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Por que animais nascem com duas cabeças?

Na internet, é possível encontrar diversas histórias de animais com duas cabeças que nascem em casas, criadouros ou até mesmo na natureza.

Foi o que aconteceu recentemente em uma loja de animais de estimação chamada East Bay Vivarium, em Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos. No local, houve o nascimento de uma cobra com duas cabeças, filhotes maschos batizados de Zeke e Angel, que nasceram com a espinha dorsal fundida.

Em 2024, também viralizou no TikTok um vídeo curioso de um bezerro com duas cabeças, uma raridade no mundo animal. Esse fenômeno, chamado de policefalia, pode ser visto em diversas espécies. Entretanto, você sabe o que é essa condição e qual a sua causa?

Ela costuma aparecer bastante nas manchetes e virar notícia quando acontece, justamente por sua ocorrência ser bastante rara, entretanto, pouco se fala do motivo pelo qual isso acontece. Saiba mais na matéria abaixo.

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Por que animais nascem com duas cabeças?

O fenômeno de animais que nascem com duas cabeças é conhecido como policefalia. Esse termo deriva do grego poly (muitos) e kephalē (cabeça), e descreve a condição em que um organismo possui mais de uma cabeça. Quando há duas cabeças, o termo específico é bicefalia ou dicefalia.

Essa anomalia ocorre devido a falhas no desenvolvimento embrionário, especialmente durante a divisão de embriões idênticos, resultando em gêmeos siameses que compartilham partes do corpo, incluindo a cabeça.

A policefalia não é exclusiva de uma espécie e já foi observada em diversos animais, como cobras, tartarugas, bovinos, porcos, gatos, cães e peixes . No entanto, é mais comum em répteis e anfíbios. Isso se deve, em parte, ao fato de que esses animais frequentemente produzem grandes ninhadas, aumentando a probabilidade de ocorrências de mutações.

Além disso, seus ovos são incubados no ambiente externo, tornando-os mais suscetíveis a fatores ambientais como temperatura, toxinas e radiação, que podem interferir no desenvolvimento embrionário.

Animais com duas cabeças sobrevivem?

A sobrevivência de animais com duas cabeças é rara. Muitos não sobrevivem ao nascimento ou morrem pouco depois devido a complicações relacionadas à coordenação motora, alimentação e funcionamento dos órgãos internos.

Por exemplo, uma cobra com duas cabeças pode ter dificuldades para se mover, pois cada cabeça pode tentar controlar o corpo de maneira independente, resultando em movimentos descoordenados.

No entanto, há exceções; uma cobra-de-rato preta com duas cabeças viveu por 20 anos em cativeiro, demonstrando que, com cuidados adequados, a sobrevivência é possível.

A cobra com duas cabeças precisa adotar mecanismos próprios de locomoção e alimentação. (Imagem: Nick Evans)

Pode acontecer com seres humanos?

Em humanos, a condição é extremamente rara e geralmente resulta em complicações graves. Existem dois tipos principais: dicephalus parapagus, no qual os gêmeos compartilham um corpo com duas cabeças lado a lado, e craniopagus parasiticus, no qual uma cabeça subdesenvolvida está unida a uma cabeça totalmente formada.

A maioria dos casos resulta em natimortos ou morte pouco após o nascimento, embora existam relatos de sobrevivência por períodos mais longos em casos raros.

A duplicação de outras partes do corpo também pode ocorrer. Condições como diprosopus resultam na duplicação parcial ou total da face.

Já a duplicação de membros, como braços ou pernas adicionais, pode ocorrer devido a falhas na separação de gêmeos durante o desenvolvimento embrionário. Essas duplicações podem ser funcionais ou não, dependendo do grau de desenvolvimento dos tecidos e estruturas envolvidas.

Partes independentes e chances de acontecer

No caso de animais com duas cabeças, cada cabeça geralmente possui seu próprio cérebro e pode controlar partes do corpo de forma independente. Isso pode levar a conflitos, como quando cada cabeça tenta direcionar o corpo em direções opostas.

Além disso, se ambas as cabeças possuem sistemas digestivos funcionais, ambas podem precisar se alimentar separadamente para obter os nutrientes necessários.

As chances de nascimento de um animal com duas cabeças são extremamente baixas. Por exemplo, estima-se que a ocorrência de bezerros com duas cabeças seja de 1 em 400 milhões. Em cobras, a estimativa é de 1 em cada 10.000 nascimentos. Essas estatísticas destacam a raridade dessa condição na natureza.

Apesar de sua raridade, casos de policefalia continuam a fascinar cientistas e o público em geral. Eles oferecem insights valiosos sobre o desenvolvimento embrionário e as complexidades da formação dos organismos. Estudos contínuos sobre essas anomalias podem contribuir para uma melhor compreensão das causas e possíveis intervenções em casos de malformações congênitas.

(Imagem: Birdsey Cape Wildlife Center, via Instagram)

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10 curiosidades sobre relâmpagos e trovões – inclusive, como calcular a distância de um raio

Relâmpagos e trovões são fenômenos atmosféricos que fascinam a humanidade desde os tempos antigos. Além do espetáculo visual e sonoro, eles estão ligados a importantes processos naturais e científicos. 

Neste artigo, você vai descobrir a diferença entre os dois e conhecer 10 curiosidades incríveis sobre relâmpagos e trovões.

