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Espécie de “peixe dinossauro” é flagrada pela 1ª vez na natureza

Mergulhadores cientistas encontraram pela primeira vez um peixe celacanto-indonésio (Latimeria menadoensis)  vivo na costa da Indonésia. A espécie é conhecida como “peixe dinossauro” e guarda características do período Devoniano, ocorrido há 420 milhões de anos.

A comunidade cientifica acreditava que os celacantos, uma ordem de animais conhecidos como “peixes dinossauros” ou “fósseis vivos”, estivessem extintos há 65 milhões de anos. Porém, em 1938, um pescador encontrou um Celacanto do Oceano Índico Ocidental (Latimeria chalumnae) na costa da África do Sul. Segundo a Revista Oceanographic, essa foi uma das maiores descobertas da área de história natural do século XX.

Um Latimeria menadoensis foi avistado pela primeira vez somente em 1997, quando os pesquisadores Arnaz e Mark Erdmann o encontraram em um mercado de peixes em Celebes do Norte. Mas, até o momento, o animal não havia sido fotografado e nem filmado em seu habitat natural, somente avistado por submarinos controlados remotamente.

Em outubro de 2024, os autores do novo estudo, publicado na Nature, mudaram a situação. O grupo encontrou um celacanto-indonésio de um metro de largura a uma profundidade de 144 metros na costa da província de Maluku do Norte, na Indonésia. 

“Nossos avistamentos recentes, combinados com o trabalho que realizamos em ecossistemas de corais do arquipélago de Maluku desde 2022, não apenas confirmam a presença de Latimeria, mas também – de forma mais ampla – a existência de habitats adequados para celacantos”, escreveram os pesquisadores

A primeira foto (à esquerda) é do dia 1 da pesquisa e a segunda foto (à direita), do dia 2. Os pesquisadores acreditam se tratar do mesmo espécime. (Imagem: Alexis Chappuis)

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Peixe raro pode sofrer com turismo

Os celacantos apresentam nadadeiras lobadas – carnudas e ósseas, parecidas com membros – diferente das outras ordens de peixes, que têm nadadeiras raiadas, formadas por teias de pele. Sua origem data do Devoniano, há 420 milhões de anos, e os espécimes apresentam características ancestrais, como uma articulação no crânio que lhes permite abrir a boca amplamente e escamas grossas.

No estudo, os pesquisadores apresentaram preocupação com a preservação de uma espécie tão rara e preciosa à história natural. Para proteger o animal, a equipe que o identificou decidiu manter a localização exata em segredo.

O grupo teme que turistas encham o local e prejudiquem o habitat da espécie. “Hoje, todas as populações conhecidas de celacantos estão sob pressão antropogênica globalmente, e novas ameaças podem surgir em um futuro próximo com o desenvolvimento de atividades turísticas potencialmente lucrativas e não regulamentadas”, escreveram os autores.

“Esperamos que este trabalho contribua para a conservação do celacanto na Indonésia, num contexto internacional de declínio drástico da biodiversidade e destruição dos ecossistemas naturais”, concluiu o grupo.

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Um peixe comum na sua dieta tem um dom: um olho migra para o outro lado da cabeça em nome da evolução

O linguado é conhecido por ser um peixe versátil na culinária, podendo ser usado com diferentes combinações e receitas. Esse animal faz parte do grupo dos peixes chatos, que possuem corpo oval e achatado.

Uma outra característica da família dos linguados é bastante peculiar e chama atenção de pesquisadores: ele nasce com um olho de cada lado da cabeça, mas, durante a vida, um dos olhos migra para o outro lado. No final das contas, os peixes desse grupo ficam com dois olhos de um só lado da face.

Essa peculiaridade levantou dúvidas na comunidade científica sobre a evolução desses animais. Alguns pesquisadores chegaram até a duvidar da Teoria da Evolução de Darwin, a mais estabelecida na ciência. Agora, já sabemos o que acontece. Confira.

Peixe chato vive no fundo do mar, com apenas uma face virada para cima (Imagem: I, Luc Viatour/Wikimedia Commons)

Linguado e outros peixes têm dois olhos de um mesmo lado da cabeça

A anatomia é estranha, mas tem suas vantagens. O linguado e mais outras 800 espécies de peixes chatos vivem deitados no fundo do mar, com os olhos fixos na água acima. Quando alguma presa passa, eles atacam. Nesse caso, ter um dos olhos fechados na areia não seria de muita utilidade.

