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Novo Ozempic? Entenda como funciona a pílula que deve substituir a injeção

Conforme noticiamos na última quinta-feira (17), uma pílula de Ozempic foi desenvolvida pela empresa farmacêutica Eli Lilly para substituir as canetas injetáveis. Mas como a medicação sólida vai atuar contra a obesidade e diabetes tipo 2 ao substituir as injeções?

A farmacêutica publicou um release (veja aqui) que demonstra os resultados alcançados pelo remédio. A ideia é submeter o ensaio clínico completo para análise do órgão regulatório estadunidense, o Food and Drug Administration (FDA).

Segundo o estudo, as maiores doses do medicamento (em torno de 36 mg) levaram à queda de 8% da gordura corporal dos mais de 550 pacientes em que foi testado.

Doses menores, felizmente, também demonstraram um resultado positivo: quem tomou 12 mg perdeu 6% de gordura corporal; já com 3 mg, foi detectada a queda de 5% de gordura.

Para quem tem pressa:

  • A empresa farmacêutica Eli Lilly criou uma pílula com a mesma eficácia do Ozempic injetável;
  • O medicamento pode ter eficácia superior ao comprimido concorrente Rybelsus, da Novo Nordisk;
  • O estudo mostra uma perda eficiente de gordura corporal e controle da diabetes tipo 2;
  • Caso seja aprovado pelo órgão regulador estadunidense, o FDA, a ‘pílula de Ozempic’ pode chegar ao mercado já em 2026.

Como funciona a ‘pílula de Ozempic’?

O mecanismo de ação dessa pílula, consoante o release publicado pela empresa, é comparável às injeções de Ozempic e Mounjaro: a substância orforgliprona imita o comportamento de alguns hormônios, os quais informam ao cérebro que o estômago está cheio; esta ação diminui o apetite, auxilia no controle da glicose, e ajuda a emagrecer porque, por sentir-se saciado, a pessoa demora mais tempo para comer.

Mulher tomando uma pílula (Reprodução: Doucefleur/Shutterstock)

O maior desafio para criar uma pílula da classe dos GLP-1 eram os peptídeos: um pequeno grupo de proteínas fragmentadas. As canetas, por serem medicamentos injetáveis, não tem problema para administrar os peptídeos no corpo — a pílula, por outro lado, precisaria ser digerido no estômago e isso destruiria os peptídeos que fariam o remédio funcionar.

Então, o objetivo era desenvolver um fármaco sólido de via oral cujas propriedades não fossem destruídas durante o processo de digestão. Nisso, precisavam de uma molécula diferente de um peptídeo, mas cuja ação se assemelhasse a de uma.

Segundo o jornal The New Tork Times, a japonesa Chugai Pharmaceutical Co. tinha a resposta e a licenciou para a empresa Eli Lilly: uma molécula ainda menor do que um peptídeo.

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Esta molécula minúscula tinha a seguinte função: encaixar-se dentro da proteína que seria utilizada para ativar o GLP-1 no corpo humano. Uma vez ali dentro, a molécula obriga a proteína a funcionar da mesma forma como se o peptídeo estivesse inteiro.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
Caneta injetável de Ozempic (Reprodução: Marc Bruxelle/Shutterstock)

Isto é: a molécula engana a proteína (peptídeo) e isso faz a pílula funcionar com o mesmo efeito que uma caneta injetável da classe dos GLP-1, sem que a digestão da pílula no estômago interfira na eficácia do medicamento.

Todo esse esforço é notável porque a pílula deve funcionar com ou sem comida e a qualquer hora do dia — algo inovador para o tratamento da diabetes, visto que a insulina existe há décadas, também é um fármaco à base de peptídeos e que só está disponível de forma injetável.

A ideia de criar um medicamento oral não é nova: a Novo Nordisk já tem uma medicação oral comparável ao Ozempic e o Wegovy, chamada Rybelsus.

