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Descubra a arte de construir telescópios no Olhar Espacial

Desde a invenção do telescópio, há mais de quatro séculos, a humanidade tem se maravilhado com as descobertas e as imagens deslumbrantes do Universo reveladas por essas “janelas para o cosmos”. 

Mas como esses instrumentos ópticos tão poderosos são construídos? Quais são os segredos por trás da sua fabricação e como eles evoluíram ao longo da história para nos proporcionar uma visão cada vez mais nítida e profunda do espaço?

No Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (11), vamos mergulhar na arte da construção de telescópios e explorar os desafios e as inovações que impulsionaram o desenvolvimento desses instrumentos fascinantes. 

Também vamos conhecer o processo de fabricação de um dos telescópios mais recomendados do Brasil e que vem auxiliando astrônomos amadores de todo o país a dar seus primeiros passos na astronomia.  

Para nos guiar nessa jornada pelo mundo dos telescópios, o Olhar Espacial recebe Sandro Coletti, um apaixonado construtor desse tipo de equipamento com quase 40 anos de experiência na área. 

O Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (11) recebe Sandro Coletti, construtor de telescópios. Crédito: Arquivo Pessoal

Desde muito jovem, ele se dedicou ao estudo das ciências, óptica e telescópios, desenvolvendo uma profunda compreensão e amor por esses instrumentos que permitem a exploração do cosmos.

Como fundador de uma empresa especializada na construção de telescópios para astrônomos amadores, Coletti tem como principal objetivo garantir que iniciantes tenham acesso ao melhor equipamento para começar sua jornada na astronomia. Seu compromisso com a qualidade e a acessibilidade reflete sua paixão em compartilhar o Universo com outros entusiastas.

Além de sua carreira na construção de telescópios, ele também é um filatelista dedicado, orquidófilo entusiasmado e amante de minerais e fósseis. Também é marceneiro amador, utilizando suas habilidades manuais para criar peças rústicas únicas que refletem seu amor pela natureza e pela ciência.

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Como assistir ao Programa Olhar Espacial

Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTubeFacebookInstagramX (antigo Twitter)LinkedIn e TikTok.

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Saiba tudo sobre buracos negros supermassivos no Programa Olhar Espacial

No coração da maioria das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea, residem monstros cósmicos com milhões ou até bilhões de vezes a massa do Sol: os buracos negros supermassivos. 

Esses objetos fascinantes, com uma força gravitacional tão intensa que nem a luz consegue escapar, exercem uma influência profunda na evolução das galáxias que os hospedam.

Mas, como esses titãs se formam e crescem? Como interagem com o gás, as estrelas e a poeira ao seu redor? E qual o seu papel na formação e na evolução das estruturas galácticas que observamos no Universo?

Buracos negros supermassivos habitam o centro da maioria das galáxias. Crédito:
Tranding art – Shutterstock

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No Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (4), vamos mergulhar no universo extremo dos buracos negros supermassivos e explorar os segredos desses objetos enigmáticos. Vamos descobrir como a ciência tem desvendado a natureza e a influência dos buracos negros supermassivos nas galáxias, desde os jatos de matéria e energia que eles emitem até os processos de acreção que alimentam seu crescimento descomunal.

E esta edição conta com duas convidadas muito especiais. A renomada astrofísica Thaisa Storchi Bergmann, professora do Departamento de Astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), é Pesquisadora 1A do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2009 e presidente da Comissão X1 da União Astronômica Internacional. 

Ela também presta assessoria científica ao Laboratório Nacional de Astrofísica e agências internacionais e brasileiras de fomento à pesquisa científica, bem como a diversas publicações científicas internacionais na área de astrofísica. Tem sido membro de comitês de alocação de tempo em telescópios ópticos como os do Observatório Gemini, Observatório Europeu do SUL (ESO), Space Telescope Science Institute (STScI) e Atacama Large Millimeter Array (ALMA).

