas sugere que as listras atuam como um mecanismo de defesa contra predadores, dificultando que leões e hienas foquem em um único indivíduo no meio do grupo.
Outra possibilidade é que as listras ajudam na termorregulação, permitindo que esses animais resistam melhor ao calor escaldante das savanas africanas. Além disso, há estudos que indicam que as listras podem confundir insetos, como moscas tsé-tsé, reduzindo a quantidade de picadas e infecções.
Mas será que as zebras conseguem se diferenciar entre si, apesar de suas listras serem tão semelhantes? A resposta surpreende: sim, elas se reconhecem! Para isso, utilizam o olfato, hormônios e sinais comportamentais.
Como e por que zebras têm listras?
A ciência já descartou a ideia de que as listras servem apenas para camuflagem, pois zebras vivem em planícies abertas onde o preto e branco contrastam com o ambiente. No entanto, estudos revelaram que as listras têm múltiplas funções evolutivas que beneficiam esses animais em diferentes aspectos.
Zebra parada na savana, observando o ambiente (Foto: Gusjer/Flickr)
Uma das principais razões para a existência das listras é a chamada “hipótese da desorientação de predadores”. Quando um grupo de zebras corre junto, suas listras criam um efeito visual dinâmico, tornando difícil para predadores isolarem um único alvo. Isso reduz as chances de ataque bem-sucedido de leões e outros carnívoros.
Outro fator importante é a regulação térmica. As zebras vivem em regiões muito quentes, e estudos sugerem que suas listras ajudam a equilibrar a temperatura corporal. A teoria é que o preto absorve calor e o branco reflete, criando microcorrentes de ar que ajudam a resfriar o animal.
Além disso, uma das descobertas mais interessantes correlaciona as listras com insetos. Isso porque moscas hematófagas (que se alimentam de sangue), como as moscas tsé-tsé e as mutucas, têm mais dificuldade em pousar sobre pelagens listradas, pois seu sistema de visão não consegue processar corretamente os padrões das zebras. Isso reduz a incidência de doenças transmitidas por esses insetos.
Apesar de todas as zebras parecerem muito semelhantes aos olhos humanos, elas conseguem se diferenciar umas das outras. O segredo está em seu olfato e comportamento social. Cada zebra tem um padrão único de listras, assim como humanos têm impressões digitais distintas, o que facilita o reconhecimento entre indivíduos da mesma espécie.
Duas zebras no Serengeti (Foto: D. Gordon E. Robertson)
Mas o fator mais determinante para o reconhecimento não está apenas na visão, e sim no olfato. Zebras utilizam feromônios e sinais químicos para identificar seus companheiros. Esses cheiros corporais permitem que uma mãe reconheça seu filhote e que membros do grupo saibam quem é quem, mesmo em meio a uma grande manada.
Além disso, o comportamento e os sons emitidos pelas zebras também são essenciais para a identificação. Elas possuem vocalizações e gestos específicos que ajudam na comunicação e diferenciação entre indivíduos.
Assim, mesmo com padrões de listras similares, cada zebra é única para as outras dentro do grupo. As listras das zebras não são apenas um detalhe estético, mas uma adaptação evolutiva extremamente útil.