Imagem: Unsplash

Qual a diferença entre relâmpago e trovão?

Apesar de sempre estarem associados, relâmpagos e trovões não são a mesma coisa. O relâmpago (ou raio) é a descarga elétrica visível que ocorre entre nuvens ou entre uma nuvem e o solo. Já o trovão é o som resultante do rápido aquecimento e expansão do ar ao redor desse raio.

Relâmpago
Relâmpago (Imagem: Micah Tindell/Unsplash)

Ou seja, primeiro acontece o relâmpago, que aquece o ar em torno de si a temperaturas superiores a 30 mil graus Celsius. Essa expansão súbita gera uma onda de choque que se propaga pelo ar, formando o trovão. Como a luz viaja mais rápido que o som, vemos o relâmpago antes de ouvir o trovão, mesmo que ambos aconteçam ao mesmo tempo.

5 curiosidades sobre relâmpagos

O Brasil é o país dos raios

Você sabia que o Brasil lidera o ranking mundial de incidência de relâmpagos? O país registra mais de 70 milhões de raios por ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A combinação de clima tropical, grande extensão territorial e elevada umidade contribui para esse fenômeno.

Mais de 100 relâmpagos no céu da Turquia
Mais de 100 relâmpagos no céu da Turquia (Credito: Uğur İkizler)

A energia de um relâmpago

Um único raio pode liberar até 1 bilhão de joules de energia: o suficiente para manter uma lâmpada de 100 watts acesa por cerca de 3 meses. Essa imensa quantidade de energia, porém, ocorre em um curtíssimo intervalo de tempo, o que a torna extremamente perigosa.

Os raios podem ter ajudado a criar a vida

Pesquisas científicas indicam que os relâmpagos podem ter sido fundamentais na origem da vida na Terra. As descargas elétricas atmosféricas podem ter contribuído para a formação de aminoácidos, compostos essenciais para o surgimento de organismos vivos, como sugerido no famoso experimento de Miller-Urey, em 1953.

Homem segurando um guarda-chuva observando o céu com nuvens e raios
Não é necessariamente a descarga elétrica do raio, mas o impacto térmico e acústico (Imagem: solarseven / Shutterstock)

Existem raios de diferentes tipos

Nem todos os raios são iguais. Eles podem ocorrer em diferentes formas, como os raios nuvem-nuvem, os raios nuvem-solo e até mesmo os chamados relâmpagos esféricos, uma manifestação rara em que a descarga elétrica aparece em forma de esfera flutuante. Outro tipo curioso são os raios bipolares, que mudam de direção durante o trajeto.

Principais “alvos”

Raio em uma árvore / Crédito: Pixabay (Creative Commons/reprodução)

Árvores são alvos comuns de relâmpagos porque, além de serem altas, sua seiva é um excelente condutor elétrico. Quando um raio atinge uma árvore, a seiva pode ferver e explodir, destruindo parte da estrutura da planta. Por isso, durante tempestades, é perigoso buscar abrigo debaixo de árvores.

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Trovão é ar em expansão

O trovão ocorre quando o ar ao redor do raio se aquece de forma súbita e atinge temperaturas altíssimas, gerando uma expansão brusca. Isso cria uma onda de pressão que se propaga como som. É esse som que ouvimos como trovão, uma espécie de “eco” da força do raio.

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O que são super-raios? (Imagem: Utanka DE/Freepik)

Eles podem durar até 20 segundos

Apesar de o raio durar apenas frações de segundo, o trovão pode ser ouvido por 5 a 20 segundos, dependendo da distância e das condições atmosféricas. Isso acontece porque o som se reflete nas nuvens e no solo, prolongando sua duração.

Dá para calcular a distância de um raio

Você pode estimar o quão longe está um raio contando os segundos entre o relâmpago e o trovão. A cada segundo, o som percorre cerca de 343 metros. Por exemplo, se você contar 3 segundos, o raio caiu a aproximadamente 1 km de distância.

Chuvas com raios e nuvens escuras
Por que o trovão faz barulho? (Imagem: Tan_supa/Shutterstock)

Trovões podem ser ouvidos a longas distâncias

Em dias calmos, o trovão pode ser ouvido a até 15 quilômetros de distância. Isso depende da intensidade da tempestade, da topografia e da umidade do ar.

O som do trovão varia

O som do trovão pode se parecer com um estrondo seco, como uma explosão, ou com um rugido contínuo, semelhante a um tambor. Isso varia conforme a distância do ouvinte e a forma como o som se propaga na atmosfera.

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Ritmo de conquista: como o caranguejo-violinista atrai parceiras com sua música

Utilizar sons ou música para conquistar um parceiro não é uma característica exclusiva dos seres humanos. Apesar de não ter sentido emocional, mas sim o objetivo de levar ao acasalamento e perpetuação da espécie, diversos animais utilizam desse artifício na hora de flertar, emitindo sons.

É o caso de sapos, pássaros e baleias, por exemplo, que são os mais conhecidos por dominarem o canto para a conquista.

Entretanto, os pesquisadores acabaram descobrindo que existe outra espécie que aposta na serenata para conquistar uma fêmea: o caranguejo-violinista (Afruca tangeri). Seu nome pode sugerir que os sons emitidos por esses animais já eram conhecidos, mas o apelido vem, na verdade, da forma pelo qual os crustáceos balançam suas garras como forma de comunicação.