Mas essa característica intriga pesquisadores. A teoria da evolução mais conhecida é a de Charles Darwin, que propõem que os animais evoluem através da seleção natural. Aqueles que têm características mais vantajosas sobrevivem e passam essas características para as próximas gerações. Aqueles que não as têm, desaparecem.

O linguado e seus parentes fizeram alguns cientistas duvidarem dessa teoria. Um deles foi o biólogo britânico St. George Jackson Mivart. Ele argumentou que seria impossível que a migração lenta de um dos olhos para o outro lado da cabeça seria vantajosa em todas as etapas. Ou seja, em algum momento durante esse movimento, a característica não seria uma vantagem e poderia eliminar os animais.

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São mais de 800 espécies na família dos peixes chatos (Imagem: Alfred Brehm – Tierleben/Wikimedia Commons)

Mas a teoria de Darwin prevaleceu, graças a outros parentes do linguado. Segundo o The New York Times, no começo dos anos 2000, pesquisadores descobriram que os parentes genéticos mais próximos do peixes chatos não são nada como eles. Na verdade, são grandes nadadores que passam a vida em mar aberto, como atuns e barracudas.

Isso sugere que, em alguma etapa da evolução, o linguado evoluiu para ganhar essa característica e se diferenciou de seus ancestrais. Uma pesquisa de 2018 descobriu que isso aconteceu há 66 milhões de anos, quando um asteroide atingiu a Terra e eliminou mais da metade das espécies daqui. A extinção em massa separou várias linhagens e forçou esses peixes a se estabeleceram no fundo do mar.

Linguado é um dos peixes chatos que mais conhecemos, por sua popularidade na alimentação (Imagem: yamada taro/Domínio Público)

Como essa migração acontece?

A mudança de hábitos levou à adaptação evolutiva. Um estudo de 2008 analisou fósseis de duas espécies antigas de peixes chatos e descobriu que eles tinham olhos dos dois lados da cabeça. No entanto, em algum momento, um dos olhos passou a ficar mais perto do topo do crânio.

A pesquisa documentou essa migração, com o olho indo aos poucos para o outro lado da cabeça.

Atualmente, sabemos como esse processo funciona:

  • O linguado e seus parentes nascem com um olho de cada lado;
  • Durante a metamorfose para a vida adulta, hormônios da glândula tireoide ativam genes do crânio do peixe que fazem o olho mudar de forma. Ele passa a ser empurrado para uma nova posição, do outro lado da cabeça.
  • Nesse processo, outros genes estimulam o crescimento de neurônios para que o olho continue conectado ao cérebro enquanto ‘viaja’ para o outro lado.

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E o que acontece depois que essa mudança é concluída?

Uma vez que a migração está completa, os peixes ficam com uma visão binocular para cima. Eles vivem deitados na areia no fundo do mar, escondidos, enxergando tudo que passa acima deles.

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Nemo! Mudanças climáticas fazem peixes-palhaço diminuírem de tamanho

Um novo estudo científico aponta que peixes-palhaço, semelhantes ao personagem Nemo do famoso filme da Pixar “Procurando Nemo“, estão encolhendo para sobreviver diante do aumento extremo das temperaturas marinhas.

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, foi conduzida por cientistas da Universidade de Newcastle (Inglaterra) e observou mudanças drásticas no tamanho corporal desses peixes durante as intensas ondas de calor oceânico registradas em 2023.

Descobertas do estudo sobre os peixes-palhaço

  • Os pesquisadores acompanharam pares de peixes-palhaço que vivem em recifes de coral na Baía de Kimbe, em Papua-Nova Guiné — região considerada um dos principais pontos de biodiversidade marinha do planeta;
  • Durante o verão de 2023, quando a temperatura dos oceanos subiu rapidamente, os cientistas constataram que os peixes perderam peso e reduziram seu tamanho em vários milímetros.
  • Cerca de 75% dos animais monitorados encolheram, ao menos, uma vez durante o período de calor extremo.

De acordo com a Dra. Theresa Rueger, professora de Ciências Marinhas Tropicais e coautora do estudo, o fenômeno vai além de uma simples perda de peso.

