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Mineração marinha sustentável? Robô tenta provar que é possível

Uma das maiores preocupações quanto a mineração marinha é a danificação dos ecossistemas aquáticos. Segundo matéria publicada no Jornal da USP, os principais riscos são: a destruição das formas naturais do solo e da vida marinha (micro e macrofauna), a compactação do fundo do mar e a criação de plumas de sedimentos que perturbam a vida.

Agora, uma empresa canadense deseja contornar essa situação utilizando robôs. A Impossible Metals criou uma máquina que utiliza braços mecânicos para selecionar recursos no leito de lagos, rios e oceanos, antes de guardá-los novamente dentro da máquina.

Robô da Impossible Metals não danifica ecosistemas marinhos (Imagem: Reprodução/Impossible Metals)

Máquina de mineração já está sendo testada

  • Os testes começaram em 2020 em um lago canadense na busca por uma tecnologia que consiga vasculhar o fundo dos mares sem causar grandes danos a vida local;
  • Depois que a fase de testes for concluída, o plano da companhia é levar o aparelho para o oceano, segundo informações do TechXplore;
  • A extração submarina convencional envolve retirar grandes quantidades de material em busca de nódulos polimetálicos do tamanho de batatas, ricos em níquel, cobre e cobalto — metais essenciais para baterias de veículos elétricos;
  • A startup Impossible Metals usa um robô que coleta esses nódulos de forma seletiva, segundo o cofundador Jason Gillham;
  • Testado em Ontário (Canadá), o robô paira sobre o leito do lago, operado remotamente por técnicos. Com câmeras, luzes e inteligência artificial (IA), ele identifica nódulos metálicos sem interferir na vida marinha.

Redução dos impactos e sustentabilidade

A máquina da Impossible Metals promete servir como alternativa para o método atual de escavação marítima. A técnica que boa parte das indústrias do ramo consiste, basicamente, em remover grandes quantidades de sedimentos do solo oceânico, separar os nódulos e devolver o excesso de volta ao mar.

Vida marinha precisa estar em harmonia com mineração (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

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Segundo Douglas McCauley, biólogo marinho da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA), isso gera grandes nuvens de sedimentos e toxinas, com uma série de impactos potenciais.

Segundo o cientista, “os ecossistemas nas profundezas do oceano são, especialmente, frágeis e sensíveis. A vida lá embaixo se move muito devagar, então, os organismos se reproduzem muito lentamente e crescem muito lentamente”.

Agora, a companhia canadense trabalha para obter a permissão de Donald Trump para operar nos mares do território ultramarino estdunidense da Samoa.

Pessoas sentadas olhando para monitores de computador e segurando joysticks; atrás, um homem, de pé, olhando para um dos monitores
Operação é toda remota (Imagem: Reprodução/Impossible Metals)

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Os peixes bebem água?

Você acorda com sede, a primeira coisa que faz é tomar um copão com água. Saiba que, se você fosse um peixe, isso seria bastante diferente. Assim como nós, humanos, nossos colegas aquáticos também precisam de água para sobreviver, mas a diferença é que eles estão cercados por ela o tempo todo, então não existe um momento em que os peixes param especificamente para isso.

Basicamente, peixes absorvem água por osmose. Mas a intensidade desse processo varia conforme o ambiente em que ele vive (mar ou rio) e também com a espécie. Vamos aos fatos:

  • Os peixes precisam absorver água para equilibrar a química de seus corpos, principalmente o sal;
  • Na água doce, os peixes possuem mais sal em seus corpos do que a água ao redor, portanto precisam absorver pouco líquido para fazer esse equilíbrio (se “tomarem” água demais, podem ficar com pouco sal);
  • Agora, peixes de água salgada precisam absorver muita água para manter o equilíbrio, já que o ambiente possui muito mais sal que seus corpos;
  • Nesse caso, ao contrário dos colegas de água doce, eles direcionam parte da água que entra pela boca para o trato digestivo, em vez de para as guelras.
(Imagem: Zephyr_p/Shutterstock)

Peixes fazem xixi?

Peixes também podem eliminar água, em um tipo de xixi. Na água doce, água demais significa pouco sal, portanto o xixi equilibra isso. Na água salgada, os peixes contam com células especializadas em suas brânquias que bombeiam o sal para fora.

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Esse processo é passivo, não requer gasto de energia nem controle por parte dos animais.
Ou seja, os clientes do Siri Cascudo provavelmente não precisam de refrigerante para acompanhar o hambúrguer de siri. As informações são do IFL Science.

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Imagem: winglwk/Shutterstock

Mudanças climáticas fazem peixes-palhaço diminuírem de tamanho

Um novo estudo científico aponta que peixes-palhaço, semelhantes ao personagem Nemo do famoso filme da Pixar “Procurando Nemo“, estão encolhendo para sobreviver diante do aumento extremo das temperaturas marinhas.