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Contudo, uma nova pesquisa registrou pela primeira vez os sinais vibratórios que os machos fazem durante o cortejo, e os resultados foram publicados no Journal of Experimental Biology. Veja abaixo mais informações.

A música produzida pelo caranguejo-violinista é feita a partir de uma mistura de tamborilar o solo com sua garra, ou quando ele bate o casco no chão. (Imagem: Leonardo Gonzalez/Shutterstock)

Conheça o caranguejo-violinista, o crustáceo que conquista as fêmeas com uma serenata

A música produzida pelo caranguejo-violinista é feita a partir de uma mistura de tamborilar o solo com sua garra, ou quando ele bate o casco no chão.

Entretanto, até a pesquisa divulgada, não havia ficado claro o quanto esses sinais eram capazes de transmitir informações de forma eficaz nas regiões intertidais (que são as faixas de costa entre as marés alta e baixa), onde esses caranguejos vivem, e que naturalmente são caóticas no que diz respeito aos sons, sendo altamente competitivas nesse contexto.

Ao se questionarem sobre a eficiência dos sons, o time de pesquisadores do Laboratório de Vibração Animal da Universidade de Oxford decidiu analisar e gravar caranguejos-violinistas da Península Ibérica. Os vídeos foram feitos usando geofones, que registraram com precisão as vibrações.

Então, a equipe acompanhou uma rotina repetitiva de cortejo que se dividia em quatro etapas: primeiro, os animais acenavam suas garras. Depois, faziam acenos sequenciais e quedas de corpo para produzir um sinal vibratório.

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Os pesquisadores perceberam que as variações no ritmo, a duração e o volume das vibrações permitiam distinguir diferentes comportamentos de acasalamento dos caranguejos. (Imagem: Leonardo Gonzalez/Shutterstock)

Então, faziam movimentos simultâneos até que, finalmente, exibiam tambores subterrâneos caso a fêmea se aproximasse da toca. A cada passo, a energia sísmica que foi registrada pelos geofones se intensificou.

Os pesquisadores perceberam que as variações no ritmo, a duração e o volume das vibrações permitiam distinguir diferentes comportamentos de acasalamento dos caranguejos. Com essas informações, treinaram um programa de IA capaz de identificar esses comportamentos com até 70% de precisão, o que abriu caminho para o uso de vibrações no monitoramento remoto de animais.

Após mais de 8 mil análises de gravações, os cientistas chegaram a conclusão que, quanto maior o macho, mais intensos eram os sinais sísmicos, com picos de percussão de maior amplitude. O alcance do som até locais distantes impedia que os machos fossem desonestos com relação ao seu tamanho, o que permitiu que as fêmeas avaliassem, à distância, a qualidade e o tamanho das garras.

Tom Mulder, autor do estudo e membro do departamento de Biologia da Universidade de Oxford, comentou em um comunicado que “os machos não conseguem, ou não mentem, sobre seu tamanho físico. As fêmeas podem confiar na intensidade dos sinais sísmicos para avaliar honestamente a qualidade de um parceiro em potencial, tudo isso sem precisar vê-lo.”

Também em comunicado, Beth Mortimer, também autora do estudo, disse que as garras maiores possuem vantagens ao superar o ruído sísmico e permitir a sinalização para fêmeas mais distantes.

Por morarem em habitats barulhentos, esse tipo de comunicação sísmica percussiva em vez de uma vocal é vantajosa para os caranguejos-violinistas. Apesar de ser simples, o ajuste da intensidade e a repetição dos sinais é eficaz para que os pequenos animais se comuniquem nesses locais ruidosos.

Entretanto, Mortimer faz uma observação a respeito dos animais menores “as vantagens são observadas apenas em sinais de percussão, como tamborilar, e, felizmente, para caranguejos com garras menores, estes são apenas parte da rotina de cortejo.”

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Filhote de caranguejo-violinista. (Imagem: Joolyann/Shutterstock)

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EUA: lobos reintroduzidos na natureza estão morrendo; entenda

Biólogos do Colorado Parks and Wildlife confirmaram a morte de mais um lobo cinzento de coleira solto no Colorado (EUA). O animal foi encontrado no Parque Nacional das Montanhas Rochosas em 20 de abril.

Não há informações sobre como a loba morreu, mas o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA vai investigar o caso por se enquadrar na Lei de Espécies Ameaçadas de Extinção

Identificada como 2514-BC, ela foi uma dos 15 lobos cinzentos capturados na Colúmbia Britânica e soltos nos condados de Eagle e Pitkin em janeiro. A medida faz parte do Plano de Restauração e Gestão do Lobo do Colorado.

Expectativa de vida média da espécie nas Montanhas Rochosas é de três a quatro anos (Imagem: Divulgação/CPW)

Esta é pelo menos a sexta morte entre os lobos reintroduzidos. Os falecimentos têm sido associadas a causas naturais, com exceção de um caso no Wyoming (EUA), em que fazendeiros mataram um lobo por atacar ovelhas.

Entenda o caso

  • De acordo com o Colorado Parks and Wildlife (CPW), responsável pela gestão do plano, os lobos habitavam a região até chegarem no ponto de extinção por caça na década de 1940;
  • O Estado vem testando a reintrodução após aprovação de medida eleitoral em 2020;
  • A soltura é realizada em terras estatais ou privadas, com permissão, que possuam habitat e caça para apoiá-los, de acordo com o jornal Colorado Sun;
  • Os esforços, no entanto, ainda enfrentam ampla oposição de fazendeiros e organizações de caçadores.