“Esses peixes estão, de fato, mudando ativamente de tamanho corporal como adaptação fisiológica. Tornam-se menores, o que reduz suas necessidades energéticas e melhora a eficiência no uso de oxigênio em ambientes mais quentes e com menos oxigênio disponível”, explica à BBC.

Adaptação fisiológica pode ser a chave para sobreviver às ondas de calor marinhas, segundo cientistas (Imagem: Beto_Junior/iStock)

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Os cientistas acreditam que o corpo do peixe pode estar absorvendo gordura e até massa óssea, como já foi observado em outras espécies afetadas por mudanças climáticas, como as iguanas marinhas. Essa hipótese, no entanto, ainda precisa ser comprovada por meio de estudos laboratoriais.

Aquecimento global impacta vida dos animais

A descoberta amplia o conjunto de evidências de que diversas espécies estão alterando sua forma física para lidar com o aquecimento global.

Casos semelhantes já foram registrados em aves, insetos e répteis. “Nemo pode ter um novo capítulo pela frente, em que ele não só enfrenta desafios familiares, mas também precisa lidar com um oceano em constante transformação”, comentou Rueger.

O estudo alerta para o impacto silencioso e profundo das mudanças climáticas na vida marinha. A diminuição do tamanho corporal pode ter consequências ecológicas importantes, afetando equilíbrio alimentar, reprodução e capacidade de fuga de predadores.

Para os pesquisadores, entender essas transformações é essencial para prever como os ecossistemas marinhos reagirão às crescentes pressões ambientais nas próximas décadas.

Impacto do aquecimento global foi observado em estudo com peixes-palhaço (Imagem: Zelenenka/Shutterstock)

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Procurando Nemo tem um erro que vai arruinar sua infância!

Você já assistiu Procurando Nemo, da Disney Pixar? No filme, o jovem peixe-palhaço Nemo é capturado por um mergulhador para ser levado a um aquário. Então, o pai do protagonista, Marlin (que também é um peixe-palhaço), resolve atravessar o oceano para salvar o filho. Mas tem um probleminha nessa história.

Isso porque a mãe de Nemo faleceu quando ele nem era nascido, o que tornou o pai tão protetor com o filhote. No entanto, cientificamente falando, algo bem diferente aconteceria: nos casos da morte da fêmea do grupo, o macho se torna a nova fêmea dominante. Ou seja, Marlin viraria a mãe de Nemo – e até encontraria outro parceiro.

Vamos entender como esse processo funciona.

Peixes-palhaço vivem em grupos hierárquicos e, quando a fêmea morre, tudo muda (Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução)

Peixes-palhaço machos podem se transformar em fêmeas

Os peixes-palhaço vivem em grupos hierárquicos, geralmente dentro de uma anêmona. Na hierarquia, há uma fêmea dominante, considerada a rainha, um macho reprodutor e outros machos menores. Se a fêmea morre (como aconteceu com a mãe do Nemo), o macho reprodutor se torna a nova fêmea. Já um macho menor, o segundo mais forte do grupo, se torna o novo macho reprodutor.

Esse ‘erro’ em Procurando Nemo veio à tona em um vídeo que viralizou no Reddit. É claro que nem tudo que está na internet é verdade, mas, nesse caso, a transformação do peixe-palhaço macho em fêmea é comprovada cientificamente (dê uma olhada neste artigo científico de 2013 sobre isso).

Vamos entender esse processo:

  • A ‘transformação’ do peixe-palhaço em fêmea é um fenômeno natural chamado hermafroditismo sequencial, um tipo de hermafroditismo que a espécie muda de sexo ao longo da vida;
  • Com a morte da fêmea dominante, a hierarquia do grupo deve prevalecer. O macho reprodutor é quem ‘sente’ essa necessidade, o que desencadeia um processo de estresse social e alterações hormonais;
  • O macho, então, começa a liberar hormônios que transformam seu corpo no corpo de uma fêmea. Assim, ele pode assumir o papel de rainha do grupo e continuar o ciclo reprodutivo;
  • Já no lugar que ele ocupava, vem o segundo macho mais dominante do grupo, que passa a ser o novo reprodutor.
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Cá entre nós, Procurando Nemo não é nenhum documentário (Imagem: Pixar Animation Studios/Divulgação)

Como seria Procurando Nemo neste caso?

Procurando Nemo teve consultoria de biólogos marinhos para tornar tudo mais condizente com a realidade. Mas, cá entre nós, o filme não é um documentário (se fosse, os peixes não falariam) e muitos aspectos foram alterados para apelar ao público infantil.

