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Os 10 filmes nacionais mais premiados da história e onde assistir cada um online

O mundo voltou os olhos ao cinema brasileiro após a significativa repercussão do filme “Ainda Estou Aqui”. Isso se tornou ainda maior após o longa levar o prêmio de Melhor Filme Internacional na edição do Oscar 2025.

Pensando nisso, elaboramos uma lista que aborda os filmes nacionais mais premiados da história do cinema brasileiro. Informamos, também, onde você pode assistir a cada um deles nos serviços de streaming. Confira mais a seguir.

Central do Brasil (1998)

Dirigido por Walter Salles, Central do Brasil mostra a trajetória de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que escreve cartas para pessoas analfabetas na estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

Central do Brasil via RioFilme/reprodução

Um dia, Josué (Vinícius de Oliveira), filho de uma das clientes de Dora, fica sozinho após a morte de sua mãe em um acidente de ônibus e, juntos, eles partem para o Nordeste em busca do pai do garoto.

O filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, assim como o Globo de Ouro, BAFTA, International Press Academy e Satellite Award para Melhor Filme Estrangeiro. Além disso, também foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e foi responsável pela indicação de Fernanda Montenegro ao prêmio de melhor atriz.

Central do Brasil está disponível na Netflix e Globoplay.

Cidade de Deus (2002)

Com base no livro homônimo de Paulo Lins, o filme, dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, retrata a vida na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

Cena do filme Cidade de Deus
Cidade de Deus via Globo Filmes/reprodução

A narrativa acompanha a trajetória de Buscapé (Alexandre Rodrigues), um jovem que encontra no seu talento para a fotografia uma maneira de escapar da violência.

Este é certamente um dos filmes mais aclamados da história do cinema nacional, recebendo quatro indicações ao Oscar, incluindo Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado.

Dentre os mais de 55 prêmios conquistados ao redor do mundo estão o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro e o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes.

Cidade de Deus está disponível no Globoplay e Max.

O Auto da Compadecida (2000)

Este clássico da comédia brasileira é, na verdade, uma adaptação cinematográfica da peça de Ariano Suassuna.

Cena de O Auto da Compadecida
O Auto da Compadecida via Globo Filmes/reprodução

Dirigido por Guel Arraes, o roteiro acompanha as peripécias de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) em sua luta pela sobrevivência. Mas tudo muda na vida dos dois amigos com a aparição de Nossa Senhora (Fernanda Montenegro).

O filme levou o Prêmio do Júri Popular no Festival de Cinema Brasileiro em Miami, além das indicações de prestígio como no Festival de Havana e no Festival Internacional de Cinema de Viña del Mar – no qual Matheus Nachtergaele recebeu o prêmio de Melhor Ator.

O Auto da Compadecida está disponível no Globoplay e Prime Video.

Bacurau (2019)

O filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles narra a história de um vilarejo, no sertão brasileiro, que parece ter desaparecido dos mapas.

Cena do filme Bacurau
Bacurau via Globo Filmes/reprodução

Com a chegada de estrangeiros e seus drones rondando o céu da região, a comunidade percebe que algo está ficando estranho. Quando pessoas começam a aparecer mortas, Teresa (Bárbara Colen), Domingas (Sônia Braga), Lunga (Silvero Pereira) e outros habitantes de Bacurau precisam traçar um plano de defesa. 

Os principais prêmios do longa incluem o Prêmio do Júri no Festival de Cannes, o prêmio de Melhor Filme nos festivais de Lima e Munique, e o prêmio de Melhor Filme Ibero-Americano no Prêmio Platino. Quanto ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, o filme venceu em categorias como Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Lançamento.

Bacurau está disponível no Globoplay.

Carandiru (2003)

Dirigido por Héctor Babenco, o roteiro baseado no livro Estação Carandiru, de Drauzio Varella, conta a história de um médico (Luiz Carlos Vasconcelos) e seu trabalho de prevenção ao vírus HIV dentro do maior presídio da América Latina.