As convidadas desta noite são a astrofísica Thaisa Storchi Bergmann e a estudante Sara Gabriele. Créditos: Arquivo Pessoal

O programa também recebe a jovem astrônoma amadora Sara Gabriele, que, com apenas 14 anos, é cientista cidadã da Colaboração Internacional de Pesquisa Astronômica (IASC), da NASA e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Ela é membro dos clubes de astronomia InSpace Group e Nicolinha Kids.

Como assistir ao Programa Olhar Espacial

Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTubeFacebookInstagramX (antigo Twitter)LinkedIn e TikTok.

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Planeta Vermelho e encontro celestial nas Imagens Astronômicas da Semana

Toda semana, no Programa Olhar Espacial, exibimos duas imagens astronômicas que se destacaram na semana que passou. E na última semana, apresentamos duas belas imagens do planeta vermelho e do desfile planetário do início do ano. Confira:

Planeta Vermelho em Oposição

[ Créditos: Victor Tellez Garza ]

A primeira imagem é uma foto magnífica de Marte tirada três semanas após sua última oposição ocorrida no dia 16 de janeiro. Durante a oposição, os planetas em órbitas externas à da Terra, ficam mais próximos do nosso planeta, o que nos permite visualizá-los melhor e durante quase toda a noite. A imagem mostra o planeta como um disco avermelhado, com algumas feições da superfície destacadas. As manchas escuras indicam dunas que se deslocam com as tempestades de areia. Do lado esquerdo, vê-se a calota de gelo que encobre o pólo norte marciano. A oposição de Marte ocorre a cada 26 meses terrestres e, além de facilitar sua observação, é o melhor momento para enviarmos as missões espaciais para o Planeta Vermelho.

Original em: https://www.apodbrazil.com/gallery/287 

Encontro Celestial

[ Créditos: B.Haeussler / ESO ]

A segunda imagem é um impressionante registro do desfile planetário feito no início de fevereiro a partir do Observatório de Paranal, no Chile. A imagem é uma panorâmica de 360 graus do céu noturno, mostrando a Via Láctea arqueada acima da paisagem desértica do observatório. Além da Lua, vários planetas do Sistema Solar são visíveis e claramente identificados na imagem: Saturno, Vênus, Netuno, Urano, Júpiter e Marte, todos alinhados em uma linha relativamente reta. Do lado esquerdo, o cometa C/2024 G3 (ATLAS) também é visto com sua cauda brilhante embelezando o horizonte oeste. A imagem é um registro único e belíssimo de um raro encontro celestial.

Original em: https://cdn.eso.org/images/screen/potw2510a.jpg 

Sem anotações: https://cdn.eso.org/images/screen/potw2510b.jpg

APOD Brasil

As escolhas das Imagens Astronômicas desta Semana foram feitas a partir do site APOD Brasil (https://www.apodbrazil.com/), um portal mantido por astrônomos e entusiastas da fotografia, dedicado à divulgação das belezas do Cosmos. O APOD Brasil tem o  objetivo de publicar uma fotografia astronômica a cada dia, divulgando o trabalho de brasileiros, e de outras nacionalidades, empenhados em revelar as maravilhas do nosso Universo. Os interessados em contribuir com o portal APOD Brasil, e também com as Imagens Astronômicas da Semana do Olhar Espacial, podem fazer isso através do formulário disponibilizado no site: https://www.apodbrazil.com/form 

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Universo em Crise? Olhar Espacial discute a “revolução cosmológica” do James Webb

O Universo está se expandindo aceleradamente, e a explicação mais aceita para esse fenômeno misterioso é a energia escura, uma força repulsiva que compõe cerca de 70% do cosmos. Mas o que é, de fato, a energia escura? E qual é exatamente o seu papel na evolução do Universo?