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Imagem: Wirestock/iStock

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, foi conduzida por cientistas da Universidade de Newcastle (Inglaterra) e observou mudanças drásticas no tamanho corporal desses peixes durante as intensas ondas de calor oceânico registradas em 2023.

Durante o verão de 2023, quando a temperatura dos oceanos subiu rapidamente, os cientistas constataram que os peixes perderam peso e reduziram seu tamanho em vários milímetros. Confira.

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É verdade que os oceanos Pacífico e Atlântico não se misturam?

Quando imagens do encontro entre os oceanos Pacífico e Atlântico viralizam na internet, muitos ficam intrigados com o contraste visual das águas: de um lado, tons mais escuros e profundos; do outro, uma coloração mais clara, quase turva.

Esse fenômeno costuma ser acompanhado de uma afirmação impressionante: “os oceanos não se misturam”. Mas será que isso é verdade? Até que ponto essa separação entre as águas é real ou apenas um efeito passageiro da natureza?

A ideia de que os oceanos não se misturam alimenta um misto de fascínio e confusão. Afinal, estamos falando de duas das maiores massas de água do planeta se tocando, mas supostamente sem se integrar. A explicação para esse fenômeno, no entanto, envolve ciência, física dos fluidos e oceanografia e está longe de ser mágica.

Peixes nadando em desfiladeiro no fundo do oceano Pacífico (Imagem: Damsea/Shutterstock)

O que realmente acontece quando os oceanos se encontram?

Ao contrário do que sugerem algumas postagens nas redes sociais, os oceanos misturam, sim. O que causa a impressão de separação entre o Pacífico e o Atlântico (como é o caso no Golfo do Alasca) é um fenômeno conhecido como fronteira de densidade ou fronteira de salinidade.

Em outras palavras, estamos diante de águas com características físico-químicas diferentes, que se encontram, mas demoram um pouco mais para se integrar totalmente.

A água do oceano não é homogênea. Ela varia em salinidade (quantidade de sal dissolvido), temperatura, densidade e até mesmo em composição de sedimentos.

Quando duas massas de água com propriedades muito diferentes se encontram, elas não se misturam imediatamente. Isso não significa que existe uma “barreira mágica” impedindo a mistura, mas sim que o processo é mais lento e visualmente perceptível por algum tempo.

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A explicação científica: salinidade e densidade

O principal fator que explica por que os oceanos se encontram e demoram a se misturar é a diferença de salinidade. A água mais salgada é mais densa e tende a afundar. Já a água menos salgada é mais leve e fica na superfície. Quando massas de água com diferentes níveis de sal se encontram, formam-se camadas que resistem à mistura imediata.

Outro fator importante é a temperatura. Água mais quente tende a ser menos densa, e água fria, mais densa. Assim, se uma corrente de água fria do Atlântico Norte encontra uma corrente mais quente do Pacífico, por exemplo, esse contraste ajuda a manter uma separação temporária.

Essas características criam o que os cientistas chamam de gradientes de densidade, que dificultam a mistura instantânea, mas não a impedem completamente. Com o tempo, a movimentação natural da água, como ondas, correntes e ventos faz com que as massas de água se integrem.

Onde esse fenômeno é mais visível?

Um dos locais mais citados quando se fala que os oceanos não se misturam é o Golfo do Alasca, próximo ao encontro do Pacífico com o Atlântico através do Oceano Ártico. Lá, imagens mostram duas massas de água com colorações visivelmente distintas, lado a lado, sem se misturar imediatamente.

Outro exemplo é o encontro entre o Rio Amazonas e o Rio Negro, em Manaus, no Brasil. Embora não sejam oceanos, os princípios são os mesmos: as águas dos dois rios possuem temperaturas, densidades e composições químicas diferentes, o que faz com que fiquem lado a lado por quilômetros antes de se misturarem completamente.

Perto de Manaus, no Amazonas, ocorre o encontro entre o Rio Negro, de águas escuras (quase pretas), e o Rio Amazonas (também conhecido como Solimões), de cor arenosa
Perto de Manaus, no Amazonas, ocorre o encontro entre o Rio Negro, de águas escuras (quase pretas), e o Rio Amazonas (também conhecido como Solimões a partir deste trecho), de cor arenosa. Imagem: guentermanaus / Shutterstock

O papel das correntes oceânicas

As correntes oceânicas desempenham um papel crucial nesse processo. Elas transportam grandes volumes de água entre diferentes regiões do planeta, e sua interação ajuda a equilibrar a temperatura global e a distribuição de nutrientes.