Entre os lobos reintroduzidos na natureza, sete tinham entre três e quatro anos e dois entre quatro e cinco anos, sendo oito fêmeas e sete machos. A expectativa de vida média da espécie nas Montanhas Rochosas é de três a quatro anos.

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Por onde andam os demais?

Com o rastreio realizado por coleiras, os animais foram observados em nas montanhas do norte e do centro do Colorado, de acordo com a última atualização. Eles passaram por bacias hidrográficas de grandes centros populacionais, como Denver, Boulder e Estes Park.

Uma das lobas realizou mais de 1,97 mil quilômetros de peregrinação desde a soltura, em janeiro, nos condados de Pitkin e Eagle. “Lobos podem viajar e viajam longas distâncias, muitas vezes, muito rapidamente”, informa o comunicado.

O Colorado tem acordos com os vizinhos Utah, Novo México e Arizona para que os lobos sejam devolvidos após eventuais capturas. Segundo a CPW, o objetivo é “proteger a integridade genética do lobo-cinzento-mexicano, subespécie distinta encontrada no Arizona e no Novo México”.

Soltura é realizada em terras estatais ou privadas, com permissão (Imagem: Divulgação/CPW)

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Verdade ou mito: espantalhos realmente funcionam nas lavouras?

De acordo com o portal History? Because Its Here!, os espantalhos foram utilizados primeiramente pelos egípcios há milhares de anos com o objetivo de proteger campos de trigo das codornas no decorrer do rio Nilo. Apesar de toda a tradição relacionada ao uso do para espantar pássaros, ainda há quem duvide se ele realmente funciona.

A resposta para essa dúvida é que sim, os espantalhos podem funcionar nas lavouras, mas a pessoa precisa utilizar as técnicas ideais para realmente espantar os pássaros.

Espantalhos realmente funcionam nas lavouras?

Espantalho em uma plantação – Imagem: Tracia/Pixabay

Para que os espantalhos realmente funcionem nas lavouras é necessário que eles estejam muito bem posicionados e pareçam bastante com um ser humano. Além disso, com o tempo, os animais se acostumam e percebem que aquele boneco no meio da plantação não oferece perigo, já que não se move. 

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Corvos e pardais, por exemplo, são animais muito inteligentes para perceber padrões. Dessa maneira, podem ver rapidamente que o espantalho não gera perigo para eles. Assim, muitas vezes o boneco acaba sendo mais um complemento contra os pássaros nas lavouras do que uma solução. 

Espantalho com chapéu
Espantalho com chapéu – Imagem: barskefranck/Pixabay

Algumas coisas podem aumentar a eficácia dos espantalhos, como mudá-los de lugar e trocar sua aparência com certa regularidade. Colocar roupas para se balançar com o vento e braços móveis também podem ajudar a enganar os animais. O uso de sinos que tilintam com o vento e CDs para a reflexão de luz também ajudam na ilusão.

Atualmente, há quem utilize a tecnologia em aparatos que podem funcionar como espantalhos. Drones, por exemplo, vêm sendo equipados com alto-falantes que emitem sons de predadores, como aves de rapina, para afastá-los.

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Qual o papel das moscas na natureza? Veja por que esses insetos são importantes

A mosca-doméstica (Musca domestica) é um inseto bastante comum para os seres humanos, podendo ser encontrado em todas as áreas do planeta onde há população de pessoas.

A presença desses animais é bastante incômoda na maior parte das vezes, pois além de serem inconvenientes, ainda podem transmitir doenças. Isso faz com que possamos questionar: para que as mocas existem?

Bom, acredite: por mais irritantes que sejam, as moscas também possuem seu papel determinado no planeta. O inseto faz parte da família Muscidae, e estima-se que cerca de 90% de todas as moscas em residências humanas são domésticas, de acordo com a Encyclopaedia Britannica, uma plataforma de conhecimentos gerais do Reino Unido.

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Confira na matéria abaixo mais informações a respeito desses insetos que, apesar de serem um incômodo, são importantes para o ecossistema assim como outros animais.

Ainda que causem incômodo, as moscas também desempenham um papel importante na natureza. (Imagem: giansu/Shutterstock)

Qual o papel das moscas na natureza?

Além do incômodo, as moscas também oferecem um grande risco à saúde das pessoas, uma vez que podem transmitir diversas doenças perigosas. Entretanto, elas também desempenham um importante papel no nosso planeta.

O Animal Diversity Web (ADW), um banco de dados on-line da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, descreve com detalhes o inseto: “sua estrutura física conta com antenas curtas, tórax cinza com quatro listras longitudinais mais escuras, abdômen cinza ou amarelo com uma linha mediana mais escura, uma mancha irregular amarelada pálida nas margens laterais anteriores e asas transparentes.”

As moscas-domésticas, assim como outros tipos de moscas, são responsáveis por uma função importante na natureza, de acordo com um texto publicado na Universidade de La Serena, no Chile.

Jaime Pizarro, entomologista da entidade chilena, diz no artigo: “elas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo.” Sendo assim, podemos perceber que a presença do inseto na natureza ajuda a manter o equilíbrio dos compostos orgânicos.