No entanto, o fármaco tem a orientação de ser administrado com doses altas, justamente porque a tecnologia utiliza o peptídeo inteiro — ao contrário do medicamento da Eli Lilly — e tem recebido indicativos de possuir uma eficácia menor porque boa parte da proteína é digerida pelo estômago.

Quais os efeitos colaterais?

Todo medicamento ou vacina que tem o funcionamento cientificamente comprovado possui efeitos colaterais. Com a ‘pílula de Ozempic’ não é diferente.

Os efeitos colaterais registrados pela empresa desenvolvedora foram náuseas, indigestão e diarréia: similares àqueles ocorridos durante o tratamento com as canetas injetáveis.

Os especialistas ainda precisam realizar mais análises sobre o estudo que justifica a eficácia do remédio, assim como a agência reguladora FDA. A proposta, no entanto, é que se esta alternativa for aprovada para comercialização, deve representar uma alternativa mais prática do que a medicação injetável.

Estima-se que o remédio chegue ao mercado em 2026.

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Melhor que Ozempic? Comprimido diário promete perda de peso e controle de diabetes

Na manhã desta quinta-feira (17), a empresa farmacêutica Eli Lilly divulgou resultados de um ensaio clínico que atesta que tomar um comprimido diariamente pode ser tão eficaz quanto os injetáveis Mounjaro e Ozempic quando se fala do controle de diabetes tipo 2.

O medicamento em questão é o orforgliprona e é da classe medicamentosa GLP-1, que é sucesso de vendas por conta de ajudarem na perda de peso. A diferença que podemos verificar entre o comprimido e os injetáveis é que este último é caro, precisa ser mantido em refrigeração constante e é invasivo.

Por sua vez, o orforgliprona tem potencial de ser bem mais utilizado por poder ser armazenada em temperatura ambiente e ser administrada via oral. Contudo, poderá ser tão cara quanto o Ozempic, por exemplo — no Brasil, o medicamento está na faixa dos R$ 1 mil.

Próximos passos para o comprimido chegar às farmácias

  • A Lilly indicou que, agora, vai submeter o remédio à Food and Drug Administration (FDA);
  • A expectativa da empresa é que o órgão estadunidense autorize o orforglipron para obesidade ainda este ano e, no início de 2026, para diabetes;
  • A expectativa de especialistas é que o medicamento seja aprovado em 2026 mesmo e que seja muito lucrativo para a Lilly;
  • O preço do comprimido deve ser anunciado pela farmacêutica apenas após sua aprovação.

Ao The New York Times, Craig Garthwaite, economista de saúde da Universidade Northwestern, disse que “o que estamos vendo começar a acontecer é uma luta pelo futuro do mercado da obesidade“.

Resultados do ensaio do comprimido

No resultado divulgado nesta quinta-feira (17), a farmacêutica apresentou apenas um resumo, algo obrigatório após receberem os resultados de estudos com potencial de afetar o preço de suas ações. Já os dados subjacentes não foram divulgados pela Lilly, tampouco foram examinados por especialistas externos.

A companhia indicou que apresentará resultados detalhados em reunião com pesquisadores sobre o diabetes em junho. Posteriormente, os publicará em periódico revisado por pares.

Medicações injetáveis, como o Wegovy, são invasivas e dependem de refrigeração constante (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Ensaio em si

Foram 559 pessoas que participaram do ensaio clínico. Elas têm diabetes tipo 2 e tomaram o comprimido ou placebo por 40 semanas. Aqueles que tomaram o orforgliprona tiveram a A1C (que mede níveis de açúcar no sangue com o passar do tempo) reduzida entre 1,3% e 1,6%.

Em ensaios não relacionados, o Ozempic e o Mounjaro conseguiram chegar a resultados similares. Em 65% das pessoas que tomaram o novo comprimido, o nível de açúcar no sangue foi reduzido e chegou à faixa normal.

Além disso, quem tomou a pílula também perdeu peso, com média de 7,2 kg para quem foi medicado com doses mais altas. A título de comparação, o Ozempic alcança a mesma quantidade com 40 semanas de tratamento, mas o comprimido perde ligeiramente para o Mounjaro (segundo ensaios clínicos não relacionados).

