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Esqueleto chinês revela “linhagem fantasma” de 40 mil anos

Pesquisadores encontraram ossos na China de uma linhagem até então perdida dos povos asiáticos. A equipe analisou dados de 127 humanos ancestrais, que viveram entre  7100 e 1400 anos atrás, e descobriu que um grupo antes desconhecido da região de Yunnan é fundamental para entender a origem da população do Tibete.

“Os humanos antigos que viveram nesta região podem ser a chave para responder a diversas questões remanescentes sobre as populações pré-históricas do Leste e Sudeste Asiático”, escreveram os pesquisadores no estudo, publicado na Science.

O grupo fez a descoberta enquanto analisava esqueletos no sítio arqueológico de Xingyi para montar um mapa da diversidade genética da China central. Dentre os restos mortais, os cientistas encontraram a ossada de uma mulher de 7 mil anos atrás. Nomeada de Xingyu_EN, ela é diferente geneticamente dos neandertais e dos denisovanos, hominídeos conhecidos por contribuir em “traços fantasmas” do DNA humano.

A pesquisa revelou que o povo dessa fêmea teria se separado de outros grupos humanos há 40 mil anos. A equipe nomeou a distinta população de Xingyu_EN como Linhagem Xingyi Asiática Basal e descobriu que eles tinham características similares às populações indígenas do Planalto Tibetano

A professora FU Qiaomei da Academia Chinesa de Ciências conduziu a pesquisa. (Imagem: Yunnan Institute of Cultural Relics and Archaeology)

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Povo fantasma se isolou por milênios

Estudos anteriores haviam demonstrado que as populações tibetanas apresentam características genéticas que as distinguem de outros humanos modernos, mas ainda faltava uma “linhagem fantasma” para responder à questão. Os pesquisadores puderam encaixar essa peça que faltava da pré-história do Tibete.

O artigo revela que essa população asiática primitiva de 40 mil anos atrás se manteve isolada no sudoeste da China até o Holoceno, há cerca de 11.700 anos, quando interagiram com humanos que migravam do norte da Ásia Oriental para o oeste, dando origem aos povos tibetanos.

Evidências dos ancestrais Xingyi também foram encontrados em um sujeito de 11 mil anos atrás do condado de Longlin. Porém, esses traços desapareceram gradualmente nas populações dessa área com o passar dos anos.

O estudo alerta que os resultados devem ser analisados com cautela. Como as evidências vem de um único indivíduo, mais pesquisas e amostras serão necessárias para entender a “linhagem fantasma” dos grupos do Planalto Tibetano.

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Descoberta arqueológica em Salvador resgata memória de escravizados e marginalizados

Ossadas humanas foram encontradas durante as escavações no antigo Cemitério do Campo da Pólvora, localizado no subsolo do estacionamento da Santa Casa, em Salvador (BA).

A descoberta é resultado de pesquisa acadêmica da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e está sendo conduzida pelo projeto “Levantamento Arqueológico na Área do Antigo Cemitério do Campo da Pólvora”, da empresa Arqueólogos Pesquisa e Consultoria Arqueológica.

Escavação começou como projeto de doutorado (Imagem: Reprodução/Iphan)

A iniciativa conta com o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio da sua Superintendência na Bahia.

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Detalhes da descoberta arqueológica em Salvador

  • A pesquisa concluiu que o local abrigou o maior cemitério de escravizados da América Latina, onde também foram sepultadas outras populações marginalizadas;
  • A escavação iniciou em 15 de maio após a identificação do cemitério por meio de uma tese de doutorado;
  • A arqueóloga Jeanne Dias, coordenadora do projeto, explicou que a equipe enfrentou desafios significativos no processo. “Primeiro, tivemos que lidar com chuvas intensas que duraram quase uma semana. Depois, enfrentamos um aterro muito mais profundo do que o esperado — cerca de 2,90 metros — até alcançarmos a camada natural de solo, onde estavam os vestígios ósseos”, relatou;
  • O objetivo da iniciativa é localizar, resgatar e preservar os remanescentes humanos de alto valor histórico e simbólico;
  • Segundo Dias, essa descoberta tem potencial para promover o debate sobre igualdade social e estimular a criação de um banco de dados genéticos. “Contribui para devolver dignidade a essas comunidades, que foram enterradas de forma anônima e possibilita revisitar a presença desses grupos em Salvador, reconstruindo uma narrativa histórica que, por muito tempo, os invisibilizou”, afirmou.