Ainda assim, o pesquisador deixa claro que esse inseto pode ser perigoso e disseminar enfermidades, especialmente em lugares onde as condições sanitárias são precárias.

Com isso, reforça a importância de termos cuidado para evitar problemas maiores causados por sua presença. Veja abaixo algumas curiosidades sobre esses insetos.

As moscas atuam como decompositoras, ajudando a quebrar os detritos orgânicos e a reciclar os nutrientes no solo. (Imagem: Diaz Aragon – Shutterstock)

Moscas-domésticas podem produzir centenas de ovos em poucos dias

Uma fêmea de mosca-doméstica consegue colocar mais de 100 ovos de cada vez, podendo produzir entre 600 e 1 mil durante sua vida. O inseto costuma colocar seus ovos em materiais em decomposição, como grama, lixo e excrementos humanos e animais.

Especificamente, esses insetos vivem por aproximadamente 15 a 30 dias em condições favoráveis, mas “podem sobreviver um pouco mais em ambientes controlados”, de acordo com o artigo da Universidade de La Serena.

As moscas-domésticas estão em todo o mundo

Não pense que esses insetos são exclusividade de lugares específicos: eles estão por todo lugar. Isso porque as larvas da mosca-doméstica se desenvolvem principalmente no lixo e nas fezes humanas, materiais que são encontrados pelo mundo todo. Entretanto, elas são encontradas principalmente em áreas urbanas.

As moscas vivem principalmente nas regiões temperadas e, mesmo que tenham a tendência de se desenvolverem durante as estações quentes, alguns dos adultos podem sobreviver durante o inverno em áreas temperadas. Segundo a ADW, as moscas-domésticas são mais ativas e vivem por mais tempo em temperaturas entre 10 ºC e 26,6 ºC, e as temperaturas extremas são prejudiciais à espécie.

São uma ameaça à saúde pública

Pode parecer impressionante, mas esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. Por conta disso, as moscas são consideradas uma ameaça potencial à saúde pública.

A Universidade da Pensilvânia detalha que as moscas-domésticas conseguem transmitir uma diversidade de doenças por conta do conteúdo de seu estômago que é regurgitado, e também excretam onde pousam para descansar. Com isso, elas passam adiante os organismos microscópicos que causam as enfermidades.

Entretanto, a velocidade e o nível de contaminação dos alimentos por esses insetos dependem de muitos fatores, como a concentração de bactérias que carregam, o tempo de contato com o alimento e a atração que exercem sobre ele. Seja como for, diversas fontes científicas são unânimes ao ressaltar que é preciso evitar, ao máximo, o contato das moscas com os alimentos.

Ainda que não seja possível eliminar por completo as moscas-domésticas, podemos adotar medidas que ajudem que elas se tornem um problema de saúde pública, como o controle de resíduos e a manutenção da higiene em casa e em espaços públicos.

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Esses pequenos insetos voadores são capazes de carregar milhões de micro-organismos em suas pernas que, em grandes doses, podem causar muitas doenças. (Imagem: Danny Radius/Shutterstock)

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Plantas são fofoqueiras? Entenda o comportamento bizarro

Você sabia que as plantas terrestres conseguem se comunicar? E o fato vai além disso: elas não só se comunicam, como também são capazes de usar essa habilidade de forma “ruim”.

Em vez de serem altruístas e avisarem as vizinhas sobre possíveis ameaças, elas usam a comunicação para esconder sinais de sofrimento e disseminar informações falsas sobre perigos inexistentes.

Essa novidade foi descoberta por um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e da Universidade Livre de Amsterdã, na Holanda, depois de criar modelos matemáticos que simulam cenários de comunicação botânica. Neles, eram raras as situações onde as plantas se ajudavam.

Isso acontece porque as plantas competem por luz solar e nutrientes, então, provavelmente as espécies se adaptaram evolutivamente para se comunicar com sinais mentirosos e enganosos, que podem ser benéficos só para elas.

Os resultados dessa pesquisa foram publicados no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) no começo de 2025, em 21 de janeiro.

É mesmo verdade que plantas fazem fofoca?

De certa forma, sim. De acordo com o estudo publicado, as plantas são mais propensas a mentir, “fofocando” sobre um perigo que não existe, em vez de avisarem umas às outras a respeito de uma catástrofe iminente, por exemplo.

Estudo publicado diz que as plantas são mais propensas a mentir, “fofocando” sobre um perigo que não existe, em vez de avisarem umas às outras a respeito de uma catástrofe iminente, por exemplo. (Imagem: olrat / Shutterstock)

O autor principal da pesquisa, Thomas Scott, do Departamento de Biologia de Oxford, explicou em um comunicado:

As plantas podem sinalizar que um ataque de herbívoro está ocorrendo, mesmo quando nenhum herbívoro está presente. As plantas podem obter um benefício da sinalização desonesta porque ela prejudica seus concorrentes locais, enganando-os a investir em mecanismos de defesa de herbívoros dispendiosos.

— Thomas Scott: principal autor do estudo e membro do Departamento de Biologia de Oxford

Como as plantas se comunicam?

Essa comunicação acontece entre uma complexa rede subterrânea de fungos, chamada popularmente de “rede ampla da madeira” – Wood Wide Web, um trocadilho com World Wide Web, a rede mundial de computadores.