Já os efeitos colaterais atestados foram os mesmos que os dos injetáveis contra obesidade: diarreia, indigestão, constipação, náusea e vômito. Contudo, é possível que os benefícios diminuam e os efeitos colaterais aumentem conforme mais pessoas utilizarem o medicamento.

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Grupo de farmacêuticas atrás de medicações GLP-1

A Eli Lilly lidera seleto grupo de companhias que competem no desenvolvimento de comprimidos à base de GLP-1. Persistem preocupações significativas sobre possíveis efeitos colaterais graves que poderiam afastar pacientes do uso desses medicamentos.

No início da semana, por exemplo, a Pfizer revelou ter encerrado o desenvolvimento de comprimido semelhante após um participante de seu estudo apresentar “possível lesão hepática causada pelo medicamento”. No entanto, no ensaio conduzido pela Eli Lilly, o orforglipron não apresentou indícios de toxicidade hepática.

As ações da companhia dispararam após a divulgação dos dados promissores. Na quinta-feira, os papéis da companhia encerraram o dia com alta de 14%, o que representou acréscimo de US$ 100 bilhões (R$ 585,53 bilhões, na conversão direta) ao valor de mercado da empresa.

Esse foi o primeiro de sete estudos clínicos principais com o orforglipron a apresentar resultados. Alguns dos demais testes estão avaliando o uso do medicamento na perda de peso entre indivíduos sem diabetes. Resultados relacionados ao uso em pacientes obesos devem ser divulgados ainda neste ano.

Segundo o Dr. Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly, caso o remédio receba aprovação para o tratamento de obesidade e diabetes, a empresa estará preparada para produzir comprimidos em quantidade suficiente para atender à demanda. Ele declarou ter tomado conhecimento dos resultados do estudo na manhã de terça-feira (15), mas que a companhia já vinha se organizando para a fabricação antes mesmo de vê-los.

“Nas próximas décadas, mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes tipo 2 e mais de um bilhão viverão com obesidade”, afirmou Skovronsky. “Injeções não são soluções viáveis para bilhões de pessoas globalmente.”

Segundo o Times, atualmente, 12% dos adultos estadunidenses relatam ter utilizado medicamentos à base de GLP-1. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 40% da população adulta nos Estados Unidos é obesa e mais de 10% têm diabetes, majoritariamente do tipo 2.

Entre os medicamentos injetáveis mais populares já disponíveis, estão os da própria Eli Lilly — Zepbound, para obesidade, e Mounjaro, para diabetes —, além dos da Novo Nordisk, que comercializa o Wegovy (obesidade) e o Ozempic (diabetes).

Com o aumento da procura por esses tratamentos nos últimos anos, os custos crescentes passaram a pesar sobre empregadores e programas públicos de saúde, que já enfrentavam dificuldades com os preços dos medicamentos prescritos. A chegada do orforglipron promete ampliar ainda mais esse mercado e elevar a pressão sobre os orçamentos.

O surgimento do orforglipron representa, de certa forma, avanço notável da química moderna. Os medicamentos injetáveis com GLP-1 são compostos por peptídeos — pequenos fragmentos de proteínas (GLP é a sigla para peptídeo semelhante ao glucagon).

Como os peptídeos são digeridos no estômago, a criação de versão oral exigiu que os químicos desenvolvessem composto não peptídico com ação semelhante. Pesquisadores da Chugai Pharmaceutical, empresa japonesa, encontraram essa solução, licenciando o medicamento para a Lilly em 2018.

O avanço consistiu em descobrir molécula minúsculamilhares de vezes menor que um peptídeo — capaz de se encaixar em pequena cavidade na proteína-alvo dos GLP-1s. Quando isso ocorre, a proteína sofre alteração de forma, assim como acontece com a ligação do peptídeo natural. Segundo Skovronsky, encontrar essa molécula foi “o Santo Graal”.

O resultado é uma pílula que pode ser ingerida em qualquer horário do dia, com ou sem alimentos — algo praticamente inédito entre medicamentos peptídicos.