As escavações tiveram início com um ato inter-religioso e ocorreram em data simbólica: os 190 anos da Revolta dos Malês, o maior levante de pessoas escravizadas na história da Bahia. Pesquisas indicam que o cemitério pode conter os restos mortais de participantes desse movimento, bem como da Revolta dos Búzios (1798) e da Revolução Pernambucana (1817).

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Expectativa é que achado conte melhor a história do povo da época (Imagem: Reprodução/Ipham)

Cemitério de dinossauros pode revelar evento catastrófico

A verdade é que ainda sabemos muito pouco sobre como era a vida dos dinossauros. Um dos maiores mistérios diz respeito ao comportamento destes antigos animais e sobre como era viver na Terra há milhões de anos atrás.

Mas um verdadeiro cemitério pré-histórico localizado sob as encostas de uma floresta em Alberta, no Canadá, pode ajudar a responder parte destas questões. No local, foram encontrados milhares de fósseis enterrados há 72 milhões de anos.

Todos os fósseis pertencem a mesma espécie

  • O local em questão é o riacho Pipestone, conhecido como “Rio da Morte”.
  • Milhares de fósseis já foram coletados no sítio arqueológico, mas estima-se que muitos outros sigam enterrados ali.
  • O mais impressionante é que todos os ossos pertencem a um dinossauro chamado Paquirinossauro.
  • Estes animais, que viveram durante o período do Cretáceo Superior, eram parentes do Tricerátops.
  • Eles mediam cerca de cinco metros de comprimento e pesavam duas toneladas.
  • As criaturas tinham quatro patas e cabeças enormes, adornadas com um “babado” ósseo característico e três chifres.
  • A marca registrada deles era uma grande protuberância no nariz.
  • As informações são da BBC.

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Estudo revela armas de 20 mil anos feitas com ossos de baleia

Cientistas estudaram as ferramentas mais antigas feitas com ossos de baleia até o momento. Datados de 20 mil anos atrás, os artefatos lançam luz sobre o uso dos restos mortais desses gigantes dos mares por humanos e trazem pistas sobre a ecologia marinha da época.

O grupo explicou que as baleias são uma importante fonte de comida e outros materiais, como óleo, ossos e barbatanas. Elas foram animais importantes para a sobrevivência dos grupos humanos em áreas costeiras.

Porém, como foi os primórdios da interação entre o Homo sapiens e esses colossos dos oceanos? O novo estudo, publicado na Nature Communications, traz pistas para a resposta.

Parte dos artefatos foi encontrada em 2022 na caverna de Isturits, na França. (Imagem: Jean-Marc Pétillon)

Ossos revelam antiga relação

A equipe analisou 83 ossos de sítios de escavação na região da Cantábria, na Espanha, e no sudeste da França, e 90 amostras ósseas adicionais da caverna de Santa Catalina, na Baía da Biscaia, também em território espanhol. Os pesquisadores reconheceram a idade e a espécie dos fósseis por meio da datação de radiocarbono e da espectrometria de massa.

O artigo sugere que as ferramentas poderiam pertencer aos magdalenianos – grupo humano que habitou a região de 19 a 14 mil anos atrás, durante o fim do último período glacial

Em entrevista ao site ScienceAlert, o paleontólogo e autor do estudo Jean-Marc Petillon explicou que as técnicas para caçar baleias surgiram milhares de anos depois. Então, os povos da região provavelmente coletavam os ossos de baleias encalhadas nas praias e usavam esses materiais para fabricar ferramentas, principalmente a ponta de projéteis.

“O fato de algumas pontas serem feitas de osso de baleia mostra que esse material era preferido ao chifre em certos casos. Provavelmente devido às suas grandes dimensões: algumas de nossas pontas de osso de baleia tinham mais de 40 centímetros de comprimento, o que é difícil de obter com chifre”, disse o pesquisador.