Pesquisadores descobriram que elas podem se beneficiar de algumas “fofocas” e notícias falsas para confundir suas concorrentes. (Imagem: Mesve79/Shutterstock)

São os fungos micorrízicos que formam parcerias com as raízes das plantas em uma relação de mutualismo simbiótico, onde os fungos recebem carboidratos e as plantas ganham nutrientes em troca. Então, é por meio das micorrizas que as plantas podem se comunicar.

Se um herbívoro ou patógeno ataca uma planta, por exemplo, outras plantas conectadas à mesma rede fúngica vão ativar seus mecanismos de defesa.

Entretanto, ainda não se sabe se as plantas que estão sendo atacadas contam as outras sobre esse ataque. Antes desse estudo, existiam algumas dúvidas a respeito da comunicação do perigo nessa rede de comunicação botânica.

Isso porque esse fato seria contraintuitivo do ponto de vista evolutivo, uma vez que não traria benefício nenhum para a planta que avisa a respeito do perigo.

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Como a pesquisa foi desenvolvida

Para o estudo, os pesquisadores analisaram situações hipotéticas utilizando modelos matemáticos, criando modelos computadorizados para investigar as diferentes hipóteses a respeito do comportamento de comunicação das plantas.

Os fungos conectados às raízes das plantas também seriam fofoqueiros, ouvindo o “segredo” de uma planta e espalhando-o para todas as outras da rede. (Imagem: lovelyday12/Shutterstock)

Durante a pesquisa, os especialistas encontraram dificuldade em achar cenários em que as plantas eram selecionadas evolutivamente para avisar as outras, porque elas competem entre si por luz solar e nutrientes, podendo ter benefícios com sinais desonestos.

Em outras palavras, as simulações matemáticas fizeram os pesquisadores perceberem que é improvável que uma planta avise as outras a respeito de ataques ou perigos possíveis.

Com isso, eles descobriram que elas podem se beneficiar de algumas “fofocas” e notícias falsas para confundir suas concorrentes. E elas fazem isso para enganar as outras e levá-las a gastar energia e recursos com mecanismos de defesa sem necessidade.

Como as plantas sabem quando o ataque é verdadeiro?

Com essas informações a respeito da tendência do comportamento desonesto e egoísta de algumas plantas, como as que estão na mesma rede de micorrizas podem saber quando uma delas está sendo atacada de verdade? Para essa questão, os pesquisadores desenvolveram duas hipóteses.

Parede de plantas (Imagem: Mesve79/Shutterstock)

A primeira diz que há a chance de que as plantas não conseguem conter um sinal que revela que elas estão sendo atacadas de verdade, assim como nós não conseguimos impedir que nosso rosto fique corado quando estamos com vergonha, por exemplo.

A segunda tem a ver com os fungos conectados às raízes das plantas: quando eles notam algum ataque, são capazes de enviar um sinal para outras plantas na rede.

E esse comportamento faz sentido evolutivo, uma vez que os fungos se beneficiam ao proteger todas as plantas para manter a interação mutualística com elas. E isso mostra que os fungos também seriam fofoqueiros, ouvindo o “segredo” de uma planta e espalhando-o para todas as outras da rede.

Para comprovar experimentalmente que as plantas realmente enviam mensagens ativamente para as outras, verdadeiras ou mentirosas, ainda são necessários mais estudos na área.

O coautor do estudo, Toby Kiers, da Universidade Livre de Amsterdã, afirma que não há dúvida de que existe uma transferência de informações.

A questão é se as plantas estão enviando sinais ativamente para avisar umas às outras. Talvez, assim como vizinhos fofoqueiros, uma planta esteja simplesmente bisbilhotando a outra“, diz ele.

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5 animais machos que conseguem engravidar

Você sabia que no reino animal existem espécies as quais os machos são os responsáveis por dar à luz aos filhotes? Essa “inversão da norma biológica” ocorre para elevar o sucesso reprodutivo, pois as fêmeas passam a produzir mais óvulos em menos tempo, gerando mais descendentes.

Além disso, os machos conseguem ter um melhor investimento paterno na sobrevivência dos embriões, dando uma vantagem evolutiva às espécies. 

Conheça 5 animais machos que podem engravidar

Além de saber quais são os animais capazes de realizar essa proeza, abaixo, você fica sabendo como cada um consegue dar à luz aos filhotes. Veja!

1 – Cavalos-marinhos

Essa é a espécie mais famosa pela capacidade de os machos gestarem os próprios filhotes. Nela, a fêmea é a responsável por depositar os seus ovos na bolsa incubadora especial do macho, que então os fertiliza e os carrega até haver a eclosão.

Captura de tela de um vídeo sobre cavalo-marinho – Imagem: reprodução/YouTube – Canal Click Planeta Terra

Após se desenvolverem por completo, o macho começa a sentir contrações bem parecidas com as do parto para dar à luz aos filhotes e liberá-los na água. 

Vale destacar que os cavalos-marinhos vivem normalmente em águas rasas, tropicais ou temperadas. Eles são encontrados de forma fácil em recifes, baías, ambientes estuarinos e manguezais.

2 – Peixe-cachimbo do Golfo

Geralmente presentes em locais com águas relativamente rasas e com fluxo lento, os machos da espécie Peixe-cachimbo do Golfo (Syngnathus scovelli) também resguardam machos que conseguem engravidar. 