Quando correntes como a Corrente do Golfo (no Atlântico) e a Corrente do Kuroshio (no Pacífico) se encontram em áreas de transição, as diferenças entre elas podem gerar efeitos visuais parecidos com os famosos “encontros de águas”.

Entretanto, é importante frisar: esses encontros não são estáticos. São regiões de transição dinâmica, onde a mistura acontece continuamente mesmo que em escalas de tempo maiores do que o olho humano pode perceber instantaneamente.

O que dizem os oceanógrafos?

Segundo oceanógrafos e pesquisadores de dinâmica oceânica, a afirmação de que os oceanos não se misturam é cientificamente incorreta. Os oceanos misturam, sim, mas em diferentes escalas de tempo e sob influências variadas como vento, gravidade, rotação da Terra (efeito Coriolis), marés e até atividade tectônica.

A ilusão de separação é um fenômeno temporário causado pela estratificação das águas. Com o tempo, mesmo massas de água muito distintas acabam se integrando por meio de difusão molecular e processos turbulentos.

Imagem: hirokoro/Shutterstock

A internet e a desinformação

A viralização de vídeos e fotos com o título “os oceanos não se misturam” é um exemplo claro de como a desinformação pode se espalhar rapidamente. Muitas dessas postagens não fornecem contexto, nem explicações científicas apenas exploram o impacto visual para gerar curiosidade (e engajamento).

A ideia de que o Atlântico e o Pacífico não se misturam é uma simplificação exagerada e, na maioria das vezes, incorreta. O que ocorre são encontros de massas de água com características diferentes, que demoram um pouco mais para se integrar completamente. Com o tempo, porém, os oceanos misturam e isso é essencial para o equilíbrio do planeta.

O fascínio com imagens de águas “divididas” é compreensível, mas é sempre importante buscar informações confiáveis e baseadas em ciência. E a ciência é clara: embora o processo possa ser lento e visualmente marcante, os oceanos se misturam continuamente, alimentando a vida marinha, regulando o clima e conectando os continentes.

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Oceanos estão escurecendo e isso é um problema, diz pesquisa

Pesquisa revela que mais de um quinto dos oceanos globais escureceu nas última duas décadas. Esse fenômeno ocorre quando as propriedades ópticas dos mares diminuem a profundidade das “zonas fóticas”, locais onde a chegada da luz solar e lunar é fundamental para a vida marinha.

O estudo está publicado na revista Global Change Biology. Os cientistas utilizaram dados do Ocean Colour Web, um instrumento da NASA que divide os oceanos globais em setores de 9 quilômetros quadrados. Com isso, puderam analisar as mudanças anuais na profundidade das regiões iluminadas dos mares ao redor do globo. 

As zonas fóticas são o lar de 90% dos animais dos oceanos e suportam a fotossíntese, processo responsável pelo crescimento de algas e plantas – base da cadeia de alimentação nos mares. As diferentes interações entre os humanos e os organismos marinhos também estão em risco com a diminuição dessas zonas, segundo os cientistas.

“Dependemos do oceano e de suas zonas fóticas para o ar que respiramos, os peixes que comemos, nossa capacidade de combater as mudanças climáticas e para a saúde e o bem-estar geral do planeta. Levando tudo isso em consideração, nossas descobertas representam um motivo genuíno de preocupação”, disse o doutor Thomas Davies, professor de Conservação Marinha na Universidade de Plymouth e autor do artigo, em um comunicado.

Mapa mostra as mudanças nas zonas fóticas globais entre 2003 e 2022. As regiões vermelhas indicam onde os oceanos estão escurecendo, enquanto os azuis indicam onde os oceanos estão ficando mais claros e os brancos definem onde não houve mudança estatisticamente significativa durante o período. (Imagem: Thomas Davies/University of Plymouth)

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Oceanos escuros são risco iminente

A equipe descobriu que entre 2003 e 2022, 21% dos oceanos globais se tornaram mais escuros. Além disso, 9% de toda a cobertura de água mundial – área próxima a do continente africano – apresentou uma redução de cerca de 50 metros em suas zonas fóticas e 2,6% teve uma diminuição acima de 100 metros.

“Se a zona fótica continuar diminuindo em cerca de 50m em grandes áreas do oceano, os animais que precisam de luz serão forçados a se aproximar da superfície, onde terão que competir por alimento e outros recursos de que necessitam. Isso pode causar mudanças fundamentais em todo o ecossistema marinho”, explicou o professor Tim Smith, do Laboratório Marinho de Plymouth.

O grupo sugere que o escurecimento dos oceanos seja resultado do aumento de nutrientes, material orgânico e carga de sedimentos vindos das costas, efeito causado pelo escoamento agrícola e a intensificação das chuvas.