Fragmento de uma vértebra de baleia-comum do sítio de Santa Catalina, Espanha, de cerca de 15.500 a 15.000 anos atrás.
Fragmento de uma vértebra de baleia-comum do sítio de Santa Catalina, Espanha, de cerca de 15.500 a 15.000 anos atrás. (Imagem: Jean-Marc Pétillon)

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Milhares de anos, poucas mudanças

Ao analisar os ossos, a equipe identificou espécies como cachalotes, baleias-comuns e baleias-azuis, todas ainda presentes no Golfo da Biscaia, bem como baleias-cinzentas, uma espécie atualmente restrita principalmente aos oceanos Pacífico Norte e Ártico.

“Nosso estudo revela que os ossos vieram de pelo menos cinco espécies de baleias grandes, sendo que a mais antiga data de aproximadamente 19 a 20 mil anos atrás. Estes representam algumas das primeiras evidências conhecidas de humanos usando restos de baleia como ferramentas”, disse Jean-Marc Pétillon, autor sênior da pesquisa, em um comunicado.

A análise química dos artefatos revelou que os hábitos alimentares desses animais eram diferentes das de suas representantes atuais. O paleontólogo sugeriu que isso se deva a diferentes padrões de migração ou disponibilidade de comida, mas ainda não é possível saber a resposta.

“O que foi mais surpreendente para mim foi que essas espécies de baleias permaneceram as mesmas, apesar da grande diferença ambiental entre o Pleistoceno Superior e a atualidade. No mesmo período, as faunas continentais eram muito diferentes: os ungulados caçados – que incluem renas, antílopes saiga, bisões, etc. – todos desapareceram da Europa Ocidental hoje”, explicou o cientista.

O grupo disse que realizar esse tipo de pesquisa tem sido uma tarefa difícil. A elevação do nível do mar altera as linhas costeiras em todo o mundo, o que prejudica a preservação dos sítios arqueológicos nessas regiões. Mesmo assim, o estudo está completo e revela informações sobre os primórdios da interessante relação entre humanos e baleias.

“O mais emocionante para mim é esclarecer o quanto o mar e os animais marinhos também podem ter sido importantes para as pessoas daquela época”, concluiu Pétillon.

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Tabagismo afeta ossos e articulações, revelam estudos da USP

Estudos inéditos conduzidos por cientistas do Instituto dos Laboratórios de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da USP estão desvendando os impactos pouco explorados do tabagismo sobre o sistema musculoesquelético.

Coordenada pela Dra. Fernanda Degobbi, a equipe investigou como o cigarro afeta tecidos ósseos e cartilaginosos, além de seus já conhecidos prejuízos ao sistema respiratório.

As pesquisas apontam que o tabagismo acelera inflamações nas articulações, compromete células da cartilagem (condrócitos), reduz a produção de proteoglicanos e prejudica a matriz extracelular, enfraquecendo a estrutura das articulações.

No tecido ósseo, o cigarro reduz a densidade trabecular, estimula a reabsorção óssea e afeta a produção de colágeno tipo I, o que aumenta o risco de fraturas.

Estudos mostram danos do cigarro

  • Dois estudos do grupo, publicados recentemente na revista científica Cells, destacam os mecanismos celulares por trás desses efeitos.
  • Um deles mostra que a fumaça do cigarro induz a morte de condrócitos, processo parcialmente reversível com inibidores de TNF-alfa.
  • O outro revela que a enzima Rho quinase, aumentada pelo tabagismo, compromete a mobilidade e aderência dos osteoblastos, células fundamentais na formação óssea — um possível alvo para novas terapias.
Estudos mostram que o tabagismo afeta células da cartilagem, reduz densidade óssea e amplia inflamações articulares (LuYago/Shutterstock)

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Exercícios melhoram condição

Outra frente da pesquisa avaliou os benefícios do exercício físico em pacientes com problemas pulmonares graves.

O estudo clínico demonstrou que atividades aeróbicas e de força melhoram não só o condicionamento físico, mas também a resposta imune, aumentando células T reguladoras e reduzindo citocinas inflamatórias, como IL-6 e TNF-alfa.

Em paralelo, uma investigação liderada pelo ortopedista Dr. Marco Aurélio Silvério Neves analisou pacientes submetidos à artroplastia total de quadril.

O estudo mostra que, mesmo após anos de cessação do fumo, fumantes e ex-fumantes ainda apresentam maior inflamação intra-articular, redução celular na cartilagem e menor concentração de proteoglicanos.