Ainda não temos respostas precisas para essas perguntas, mas observações recentes do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, têm levantado dúvidas em questões que acreditávamos estar resolvidas. Suas imagens sem precedentes vêm desafiando o nosso modelo cosmológico padrão, o ΛCDM, que inclui a energia escura como uma constante cosmológica. Galáxias massivas e complexas foram encontradas em épocas muito antigas do Universo, o que contraria as previsões do modelo atual e levanta questionamentos sobre a nossa compreensão da formação e evolução das galáxias e a própria natureza da energia escura.

O Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (28) vai mergulhar nos mistérios da energia escura e explorar as teorias alternativas que buscam explicar as observações intrigantes do James Webb. Será que precisamos rever o nosso modelo cosmológico? Existem outras explicações para a expansão acelerada do Universo? E como essas novas teorias podem impactar a nossa compreensão do passado e do futuro do cosmos?

Roberto ‘Pena’ Spinelli é o convidado desta sexta-feira (28) do Programa Olhar Espacial. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

O convidado desta noite é Roberto ‘Pena’ Spinelli, físico graduado pela Universidade de São Paulo (USP), com especialidade em Machine Learning pela Universidade de Stanford, nos EUA, pesquisador na área de Inteligência Artificial e colunista do Olhar Digital News.

Como assistir ao Programa Olhar Espacial

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Eta Carinae e pôr do Sol lunar nas Imagens Astronômicas da Semana

Toda semana, no Programa Olhar Espacial, exibimos duas imagens astronômicas que se destacaram na semana que passou. E na última semana, apresentamos duas imagens fantásticas de uma bela nebulosa e de um pôr do Sol inédito. Confiram:

Nebulosa de Eta Carinae

[ Créditos: Fernando Magalhães ]

A primeira imagem mostra um fantástico registro da Nebulosa de Eta Carinae, também chamada de NGC 3372. Trata-se de uma região de formação estelar localizada a cerca de 7.500 anos-luz de distância na direção da Constelação de Carina. É uma das nebulosas mais brilhantes e massivas da Via Láctea, que abriga Eta Carinae, um sistema estelar duplo, mais de 5 milhões de vezes mais luminoso que o Sol e extremamente instável, que já passou por eventos eruptivos gigantescos no passado.  A nebulosa é composta por nuvens de gás e poeira iluminadas pela intensa radiação estelar, criando um cenário visualmente deslumbrante e que revelam a energia e a complexidade dos processos que ocorrem naquele canto da galáxia.

Original em: https://www.apodbrazil.com/gallery/271 

Pôr do Sol Lunar

[ Créditos: Firefly Aerospace ]

Já a segunda imagem, enviada pela sonda Blue Ghost da Firefly Aerospace, retrata um pôr do sol visto da superfície da Lua.  A imagem mostra a linha do horizonte lunar, com o Sol aparentemente se pondo ao centro. Acima do Sol e ligeiramente à direita, percebe-se o brilho de Vênus e, um pouco mais acima e bem mais brilhante, está a Terra, destacando a perspectiva única e a magnitude do evento cósmico observado a partir da Lua. Além de uma visão inédita, este registro também é importante para a ciência. Os cientistas estão analisando essas imagens para determinar se o brilho visto no horizonte pode ser atribuído ao espalhamento frontal da luz solar nas partículas de poeira em suspensão próximo à superfície da Lua. 

Original em: https://x.com/Firefly_Space/status/1902073355290771708/photo/4 

APOD Brasil

As escolhas das Imagens Astronômicas desta Semana foram feitas a partir do site APOD Brasil (https://www.apodbrazil.com/), um portal mantido por astrônomos e entusiastas da fotografia, dedicado à divulgação das belezas do Cosmos. O APOD Brasil tem o objetivo de publicar uma fotografia astronômica a cada dia, divulgando o trabalho de brasileiros, e de outras nacionalidades, empenhados em revelar as maravilhas do nosso Universo. Os interessados em contribuir com o portal APOD Brasil, e também com as Imagens Astronômicas da Semana do Olhar Espacial, podem fazer isso através do formulário disponibilizado no site: https://www.apodbrazil.com/form 

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Equinócio: Olhar Espacial aborda a importância desse evento astronômico ao longo da história

Em todos os anos, existem dois momentos em que o dia e a noite têm quase a mesma duração: um em março e outro em setembro. Esse fenômeno é chamado de equinócio, termo que vem das palavras latinas aequus (igual) e nox (noite). 