Os machos desenvolvem uma bolsa intrincada que funciona de maneira parecida com a placenta de um mamífero, fazendo a troca de nutrientes com os embriões em crescimento e aumentando a chance de sobrevivência dos pequenos.

3 – Dragões Marinhos

Esta espécie também faz parte do grupo de animais machos com capacidade de dar à luz aos seus filhotes.

Foto de um Dragão Marinho
Foto de um Dragão Marinho – Imagem: Dmitry Rukhlenko/Shutterstock

Porém, eles não são iguais aos cavalos-marinhos, que possuem uma bolsa incubadora totalmente fechada.

Ao contrário disso, carregam os ovos fertilizados na parte inferior da cauda, mantendo-os protegidos até a eclosão. Este animal costuma viver nos recifes rochosos mais frios do sul e oeste da Austrália.

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4 –  Peixe-cachimbo-de-fita

Essa espécie rara da família de peixes-cachimbo também consegue ter os machos como os responsáveis por dar à luz aos filhotes, pois ela adaptou um sistema de gestação masculino no qual consegue nutrir os seus ovos e assim proporcionar o que os pequenos precisam para sobreviver depois da eclosão.

Este animal pode ser encontrado sob saliências rochosas, corais ou perto do chão de seu habitat de recife.

5 – Peixe-cachimbo escuro

O peixe-cachimbo escuro (Syngnathus floridae) apresenta um sistema de gestação muito interessante, pois possui uma bolsa incubadora avançada, responsável por regular de forma rigorosa os níveis de oxigênio para os embriões em desenvolvimento.

Peixe-cachimbo
Peixe-cachimbo – Imagem: Reprodução/ YouTube – Canal Mundo dos Discos – Aquarismo

A espécie está bem presente no Atlântico Ocidental, na região das Bermudas, Golfo do México, Bahamas, Baía de Chesapeake (Estados Unidos), oeste do Mar do Caribe e até no Panamá, ao sul.

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Moscas bebem álcool para ficarem mais atraentes? Entenda

Muitas pessoas, principalmente as mais tímidas, preferem ingerir um pouco de álcool em situações das quais elas precisam se soltar, como ao flertar ou para conhecer alguém do sexo oposto. Entretanto, você sabia que isso não é uma característica exclusiva dos seres humanos?

Um estudo recente mostrou que o etanol também pode influenciar nos relacionamentos das moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), uma vez que os machos passam a ficar mais atraentes para as fêmeas quando fazem o consumo de álcool. Mas, como isso acontece exatamente?

Já é de conhecimento há algum tempo que essa espécie de mosca consome álcool na natureza, quando consome frutas açucaradas, néctar e seiva que passaram por fermentação e, por isso, possuem a substância. E qual a relação desse consumo com a atração pelas fêmeas? Veja a seguir!

Ao se alimentarem de frutas em decomposição, as moscas ingerem o álcool gerado pela fermentação. (Imagem: Fabrizio Schiavon/Shutterstock)

As moscas-da-fruta bebem álcool para ficarem mais atraentes?

Frequentemente, podemos encontrar moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster) ao redor de restos de comida, já que elas consomem frutas e outros alimentos em decomposição. O estado desses alimentos faz com que eles produzam álcool, que acabam sendo consumido pelos insetos enquanto eles fazem suas refeições.

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Os cientistas investigam o motivo pelo qual essas moscas são atraídas pelo álcool, além de como ele as afeta. Em estudos anteriores, houve uma demonstração de que os insetos machos da espécia iam atrás da bebida depois de serem rejeitados por fêmeas, além de que os indivíduos jovens que nunca haviam cruzado costumavam beber mais.

Para descobrir o motivo de isso acontecer exatamente, foi feito um novo estudo do Instituto Max Planck, na Alemanha, e os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Science Advances.

Contudo, um dos autores do estudo e chefe do Departamento de Neuroetologia Evolutiva do Instituto Max Planck, Bill Hansson, explica que essas afirmações adotavam uma visão antropomórfica das moscas, comparando-as com o comportamento da espécie humana.

Já a nova pesquisa sugere que esse consumo de álcool, na verdade, oferece uma vantagem reprodutiva. “Não acreditamos que as moscas bebam álcool porque estão deprimidas”, comenta Hansson. O profissional ainda acrescentou que a atração desses insetos pelos carboidratos e leveduras das frutas em decomposição, além do álcool, não pode ser analisada de forma separada.

foto em zoom de uma mosca da fruta em uma folha
A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie. (Imagem: Nechaevkon/Shutterstock)

O que as moscas “ganham” com o consumo de álcool?

A hipótese mais aceita é que o ato de consumir álcool traz algum benefício evolutivo para a espécie, de acordo com o que foi revelado pelo estudo. A conclusão foi de que beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento.

Os feromônios são liberados no ar pelo indivíduo como influência para o comportamento de outro da mesma espécie. Os machos, principalmente os que nunca haviam acasalado, mostraram grande atração pelo álcool.

E esse mecanismo é bastante complexo: os pesquisadores encontraram três circuitos neurais diferentes envolvidos no consumo de álcool no cérebro das moscas. Os dois primeiros deles têm a ver com o olfato, sendo responsáveis por guiar os insetos até a bebida. Entretanto, assim como acontece com os humanos, o álcool também é tóxico e pode fazer mal.