“Ao comprometer ossos, músculos e articulações, o cigarro afeta a própria estrutura que sustenta o corpo”, alerta a Dra. Fernanda. Segundo ela, o objetivo da pesquisa é entender os mecanismos celulares e moleculares do tabagismo para desenvolver estratégias clínicas de prevenção, tratamento e reabilitação.

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Tabagismo enfraquece a estrutura do corpo, mesmo anos após a cessação do fumo – Imagem: shutterstock/Doucefleur

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Você já teve 100 ossos a mais: o que aconteceu com eles?

Acredite se quiser, mas você já teve quase 100 ossos a mais no seu corpo! Antes de crescer e virar um humano adulto típico com 206 ossos, todos nascem com cerca de 275 a 300 ossos ao todo. E, agora que você já sabe dessa informação, imagino que a pergunta que não quer calar é: onde eles foram parar?

Entenda:

  • Todo ser humano já teve cerca de 100 ossos a mais;
  • Quando nascem, os bebês precisam ser flexíveis o suficiente para passarem por uma abertura bem menor que o tamanho de seus corpos;
  • Por isso, os recém-nascidos possuem cerca de 275 a 300 ossos ao todo, mais curtos e flexíveis;
  • Conforme crescemos, alguns desses ossos se fundem para formar porções maiores;
  • Além disso, a cartilagem flexível é gradualmente transformada em tecido ósseo;
  • No fim das contas, o padrão de um humano adulto fica em 206 ossos no total.
Bebês nascem com quase 100 ossos a mais. (Imagem: Picsea/Unsplash)

Sabemos que, no nascimento, os bebês precisam passar por aberturas muito menores que o tamanho de seu corpo. Mas não dá para fazer isso com os ossos duros e longos de um humano adulto – e é exatamente aí que entram os ossos adicionais. Além de serem menores, muitos deles são, na verdade, pedaços de cartilagem flexível.

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Os 100 ossos a mais começam pela cabeça 

Como explica o pediatra Matthew Badgett ao IFLScience, parte desses ossos adicionais pode ser encontrada na cabeça dos recém-nascidos. “Os bebês nascem com cinco ossos cranianos principais que permitem que o crânio se molde durante o parto. A fontanela [ou moleira] é um espaço entre esses ossos cranianos que se fecha gradualmente ao longo do primeiro ou segundo ano de vida, à medida que o bebê desenvolve um crânio sólido e rígido.”

Perdemos ossos ao crescer?

Durante o desenvolvimento do embrião no útero da mãe, tem início um processo chamado de ossificação. Ela acontece lentamente, e, ao longo da infância, transforma a cartilagem flexível em tecido ósseo. É por isso que, quando uma criança quebra algum osso, a fratura costuma se regenerar mais rapidamente – e com menos chances de danos permanentes – do que no caso dos adultos.

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Ser humano adulto típico tem 206 ossos ao todo. (Imagem: Tima Miroshnichenko/Pexels)

Além disso, os ossos precisam acompanhar o crescimento do ser humano. Por isso, alguns dos fragmentos menores vão se fundindo para formar ossos maiores. Um processo semelhante à ossificação permite que as partes mais longas, como o fêmur, aumentem de comprimento. 

O processo pode acontecer em períodos diferentes para cada pessoa, mas, na fase adulta, o conjunto final padrão é sempre de 206 ossos.

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Por que os restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados?

Quando o Titanic naufragou em 1912, 2.200 pessoas estavam a bordo do navio. Destas, mais de 1.500 morreram na tragédia. Então como é possível que, ao longo de tantos anos de explorações, os restos mortais das vítimas nunca tenham sido encontrados em meio aos destroços? Há algumas explicações por trás disso…

Entenda:

  • Em 1912, o naufrágio do Titanic causou mais de 1.500 mortes – mas os restos mortais das vítimas nunca foram encontrados;
  • Uma das hipóteses por trás disso é a profundidade extrema em que o navio se encontra;
  • Como a água no fundo do oceano é subsaturada em carbonato de cálcio, os ossos das vítimas se dissolveram quando criaturas marinhas comeram a carne;
  • Outra explicação é que os coletes salva-vidas usados durante o naufrágio fez com que os corpos flutuasse após a morte, e tanto tempestades quanto correntes oceânicas os levaram para longe.
Proa do Titanic avistada em uma expedição de 2004. (Imagem: NOAA)

Os destroços do Titanic só foram encontrados em setembro de 1985, 73 anos depois do naufrágio. Desde então, o que sobrou do navio já foi explorado em inúmeras ocasiões – 33 delas só pelo diretor James Cameron, que visitou os destroços durante a produção do clássico Titanic, filme vencedor do Oscar.