No caso da Disney Pixar seguir à risca os processos biológicos dos peixes-palhaço, Marlin viraria a nova fêmea do grupo (já que ele era o macho reprodutor) e teria um novo parceiro. Uma transformação e tanto na história.

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A publicação no Reddit já acumula mais de 40 mil interações e mais de 700 comentários. Usuários prontamente comentaram a situação: “não precisava saber disso. Infância arruinada”.

Veja o vídeo completo:

Now you won’t see Finding Nemo in the same light again
byu/nooper-soodles ininterestingasfuck

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“Criatura bizarra” encontrada nas profundezas do oceano não é o que parece

À primeira vista, o vídeo publicado no Facebook pelo Schmidt Ocean Institute, da Califórnia, parece mostrar um tipo de peixe bizarro com antenas. Mas, claro, é sempre bom lembrar que as aparências enganam, e a verdade por trás da criatura encontrada por cientistas nas profundezas do oceano Atlântico é bem mais simples.

Entenda:

  • Uma “criatura” de aparência bizarra foi encontrada no oceano Atlântico;
  • Trata-se, na verdade, de um peixe-rato com dois parasitas presos à sua cabeça;
  • Cada um dos parasitas carregava dois longos sacos com centenas de ovos – o que ajudou a tornar a tal “criatura” ainda mais esquisita.
“Criatura” era peixe com parasitas. (Imagem: Schmidt Ocean Institute)

Na legenda da publicação, a equipe do instituto dá fim ao mistério: a bizarra “criatura” é, na verdade, um peixe-rato com dois parasitas – chamados copépodes – presos em lados opostos de sua cabeça. Quanto às tais “antenas”, nada mais são do que longos sacos de ovos presos aos pequenos crustáceos.

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Criatura do Atlântico era peixe com parasitas

O peixe-rato e os copépodes foram encontrados a 489 metros de profundidade durante uma expedição para examinar as águas das Ilhas Sandwich do Sul. O objetivo da missão era analisar a biodiversidade da região, e, inesperadamente, a equipe acabou registrando a tal criatura misteriosa.

Parasita copépode. (Imagem: shoma81/Shutterstock)

Os parasitas – que pertencem à espécie Lophoura szidati – “se alimentam de sangue e fluidos do hospedeiro usando suas partes bucais raspadoras inseridas nos músculos do peixe”, disse o biólogo James Bernot, que não participou da expedição, ao Live Science.

‘Antenas’ da criatura misteriosa eram ovos de crustáceos

No vídeo do Facebook, cada copépode pode ser visto carregando dois sacos com centenas de ovos cada. De acordo com Bernot, os parasitas “carregam seus ovos em sacos presos ao corpo até que eles eclodam e se transformem em náuplios [larvas de crustáceos], que passarão por vários estágios larvais e, eventualmente, encontrarão seu próprio hospedeiro.”

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É verdade que a memória dos peixes dura apenas 3 segundos?

A ideia de que os peixes têm uma memória extremamente curta, durando apenas três segundos, é um mito que muitas pessoas acreditam. Essa crença ganhou ainda mais força com personagens como Dory, do filme “Procurando Nemo”, que sofre de perda de memória recente. 

No entanto, estudos científicos recentes demonstram que a realidade é bem diferente. Os peixes possuem capacidades cognitivas surpreendentes, com memórias que podem durar semanas, meses e até mesmo anos.

O mito da memória de 3 segundos e sua origem

Imagem: Pixar Animation Studios / Divulgação

A noção de que peixes têm memória curta provavelmente surgiu de observações simplistas sobre seu comportamento em cativeiro. Como eles frequentemente repetem ações sem aparente aprendizado, muitas pessoas assumiram que não retêm informações. 

No entanto, pesquisas realizadas em universidades ao redor do mundo mostram que essa visão está completamente equivocada.

Evidências científicas da memória de longo prazo

Peixe donzela / Crédito: Udo Schroter (animaliabio/reprodução)

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) revelou que o peixe-donzela, comum nos recifes brasileiros, possui memória significativa em interações sociais.

O estudo, publicado na Frontiers in Behavioral Neuroscience, mostrou que esses peixes reconhecem indivíduos familiares e reduzem sua agressividade quando encontram vizinhos conhecidos, mantendo essa memória por até 10 dias.