Durante os equinócios, a Terra fica alinhada de maneira que os hemisférios Norte e Sul recebem a mesma quantidade de luz solar, o que resulta em dias e noites praticamente iguais.

Movimentos de rotação e translação da Terra ocasionam os equinócios e solstícios. Crédito: Sakurra – Shutterstock

O primeiro equinócio do ano ocorre entre 20 e 21 de março, e o segundo, entre 21 e 23 de setembro. Em 2025, o equinócio de março aconteceu na quarta-feira (20), marcando o início da primavera no Hemisfério Norte e o começo do outono no Hemisfério Sul.

Stonehenge foi construído em alinhamento com o equinócio

Desde a Antiguidade, diversas culturas celebram os equinócios com festivais e rituais. Muitas civilizações antigas construíram estruturas monumentais para observar esses momentos e marcar a passagem do tempo, além de identificar os melhores períodos para plantar e colher. Um exemplo famoso é o Stonehenge, na Inglaterra, que foi projetado para alinhar-se com os equinócios.

Mas, como nossos ancestrais percebiam esses eventos? Como podiam construir monumentos tão precisos e quais os reais objetivos? Para conversar sobre essas questões, o Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (21) recebe Caio Montenegro de Capua, especialista em culturas ancestrais. 

O especialista em culturas ancestrais Caio Montenegro de Capua é o convidado desta sexta-feira (21) do Programa Olhar Espacial. Crédito: Arquivo Pessoal

Caio é professor de artes ancestrais, educador museal e criador do CosMuseu (Museu de Cosmovisão Ancestral), em São José, Santa Catarina. Ele tem formação em Astrofísica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e em Arqueoastronomia pela Universidade de Milão, na Itália. Além disso, participou do programa de formação de professores da NASA e tem vasta experiência com povos indígenas, incluindo estudos e vivências com o povo Guarani e outros grupos em diversos países.

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Efeito fotoelétrico e o Nobel de Einstein

No dia 14 de março comemoramos o aniversário de um grande físico: Albert Einstein, um dos cientistas mais icônicos e populares da história. Sinônimo de genialidade, ele revolucionou nossa compreensão do Universo com a Teoria da Relatividade, mostrando que o espaço e o tempo são relativos, que a gravidade é uma curvatura do espaço-tempo e que E=mc². Entretanto, curiosamente, não foi por isso que ele recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. O reconhecimento veio por um trabalho menos famoso que a Relatividade e que sua língua – mas igualmente revolucionário: a explicação do Efeito Fotoelétrico. Mas afinal, o que é esse efeito? E por que ele foi tão importante para a ciência?

A famosa foto de Albert Einstein feita em 1951 – Créditos: Arthur Sasse

O Efeito Fotoelétrico, em termos simples, ocorre quando a luz incide sobre um material e “arranca” elétrons dele. Podemos ver esse efeito em ação nas células de um painel solar, que transformam a luz do Sol em eletricidade. “Quando a luz incide sobre as células solares, ela arranca elétrons e gera uma corrente elétrica. Simples, não é? Só que esse fenômeno, observado pela primeira vez em 1887 pelo físico alemão Heinrich Hertz, escondia um mistério. Por décadas, os cientistas tentaram entender como ele funcionava, mas até o final do século XIX, ninguém conseguiu explicar.