Então, aí entra o terceiro circuito, que fica encarregado de evitar que a mosca consuma a substância em excesso. Isso faz com que altas concentrações de álcool tenham um odor repulsivo para os insetos, afastando-os e, assim, evitando complicações na saúde deles.

De acordo com Ian Keesey, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Nebraska: “isso significa que as moscas têm um mecanismo de controle que lhes permite obter todos os benefícios do consumo de álcool sem correr o risco de intoxicação alcoólica”. O que seria bastante útil para os seres humanos, não é mesmo?

Para fazer a pesquisa, os cientistas uniram estudos fisiológicos, como técnicas de imagem para visualizar processos no cérebro das moscas, além de análises químicas de odores ambientais, e também estudos comportamentais.

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Beber a substância, principalmente o metanol, aumenta a produção dos feromônios sexuais nos machos e, na prática, isso os torna mais atrativos para as fêmeas, aumentando as chances de acasalamento. (Imagem: Tomasz Klejdysz/Shutterstock)

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Por que as abelhas são tão importantes?

Você sabia que um em cada três garfadas de comida que você consome depende da polinização? Sem abelhas, nosso prato poderia ser bem mais vazio.

Esses pequenos insetos desempenham um papel essencial no meio ambiente, principalmente através da polinização, que sustenta ecossistemas e a produção agrícola. Esse processo ocorre quando as abelhas coletam néctar e pólen para suas colônias, transferindo pólen de uma flor para outra, o que permite a reprodução das plantas.

Estima-se que cerca de 75% das culturas alimentares — incluindo frutas, como maçãs e morangos; vegetais, como brócolis e cenouras; e grãos, como nozes — dependem em algum grau da polinização animal. A abelha entra como um dos principais agentes polinizadores.

Isso não apenas beneficia diversas espécies vegetais, mas também aumenta a produtividade agrícola, impactando diretamente a economia e a segurança alimentar global.

Entenda o funcionamento de uma colmeia

Em uma colônia de abelhas, a organização é altamente hierárquica e funcional.

Abelhas em uma flor (Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock)

Cada colmeia possui uma abelha-rainha, operárias e zangões, cada um com papéis específicos. A abelha-rainha é responsável pela reprodução, colocando milhares de ovos para garantir a continuidade da colônia.

As operárias, que são estéreis, realizam várias tarefas, como construção dos favos, alimentação das larvas e coleta de pólen e néctar.

Os zangões, por sua vez, têm como função principal a reprodução com a rainha. Essa estrutura hierárquica mantém a colônia eficiente, maximizando a coleta de recursos e a proteção da colmeia.

Como os humanos ameaçam as abelhas

O uso de inseticidas é uma ameaça grave para as populações desses animais. Pesquisas recentes da Universidade de Oxford revelaram que as abelhas-bumblebees (Bombus terrestris) não conseguem detectar pesticidas no néctar, mesmo em concentrações letais.

Homem espalhando inseticida
Homem espalhando inseticida (Reprodução: Garda Pest Control Indonesia/Pexels)

Utilizando duas metodologias — eletrofisiologia para registrar as respostas neurais nas partes bucais das abelhas e experimentos de comportamento alimentar com soluções de açúcar e pesticidas —, os pesquisadores mostraram que as abelhas consumiam a mesma quantidade de néctar, independentemente da presença de pesticidas.

Isso sugere que, sem mecanismos para evitar a ingestão de néctar contaminado, as abelhas estão em alto risco de exposição a pesticidas, o que pode comprometer a polinização de culturas agrícolas.

A exposição prolongada a pesticidas, como os neonicotinóides, pode levar ao colapso das colônias, que ameaça tanto as abelhas quanto a biodiversidade das plantas que elas polinizam.

Além disso, o uso indiscriminado de inseticidas e a monocultura, que reduz a diversidade de flores e habitats disponíveis, impactam negativamente a saúde das abelhas, enfraquecendo sua imunidade e reduzindo suas populações.

Por último, as mudanças climáticas — grande parte influenciadas pela poluição e destruição dos recursos naturais — influenciam muito na população de abelhas. Isto é, as consequências ambientais, resultantes das ações humanas, impactam tanto a fauna quanto a flora a nível mundial, o que também inclui as abelhas.

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E qual a importância desses insetos? 

Preservar as abelhas é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico e da segurança alimentar. Por serem polinizadores, esses insetos são responsáveis pela reprodução de inúmeras espécies vegetais, mantendo a biodiversidade e, consequentemente, auxiliando na produção de alimentos.

Abelha parada, examinando o ambiente ao redor com as asas fechadas
Abelha examinando o ambiente ao redor (Reprodução: Kai Wenzel/Unsplash)

Estratégias como o uso de pesticidas orgânicos, a criação de áreas de proteção para polinizadores e o incentivo à agricultura sustentável são práticas que podem ajudar a reverter o declínio das populações das abelhas.

Além disso, ações para aumentar a diversidade vegetal, como o plantio de flores nativas e a criação de jardins de polinizadores, oferecem fontes de alimento e abrigo.

Assim, as abelhas são não apenas essenciais para a polinização e a produção de alimentos, mas também para a estabilidade dos ecossistemas. A sua proteção é uma questão de destaque, envolvendo desde a agricultura até o consumidor final, para preservar esses insetos tão essenciais ao meio ambiente.

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