Cena do filme Carandiru
Carandiru via Globo Filmes/reprodução

O filme retrata algumas das histórias e o cotidiano dos detentos, abordando temas como superlotação, violência e solidariedade dentro do sistema carcerário brasileiro.

Além das diversas indicações, o longa ganhou o prêmio de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Cartagena, assim como o Prêmio do Público e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cinema de Havana. Já no Grande Prêmio Cinema Brasil, o filme levou os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Roteiro. 

Carandiru está disponível na Netflix e Globoplay.

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O Cangaceiro (1953)

Dirigida por Lima Barreto, essa obra é inspirada na figura de Lampião e retrata a vida dos cangaceiros no sertão nordestino.

Cena do filme O Cangaceiro
O Cangaceiro via Companhia Cinematográfica Vera Cruz/reprodução

A história acompanha Teodoro (Alberto Ruschel), do bando de cangaceiros de Galdino Ferreira, e sua paixão por Olívia (Marisa Prado), uma professora capturada pelo grupo.

Este foi o primeiro filme brasileiro a ganhar premiações internacionais, que incluem o Prêmio de Melhor Filme de Aventura e Melhor Trilha Sonora no Festival de Cannes.

O Cangaceiro não está disponível em nenhum serviço de streaming atualmente, mas pode ser encontrado online em outras plataformas de vídeo.

Cabra Marcado Para Morrer (1984)

Este documentário, com direção e roteiro de Eduardo Coutinho, narra a história de João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa de Sapé, na Paraíba, que foi assassinado em 1962 por ordem de latifundiários. 

Cena do documentário Cabra Marcado para Morrer
Cabra Marcado para Morrer via Globoplay/reprodução

Os camponeses da região estavam atuando no filme, que começou a ser filmado em meados de 1964, mas teve sua produção interrompida pelo golpe militar. Anos depois, Coutinho retomou o projeto e o transformou em uma peça cinematográfica que mistura ficção e realidade.

O filme recebeu o Prêmio FIPRESCI no Festival de Berlim, o Golfinho de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Tróia, além do prêmio Hours Concours no Festival de Gramado.

Cabra Marcado para Morrer está disponível no Globoplay.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (2014)

Dirigida por Daniel Ribeiro, essa obra cinematográfica brasileira acompanha Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego que está em processo de autodescoberta.

Cena do filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho via Lacuna Filmes/reprodução

Enquanto lida com os pais superprotetores que lhe negam autonomia, Leonardo começa a questionar sua sexualidade depois de conhecer um colega de sala recém chegado. 

No Festival de Berlim, o filme recebeu o prêmio de Melhor Filme da mostra Panorama, assim como o Teddy Award para Melhor Filme com temática LGBT.

O filme também conquistou o prêmio de melhor filme na escolha do público no festival de cinema de Guadalajara, e recebeu prêmios em festivais dedicados a produções LGBTQIA+ em Honolulu, Los Angeles, Nova York, São Francisco e Torino.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho está disponível na Netflix e Prime Video.

Que Horas Ela Volta? (2015)

Dirigido por Anna Muylaert, o filme conta a história de Val (Regina Casé), mulher pernambucana que se mudou para São Paulo para trabalhar como empregada doméstica para uma família rica em busca de proporcionar melhores condições de vida para sua filha, Jéssica (Camila Márdila).

Cena do filme Que Horas Ela Volta?
Que Horas Ela Volta? via Pandora Filmes/reprodução

Tudo muda quando Jéssica decide que quer prestar vestibular na capital, questionando os papeis de classe impostos pela sociedade. 

O filme recebeu o Prêmio do Público de Melhor Ficção na Mostra Panorama de Berlim, o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Critics’ Choice Awards, além dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original no Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro.

Que Horas Ela Volta? está disponível na Netflix.

O Pagador de Promessas (1962)

Baseado na peça teatral homônima de Dias Gomes, este filme dirigido por Anselmo Duarte conta a história de Zé do Burro (Leonardo Villar).

Cena do filme O Pagador de Promessas
O Pagador de Promessas via Cinedistri/reprodução

Após ter seu burro de estimação atingido por um raio, o homem decide ir a um terreiro de candomblé para fazer um apelo: se as divindades curarem o animal feriado, ele pagará uma promessa em troca.