Nas profundezas do oceano, eles acreditam que o efeito seja resultado de mudanças na proliferação de algas e nas temperaturas da superfície do mar, que reduziram a penetração da luz nas águas da superfície.

Os cientistas concluem com um alerta: “sem luz suficiente, os organismos marinhos serão forçados a migrar verticalmente para uma faixa cada vez menor de águas superficiais suficientemente iluminadas, expondo-os a níveis mais altos de competição por recursos e a um risco elevado de predação. As implicações para as cadeias alimentares marinhas, as pescarias globais e os orçamentos de carbono e nutrientes podem ser graves”.

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Esferas no fundo do mar podem revolucionar o armazenamento de energia

O Instituto Fraunhofer de Energia Eólica e Engenharia de Sistemas de Energia (IEE) está testando um novo conceito de armazenamento de energia esférico no fundo do mar. O projeto, chamado “Stensea” (Stored Energy in the Sea), utiliza esferas ocas submersas que armazenam energia por meio de armazenamento hidroelétrico bombeado.

De acordo com a instituição, as esferas ocas de concreto pesam 400 toneladas e contam com 9 metros de diâmetro. Elas devem ser posicionadas a uma profundidade de 500 a 600 metros.

Como funciona o sistema?

  • Quando há excesso de energia na rede, a água é bombeada para fora da esfera, criando um vácuo interno;
  • Quando a energia é necessária, a água do mar é liberada para preencher novamente a esfera, passando por uma turbina que gera eletricidade.

O IEE espera usar o método para armazenar grandes quantidades de energia de forma sustentável, com uma capacidade estimada de até 20 MWh por esfera.

A água é bombeada para fora da esfera usando uma turbina de bomba acionada eletricamente (Imagem: IEE)

Basicamente, é uma hidrelétrica subaquática

De acordo com a empresa, o sistema leva a técnica usada atualmente em hidrelétricas para o ambiente subaquático, aproveitando a pressão do ambiente para armazenar energia.

“As usinas hidrelétricas reversíveis são particularmente adequadas para armazenar eletricidade por várias horas a alguns dias. No entanto, seu potencial de expansão é severamente limitado em todo o mundo. Portanto, estamos transferindo seu princípio de funcionamento para o fundo do mar – as restrições naturais e ecológicas são muito menores lá. Além disso, a aceitação pelos cidadãos provavelmente será significativamente maior”, explica o Dr. Bernhard Ernst, Gerente Sênior de Projetos do Fraunhofer IEE.

A capacidade e o desempenho do armazenamento esférico dependem principalmente de dois fatores: o volume das esferas e a coluna de água que as pressiona. Os especialistas do Fraunhofer IEE calcularam que profundidades de água de 600 a 800 metros são locais ideais do ponto de vista econômico.

Teste de campo com uma esfera de três metros no Lago Constança (Imagem: IEE)

Brasil no radar do projeto

Entre os locais que a empresa considera ideais para o projeto está a costa do Brasil. O instituto usou parâmetros como declive do fundo, correntes, deslocamento de sedimentos ou distância da terra para definir os locais mais adequados.

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Por exemplo, nas costas da Noruega, Portugal, nas costas leste e oeste dos EUA, no Brasil ou no Japão, o armazenamento esférico poderia ser instalado em grandes quantidades. A tecnologia também é adequada para lagos profundos, naturais ou artificiais, como minas a céu aberto inundadas.

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Instalação em águas profundas juntamente com turbinas eólicas flutuantes (Imagem: IEE)

Os primeiros testes aconteceram em uma escala reduzida em um lago na Alemanha. Mas a empresa agora quer levar o projeto para o litoral da Califórnia. O projeto já arrecadou milhões de dólares, e a expectativa é que a esfera em tamanho oficial seja lançada já em 2026.

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NASA pode obter amostra de antigo oceano de magma em cratera na Lua

Uma antiga cratera na Lua pode conter pistas sobre as camadas profundas e o passado geológico do nosso satélite natural. Localizada no polo sul, a Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA) tem cerca de 2.500 km de diâmetro e foi formada por um impacto violento há aproximadamente 4,3 bilhões de anos.

Cientistas acreditam que esse choque perfurou a crosta lunar e expôs o material do manto, camada abaixo da superfície. Também há sinais de um antigo oceano de magma em processo de cristalização, que pode ter sido atingido diretamente.

Dados de elevação mostram a Bacia do Polo Sul lunar-Aitken, a maior e mais antiga cratera de impacto da Lua, em azul e roxo. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

A descoberta foi apresentada pelo geofísico Jeff Andrews-Hanna, da Universidade do Arizona, durante uma conferência nos EUA. Segundo o site Space.com, ele disse na ocasião que a cratera oferece a chance rara de estudar material primordial da Lua.