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Ozempic e medicações similares apresentam resultado similar no controle da diabetes, mas inferior quando o assunto é perda de peso) Imagem: KK Stock/Shutterstock

A insulina, provavelmente o peptídeo mais amplamente conhecido, existe há mais de 100 anos e ainda é administrada exclusivamente por injeção, apesar de tentativas persistentes de criar versão oral. O mesmo se aplica ao hormônio do crescimento humano e a diversos medicamentos para condições, como artrite e câncer.

A Novo Nordisk possui comprimido de GLP-1, o Rybelsus, que contém o próprio peptídeo GLP-1. No entanto, precisa ser administrado em doses elevadas e é menos eficaz que as versões injetáveis, pois é, em grande, parte digerido no estômago.

Para pacientes com diabetes ou que enfrentam a obesidade, uma pílula que substitua as injeções pode representar transformação profunda por diversos motivos. Um deles é a aversão que muitos têm às injeções.

O Dr. C. Ronald Kahn, professor da Escola de Medicina de Harvard e diretor acadêmico do Joslin Diabetes Center, também da universidade, afirmou ter diversos pacientes que evitavam iniciar o uso de Ozempic ou Mounjaro justamente por serem injetáveis. Uma pílula, afirmou, “seria, definitivamente, a escolha preferida da maioria das pessoas”.

O Dr. Sean Wharton, diretor da Wharton Medical Clinic em Burlington, Ontário (Canadá), vê potencial ainda maior. O médico, que participou do estudo da Lilly com o orforglipron voltado à obesidade, acredita que um comprimido pode levar o tratamento com GLP-1 a populações carentes ao redor do mundo.

“Pode ser facilmente produzido em uma fábrica e enviado para qualquer lugar”, afirmou. Seu custo de produção deve ser bem menor que o dos peptídeos e não exige canetas injetoras especiais nem refrigeração. Atualmente, os medicamentos estão disponíveis apenas para uma minoria com acesso a convênios de saúde ou recursos financeiros para arcar com o custo. O acesso está restrito, até agora, a países ricos.

Mas esse cenário começa a mudar: a Eli Lilly, recentemente, lançou seu medicamento injetável de GLP-1 na Índia. Lá, os pacientes teriam que pagar cerca de US$ 200 (R$ 1.171,06) por mês, valor fora do alcance da maioria da população local. Há expectativa de que, já no próximo ano, o Ozempic e o Wegovy possam ser vendidos como genéricos em alguns países, mas não nos Estados Unidos.

Com o orforglipron, “temos a chance de que um medicamento alcance milhões e milhões de pessoas”, disse o Dr. Wharton. No entanto, tudo depende da estratégia de precificação e distribuição da Eli Lilly. “É por isso que enfatizo a palavra ‘chance’”, completou.

Hoje, tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk oferecem seus injetáveis — Zepbound e Wegovy — por cerca de US$ 500 (R$ 2.927,65) mensais para pacientes estadunidenses que pagam do próprio bolso. Já empregadores e programas públicos, que cobrem a maior parte dos custos para os pacientes nos EUA, pagam valores semelhantes após negociações e descontos, cujos detalhes não são divulgados.

Logo da Lilly em um smartphone que está em uma mão; atrás, notebook com um gráfico
Ações e valor de mercado da Eli Lilly dispararam após divulgação dos resultados (Imagem: MacroEcon/Shutterstock)

Quando uma farmacêutica anuncia um preço, refere-se ao valor de tabela — ponto de partida para negociações. Raros são os pacientes que pagam esse valor integral. Analistas de Wall Street preveem que a Eli Lilly deverá definir o preço de tabela do orforglipron abaixo de US$ 1 mil (R$ 5.855,30) por mês, inferior aos de Zepbound (US$ 1.086/R$ 6.358,85) e Wegovy (US$ 1.349/R$ 7.898,79).

Como está bem à frente de concorrentes no desenvolvimento de comprimidos com GLP-1, a Eli Lilly deverá manter exclusividade nesse mercado por alguns anos — o que lhe garante margem para manter preços elevados por mais tempo.