O problema é que naquela época, a luz era entendida apenas como uma onda eletromagnética, e as teorias da física clássica não conseguiam explicar o Efeito Fotoelétrico. Os cientistas esperavam que, quanto mais intensa fosse a luz (mais energia), mais elétrons seriam arrancados e com maior velocidade. Mas os experimentos mostravam o contrário! Apenas algumas cores específicas, ou seja, certas frequências do espectro, conseguiam arrancar elétrons, independentemente da intensidade da luz. E esse comportamento, a física clássica não explicava.

Representação esquemática do efeito fotoelétrico: fótons arrancando elétrons de uma chapa metálica – Créditos: Ponor / wikimedia.org

O enigma só foi resolvido em 1905, por um jovem físico de 26 anos que, longe dos grandes laboratórios e universidades, trabalhava como escriturário em um escritório de patentes na Suíça. Seu nome? Albert Einstein! Em seu artigo, Einstein propôs uma ideia revolucionária: a luz não era apenas uma onda, mas também se comportava como se fosse composta por pequenos “pacotes” de energia, chamados de quanta (ou fótons, como seriam chamados mais tarde).

Cada fóton carrega uma quantidade específica de energia, que é proporcional à sua frequência (cor). Se essa energia for suficiente, o elétron é ejetado. Mas se não for, aumentar a intensidade da luz não faz diferença alguma — uma descoberta que contrariava tudo o que se esperava da física clássica! O efeito fotoelétrico é como uma festa, onde o que faz as pessoas levantarem e dançarem não é o volume da música, e sim o ritmo em que ela toca! 

E Einstein descreveu de forma brilhante essa relação com uma equação simples e elegante:

E = hf − ɸ

Onde E representa a energia do fotoelétron, h é a constante de Planck, f é a frequência da luz e ɸ é a energia mínima necessária para arrancar um elétron do material.

Era a prova definitiva da dupla natureza da luz: às vezes, ela se comporta como uma onda; outras vezes, como uma partícula!

A descoberta de Einstein foi um marco na história da física. Ela não apenas explicou o Efeito Fotoelétrico, mas também lançou as bases da física quântica, revolucionando nossa compreensão da luz e da matéria. A ideia de que a luz pode se comportar tanto como partícula quanto como onda — a chamada dualidade onda-partícula — tornou-se um dos pilares da física moderna.

Einstein em 1904, no escritório de patentes suíco que trabalhou – Créditos: Lucien Chavan

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Além de sua importância teórica, o Efeito Fotoelétrico impulsionou avanços tecnológicos que fazem parte do nosso cotidiano. As células fotovoltaicas, que convertem a luz solar em eletricidade, são baseadas nesse fenômeno. Sensores de câmeras de celulares e telescópios espaciais, fotocélulas usadas em portas automáticas, leitores de código de barras e muitos outros dispositivos também operam sob esse princípio.

Embora Einstein seja mais lembrado por sua Teoria da Relatividade, foi sua explicação do Efeito Fotoelétrico que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. Essa descoberta — que em 2025 completa 120 anos — nos lembra que a ciência está em constante evolução e que até as descobertas mais inesperadas podem abrir caminho para verdadeiras revoluções científicas e tecnológicas.

Então, no aniversário de Einstein, celebremos não apenas sua genialidade, mas também o poder da ciência de desvendar os mistérios do universo e transformar nossa visão do cosmos. Graças ao Efeito Fotoelétrico, podemos enxergar a luz das estrelas como um fluxo de partículas cruzando a vastidão do espaço até alcançar a Terra, energizando sensores e revelando a beleza e a grandiosidade do universo. O legado de Albert Einstein, assim como a luz, continua a iluminar os caminhos da ciência e da humanidade.