Pesquisadores australianos da Universidade Charles Sturt descobriram que a perca prateada (Bidyanus bidyanus) consegue lembrar de predadores mesmo após um único encontro, mantendo essa memória por até 12 meses. Kevin Warburton, um dos autores do estudo, afirmou que esses peixes evitam anzóis após uma experiência negativa, demonstrando aprendizado e memória de longo prazo.

Perca prateada / Crédito: Mitch Ames (animaliabio/reprodução)

Cientistas canadenses da Universidade MacEwan testaram a memória de ciclídeos africanos (Labidochromis caeruleus) em um experimento com recompensas alimentares. Os peixes foram treinados a associar uma área do aquário com comida e, mesmo após 12 dias longe desse ambiente, lembravam exatamente onde encontrar o alimento.

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Inteligência adaptativa e comportamento social

Crédito: Imagem feita por IA (ChatGPT/reprodução)

A memória é essencial para a sobrevivência dos peixes. Eles aprendem a reconhecer áreas de risco, identificar fontes de alimento e até formar laços com indivíduos específicos. O pesquisador Kevin Warburton afirma que espécies de peixes preferem a companhia de indivíduos familiares. Comportamento que indica que são capazes de reconhecer outros peixes de forma individual.

Além disso, peixes que escapam de anzóis tendem a evitar armadilhas semelhantes no futuro, revelando não apenas memória, mas também aprendizado adaptativo.

Em resumo, os peixes não apenas têm memória, como usam esse recurso para adaptar seus comportamentos, sobreviver e manter a harmonia nos ecossistemas. O mito dos “três segundos” é uma simplificação incorreta, que desconsidera a complexidade cognitiva desses animais.

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8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações

No fundo dos oceanos, nas profundezas de cavernas e até mesmo enterrados no solo, existem criaturas que desafiam os limites da vida ao sobreviver em ambientes totalmente desprovidos de luz. Esses animais vivem em um mundo de escuridão, onde a visão muitas vezes se torna desnecessária e outros sentidos são refinados para garantir sua sobrevivência.

Alguns animais desenvolvem corpos translúcidos ou despigmentados, já que a coloração não tem utilidade na ausência de luz. Outros aprimoram sentidos como tato, audição e olfato para explorar o ambiente ao redor. Há ainda aqueles que contam com simbiontes para obter nutrientes ou que evoluíram estratégias de caça altamente especializadas.

Confira a seguir 8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações para sobreviver nestes ambientes.

8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações

Peixe-cego mexicano (Astyanax mexicanus)

O peixe-cego mexicano (Astyanax mexicanus), também chamado de tetra-cego, é um peixe de água doce que apresenta duas formas distintas: uma de superfície, com olhos funcionais e coloração prateada, e outra subterrânea, que evoluiu em cavernas e apresenta um olho vestigial, em função.

A forma cavernícola desse peixe possui características adaptativas notáveis, como a ausência de pigmentação, tornando-o translúcido ou esbranquiçado, além da degeneração dos olhos durante o desenvolvimento.

Para compensar a cegueira, ele desenvolveu um sistema sensorial apurado por meio da linha lateral, que permite detectar vibrações e mudanças na pressão da água, facilitando a navegação e a busca por alimento em ambientes escuros e com escassez de recursos.

Por conta dessa fascinante característica, o Astyanax mexicanus é utilizado em estudos sobre distúrbios visuais humanos, como a degeneração da retina, tornando-se um modelo para compreender a evolução e a plasticidade genética dos organismos.

Peixe-cego das cavernas mexicanas. Crédito: Pavaphon Supanantananont – Shutterstock

Peixe diabo-negro (Melanocetus johnsonii)

Esse peixe abissal é um predador impressionante da zona de escuridão do oceano. Vivendo a mais de 1.000 metros de profundidade, onde a luz solar não alcança, ele se destaca por sua aparência assustadora. Com dentes longos e uma boca capaz de engolir presas quase do seu próprio tamanho, já que seu estômago é extremamente flexível, possibilitando ingerir grandes quantidades de comida de uma vez, garantindo reservas para longos períodos sem alimento.

