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De Branca de Neve ao Mágico de Oz: 5 filmes infantis repletos de curiosidades surpreendentes

Os filmes infantis fazem parte da vida de muitas gerações, encantando crianças e adultos com histórias inesquecíveis, personagens cativantes e mensagens profundas.

Além do entretenimento, esses filmes também influenciam a cultura popular, moldando valores, promovendo reflexões e até deixando marcas na história do cinema.

Alguns longas-metragens infantis têm histórias surpreendentes por trás de sua produção, seja por detalhes históricos, curiosidades de bastidores ou conexões inesperadas com a realidade.

Muitos desses filmes vão além de simples animações ou histórias fantasiosas. Eles possuem camadas complexas de significados, inspirações culturais ricas e até eventos trágicos relacionados ao seu elenco e equipe.

A seguir, confira 5 dessas obras e descubra curiosidades intrigantes sobre cada uma.

5 filmes infantis e suas curiosidades surpreendentes

Mulan (1998)

O filme Mulan foi produzido pela Disney. É inspirado em uma antiga lenda chinesa sobre Hua Mulan: uma jovem que se disfarça de homem para lutar no exército em nome de seu pai.

Assim como em muitos outros desenhos, em Mulan (1998), a Disney contou com lutadores de artes marciais reais para desenhar os movimentos apresentados no filme (Imagem: Divulgação / Disney)

No filme, a protagonista e seus companheiros enfrentam os Hunos, um povo guerreiro da Ásia Central. Curiosamente, o povo contra o qual Mulan luta não só realmente existiu, como a invasão dos Hunos à China aconteceu, de fato, em uma época próxima a que o filme é ambientado.

A etnia Han, que Mulan e sua tropa defendem no filme, é hoje a maior etnia do país, representando cerca de 92% da população chinesa. Esse detalhe adiciona uma camada histórica interessante à narrativa do filme, conectando-a à evolução da identidade cultural chinesa ao longo dos séculos.

Branca de Neve e os Sete Anões (1937)

Lançado em plena Grande Depressão, Branca de Neve e os Sete Anões foi um marco na história do cinema: o primeiro longa-metragem animado da Disney.

filmes infantis repletos de curiosidades surpreendentes
Branca de Neve e os Sete Anões não só foi o primeiro longa-metragem animado da Disney, como do mundo, sendo chamado na época de “A Loucura da Disney” por conta disso (Imagem: Divulgação / Disney)

A crise econômica assolava os Estados Unidos na época e o sucesso do filme trouxe um respiro para a indústria do entretenimento.

Curiosamente, o lançamento ocorreu apenas um ano antes do início da recuperação econômica do país, tornando Branca de Neve um símbolo de esperança para muitas famílias.

Seu impacto foi tão grande que o próprio Walt Disney recebeu um Oscar honorário, acompanhado por sete estatuetas menores, representando os sete anões.

Todos os Cães Merecem o Céu (1989)

Apesar de ser um filme infantil, Todos os Cães Merecem o Céu carrega uma das histórias mais trágicas dos bastidores do cinema.

Todos os Cães Merecem o Céu
O enterro de Judith Barsi ocorreu em 9 de agosto de 1988, na Forest Lawn Memorial Park, em Los Angeles – Califórnia (Reprodução: Amazon Prime Video)

A jovem atriz Judith Barsi, que dublou a personagem Anne-Marie, foi brutalmente assassinada pelo próprio pai antes do lançamento do filme.

Sua morte abalou profundamente a produção. O ator Burt Reynolds, que dublou Charlie, teria usado sua última cena no filme – um emocionante monólogo de despedida – como uma forma de homenagear Judith. Esse detalhe torna o final do filme ainda mais tocante para aqueles que conhecem a triste realidade por trás da produção.

O Corcunda de Notre Dame (1996)

A animação O Corcunda de Notre Dame foi inspirada no romance homônimo de Victor Hugo, publicado em 1831. O que muitos não sabem é que o livro desempenhou um papel fundamental na preservação da icônica Catedral de Notre-Dame.

O Corcunda de Notre Dame
A Walt Disney contou com 620 artistas para criar o filme, que foi todo desenhado a mão (Imagem: Divulgação / Disney)

No século XIX, o edifício estava em ruínas e corria o risco de ser demolido. O sucesso do romance gerou um novo interesse pela catedral, levando a um grande movimento de restauração que salvou o monumento e garantiu sua preservação por muitos anos.

Graças ao impacto cultural do livro, a catedral se tornou um dos marcos mais importantes da França e da história mundial. Infelizmente, em 2019, um incêndio tomou posse da Catedral, o que gerou uma comoção mundial, mas para o alívio dos parisienses, em 2024, o local foi reconstruído e reaberto ao público.