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Vítimas do naufrágio podem ter sido dissolvidas

Em 2012, ao The New York Times, Cameron descreveu o que encontrou em suas visitas ao navio naufragado: “Não vi nenhum vestígio humano. Vimos roupas, pares de sapatos – o que sugere fortemente que houve um corpo ali em algum momento. Mas nunca vimos restos humanos”, contou o diretor na época.

Destroços do Titanic no fundo do mar
Restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados. (Imagem: Nuno Vasco Rodrigues/Shutterstock)

Uma das razões por trás disso é a profundidade extrema em que os destroços do navio se encontram. “A água no fundo do mar está subsaturada em carbonato de cálcio, que é, em grande parte, a composição dos ossos. [O Titanic] está abaixo da profundidade de compensação de carbonato de cálcio, então, uma vez que as criaturas comem sua carne e expõem os ossos, eles se dissolvem”, explica Robert Ballard, que localizou o Titanic em 1985, à NPR.

Restos mortais das vítimas do Titanic podem ter flutuado para longe

Outra explicação se deve ao fato de que muitos passageiros usavam coletes salva-vidas no momento do naufrágio, de modo que seus corpos continuaram flutuando no oceano após a morte. Além de tempestades que podem ter levado os corpos para longe dos destroços, correntes oceânicas continuaram varrendo os restos mortais ao longo dos anos, aponta o IFLScience.

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É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Os ossos são uma parte fundamental do corpo humano, responsáveis por exercer diversas funções importantes que vão além da sustentação e da mobilidade. Eles compõem o chamado sistema esquelético, que conta com outras partes tão essenciais quanto os ossos, como as cartilagens e os tendões.

Apesar de serem muito resistentes e capazes de sustentar um corpo pesado, além de realizarem inúmeras atividades físicas que não seriam possíveis sem o esqueleto, os ossos podem se quebrar por diversos motivos. Desde um pequeno exemplar encontrado em um dedo, até o fêmur, o maior osso que temos, pode ser fraturado dependendo do acontecimento.

Em casos de acidentes graves, uma pessoa pode ter múltiplas fraturas, que é quando diversos ossos do corpo humano são quebrados de uma só vez. Isso aconteceu com o ator Jeremy Renner, por exemplo, que quebrou 30 ossos em um acidente doméstico. Porém, existe um limite de fraturas simultâneas que nosso corpo pode aguentar? Veja tudo na matéria abaixo.

Para que servem os ossos no corpo humano?

O ser humano possui um sistema esquelético composto por ossos e cartilagens, arranjados perfeitamente para formar nosso esqueleto.

Existem diversos tipos de fraturas que nossos ossos podem sofrer. (Imagem: brgfx/Freepik)

Nosso corpo possui 206 ossos, que são responsáveis pela sustentação do organismo, proteção dos órgãos vitais, garantia da movimentação, produção de células sanguíneas e armazenamento de alguns sais minerais, como cálcio e fósforo.

Eles são formados por um tipo especial conjuntivo chamado de tecido ósseo, com uma matriz intracelular mineralizada. Apesar do que muita gente pensa, esse tecido é formado por células vivas: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.

O primeiro grupo dessas células é responsável pela síntese da matriz óssea, e são relacionadas com a reparação do osso.

Já os osteoclastos atuam na reabsorção do tecido ósseo, enquanto os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz e com a sua reabsorção quando estimulados pelo hormônio da paratireoide.

Os ossos ainda formam a estrutura básica do corpo, mantendo a nossa postura e forma. Os que estão localizados nos membros inferiores, como a coxa, a perna e o pé, permitem a nossa caminhada e outras atividades físicas.

Os ossos do esqueleto apendicular, como os do braço e antebraço, permitem a mobilidade do corpo.

Já os ossos do tórax servem para proteger o coração e os pulmões; as vértebras protegem a medula espinhal, e o crânio abriga o cérebro.

É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Em tese, é possível, sim, quebrar todos os ossos do corpo. Mas se isso acontecesse, a vítima dessa situação não sairia com vida. Por outro lado, há casos de pessoas que tiveram inúmeras fraturas ósseas (isto é, quebraram vários ossos, mas não todos) e ainda sobreviveram para contar história, mas são casos raros.