Esta promessa consiste no seguinte: transportar por longas distâncias uma cruz de madeira, gigante e pesada, em suas costas. Ele deve transportá-la do interior da Bahia até à capital Salvador, mais especificamente até à Igreja de Santa Bárbara.

Além de ter sido o primeiro filme brasileiro a vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes, o título também se tornou o primeiro filme da América do Sul a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A obra também foi premiada nos festivais de Acapulco, Edimburgo e Brasília. 

O Pagador de Promessas está disponível no Globoplay e Prime Video.

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Oscar define regras para IA e impõe nova exigência a jurados

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas atualizou as regras para o Oscar 2026 e, pela primeira vez, incluiu uma diretriz específica sobre o uso de inteligência artificial generativa na produção dos filmes. Segundo a nova norma, o uso dessas ferramentas não favorece nem prejudica uma obra na avaliação dos votantes, mas a escolha dos indicados deve considerar o grau de autoria humana envolvida.

Além disso, a entidade também implementou mudanças no processo de votação, como a exigência de que os membros assistam a todos os filmes indicados em uma categoria para poder votar nela.

Avaliação com IA passa a considerar autoria humana

Pela primeira vez, a Academia divulgou uma diretriz formal sobre o uso de ferramentas digitais e IA generativa na criação dos filmes. A entidade declarou que o uso desses recursos não favorece nem prejudica as chances de uma obra ser indicada. O critério central de avaliação continuará sendo o grau de envolvimento criativo e humano na autoria da produção.

Segundo o regulamento: “Em relação à Inteligência Artificial Generativa e outras ferramentas digitais utilizadas na produção do filme, esses recursos não ajudam nem atrapalham as chances de alcançar uma indicação. A Academia e cada um dos ramos avaliarão a conquista levando em conta o grau em que um ser humano esteve no centro da autoria criativa ao decidir qual filme premiar”.

A Academia liberou diretrizes para a aceitação de uso de IA em filmes (Imagem: LanKS / Shutterstock.com)

Voto só será válido após confirmação de que o filme foi assistido

Uma das mudanças mais significativas para o Oscar 2026 é a exigência de que os membros da Academia só poderão votar em uma categoria se tiverem assistido a todos os filmes indicados naquela disputa. A nova regra será aplicada a todas as categorias e visa aumentar o rigor e a justiça na escolha dos vencedores.

Para garantir o cumprimento da exigência, a Academia vai monitorar a atividade dos votantes por meio da plataforma de streaming exclusiva Academy Screening Room. Caso o filme tenha sido assistido fora do ambiente oficial — como em festivais ou sessões privadas —, o membro deverá preencher um formulário detalhando a ocasião. O método de verificação, já usado anteriormente em categorias como longa internacional e curta-metragem, agora se estende a toda a votação final.

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Agora os votantes são obrigados a assistir a todos os filmes da categoria para votar. Como isto já não era uma regra? (Imagem: Rapit Design / Shutterstock.com)

Novidade nas cédulas e estreia da categoria de Elenco

Outra mudança relevante é que, a partir de agora, os nomes dos indicados de cada categoria também aparecerão nas cédulas finais de votação, e não apenas os títulos dos filmes. Isso deve dar maior visibilidade a profissionais indicados com frequência, como compositores e técnicos de som.

Além disso, o Oscar 2026 marcará a estreia da categoria de Melhor Elenco (Achievement in Casting). A seleção será feita por meio de um processo que inclui pré-seleção, evento de apresentação e votação exclusiva por membros do ramo de diretores de elenco. O objetivo é reconhecer o trabalho criativo e colaborativo desses profissionais na construção dos elencos dos filmes.

Calendário e outras atualizações

As datas-chave da temporada do Oscar 2026 já foram definidas. O período de votação para as indicações vai de 12 a 16 de janeiro, com o anúncio dos nomeados previsto para 22 de janeiro. A votação final ocorrerá entre 26 de fevereiro e 5 de março. A cerimônia está marcada para o dia 15 de março de 2026.