A hipótese poderá ser testada por futuras missões lunares, como as do Programa Artemis, da NASA, que deve levar astronautas ao polo sul da Lua até 2027. O objetivo é coletar amostras e trazê-las à Terra para análises mais detalhadas.

Trajetória do impacto surpreende cientistas

Ao estudar a forma da cratera, os pesquisadores perceberam que ela não é perfeitamente circular, mas ligeiramente alongada. Isso indica que o objeto colidiu em um ângulo oblíquo, provavelmente vindo do sul.

Essa direção do impacto contraria teorias anteriores, que sugeriam uma trajetória do norte para o sul. A forma alongada da bacia e a distribuição de material ao redor foram as pistas principais para essa nova interpretação.

No lado norte da cratera, há acúmulo de crosta mais espessa, o que pode indicar que o material foi empurrado naquela direção após o choque. No entanto, os cientistas focaram na forma geral da cratera para entender o movimento original.

A descoberta exigiu uma nova forma de olhar para dados já existentes. Segundo Andrews-Hanna, a interpretação anterior não levava em conta a geometria total da bacia.

A Bacia do Polo Sul-Aitken se estende entre a cratera Aitken e o polo sul da Lua – daí o nome. A imagem acima destaca o quanto esse antigo evento de impacto afetou o lado oculto do satélite. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

Lua teve um oceano de magma

Logo após sua formação, a Lua passou por um período em que estava quase toda derretida. Esse “oceano de magma” cobria grande parte do satélite e começou a se solidificar com o tempo.

Os minerais mais leves, como o plagioclásio, flutuaram e formaram a crosta. Já os mais pesados afundaram, formando o manto e o núcleo. O restante do magma, rico em elementos como potássio, fósforo e tório, ficou concentrado no meio.

Esses elementos, chamados de KREEP (contração das siglas), são importantes para entender como a Lua se formou. O impacto que criou a SPA pode ter trazido parte desse material à superfície.

Observações anteriores já haviam detectado tório na região da cratera, o que reforça a ideia de que o impacto expôs camadas internas da Lua.

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Vestígios do manto podem estar acessíveis

A nova análise identificou um trecho rico em tório no sudoeste da bacia. Isso sugere que parte do material do oceano de magma pode ter escorrido pela crosta rachada e ficado exposto.

Os cientistas compararam esse achado com outra região lunar chamada Terreno Procellarum KREEP (PKT), também rica em elementos do manto. Antes se pensava que a SPA havia empurrado material para formar o PKT. Agora, a hipótese é que o PKT surgiu depois, enquanto a SPA revelou uma parte mais antiga da Lua. Isso altera a sequência dos eventos geológicos do satélite.

Amostras do PKT já foram trazidas por missões como as Apollo e a Chang’e 5. Em 2024, a missão chinesa Chang’e 6 retornou com material da própria bacia do Polo Sul-Aitken.

Artemis III pode resolver o mistério

A missão Artemis III, da NASA, tem como destino justamente o polo sul lunar. Se astronautas conseguirem coletar rochas da região da SPA, será possível determinar sua idade exata.

Isso ajudará a saber quando o oceano de magma existiu e por quanto tempo durou sua cristalização. Segundo os pesquisadores, essas informações são essenciais para entender a história da Lua.

O impacto que criou a bacia SPA pode ter sido um dos últimos eventos importantes no resfriamento do satélite. Ao datar esse momento, os cientistas poderão montar um retrato mais completo do passado lunar. “Esperamos que essas amostras confirmem a idade da bacia”, disse Andrews-Hanna. “Isso nos dirá quando o oceano de magma chegou ao fim”.

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Estranhas lulas são flagradas nas águas congelantes da Antártida; assista

Para nós, seres humanos, nadar nas águas da Antártida é impossível dada sua temperatura extremamente baixa. Mas algumas lulasuma mais estranha que a outranão ligam (nem um pouco) para isso.

Esses incríveis animais foram flagrados a mais de 1 km de profundidade durante expedição organizada pela Minderoo-UWA Deep-Sea Research Centre e pela Inkfish entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano.

A expedição é formada por pesquisadores australianos e foca na exploração de águas profundas e, muitas vezes, esquecidas, no Hemisfério Sul, partindo do Oceano Antártico até às trincheiras do Pacífico.

Moratoothopsis longimana é branca e possui longos tentáculos; pouco se sabe sobre ela (Imagem: Reprodução/YouTube/Minderoo-UWA Deep-Sea Research Centre)

Anteriormente, entre julho e outubro do ano passado, eles estiveram na Fossa de Tonga, sudoeste do Oceano Pacífico, onde filmaram uma lula-grande, que raramente aparece para as câmeras e é conhecida por ter aparência alienígena e tentáculos enormes.