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É extremamente improvável que um ser humano quebre todos os ossos do corpo ao mesmo tempo e ainda sobreviva. (Imagem: pvproductions/Freepik)

Primeiro, devemos considerar que temos muitos ossos: ao todo, são 206. Os casos de fraturas múltiplas, geralmente, são causadas por acidentes gravíssimos, como quedas de grandes altitudes, esmagamentos e acidentes de alta velocidade. A gravidade desses acontecimentos já faria ser difícil que um ser humano sobrevivesse a eles.

Outro ponto importante a ser considerado é a densidade dos ossos humanos, que varia com a região do corpo e com o envelhecimento.

Algumas partes são mais densas e resistentes que outras, fazendo com que seja preciso muito mais intensidade em uma região do que outra para resultar em uma fratura. A densidade do fêmur, por exemplo, é bem maior do que a das falanges dos dedos.

O politraumatismo, que são múltiplos ferimentos graves que afetam diferentes partes do corpo ao mesmo tempo, tem um limite de sobrevivência que depende de alguns fatores, como:

  • Órgãos vitais envolvidos: se houver lesão grave no crânio, coluna ou órgãos internos, a chance de sobrevivência cai drasticamente;
  • Perda de sangue: muitas fraturas levam a hemorragias internas, que podem causar choque hipovolêmico (queda perigosa da pressão arterial);
  • Complicações respiratórias: se a caixa torácica estiver gravemente comprometida, pode ser impossível respirar adequadamente;
  • Assistência médica rápida: quanto mais rápido a vítima receber atendimento, maiores as chances de sobrevivência.

Múltiplas fraturas e sobrevivência

Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, como esquiadores ou paraquedistas que caíram de grandes alturas e, mesmo com muitos ossos quebrados, puderam sobreviver. Isso por conta de uma combinação de sorte, fisiologia e atendimento médico rápido.

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Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, mas não em todos. (Imagem: Tima Miroshnichenko/Pexels)

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Também não podemos esquecer dos casos de doenças em que os ossos ficam frágeis, como a osteoporose, a osteogênese imperfeita (conhecida como doença dos ossos de vidro) e artrite reumatóide, que aumentam muito as chances da pessoa ter múltiplas fraturas.

No caso da osteogênese perfeita, por exemplo, uma simples queda ou movimento brusco pode resultar em diversos traumatismos, como braços, pernas e costelas. A quantidade exata varia dependendo da gravidade da doença e da intensidade do trauma.

Contudo, por ser um risco grande que pode levar a complicações, quem possui essas condições precisa ter um cuidado ainda maior para evitar que aconteçam fraturas em seus corpos.

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O Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas. (Imagem: Andrey Popov/Shutterstock)

Não existem informações precisas ou registros oficiais sobre alguém que tenha sofrido o maior número de fraturas de uma vez e tenha sobrevivido. Contudo, o Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas (ou seja, as fraturas não ocorreram todas de uma única vez, variou com o tempo e o número de ocorrências foi aumentando).

O caso mais grave foi quando ele tentou pular a famosa fonte do Caesars Palace, em Las Vegas, e falhou, resultando em um traumatismo craniano e ossos quebrados em quase todo o corpo.

Ainda assim, ele continuou fazendo acrobacias e quebrando mais ossos ao longo dos anos, chegando a passar por mais de 15 cirurgias para colocar placas e pinos no corpo.

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Tesouro da Era do Gelo! Ossos de mamutes de 25 mil anos são encontrados 

Uma descoberta fascinante foi feita por pesquisadores da Academia Austríaca de Ciências. Eles localizaram ossos de pelo menos cinco mamutes em um sítio conhecido como Langmannersdorf, no norte da Áustria.

Além dos restos mortais dos animais antigos, foram encontradas ferramentas de pedra no local. Os objetos foram datados em cerca de 25 mil anos e oferecem pistas sobre como era a vida e os hábitos dos caçadores pré-históricos que habitaram a região.

Marfim era trabalhado para a produção de ferramentas

Em comunicado, a equipe de cientistas afirmou que ossos de pelo menos dois mamutes foram encontrados com marcas de corte. Isso indica que os animais eram desmembrados pelos humanos antigos.