Para sobreviver nesse ambiente extremo, ele desenvolveu adaptações impressionantes, como um corpo escuro e flácido, que o ajuda a se camuflar na escuridão. Sua característica mais marcante é a presença de um filamento bioluminescente, chamado ilício, que se projeta da cabeça e atrai presas ao emitir luz por meio de bactérias simbióticas. Esse mecanismo permite que o diabo-negro cace sem gastar energia perseguindo suas vítimas, uma estratégia essencial em um ambiente com poucos alimentos.

Peixe diabo-negro (Melanocetus johnsonii)
Peixe diabo-negro. (Imagem: Monterey Bay Aquarium Research Institute)

Caranguejo-yeti (Kiwa hirsuta)

O caranguejo-yeti é um crustáceo descoberto em 2005 nas profundezas do Oceano Pacífico, próximo às fontes hidrotermais. Ele vive a mais de 2000 metros de profundidade, em um ambiente extremo sem luz solar e com temperaturas variando drasticamente devido às emissões químicas das fendas oceânicas.

Uma de suas características mais marcantes são as pinças cobertas por cerdas semelhantes a pelos, que abrigam colônias de bactérias quimiossintetizantes, que ajudam a converter os compostos químicos liberados pelas fontes hidrotermais em energia, fornecendo uma fonte alternativa de alimento para o caranguejo, que pode raspá-las e ingeri-las.

Caranguejo Yeti (Kiwa hirsuta). (Imagem: Bernard Wee/iNaturalist)

Além dessa relação simbiótica, o Kiwa hirsuta possui olhos reduzidos e não funcionais, então para se orientar e detectar presas ou perigos, ele depende de suas longas antenas e de sensores táteis e químicos espalhados pelo corpo. Sua coloração esbranquiçada também é um resultado da ausência de luz, pois não há necessidade de pigmentação para camuflagem.

Isópode-gigante (Bathynomus giganteus)

Esse crustáceo marinho é um dos maiores isópodes conhecidos, podendo atingir mais de 50 cm de comprimento. Habita as regiões abissais do oceano, geralmente entre 500 e 2.500 metros de profundidade, onde a comida é extremamente escassa e a pressão é altíssima. Seu formato achatado e sua rígida carapaça o protege de predadores e do ambiente hostil.

Isópode-gigante
Isópode-gigante da espécie Bathynomus giganteus. (Imagem: kikujungboy CC/Shutterstock)

O isópode-gigante é um necrófago, o que significa que se alimenta de carcaças de peixes e mamíferos marinhos que afundam até o leito oceânico. Para sobreviver, possui um metabolismo extremamente lento e pode ficar meses sem se alimentar. Seu tamanho avantajado é um exemplo do fenômeno conhecido como gigantismo abissal, comum em invertebrados que vivem nas profundezas.

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Grilo-das-cavernas (família Rhaphidophoridae)

O grilo-das-cavernas, pertencente à família Rhaphidophoridae, é um inseto adaptado a ambientes subterrâneos onde a umidade e escuridão predominam, como cavernas, túneis e fendas em rochas. Esses grilos possuem pernas traseiras muito longas e antenas extremamente compridas, que os ajudam a se locomover e explorar o ambiente ao redor, mesmo sem depender da visão.

Muitas espécies dessa família têm olhos reduzidos ou ausentes, já que vivem em locais onde a luz é praticamente inexistente. Como compensação, desenvolveram um sistema sensorial apurado, usando suas antenas para detectar obstáculos, vibrações e a presença de outros organismos.

Como vivem em locais onde a comida é escassa, os grilos-das-cavernas são oportunistas, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição, fezes de morcegos e até mesmo de outros insetos. Algumas espécies podem viver anos sem ingerir grandes quantidades de alimento, graças ao seu metabolismo reduzido.

Grilo-das-cavernas (família Rhaphidophoridae)
Grilo das cavernas (Rhaphidophoridae). (Imagem: Tukkatar/Shutterstock)

Poliqueta Osedax sp. (o “verme-zumbi”)

No meio da escuridão, os vermes do gênero Osedax vivem fixados em ossos de baleias que afundam no oceano após sua morte. Sem boca, estômago ou sistema digestivo tradicional, eles contam com bactérias simbióticas para decompor os tecidos e os lipídios dos ossos, absorvendo os nutrientes de maneira indireta.

Uma característica fascinante desses poliquetas é o extremo dimorfismo sexual: as fêmeas são relativamente grandes e dominam os ossos, enquanto os machos permanecem microscópicos e vivem dentro dos corpos das fêmeas, apenas com a função de fertilizar seus ovos.