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Dois pontos de vista do mesmo eclipse nas Imagens Astronômicas da Semana

Toda semana, no Programa Olhar Espacial, exibimos duas imagens astronômicas que se destacaram na semana que passou. E na última semana, apresentamos duas imagens que representam dois pontos de vista do mesmo eclipse. Confiram:

Eclipse lunar visto da Terra

Crédito: Nyêrdson Ferreira

A primeira imagem traz um fantástico registro do eclipse da madrugada desta sexta, 14 de março. Durante um eclipse lunar total, a Lua passa entre a Terra e o Sol e, da perspectiva da Terra, é possível ver a sombra do nosso planeta sendo projetada na Lua, como podemos ver nessa foto feita de São José de Piranhas, PB. Durante um eclipse, a Lua ganha tonalidade avermelhada porque uma pequena parte da luz vermelha do Sol é refratada na atmosfera da Terra e atinge nossa vizinha cósmica, tingindo sua superfície temporariamente.

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Eclipse solar visto da Lua

Crédito: Firefly Aerospace

Podemos ver um pouco deste fenômeno na segunda imagem desta semana. Enquanto está acontecendo um eclipse lunar total por aqui, lá  na Lua, é a Terra que bloqueia o disco solar, formando uma espécie de “Eclipse Solar Terrestre”. E foi justamente esse fenômeno que foi registrado pela primeira vez hoje pela Blueghost, da empresa Firefly, atualmente pousada no Mare Crisium. Na imagem, é possível notar o anel de luz que se forma em torno da Terra momentos antes do início da totalidade do eclipse. Esse anel é justamente a visão da luz do Sol refratada na atmosfera da Terra. É essa luz, tênue e avermelhada que pinta a Lua durante um eclipse.

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Conquista da Lua pela NASA terá participação crucial do Brasil – saiba tudo no Olhar Espacial

Você sabia que o Brasil pode ter um papel fundamental na sobrevivência dos astronautas na Lua? Desde 2021, o país faz parte do Acordo Artemis, um compromisso internacional que define regras para a exploração espacial. Entre elas, garantir o uso pacífico da Lua, compartilhar descobertas científicas e padronizar tecnologias (como usar o mesmo tipo de tomada, por exemplo).

Mais de 50 países já aderiram, como França, Japão e Reino Unido. Mas, como será a participação brasileira nessa empreitada? Em um workshop da NASA, foi decidido que cada nação contribuiria com sua maior especialidade. Para nós, a resposta foi clara: agricultura.

Saiba como o Brasil vai participar do Programa Artemis, da NASA, que visa estabelecer uma presença humana permanente na Lua. Crédito: Vadim Sadovski/Shutterstock

Se o Brasil já é o celeiro do mundo, por que não ser o celeiro do espaço? Em 2023, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmaram uma parceria histórica, criando a rede Space Farming Brasil. O objetivo? Desenvolver tecnologia para cultivar alimentos fora da Terra.

Cientistas, engenheiros e até chefs brasileiros estão trabalhando para criar espécies resistentes e técnicas inovadoras. O que plantamos aqui pode alimentar astronautas na Lua e, no futuro, até em Marte

Para saber mais sobre a nossa participação no Programa Artemis, que visa estabelecer uma base permanente na Lua, não perca o Olhar Espacial desta sexta-feira (7), que vai receber a astrobióloga Rebeca Gonçalves (membro do Space Farming Brasil).

A astrobióloga Rebeca Gonçalves é a convidada desta sexta-feira (14) do Programa Olhar Espacial. Crédito: Arquivo Pessoal

Primeira brasileira a publicar um estudo sobre agricultura espacial, ela é graduada em Biologia pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, com mestrado em Astrobiologia pela Universidade de Wageningen, na Holanda, reconhecida como a melhor instituição em estudos agrícolas do mundo.

Rebeca já trabalhou na Agência Espacial Europeia (ESA), no setor de comunicação para missões espaciais comerciais a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), onde organizou um programa extensivo de estudos espaciais em parceria com a Universidade Internacional do Espaço e a NASA. 

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Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTubeFacebookInstagramX (antigo Twitter)LinkedIn e TikTok.