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O Mágico de Oz (1939)

Os bastidores de O Mágico de Oz estão repletos de histórias polêmicas e acontecimentos perturbadores.

O Mágico de Oz
O filme O Mágico de Oz foi inspirado na série livros homônimos de Lyman Frank Baum (Reprodução: Amazon Prime Video)

O filme foi um dos primeiros a serem lançados em Technicolor, tornando-se um marco na transição do cinema preto e branco para as cores vibrantes.

No entanto, a produção foi marcada por diversos acidentes e problemas de saúde entre o elenco.

O ator original do Homem de Lata, Buddy Ebsen, quase morreu após inalar pó de alumínio da maquiagem prateada e teve que ser substituído por Jack Haley, que acabou desenvolvendo uma infecção no olho direito devido a tinta que usaram em seu rosto.

Margaret Hamilton, que interpretou a Bruxa Má do Oeste, sofreu queimaduras graves durante uma cena em que desaparecia em meio a uma explosão de fumaça verde.

Além disso, a protagonista Judy Garland foi submetida a uma rotina exaustiva e abusiva nos bastidores como o uso de remédios para suprimir o apetite e mantê-la trabalhando por muitas horas, o que agravou seus problemas de saúde mental e contribuindo para sua trágica vida pessoal.

Essas curiosidades mostram que, por trás das cores vibrantes e das histórias encantadoras dos filmes infantis, existem histórias reais cheias de desafios, tragédias e até grandes reviravoltas históricas. Esses filmes não apenas marcaram a infância de milhões de pessoas, mas também deixaram um impacto duradouro na cultura e na história do cinema.

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O Mágico de Oz: 10 curiosidades fascinantes sobre o clássico do cinema

O clássico “O Mágico de Oz” estreou em 1939 chamando atenção do público pela exibição de cenas ultracoloridas nas telas do cinema. Isso por ser o primeiro longa-metragem a usar a tecnologia Technicolor, bastante inovadora para a época. Ainda assim, ele foi considerado um fracasso de bilheteria, já que custou US$ 2,7 milhões para ser feito e rendeu somente US$ 3 milhões.

Para fazer o filme, foi preciso 14 roteiristas e cinco diretores: o primeiro, Richard Thorpe, foi demitido após não agradar os produtores; depois, George Cuckor, não chegou a dirigir nenhuma cena; então, Victor Fleming, que foi responsável pela maior parte, mas saiu para comandar “E O Vento Levou”; aí veio King Vidor, que assumiu a direção e terminou de rodar o filme; e por último, Mervyn LeRoy, que mesmo sendo produtor chegou a dirigir algumas cenas.

Essas são apenas algumas curiosidades sobre um dos filmes mais aclamados da história do cinema, que ainda conta com diversas outras histórias. Confira abaixo 10 dos fatos mais curiosos a respeito de “O Mágico de Oz”!

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10 curiosidades sobre O Mágico de Oz

1 – Centenas de atores anões

Habitantes de Munchkinland (Imagem: Reprodução)

Para os papéis dos habitantes de Munchkinland, foram contratados mais de 350 anões, que ganhavam apenas US$ 50 por semana. Como comparação, o cachorrinho Totó tinha como salário US$ 125 pelo mesmo período de trabalho.

Também era possível ouvir a voz de somente dois deles durante todo o filme, uma vez que muitos não sabiam cantar ou não falavam bem inglês. Por conta disso, os munchkins foram dublados por cantores profissionais, sendo que somente os que entregam a Dorothy um buquê de flores não tiveram que ser dublados.

2 – Roupas apertadas e distúrbios alimentares

dorothy em o magico de oz
As cobranças podem ter gerado traumas em Judy Garland (Imagem: Reprodução)

No filme, Dorothy tinha apenas 10 anos e, por isso, sua intérprete Judy Garland foi obrigada a usar um espartilho bastante apertado, para esconder os seios e quadris da já adolescente de 16 anos. Depois disso, dizem que acabou se tornando um trauma para atriz, que passou a sofrer com diferentes distúrbios envolvendo seu corpo por anos.

Quando já estava no fim da vida, Judy Garland ainda se viciou em remédios para emagrecer, se afundou em dívidas e tentou o suicídio diversas vezes, morrendo vítima de overdose em 1969 com 47 anos.

3 – Figurinos estranhos e dolorosos

homem de lata, espantalho, leão e dorothy de O magico de oz
As roupas dos personagens eram complexas e bizarras. (Imagem: Reprodução)

A roupa de Bert Lahr, que fazia o Leão Covarde, pesava mais de 45 kg e era feita com partes de leão de verdade, além de ser muito quente. Por conta da alta quantidade de suor no final do dia, duas pessoas passavam a noite toda lavando o traje a seco para ser usado no dia seguinte.