Outras mudanças incluem prazos de submissão mais curtos nas categorias musicais, expansão de elegibilidade para cineastas refugiados ou asilados e abertura da votação da categoria de Curta-Metragem de Animação para todos os membros da Academia que optarem por assistir à lista completa de indicados.

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Blender: o software de edição gratuito que ajudou “Flow” a ganhar o Oscar

A Letônia fez história e venceu seu primeiro Oscar este ano com Flow. Indicado em duas categorias (incluindo Melhor Filme Internacional), o longa-metragem venceu como Melhor Animação, derrubando filmes de grandes estúdios, como Disney (Divertida Mente 2) e Dreamworks (O Robô Selvagem).

O que mais chamou atenção na vitória foi a modestidade da produção: Flow foi criado por uma equipe enxuta usando o Blender, um software de edição gratuito.

Flow foi criado no software gratuito Blender (Imagem: Blender/Reprodução)

Flow surpreendeu no Oscar

Flow segue a trajetória de um gatinho cinza (que, depois do sucesso do filme, foi batizado de Flow) e seus amigos animais em busca da sobrevivência em um mundo coberto por uma inundação.

O longa-metragem, uma produção da Letônia, é dirigido e roteirizado foi Gints Zilbalodis. O aspecto que mais chamou atenção em toda a situação é que Flow foi editado no software gratuito Blender, com uma equipe e orçamento reduzidos.

Para se ter uma ideia, o The Hollywood Reporter revelou que Divertida Mente 2 custou US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão) e O Robô Selvagem, US$ 78 milhões (cerca de R$ 447,7 milhões). Já Flow custou US$ 3,7 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões).

O que é o Blender

O Blender é um software de edição de código aberto. Ou seja, qualquer pessoa pode usá-lo para criar e editar vídeos, fazer modelagens 3D, animações e renderizações, e trabalhar em efeitos visuais.

Como lembrou o g1, a ferramenta é amplamente usada nas indústria de Cinema, jogos e design. Up – Altas Aventuras e Monstros S.A. são alguns dos exemplos de filmes da Disney Pixar que aproveitaram os recursos do Blender.

No entanto, no caso de Flow, a ferramenta foi o software principal de criação. Em entrevista ao blog da empresa, o diretor contou que passou cinco anos e meio trabalhando no projeto. O primeiro foi dedicado apenas a escrever o roteiro, buscar financiamento e aprender a usar o blender.

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A partir de 2020, começou a edição em si. Zilbalodis destacou as vantagens de se trabalhar na plataforma, que, segundo ele, é rápida e personalizável. Isso porque o software permite a criação de plugins personalizados para ações.

Ele deu um exemplo: um profissional específico ficou focado em dominar a edição da água presente no filme. Já outros focaram nos pelos e penas de animais. Tudo isso com uma personalização dos comandos na plataforma, que permitem usar a criatividade de forma ilimitada.

Já a rapidez tem a ver com a leveza da plataforma em comparação com outros softwares, que a torna uma opções mais acessível e exige menos maquinário.

Um profissional específico ficou responsável por trabalhar a água no filme Flow (Imagem: Blender/Reprodução)

Flow e a democratização do cinema

  • O diretor revelou que aprendeu a usar muitos dos recursos do Blender através de vídeos e tutoriais na internet;
  • A equipe também foi enxuta, com cada um se ajudando no processo de aprendizado;
  • A imprensa internacional destacou que a vitória de Flow contra animações de grandes estúdios, como Disney e Dreamworks, mostra que o cinema está se democratizando e se tornando mais inclusivo.

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Oscar: como um filme brasileiro motivou mudança de regra na premiação

Neste domingo (2), acontece a 97ª edição do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. O Brasil está na disputa com “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, que concorre a três estatuetas: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme. 

A presença do longa no Oscar 2025 reacende um episódio polêmico envolvendo “Cidade de Deus”, que sofreu um boicote há 23 anos e acabou ficando de fora da categoria de Melhor Filme Internacional.