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Ciclo de Saros: o código secreto dos eclipses

Na antiguidade, o mistério e a aparente imprevisibilidade dos eclipses intrigavam a humanidade. Sua natureza desconhecida levou as primeiras civilizações a desenvolverem interpretações místicas do fenômeno, associando-o a monstros cósmicos devorando a Lua ou a manifestações divinas de repreensão. Mas, se hoje podemos aguardar ansiosamente o espetáculo do eclipse lunar de 14 de março, é porque, há muito tempo, nossos ancestrais desvendaram um código secreto dos eclipses — um padrão “oculto” que lhes permitiu prever esses eventos com precisão. Esse padrão é conhecido como o Ciclo de Saros. 

Atualmente, sabemos que os eclipses ocorrem quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham no espaço. Quando a Lua está entre a Terra e o Sol, ela oculta temporariamente o astro-rei, provocando um eclipse solar. Já quando a Terra fica entre o Sol e a Lua, sua sombra se projeta sobre a superfície lunar, criando um eclipse lunar. Mas, sem o conhecimento astronômico que temos hoje, nossos antepassados recorreram a explicações míticas e sobrenaturais para interpretar esses fenômenos.

Essa percepção começou a mudar graças à invenção da escrita pelos sumérios, mais de três mil anos antes de Cristo. Exímios observadores do céu, eles registraram a ocorrência de eclipses em tablets de argila por vários séculos, descrevendo com detalhes a data, a hora, a posição no céu e as características de cada fenômeno.

Tablets de argila da Suméria, que registra a ocorrência de eclipses – Créditos: Museu Britânico

Foi analisando esses registros que, por volta do ano 600 a.C., astrônomos babilônios identificaram, provavelmente pela primeira vez, um padrão oculto nos eclipses. Eles perceberam que eventos com características semelhantes se repetiam em intervalos regulares de 223 meses sinódicos — o tempo entre duas Luas Novas consecutivas. Esse período equivale a 6.585,32 dias, ou aproximadamente 18 anos, 11 dias e 8 horas. A descoberta permitiu aos babilônios prever eclipses, um conhecimento crucial para sua organização social e religiosa. Por lá, durante um eclipse, era comum coroar temporariamente um rei substituto, que depois era sacrificado, para que ele herdasse toda a má sorte que o fenômeno supostamente traria ao verdadeiro governante.

Esse conhecimento, uma verdadeira joia da astronomia antiga, foi transmitido a outras culturas, e os gregos souberam aproveitá-lo de maneira brilhante. O Mecanismo de Anticítera, um verdadeiro computador astronômico construído pelos gregos entre 150 e 100 anos antes de Cristo, era capaz de prever os movimentos do Sol, da Lua e dos planetas no céu com uma precisão impressionante. O mecanismo conta com um conjunto de engrenagens que reproduz o período de 223 meses sinódicos, permitindo a previsão de eclipses. 

Fragmento Mecanismo de Anticítera, um antigo computador astronômico construído pelos gregos entre 150 e 100 a.C – Fonte: wikimedia.org

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Mas o Mecanismo de Anticítera revelou que os gregos possuíam um conhecimento ainda mais refinado, permitindo-lhes decifrar o mistério do Ciclo de Saros.

Naquela época, acreditava-se que a Terra era o centro do Universo e que todos os astros do firmamento giravam ao seu redor. Na Grécia antiga, os astrônomos perceberam que o Sol percorria seu caminho viajando entre as constelações em uma linha imaginária que recebeu o nome de eclíptica, porque é sobre ela que acontecem os eclipses. O caminho da Lua no céu tem uma inclinação de cerca de 5° em relação à eclíptica. Devido a essa inclinação, os eclipses não ocorrem todos os meses, apenas quando a Lua cruza a linha da eclíptica no momento em que está aproximadamente na direção do Sol ou na direção oposta a ele. 