No caso da mais recente expedição, o veículo operado remotamente (ROV, na sigla em inglês) conseguiu, graças à sua excelente câmera, captar detalhes impressionantes das lulas (em 4K!).

Lulas no frio (literalmente) congelante da Antártida? Sim!

  • Uma das lulas em questão é o cefalópode Moratoothopsis longimana. Ela é branca (parece um fantasma) e possui longos tentáculos;
  • Em publicação no Instagram, os expedicionários disseram que “não se sabe muito sobre essa espécie de águas profundas, mas seu nome sugere seus braços excepcionalmente longos. Provavelmente um caçador de águas médias, é uma observação rara“;
  • Outra lula encontrada mais ou menos na mesma profundidade foi a Slosarczykovia circumantarctica. Este cefalópode tem tecido translúcido, deixando seus órgãos internos à mostra, além de contar com olhos grandes e luminosos, o que permite ao animal navegar no oceano escuro, sem luz externa alguma;
  • Já a “maior surpresa” da expedição foi o Alluroteuthis antarcticus, encontrado há cerca de 1,5 km de profundidade. O espécime era vermelho-escarlate e estava segurando, com seus tentáculos, presas recém-capturadas.

Veja a beleza da natureza em ação no vídeo abaixo:

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Antártida possui várias espécies de cefalópodes

A região da Antártida possui uma infinidade de cefalópodes. Dois que se destacam são o Brachioteuthis, que possui 15 cm, e o Mesonychoteuthis, com incríveis quatro metros. Quem também está lá é o polvo-gigante-da-Antártida.

Muitos deles desenvolveram características fisiológicas peculiares e singulares para se adaptar às águas baixo de zero.

Um exemplo citado pelo IFL Science é justamente o polvo-gigante-da-Antártida, que tem sangue azul especializado para fornecer oxigênio a seus tecidos nas temperaturas congelantes do Oceano Antártico. Outras espécies marinhas possuem sangue capaz de bombear proteínas anticoagulantes que ajudam no frio antártico.

Muitas espécies de lulas por se descobrir

Hoje, a ciência conhece dezenas de espécies de lulas presentes no Oceano Antártico, contudo, deve haver muitas outras desconhecidas, já que estão bem longe de nossos olhos. Mas não são só os cefalópodes que são desconhecidos; a biodiversidade geral do Oceano Antártico também não é totalmente compreendida.

Alluroteuthis antarticus próximo à câmera
Já o Alluroteuthis antarticus encontrado espécime era vermelho-escarlate e estava segurando presas recém-capturadas (Imagem: Reprodução/YouTube/Minderoo-UWA Deep-Sea Research Centre)

Desde que o ser humano tenta investigar os extremos da Terra, como a Antártida, enfrenta dificuldades, pois o clima rigorosamente congelante e o fato de ser isolada atrapalham, mesmo com avanços tecnológicos responsáveis por descobertas magníficas.

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Do que os animais do fundo do mar se alimentam?

O mar profundo é um ambiente extremo e desafiador, caracterizado por completa escuridão, baixas temperaturas, alta pressão e, principalmente, uma escassez crônica de alimentos.

Nesse cenário inóspito, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram estratégias especializadas para garantir a sobrevivência, explorando diferentes fontes de nutrientes, como carcaças de animais mortos, partículas orgânicas depositadas no fundo, e detritos suspensos na água.

Além disso, em algumas regiões, a quimiossíntese sustenta cadeias alimentares por meio de bactérias que convertem compostos químicos em energia. Essa diversidade de adaptações permite que os seres do mar profundo aproveitem ao máximo os recursos limitados disponíveis.

Tipos de animais que se alimentam no fundo do mar

Os animais do mar profundo podem ser classificados em diferentes categorias alimentares com base na origem e no tipo de matéria orgânica consumida. Entre eles, destacam-se os necrófagos, depositívoros e suspensívoros.

Necrófagos

Organismos que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, como carcaças de animais mortos que afundam até o fundo do mar.

Espécie de crutáceo, Eurythenes atacamensis. (Imagem: Johanna Weston/Divulgação)

No mar profundo, eventos como a queda de carcaças de baleias, golfinhos ou tubarões são considerados raros, mas extremamente significativos. Esses organismos chegam ao fundo praticamente intactos e representam verdadeiras “ilhas orgânicas”, oferecendo uma fonte rica e temporária de alimento para a comunidade local.

A decomposição de uma carcaça passa por diferentes estágios: inicialmente, necrófagos móveis, como peixes e crustáceos, consomem tecidos moles.