Ossos datam de cerca de 25 mil anos (Imagem: Marc Händel/Academia Austríaca de Ciências)

Em uma outra área, restos de pelo menos outros três mamutes, incluindo presas inteiras e em pedaços, foram desenterrados. Eles revelam que o marfim era trabalhado para a produção de ferramentas, como pontas de lança.

Na época em que os animais viveram, o vale do rio Perschling era um local de passagem importante para os animais, além de servir como área de alimentação. Os arqueólogos acreditam que os caçadores pré-históricos tinham um profundo conhecimento do comportamento dos mamutes e usavam essas informações para planejar suas caçadas.

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Presas dos mamutes eram utilizadas para criar ferramentas com marfim (Imagem: Daniel Eskridge/Shutterstock)

Ideia é entender mais sobre os caçadores pré-históricos

  • O trabalho realizado pelos pesquisadores da Academia Austríaca de Ciências faz parte de esforços maiores de investigação de sítios arqueológicos na Polônia, República Tcheca e Áustria.
  • O objetivo é entender como era feita a caça e o aproveitamento de mamutes no passado.
  • Além disso, os estudos podem revelar como as mudanças climáticas entre 35 mil e 25 mil anos atrás impactaram os animais e os humanos antigos.
  • Todos os objetos desenterrados estão sendo analisados no Instituto Arqueológico Austríaco e devem ser expostos no Museu de História Natural de Viena e no Museu de História Local de Perschling, no futuro.

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Mulher de 1.500 anos é descoberta acorrentada em Jerusalém

Durante escavações em um mosteiro bizantino em Khirbat el-Masani, perto da Cidade Velha de Jerusalém, arqueólogos encontraram um esqueleto feminino envolto em correntes pesadas. A descoberta, feita em túmulos do século V, revelou restos mortais de homens, mulheres e crianças, mas a presença das correntes tornou essa sepultura especialmente intrigante.

Segundo o artigo que relata a descoberta, que será publicado  na edição de abril do Journal of Archaeological Science: Reports, as correntes não indicavam punição ou aprisionamento, mas sim uma prática ascética religiosa – que consistia em limitar a mobilidade do próprio corpo como forma de devoção espiritual.

Túmulo escavado em Jerusalém revela esqueleto de mulher de 1.500 anos envolto em esqueleto. Crédito: Autoridade de Antiguidades de Israel

Durante a vida, a pessoa provavelmente usava as correntes para renunciar aos prazeres terrenos e fortalecer sua fé. Esse tipo de ritual era mais comum entre monges cristãos da época, especialmente após o cristianismo se tornar a religião oficial do Império Romano, no ano 380.

O ascetismo ganhou força no período bizantino, quando muitos religiosos buscavam a purificação espiritual por meio de autoprivação. Alguns se isolavam no topo de colunas para orar, enquanto outros usavam correntes para limitar seus movimentos. Apesar de ser uma prática documentada entre homens, relatos históricos indicam que algumas mulheres também adotavam formas extremas de ascetismo.

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Como foi descoberto o sexo do esqueleto encontrado em Jerusalém

Para confirmar o sexo da pessoa, os pesquisadores analisaram peptídeos presentes no esmalte dentário. A presença do gene AMELX, ligado ao cromossomo X, e a ausência do gene AMELY, encontrado no cromossomo Y, indicaram que o indivíduo era biologicamente feminino. 

Arqueólogos encontraram os restos mortais de uma mulher acorrentada em uma sepultura da era bizantina em Jerusalém. Crédito: Matan Chocron / Autoridade de Antiguidades de Israel

Mulheres ascetas eram mais comuns entre a nobreza, mas geralmente seguiam práticas menos rigorosas, como jejum e oração. O uso de correntes pesadas era raro entre elas, tornando essa descoberta uma evidência única. Em entrevista ao site LiveScience, a arqueóloga Elisabetta Boaretto, do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, “restringir o corpo com correntes criava espaço para que a mente se concentrasse exclusivamente em Deus”.

A presença das correntes no enterro sugere que esse objeto fazia parte da identidade espiritual da mulher. Os pesquisadores acreditam que o sepultamento com as correntes foi uma forma de honrar sua dedicação religiosa, garantindo que seu compromisso espiritual fosse reconhecido mesmo após a morte.

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