Tornar o orforglipron acessível em escala global exigiria preços significativamente menores do que os praticados nos Estados Unidos. Medicamentos injetáveis de GLP-1 já são vendidos a preços bem inferiores na Europa. O presidente dos EUA, Donald Trump, frequentemente, criticava o fato de os estadunidenses pagarem muito mais do que outros países ricos pelos mesmos remédios, completa o Times.

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Ozempic: Anvisa agora vai exigir que a receita fique retida nas farmácias

A Anvisa decidiu tornar obrigatória a retenção da receita médica para a compra de medicamentos como Ozempic, Saxenda e Wegovy, conhecidos como canetas emagrecedoras, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira (16).

A nova regra vale imediatamente e foi aprovada por unanimidade pela diretoria colegiada da agência. Antes, a apresentação da receita era suficiente para comprar os remédios. Agora, a farmácia deve reter o documento no momento da venda.

A medida busca conter o uso indiscriminado desses medicamentos, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, mas que se tornaram populares para controle de peso.

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Com venda sob retenção de receita, agência quer evitar uso inadequado e proteger pacientes – Imagem: rafastockbr/Shutterstock

Medida protege a saúde pública

  • Segundo a Anvisa, a decisão visa proteger a saúde pública e garantir o uso racional dos fármacos.
  • Entidades médicas, como as sociedades brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes, já defendiam essa exigência.
  • Elas alertam que o uso sem orientação pode causar efeitos colaterais como náusea, constipação, diarreia e impactar negativamente a saúde mental, especialmente em pessoas com transtornos alimentares.

A obesidade é considerada um desafio global. No Brasil, mais da metade da população adulta vive com sobrepeso ou obesidade, e o acesso equilibrado a tratamentos eficazes é uma preocupação crescente entre especialistas.

Ozempic pode causar efeitos colaterais

Entre os estudos que avaliam os riscos que o uso de canetas emagrecedoras como o Ozempic pode representar, uma pesquisa recente fez uma descoberta alarmante.

Pesquisadores da Universidade de Utah identificaram que pacientes com problemas de visão, como danos ao nervo óptico, compartilhavam o uso desses medicamentos. Leia mais aqui.

Receitas de Ozempic, Wegovy e similares precisarão ser retidas pelas farmácias – Imagem: Natalia Varlei/Shutterstock

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Vem aí a próxima geração de remédios para perda de peso

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a obesidade como uma epidemia global: um problema que atinge uma a cada 8 pessoas no mundo, segundo dados do ano passado. De acordo com a entidade, esse quadro é preocupante, pois afeta a saúde e a produtividade – e tem um custo econômico equivalente ao do tabagismo, por exemplo.

É compreensível, portanto, o fenômeno dos remédios “milagrosos” para perda de peso. As famosas canetas para emagrecer. Ozempic, Saxenda, Mounjaro, Wegovy, Zepbound… Você já deve ter se deparado com algum desses nomes nos últimos anos.

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São medicamentos agonistas do receptor GLP-1. Controlam a glicemia, promovem a perda de peso e melhoram as complicações do diabetes. Originalmente, aliás, essas substâncias serviam para tratar o diabetes. Hoje, no entanto, são usadas na maioria das vezes para fins estéticos.

Um dado interessante é que duas farmacêuticas lideram o mercado desses remédios: a dinamarquesa Novo Nordisk (responsável pelo Ozempic e pelo Wegovy) e a americana Eli Lilly (do ZepBound e Mounjaro).

Atualmente, a segunda possui o medicamento considerado mais eficaz. As duas, no entanto, disputam uma corrida bem parelha – e já preparam o lançamento da próxima geração de remédios para emagrecer.