Criaturas abissais devoradoras de ossos parecem plantas, mas são animais que existem há mais de 100 milhões de anos no fundo dos oceanos. Imagem: Yoshihiro Fujiwara/JAMSTEC/Smithsonian Institution’s Ocean Initiative

Salamandra-cega-do-Texas (Eurycea rathbuni)

Essa salamandra aquática habita cavernas submersas no estado do Texas, nos Estados Unidos. Seu corpo é pálido, quase translúcido, e seus olhos são atrofiados e cobertos por pele, tornando-a completamente cega.

Para sobreviver na escuridão, a salamandra desenvolveu sentidos extremamente aguçados. Seus sensores na pele detectam vibrações na água, permitindo que perceba o movimento de presas, como pequenos crustáceos e insetos. Como o ambiente subterrâneo tem poucos recursos alimentares, essa espécie tem um metabolismo incrivelmente lento e pode sobreviver longos períodos sem comida.

Salamandra-cega-do-Texas. (Imagem: rachelmahaffey/iNaturalist)

Peixe olho-de-barril (Macropinna microstoma)

Esse peixe das profundezas tem uma das aparências mais peculiares entre os animais que vivem sem luz. É uma espécie rara e fascinante que vive em profundidades entre 600 e 800 metros, nas zonas escuras do oceano Pacífico. Sua principal característica é a cabeça transparente e em forma de cúpula, através da qual se pode ver seus olhos verdes e tubulares, voltados para cima.

Esses olhos são extremamente sensíveis à luz e permitem que o peixe detecte as silhuetas de presas nadando acima dele, mesmo com pouquíssima luminosidade. Ao contrário do que parece, os “olhos” visíveis na frente do rosto são, na verdade, órgãos olfativos – os olhos reais estão dentro da cabeça translúcida.

Peixe olho-de-barril. (Imagem: Monterey Bay Aquarium Research Institute)

Ele se alimenta principalmente de pequenos animais gelatinosos, como sifonóforos, e é capaz de mover seus olhos dentro da cabeça para mirar à frente quando necessário.

Ao contrário da maioria dos peixes, seus olhos são orientados para cima e podem girar dentro do crânio, permitindo que ele enxergue presas acima sem precisar mover o corpo. Essa adaptação é fundamental para capturar pequenos organismos bioluminescentes que nadam na escuridão.

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Peixe mais feio do mundo ganha prêmio na Oceania

Pode parecer estranho, mas existe uma competição que define o animal mais feio do mundo. Assim como há torneios para saber quais foram os seres que mais se destacaram no ano. E o mais impressionante é que o mesmo peixe ganhou essas duas premiações.

A estrela dessa história leva o nome científico de Psychrolutes marcidus, e é popularmente chamado de peixe-bolha. Em setembro de 2013, a espécie venceu uma votação popular e se tornou o mascote oficial da Sociedade para a Preservação dos Animais Feios, da Inglaterra.

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Algumas pessoas podem estar torcendo o nariz para um título desses, mas a intenção desse entidade é completamente louvável: a ideia é chamar a atenção das pessoas e das autoridades para todos os animais que correm risco de extinção, não apenas os fofos.

À época, o biólogo e presidente da Sociedade, Simon Watt, deu uma explicação bem razoável sobre o trabalho que desenvolvem:

“Nossa abordagem convencional à conservação é egoísta. Nós só protegemos animais com os quais nos identificamos porque eles são fofinhos, como os pandas. Se as ameaças de extinção são tão ruins quanto parecem, focar somente na fauna carismática não faz sentido”, disse o especialista.

“Não tenho nada contra pandas, mas eles têm quem os ajude. Já esses animais (os ‘feios’) precisam da nossa ajuda”, concluiu.