Em seguida, bactérias e outros decompositores processam os lipídios presentes nos ossos, liberando nutrientes no ambiente. Esse processo pode durar anos, sustentando uma complexa cadeia alimentar.

Depositívoros

Se alimentam de partículas orgânicas que se acumulam no fundo do mar. Detritos orgânicos, sedimentos ricos em nutrientes e matéria biológica em decomposição formam a base alimentar desses organismos.

Muitos desses animais, como poliquetas e alguns tipos de equinodermos, possuem adaptações morfológicas específicas, como apêndices que peneiram os sedimentos ou intestinos altamente eficientes que extraem nutrientes de materiais pobres.

Suspensívoros

Organismos que se alimentam de partículas em suspensão na coluna d’água, incluindo plâncton e detritos orgânicos que descem das camadas superiores do oceano, um fenômeno conhecido como “neve marinha”.

Classe Crinoidea, um tipo de equinodermo, conhecido como lírio-do-mar. (Imagem: Laura Dts/Shutterstock)

Em regiões de mar profundo, onde a produção primária é limitada pela ausência de luz, esses organismos dependem de partículas orgânicas que caem lentamente da superfície ou são transportadas por correntes oceânicas.

Disponibilidade alimentar no mar profundo

A alimentação no mar profundo é marcada por uma disponibilidade intermitente, baixa qualidade e quantidade limitada de recursos.

Isópode-gigante. (Imagem: Monterey Bay Aquerium Research Institute)

A “neve marinha”, composta por restos de organismos mortos, fezes e outros detritos, é uma importante fonte de nutrientes, mas sua quantidade diminui à medida que desce na coluna d’água.

Assim, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram uma eficiência excepcional na captação e utilização de nutrientes.

Adicionalmente, em certas áreas específicas do fundo do mar, como regiões de vulcanismo submarino, ocorre a quimiossíntese.

Nesse processo, bactérias quimiossintéticas utilizam compostos químicos, como sulfeto de hidrogênio, para produzir energia e matéria orgânica, que serve como base para a cadeia alimentar local.

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Quedas orgânicas: fontes de alimento raras, mas essenciais

As quedas orgânicas desempenham um papel fundamental na dinâmica alimentar do mar profundo. Elas podem ser naturais ou antropogênicas:

Quedas naturais

As quedas naturais incluem carcaças de baleias e outros grandes animais marinhos, parcelas de madeira, acúmulo de macroalgas e zonas de oxigênio mínimo onde a produtividade é relativamente maior.

a imagem mostra várias pedras e algas no fundo do oceano
Algas representam um dos organismos encontrados no fundo mar (Reprodução: shipfactory/Shutterstock)

Carcaças de baleias, por exemplo, possuem abundância de lipídio na carne e nos ossos, o que promove uma fonte calórica elevada para uma variedade de animais, sustentando a sobrevivência de mais de 12.000 organismos, de acordo com um estudo de 2022.

Apesar de sua raridade, com apenas cerca de 10 descobertas naturais registradas no mundo, esses eventos sustentam comunidades diversificadas por longos períodos, podendo atingir os 100 anos.

Quedas antropogênicas

Atividades humanas também introduzem fontes alimentares no mar profundo, como naufrágios e pontos de descarga de resíduos orgânicos. Embora esses eventos possam representar uma fonte de nutrientes, também carregam riscos associados à poluição e à introdução de materiais tóxicos.

Especialização como estratégia de sobrevivência

Devido à escassez de alimentos, os organismos do mar profundo evoluíram para maximizar o uso de qualquer recurso disponível.

Criaturas abissais devoradoras de ossos parecem plantas, mas são animais que existem há mais de 100 milhões de anos no fundo dos oceanos. Imagem: Yoshihiro Fujiwara/JAMSTEC/Smithsonian Institution’s Ocean Initiative

Algumas espécies, como os poliquetas Osedax, especializaram-se na degradação de ossos de carcaças, consumindo o lipídio internalizado. Outras possuem metabolismos extremamente lentos, permitindo longos períodos de jejum.

Assim, a alimentação no mar profundo não é apenas um reflexo da ecologia local, mas também uma demonstração da capacidade dos organismos em se adaptarem a um dos ambientes mais extremos do planeta.

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POEM-4

Satélite indiano cai do espaço em um mergulho no oceano

Na sexta-feira (4), a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) informou que um de seus satélites foi intencionalmente derrubado no Oceano Índico. O comunicado foi compartilhado em uma publicação no X (antigo Twitter) e esclarece que a reentrada foi controlada. O equipamento estava em órbita desde o fim do ano passado.

A ISRO explicou que a queda não foi causada por falha técnica e que, na verdade, o módulo experimental foi desorbitado propositalmente, encerrando uma missão bem-sucedida. O procedimento foi feito de forma planejada e segura, para garantir que não oferecesse riscos ao meio ambiente nem à população.