A empresa dinamarquesa Novo Nordisk já prepara a nova geração de remédios para emagrecimento – Imagem: Kittyfly/Shutterstock

Mais e mais canetas

  • A Novo Nordisk anunciou nesta semana que buscará a aprovação regulatória do seu novo remédio, o CagriSema, junto ao FDA.
  • O Food and Drug Administration funciona como a Anvisa dos Estados Unidos.
  • A previsão é que essa autorização saia no primeiro trimestre de 2026.
  • O CagriSema combina a semaglutida, ingrediente principal do Ozempic, com um medicamento chamado cagrilintida.
  • E a promessa é de oferecer melhor controle glicêmico e maiores resultados de perda de peso.
  • Nos testes da Fase 2, os pacientes perderam cerca de 23% do peso corporal.
  • Já na Fase 3, esse percentual caiu para 16%, em média.
  • São números superiores aos do Ozempic e do Wegovy, mas muito similares ao do Mounjaro, da concorrente Eli Lilly.
  • Isso desanimou um pouco o mercado – e levou a uma queda das ações da empresa dinamarquesa.
  • A notícia, porém, não parece ter desanimado os executivos da Novo Nordisk.
  • As vendas continuam em alta e, aqui no Brasil pelo menos, o Ozempic é o mais famoso desses medicamentos.
Canetas e caixa de injeção semaglutida Ozempic. Ambas tem cor azul e logo com partes vermelha e azul.
O Ozempic lidera hoje esse mercado no Brasil, mas deve enfrentar forte concorrência do Mounjaro, que detém resultados melhores – Imagem: Marc Bruxelle/Shutterstock

O futuro do futuro

Em paralelo ao CagriSema, a Novo já prepara o próximo passo nesse mercado de remédios para perda de peso. A empresa acaba de garantir os direitos globais para desenvolver, fabricar e vender um candidato a medicamento da chinesa United Laboratories International.

A companhia fez um depósito inicial de US$ 200 milhões e pode pagar até US$ 1,8 bilhão a mais dependendo de metas alcançadas. A nova droga se chama UBT251 – e já passa por testes na própria China.

Diferentemente das atuais, ela tem como alvo um total de três hormônios. Hoje, os remédios trabalham com o GLP-1, que imita um hormônio intestinal que ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue e a retardar a digestão, fazendo com que as pessoas se sintam saciadas por mais tempo.

Ao lidar com 3 hormônios ao mesmo tempo, a ideia é que o efeito seja superior.

Pessoa medindo circunferência da barriga
Esses remédios são importantes aliados na luta contra a obesidade, mas têm um problema grave: são caríssimos – Imagem: Fuss Sergey/Shutterstock

Vale destacar que, no ano passado, a rival Eli Lilly também se uniu a uma empresa de biotecnologia com sede na China para desenvolver um novo medicamento para obesidade. Só que, além de ajudar os pacientes a perderem peso, esse novo remédio também preserva os músculos.

As informações são do New Atlas.

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Mounjaro: concorrente do Ozempic chega ao Brasil com data e preço definidos

O mercado farmacêutico brasileiro receberá em breve um novo medicamento que promete impactar significativamente o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.

A farmacêutica Eli Lilly confirmou a chegada do Mounjaro, um medicamento que já ganhou notoriedade internacional por seus resultados promissores e potencial para superar o popular Ozempic.

O que é e como funciona o Mounjaro?

O Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, pertence à classe dos análogos de GLP-1, mas se destaca por sua ação dupla. Além de agir nos receptores do GLP-1, o medicamento também atua nos receptores do GIP, tornando-se um duplo agonista.

Estudos clínicos indicam que essa dupla ação pode levar a uma perda de peso mais expressiva e a um controle glicêmico mais eficaz em comparação com a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e Wegovy.

Os testes clínicos do Mounjaro demonstraram resultados impressionantes. Em média, os participantes que utilizaram a tirzepatida perderam 22,8 kg, enquanto aqueles que utilizaram a semaglutida perderam 15 kg.

Farmacêutica Eli Lilly confirmou a chegada do Mounjaro ao Brasil. (Imagem: KK Stock / Shutterstock)

Quando o Mounjaro chega ao Brasil?