Além disso, a prótese impossibilitava o ator de comer alimentos sólidos, já que algumas partes eram feitas de papel e podiam se desfazer. Com isso, ele só poderia se alimentar de sopas e milk-shakes na maior parte do tempo durante as filmagens.

Quanto ao Espantalho, a maquiagem era feita com uma prótese de borracha que imitava um tecido, possibilitando a identificação das linhas do rosto do personagem. A máscara deixava o rosto de Ray Bolger inteiro marcado quando ele tirava o figurino, e foi preciso mais de um ano para que as linhas sumissem de seu rosto.

4 – Ferimentos nas gravações

pessoa vestida de macaco alado para o magico de oz
Figurantes dos macacos alados se machucavam. (Imagem: Divulgação)

Os macacos voadores alados eram interpretados por figurantes, que eram suspensos por cordas de piano. Eles também se feriram bastante, uma vez que eram derrubados no chão de forma brusca, sempre que eram abatidos em alguma cena.

5 – Dorothy loira

cena do filme o magico de oz com dorothy de peruca loira
A Dorothy quase foi loira. (Imagem: Divulgação)

Quando pensamos nos personagens de “O Mágico de Oz”, além do Espantalho, do Leão e do Homem de Lata, pensamos na Dorothy, com sua roupa azul, sapatos vermelhos e cabelos pretos. Contudo, a ideia era diferente no começo.

No início das gravações, Judy Garland usava uma peruca loira, completamente diferente. Porém, George Cuckor, o diretor que não chegou a dirigir nenhuma cena, descartou a ideia e mandou a atriz ser “ela mesma”.

6 – Leão de verdade

leão de verdade no centro com várias pessoas próximas
Um dos produtores queria usar um leão real. (Imagem: Divulgação)

Já o produtor Mervyn LeRoy, que acabou dirigindo algumas cenas no final das gravações, queria um leão de verdade no filme, que seria dublado por um ator. O felino chamado Jackie, famoso pelos letreiros da MGM, chegou a passar por um teste, porém, logo a ideia foi descartada.

7 – Reação alérgica e substituição

foto de teste do homem de lata
O ator teve reação alérgica e foi substituído. (Imagem: Divulgação)

O ator Buddy Ebsen foi originalmente escolhido para interpretar o espantalho, e Ray Bolger, o homem de lata. Porém, Bolger insistiu que queria ser o espantalho, trocando de papel com Ebsen. Contudo, Buddy Ebsen teve uma reação alérgica por causa da maquiagem, que tinha pó de alumínio, fazendo com que o ator fosse levado às pressas ao hospital com problemas respiratórios.

Ainda internado, Ebsen ficou sabendo que tinha sido substituído por Jack Haley, declarando depois que essa foi a maior humilhação de sua carreira. Para piorar, o ator também havia sofrido cortes e ferimentos com a roupa do personagem de lata.

8 – Figurino de brechó e uma coincidência

cena do filme mostrando o mágico
Uma das roupas do mágico pertencia ao autor do livro. (Imagem: Divulgação)

O departamento de figurinos queria um aspecto decadente ao mágico (Frank Morgan) e, por isso, foram usados smokings surrados que estavam à venda em brechós. O diretor Victor Fleming escolheu um deles e, no intervalo de uma gravação, Morgan viu uma etiqueta na roupa, dizendo que o casaco pertencia a L. Frank Baum, autor do livro “O Mágico de Oz”.

Para ter certeza da coincidência, a equipe contatou o alfaiate que fez a roupa, e ele confirmou a história. Depois que as filmagens acabaram, a roupa foi doada para a viúva do autor.

9 – Pintura de gelatina

cena de O mágico de oz com um cavalo vermelho e os outros personagens com roupa verde
Cena dos cavalos da cidade das esmeraldas. (Imagem: Reprodução)

A cidade das esmeraldas tinham cavalos coloridos e, para deixá-los assim, os animais foram pintados com gelatina em pó, para ser menos prejudicial do que tinturas químicas. No entanto, as cenas precisavam ser gravadas o mais rápido possível, já que os animais lambiam e tiravam totalmente o produto.

10 – Sapatinhos vermelhos

sapatos vermelhos cravados de pedras vermelhas
Sapatinhos vermelhos da Dorothy (Imagem: Divulgação)

Os sapatos vermelhos de Dorothy são um grande ícone do filme. Antes de serem usados pela personagem, diversos sapatos foram testados: primeiramente, eles eram prateados, porém, Louis B. Mayer achou que o tom vermelho rubi ficava melhor no Technicolor. A atriz e cantora Debbie Reynolds tinha um dos pares não usados, e os verdadeiros foram para o museu Smithsonian.

Hoje em dia, o tapete em frente aos sapatos tem que ser trocado diversas vezes ao ano, uma fez que a popularidade do calçado exposto acaba deixando o ítem gasto com facilidade.

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