“Cidade de Deus”: filme brasileiro prejudicado no Oscar há duas décadas modificou regra importante da premiação. Crédito: Divulgação/O2 Filmes/ Globo Filmes

Entenda o caso “Cidade de Deus”

Lançado em 2002 e dirigido por Fernando Meirelles, “Cidade de Deus” não foi indicado ao Oscar de 2003. O motivo foi um boicote de membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas durante a exibição do longa para avaliação. 

De acordo com o regulamento, os avaliadores deveriam assistir ao filme para que ele fosse considerado na categoria de Melhor Filme Internacional, mas parte dos jurados simplesmente abandonou a sessão.

Segundo o crítico Waldemar Dalenogare Neto relatou ao Uol, a evasão em massa foi uma estratégia para reduzir a nota do filme. Um membro da comissão da época afirmou que a pontuação caiu de 10 para 6 após a exibição, o que inviabilizou a nomeação. O alto nível de violência retratado no longa desagradou votantes mais conservadores, que o classificaram como apelativo e desnecessário.

Considerado violento demais, o filme “Cidade de Deus” foi boicotado por parte dos votantes da seleção do Oscar. Crédito: Divulgação/O2 Filmes/ Globo Filmes

Sem chances na categoria de Melhor Filme Internacional, “Cidade de Deus” teve sua estreia internacional adiada para janeiro de 2003, tornando-se elegível para o Oscar do ano seguinte. Em 2004, o filme teve quatro indicações: Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. Mesmo com esse reconhecimento, a ausência na disputa por Melhor Filme Internacional gerou questionamentos sobre a imparcialidade do processo de seleção.

Diante da repercussão negativa, a Academia decidiu rever suas regras para evitar que situações semelhantes se repetissem.

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Injustiça com filme brasileiro mudou o regulamento do Oscar

Em 2005, um estudo foi encomendado para analisar falhas no processo de indicação. O objetivo era impedir que filmes aclamados fossem excluídos por manipulações internas. Como resposta, a Academia implementou a pré-lista de indicados em 2007, garantindo que obras prestigiadas tivessem mais chances de serem consideradas.

A nova regra também reduziu o eurocentrismo na categoria de Melhor Filme Internacional. Antes, a maioria dos indicados vinha da Europa e dos EUA. Com a mudança, os membros passaram a sugerir filmes de outros países, mesmo que não tivessem recebido as maiores notas iniciais. Isso abriu espaço para uma maior diversidade na premiação.

Duas décadas depois do episódio com Cidade de Deus, o Brasil volta a marcar presença forte na premiação com “Ainda Estou Aqui”. A expectativa é que o filme tenha uma trajetória mais justa na disputa pelo prêmio mais importante do cinema mundial.

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Oscar 2025: veja os filmes indicados que estão no streaming

97ª edição do Oscar acontece neste domingo (02) diretamente do Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. A principal premiação do cinema mundial contará com apresentação de Conan O’Brien e performances musicais de Ariana Grande e Cynthia Erivo.

Se você ainda não conseguiu assistir aos filmes para opinar e fazer aquele bolão de última hora, a gente ajuda! Alguns dos indicados estão no streaming. Confira a lista a seguir!

Filmes indicados ao Oscar 2025 que estão no streaming

Amazon Prime

  • Nickel Boys
  • Wicked

Max

  • Duna: Parte 2

Mubi

  • A Substância

Netflix

  • Wallace & Gromit: Avengança
  • Batalhão 6888

Disney+

  • Divertida Mente 2
Duna: Parte 2. (Imagem: Warner Bros. Pictures)

Oscar 2025: veja lista completa de indicados

Melhor Ator Coadjuvante

  • Yura Borisov (de Anora)
  • Kieran Culkin (de A Real Man)
  • Edward Norton (de Um Completo Desconhecido)
  • Guy Pearce (de The Brutalist)
  • Jeremy Strong (de O Aprendiz)

Melhor Figurino

  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Gladiador II
  • Nosferatu
  • Wicked