A espaçonave em questão era o POEM-4 (sigla em inglês para Módulo Experimental Orbital PSLV-4), lançado no dia 30 de dezembro por um Veículo de Lançamento de Satélite Polar (PSLV), foguete mais utilizado pela Índia em missões orbitais, como parte da missão Experiência de Acoplagem Espacial (SPADEX, na sigla em inglês), que testou tecnologias de acoplamento espacial. 

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Remoção de satélite da órbita reflete preocupação da Índia com lixo espacial

Durante sua operação, o módulo experimental transportou 24 cargas úteis, sendo 14 da própria ISRO e outras 10 de instituições não governamentais. Todos os equipamentos funcionaram corretamente e forneceram dados científicos relevantes. A missão ainda conseguiu realizar, pela primeira vez na história da Índia, um acoplamento autônomo no espaço.

Representação gráfica do PSLV Orbital Experimental Module (POEM-4), satélite da Índia que foi derrubado no oceano. Crédito: ISRO

Após o término dos experimentos, a ISRO decidiu remover o módulo da órbita para evitar o acúmulo de lixo espacial. Com manobras controladas, o estágio superior do foguete foi redirecionado para uma rota de colisão com o mar. Antes da queda, o combustível restante foi liberado, para prevenir explosões ou fragmentações.

O satélite atravessou a atmosfera às 8h03 no horário da Índia (22h33 de 3 de abril, pelo horário de Brasília). Segundo a ISRO, essa operação reforça o compromisso da agência com a segurança espacial. A manobra também demonstra a preocupação em manter o espaço limpo e sustentável para futuras missões.

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Listras no fundo do mar denunciam as inversões magnéticas da Terra

Em média, a cada 200 mil a 300 mil anos, os polos magnéticos do nosso planeta se invertem: o norte vira sul, e o sul, norte. A última inversão completa aconteceu há cerca de 780 mil anos. Embora esse intervalo pareça indicar que estamos “atrasados”, especialistas afirmam que não há sinal de uma nova inversão iminente.

Mas, como sabemos que essas reversões realmente aconteceram? A resposta está escondida no fundo dos oceanos. Cordilheiras submarinas, chamadas dorsais meso-oceânicas, registram essas mudanças em formações rochosas que lembram “listras de zebra”. Essas faixas magnéticas são a chave para entender a história do campo geomagnético da Terra.

Resumidamente:

  • Inversões: Os polos magnéticos da Terra já se inverteram várias vezes, mas não há sinal de uma nova reversão;
  • Registros: Rochas no fundo do mar guardam faixas magnéticas que mostram essas inversões;
  • Evidência: As “listras de zebra” confirmam a expansão do fundo oceânico e o movimento das placas tectônicas.
Diagrama do fundo do mar se espalhando em uma dorsal meso-oceânica, mostrando a formação de listras magnéticas. Crédito: Chmee2 via Wikimedia Commons (domínio público)

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Essas cordilheiras marinhas são locais onde duas placas tectônicas se afastam. Entre elas, o magma sobe do interior da Terra, esfria e se solidifica, formando nova crosta oceânica. Segundo o site IFLScience, esse processo contínuo é conhecido como expansão do fundo do mar.

No magma, há cristais de magnetita – um mineral sensível ao campo magnético. Quando a lava esfria, os cristais se alinham à direção do campo naquele momento. Se o campo estava na orientação “normal”, eles apontam para o atual norte magnético. Se já havia ocorrido uma reversão, os cristais ficam orientados ao contrário.

Com o passar do tempo, essas camadas vão se acumulando e formando faixas alternadas de orientação magnética oposta. Essas são as “listras de zebra”. Elas não podem ser vistas a olho nu, mas são detectadas por instrumentos que medem o magnetismo das rochas do fundo do mar.

Diagrama mostra os polos magnéticos da Terra. Crédito: BlueRingMedia – Shutterstock

Descoberta de padrões dos polos magnéticos reforçou a teoria tectônica

Nos anos 1960, cientistas começaram a mapear essas listras arrastando sensores magnéticos por navios. Os padrões simétricos encontrados em ambos os lados das dorsais oceânicas confirmaram a formação constante de crosta oceânica – uma evidência fundamental para a teoria das placas tectônicas.

Além de comprovar a movimentação das placas, essas listras ajudam a datar o fundo do mar e calcular a taxa de sua expansão. Comparando os padrões magnéticos com a linha do tempo das inversões registradas em rochas da superfície, os cientistas reconstruíram parte da história geológica do planeta.

Essas faixas magnéticas submarinas são, portanto, registros naturais da dinâmica interna da Terra.

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