O peixe-bolha (Psychrolutes marcidus) fica com esse aspecto quando sobe para a superfície – Imagem: Kerryn Parkinson (NORFANZ Founding Parties) / Divulgação

O peixe do ano

  • Pois bem, se em 2013 o peixe-bolha foi considerado o animal mais feio do mundo, ele agora encontrou sua redenção.
  • A espécie acaba de ganhar a eleição de “Peixe do Ano”, competição organizada pelo Fundo de Conservação Mountains to Sea, na Nova Zelândia.
  • A disputa tem como objetivo promover a conscientização sobre a vida aquática da região.
  • A espécie era um azarão na disputa – e acabou ganhando graças a uma campanha local.
  • O Psychrolutes marcidus vive no fundo do mar, em profundidades que variam entre 600 e 1,2 mil metros.
  • Ele é encontrado em regiões como a costa sudeste da Austrália e o litoral da Tasmânia.
  • A espécie pode crescer até cerca de 30 cm de comprimento e se alimenta de caranguejos, lagostas e moluscos.
  • Ele ganhou o apelido de peixe-bolha, pois seu corpo fica todo deformado quando sobe para a superfície.
  • No fundo do mar, ele se parece com um peixe normal, só que o seu corpo é gelatinoso.
  • Quando ele sobe para a superfície, a diferença de pressão faz que ele quase “derreta”, já que não possui um esqueleto completo.
  • E são essas fotos “derretidas” que deram a ele o título de animal mais feio do mundo.
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No fundo do mar, ele tem a aparência de um peixe normal – Imagem: UW/NSF-OOI/CSSF Dive R1470; V11)

Risco de extinção?

Não existem muitos estudos sobre o peixe-bolha e, portanto, os cientistas não têm uma conclusão sobre o status de risco de extinção da espécie.

Os especialistas, porém, costumam alertar para eventuais perigos, uma vez que esses animais ficam muito próximos de caranguejos e lagostas e, com isso, acabam sendo vítimas de pesca de arrasto no fundo do mar.

Vale destacar que o peixe-bolha não faz parte do cardápio de nenhuma cultura no mundo, ou seja, ele não é nem sequer aproveitado como alimento depois de ser pego por esses pescadores.

Ao receber o título de Peixe do Ano, os organizadores da competição esperam que o peixe-bolha volte a chamar a atenção do mundo para os animais com risco de extinção. E ele parece ser o “garoto propaganda” perfeito para isso: se tem uma coisa que essa espécie faz é chamar a atenção das pessoas.

As informações são da BBC.

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Fóssil de peixe inédito tem 15 milhões de anos; veja!

Na Austrália, pesquisadores encontraram o fóssil de uma espécie inédita de peixe de água doce com conteúdo estomacal preservado. Com idade estimada em 15 milhões de anos, o exemplar recebeu o nome de Ferruaspis brocksi e foi detalhado em um artigo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology.

Entenda:

  • O fóssil de uma espécie inédita de peixe de água doce foi descoberto na Austrália;
  • O exemplar de 15 milhões de anos recebeu o nome de Ferruaspis brocksi, e é a primeira evidência desse tipo encontrada no país;
  • O conteúdo estomacal do peixe estava preservado, e apontou uma dieta rica em invertebrados com destaque para larvas de mosquitos;
  • Graças a uma técnica que jamais havia sido usada em peixes antes, também foi possível determinar a cor do fóssil, que tinha a barriga mais clara e duas listras laterais no corpo. 
Fóssil de peixe descoberto na Austrália pertencia a espécie inédita. (Imagem: Laura Martin/University of New South Wales)

O F. brocksi é o primeiro fóssil de eperlano (pequeno peixe da família Osmeridae) de água doce descoberto na Austrália. Até então, não havia nenhuma evidência concreta que permitisse compreender a chegada da família ao país e se ela havia evoluído com o passar dos anos. 

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Conteúdo estomacal revelou detalhes sobre fóssil de peixe

Graças à preservação do conteúdo estomacal do fóssil, a equipe foi capaz de mergulhar fundo nos hábitos alimentares da espécie – que, como descobriram, consistia em uma variedade de invertebrados (principalmente pequenas larvas de mosquitos).

Conteúdo estomacal preservado revelou hábitos alimentares de peixe. (Imagem: Australian Museum)

Além disso, os pesquisadores também puderam identificar a cor do fóssil de F. brocksi. “O peixe era mais escuro na superfície dorsal, mais claro na barriga e tinha duas listras laterais ao longo do corpo. Usando um microscópio poderoso, conseguimos ver pequenas estruturas produtoras de cor conhecidas como melanossomos”, explicou Michael Frese, participante da pesquisa.

Frese completou dizendo que os melanossomos fossilizados já eram usados como uma forma de reconstruir a cor de penas, mas, até então, a técnica nunca havia sido aplicada no caso de peixes.

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