Melhor Cabelo e Maquiagem

  • Um Homem Diferente
  • Emilia Pérez
  • Nosferatu
  • A Substância
  • Wicked

Melhor Trilha Sonora Original

  • O Brutalista
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • Robô Selvagem

Melhor Curta-Metragem em Live-Action

  • A Lien
  • Anuja
  • I’m Not a Robot
  • The Last Ranger
  • The Man Who Could Not Remain Silent
Ariana Grande Glinda
Wicked foi um dos principais indicados deste ano (Crédito: Universal Pictures)

Melhor Animação em Curta-Metragem

  • Beautiful Men
  • In the Shadow of the Cypress
  • Magic Candies
  • Wander to Wonder
  • Yuck!

Melhor Roteiro Adaptado

  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Nickel Boys
  • Sing Sing

Melhor Roteiro Original

  • Anora
  • The Brutalist
  • A Real Pain
  • September 5
  • A Substância

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Monica Barbaro (de Um Completo Desconhecido)
  • Ariana Grande (de Wicked)
  • Felicity Jones (de O Brutalista
  • Isabella Rossellini (de Conclave)
  • Zoe Saldaña (de Emilia Pérez)

Melhor Canção Original

  • El Mal (Emilia Pérez)
  • The Journey (The Six Triple Eight)
  • Like a Bird (Sing Sing)
  • Mi Camino (Emilia Pérez)
  • Never Too Late (Elton John: Never Too Late)

Melhor Documentário

  • Black Box Diaries
  • No Other Land
  • Porcelain War
  • Soundtrack to A Coup D’Etat
  • Sugarcane
Moça sentada no chão com pernas em espacate em A Substância, um dos lançamentos de filmes da semana
A Substância repetiu o feito do Globo de Ouro: muitas indicações (Imagem: MUBI/Divulgação)

Melhor Documentário em Curta-Metragem

  • Death By Numbers
  • I am Ready, Warden
  • Incident
  • Instruments of a Beating Heart
  • The Only Girl in the Orchestra

Melhor Filme Internacional

  • Ainda Estou Aqui
  • A Menina com a Agulha
  • Emilia Pérez
  • A Semente do Fruto Sagrado
  • Flow

Melhor Animação

  • Flow
  • DivertidaMente 2
  • Memoir of a Snail
  • Wallace e Gromit: Vengeance Most Fowl
  • O Robô Selvagem

Melhor Design de Produção

  • The Brutalist
  • Conclave
  • Duna: Parte 2
  • Nosferatu
  • Wicked

Melhor Edição

  • Anora
  • The Brutalist
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked

Melhor Som

  • Um Completo Desconhecido
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • O Robô Selvagem

Melhores Efeitos Visuais

  • Alien: Romulus
  • Better Man
  • Duna: Parte 2
  • O Reino do Planeta dos Macacos
  • Wicked
Fernanda Torres recebe primeira indicação ao Oscar (Imagem: Sony Pictures)

Melhor Fotografia

  • The Brutalist
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Maria
  • Nosferatu

Melhor Ator

  • Adrien Brody (de The Brutalist)
  • Timothée Chalamet (de Um Completo Desconhecido)
  • Colman Domingo (de Sing Sing)
  • Ralph Fiennes (de Conclave)
  • Sebastian Stan (de O Aprendiz)

Melhor Atriz

  • Cynthia Erivo (de Wicked)
  • Karla Sofía Gascón (de Emilia Pérez)
  • Mikey Madison (de Anora)
  • Demi Moore (de A Substância)
  • Fernanda Torres (de Ainda Estou Aqui)

Melhor Direção

  • Sean Baker (Anora)
  • Brady Cobert (The Brutalist)
  • James Mangold (Um Completo Desconhecido)
  • Jacques Audiard (Emilia Pérez)
  • Coralie Fargeat (A Substância)

Melhor Filme

  • Anora
  • The Brutalist
  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Ainda Estou Aqui
  • Nickel Boys
  • A Substância
  • Wicked

O post Oscar 2025: veja os filmes indicados que estão no streaming apareceu primeiro em Olhar Digital.