O Mounjaro chega oficialmente ao Brasil no dia 7 de junho. Apesar da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para comercialização no Brasil ter ocorrido em setembro de 2023, a alta demanda global atrasou a chegada do Mounjaro ao país.

A expectativa agora é que o medicamento esteja disponível nas farmácias em canetas injetáveis para aplicação semanal.

Quanto custa o Mounjaro?

O preço máximo ao consumidor das quatro doses para um mês de tratamento foi fixado em R$ 3.627,82. No entanto, o valor final pode variar dependendo da farmácia e das condições de compra.

A acessibilidade do medicamento será um fator crucial para determinar seu impacto no mercado nacional.

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Medicamento representa uma nova esperança para milhões de brasileiros que buscam um tratamento eficaz e seguro para diabetes e obesidade. (Imagem: Mohammed_Al_Ali / Shutterstock)

O lançamento do Mounjaro no Brasil representa um avanço significativo no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. O medicamento oferece uma nova opção para pacientes que buscam um controle glicêmico mais eficaz e uma perda de peso significativa.

No entanto, é importante ressaltar que o uso do Mounjaro deve ser acompanhado por um médico, que avaliará a necessidade e a adequação do tratamento para cada paciente. O medicamento não é indicado para todos e pode apresentar efeitos colaterais.

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Ozempic pode ganhar rival para perda de peso: conheça a BRP

Pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, identificaram uma molécula natural que parece atuar como a semaglutida, princípio ativo do Ozempic, na supressão do apetite e no emagrecimento.

Chamada de BRP, a molécula ativa diferentes neurônios no cérebro e funciona sem causar efeitos colaterais já conhecidos do medicamento, como náusea, constipação e perda significativa de massa muscular.

“Os receptores visados ​​pela semaglutida são encontrados no cérebro, mas também no intestino, pâncreas e outros tecidos”, disse a professora assistente de patologia Katrin Svensson. “É por isso que o Ozempic tem efeitos generalizados, incluindo a desaceleração do movimento dos alimentos pelo trato digestivo e a redução dos níveis de açúcar no sangue. Em contraste, o BRP parece agir especificamente no hipotálamo, que controla o apetite e o metabolismo.”

Linha do tempo de teste feito em camundongos com injeção de BRP (Imagem: Reprodução)

Por enquanto, os testes foram realizados apenas em animais, mas ensaios clínicos em humanos já estão nos planos de uma empresa recém-fundada pela pesquisadora. As descobertas feitas até agora foram publicadas na revista científica Nature.

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Como foi feita a pesquisa?

O trabalho foi concentrado nos efeitos do pro-hormônio convertase 1/3, que está envolvido na obesidade humana. Um dos produtos desse pro-hormônio é o peptídeo semelhante ao glucagon 1, ou GLP-1, que regula o apetite e os níveis de açúcar no sangue; a semaglutida funciona justamente imitando o efeito do GLP-1 no corpo.

Os pesquisadores, então, examinaram 100 peptídeos quanto à sua capacidade de ativar células neuronais cultivadas em laboratório. Como esperado, o GLP-1 aumentou em três vezes sua atividade nas células neuronais em relação às células de controle.

Pesquisa identificou peptídeo que pode ser mais eficaz do que o GLP-1 (Imagem: zimmytws/iStock)

Mas outro peptídeo composto de apenas 12 aminoácidos aumentou a mesma atividade em dez vezes: o BRP, um peptídeo que tem como pró-hormônio parental o BPM/ácido retinoico induzível neural específico 2.

Ao testar o efeito da molécula com injeção intramuscular em camundongos magros, eles observaram uma redução de até 50% na ingestão de alimentos. Já camundongos obesos tratados com injeções diárias de BRP por 14 dias perderam uma média de 3 gramas, e também demonstraram melhor tolerância à glicose e à insulina.

“A falta de medicamentos eficazes para tratar a obesidade em humanos tem sido um problema por décadas”, disse Svensson. “Nada que testamos antes se comparou à capacidade da semaglutida de diminuir o apetite e o peso corporal. Estamos muito ansiosos para saber se ela é segura e eficaz em humanos.”

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