Isso acontece apenas duas vezes por ano, em um período chamado temporada de eclipses, no qual podem ocorrer até três eclipses, sejam eles lunares ou solares. Mas para saber quando e como esse alinhamento vai acontecer, é preciso conhecer alguns conceitos um pouco mais complexos. A chave está na dança celestial entre a Terra, a Lua e o Sol. Ao identificar com precisão os passos dessa dança, os gregos desvendaram a mecânica por trás do Ciclo de Saros. 

Em seu movimento ao redor da Terra, a Lua apresenta alguns ciclos que caracterizam seu movimento:

  • mês sinódico, é o período de 29,53 dias entre duas luas novas consecutivas, 
  • mês dracônico, de 27,21 dias, que é o tempo que ela leva para cruzar a eclíptica no mesmo ponto de sua órbita, 
  • mês sideral, de 27,32 dias, definido pelo tempo em que a Lua leva para retornar ao mesmo ponto no céu em relação às estrelas, e
  • mês anomalístico, que é o período de  27,55 dias entre duas passagens consecutivas da Lua por seu perigeu. 

O Ciclo de Saros é a combinação entre esses quatro períodos. A duração de 18 anos, 11 dias e 8 horas é um múltiplo comum entre eles, equivalentes a aproximadamente 223 meses sinódicos, 242 meses dracônicos, 241 meses siderais e 239 meses anormalísticos. A cada Ciclo de Saros, a Terra, a Lua e o Sol retornam às mesmas posições relativas no espaço, e por isso esse período é o mesmo que separa dois eclipses com as mesmas características.

O mais impressionante é que todos esses ciclos lunares estavam representados com precisão no Mecanismo de Anticítera, evidenciando que os gregos não apenas os compreendiam, mas também conseguiram reproduzi-los mecanicamente, revelando a complexidade da dança cósmica que rege os eclipses. 

Reconstrução virtual do Mecanismo de Anticítera, capaz de prever com precisão a ocorrência de eclipses – Créditos: Tony Freeth

O Ciclo de Saros permitiu as primeiras previsões precisas de eclipses na história da astronomia e, surpreendentemente, ainda é usado pelos astrônomos modernos! Claro que, com os avanços da ciência e da tecnologia, as previsões de eclipses hoje são feitas com uma precisão muito maior, levando em conta fatores como a forma da Terra, a influência gravitacional dos planetas e até mesmo os efeitos da relatividade.

Os eclipses que ocorrem em um mesmo Ciclo de Saros fazem parte da mesma “família de eclipses”, mas variações sutis nos períodos lunares fazem com que uma família de eclipses se encerre após 1200 anos, aproximadamente. Cada eclipse de uma mesma família apresenta características semelhantes, como duração e o quão profundamente a Lua adentra a sombra da Terra, por exemplo.

O eclipse lunar total de 14 de março de 2025 pertence ao Ciclo de Saros 123, o 53º membro de uma família de eclipses que ocorrem desde o ano 1087. O último membro dessa família ocorreu em 3 de março de 2007 e, antes dele, em 20 de fevereiro de 1989. Em 25 de março de 2043 haverá outro eclipse semelhante a este e assim por diante, até o ano 2367, quando o último eclipse do Saros 123 se despedirá da humanidade.

Eclipse Lunar de 3 de março de 2007 registrado em Cambridge, Inglaterra – Fonte: wikimedia.org

Os eclipses, esses encontros cósmicos entre a Terra, a Lua e o Sol, são eventos raros e fascinantes, que nos conectam com a beleza do Universo e nos ajudam a compreender a mecânica celeste dos astros. O Ciclo de Saros, uma descoberta genial dos astrônomos babilônios, nos mostra como o conhecimento ancestral e a ciência moderna se complementam, nos permitindo desvendar os segredos do Cosmos e nos maravilhar com sua grandiosa dança celestial. Não perca o eclipse de 14 de março! Para nós, brasileiros, vale lembrar que o próximo eclipse lunar total visível por aqui só acontecerá em 2029.

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