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Descoberta em Marte é “muito mais” do que a NASA esperava

As rochas de Marte podem parecer todas iguais, mas a NASA parece ter encontrado uma área no mínimo intrigante no Planeta Vermelho. A agência espacial anunciou esta semana que o rover Perseverance, que chegou à borda da Cratera de Jezero no fim do ano passado, está superando as expectativas em suas pesquisas.

A região onde o rover está atualmente é chamada de “Colina da Hamamélis”. O veículo passou três meses escalando a parede oeste da Cratera de Jezero até atingir a borda onde se encontra agora.

“Durante campanhas científicas anteriores em Jezero, podia levar meses para encontrarmos uma rocha significativamente diferente da última coletada – algo cientificamente único o suficiente para valer a análise”, disse Katie Stack Morgan, cientista do projeto Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia. “Mas aqui, na borda da cratera, há rochas novas e intrigantes por toda parte. Foi tudo o que esperávamos… e muito mais.”

Segundo a NASA, essa região abriga inúmeras rochas fragmentadas, outrora derretidas, que foram ejetadas de seu ambiente subterrâneo há bilhões de anos devido a um ou mais impactos de meteoros – incluindo possivelmente o que formou a própria cratera.

Uma das câmeras de risco do Perseverance capturou a sonda perfuradora coletando a amostra de rocha do “Rio Principal” em “Witch Hazel Hill” em 10 de março de 2025, o 1.441º dia marciano, ou sol, da missão. (Crédito da imagem: NASA/JPL-Caltech)

Onde o Perseverance está explorando em Marte?

Essas rochas já estiveram enterradas no passado. Uma delas, ainda não analisada pelo rover, apresenta sinais de alteração pela água – quando o líquido ainda fluía pela superfície marciana.

O Perseverance já coletou amostras na região. Em um dos locais, um afloramento chamou a atenção da equipe por conter minerais ígneos cristalizados a partir de magma nas profundezas da crosta marciana. No entanto, após duas tentativas de perfuração falharem devido à fragilidade da rocha, o rover percorreu cerca de 160 metros a noroeste, em direção a outra formação intrigante, apelidada de “Tablelands”.

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Tablelands é composta quase inteiramente por minerais serpentinos, que se formam quando grandes quantidades de água interagem com rochas ricas em ferro e magnésio. Dessa vez, a coleta foi bem-sucedida.

(Imagem: NASA/Instagram)

“Já tivemos problemas antes, quando fragmentos de rocha atrapalharam o vedamento perfeito do tubo”, explicou Kyle Kaplan, engenheiro de robótica do JPL. “No caso de Tablelands, fizemos de tudo. Ao longo de 13 sóis” (dias marcianos), “escovamos a parte superior do tubo 33 vezes e tentamos vedá-lo oito vezes. Até o sacudimos uma segunda vez para garantir.”

Desde a chegada a Marte, o rover Perseverance já registrou cerca de 800 mil imagens do planeta. Além das fotos, o equipamento coletou 27 amostras de rochas e solo marciano, sendo a primeira missão a criar um depósito de amostras fora da Terra. 

Com mais de quatro anos de operação, a missão do Perseverance ainda está longe de acabar. Se comparado ao rover Curiosity, que está em Marte há mais de 12 anos, ele ainda tem muito mais para explorar e descobrir sobre o Planeta Vermelho.

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NASA flagra mini-twisters em Marte; veja

O rover Perseverance da NASA capturou imagens de um fenômeno curioso em Marte: um redemoinho de poeira “engolindo” outro. O vídeo foi feito em 25 de janeiro durante uma missão para entender melhor as forças na atmosfera da Cratera Jezero, onde mini-twisters são comuns, segundo a agência espacial.

O explorador de seis rodas estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos; um deles tinha 65 metros de largura, enquanto o outro tinha apenas cinco metros. Dois outros redemoinhos também podem ser vistos no fundo à esquerda e no centro em um local chamado “Witch Hazel Hill”.

“Esses mini-twisters vagam pela superfície de Marte, pegando poeira conforme avançam e diminuindo a visibilidade em sua área imediata. Se dois redemoinhos de poeira se chocarem, eles podem obliterar um ao outro ou se fundir, com o mais forte consumindo o mais fraco”, explicou Mark Lemmon, cientista do Perseverance no Space Science Institute em Boulder, Colorado.

Redemoinhos ajudam a compreender dinâmica da atmosfera marciana (Imagem: Nasa/Reprodução)

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Entendendo o fenômeno

Vórtices convectivos são formados a partir do contato do ar mais denso e frio com o solo quente. Ao entrar na coluna, o ar ganha velocidade e pega poeira, criando colunas ascendentes e rotativas de ar quente.

As primeiras imagens de redemoinhos em Marte capturadas pela NASA foram feitas na década de 1970 pelos orbitadores Viking. Décadas depois, a missão Pathfinder chegou a fotografar o momento em que um deles passa por cima de um módulo de pouso.

Perseverance estava a 1 quilômetro de distância dos dois redemoinhos (Imagem: Nasa/Reprodução)

Atualmente, o rover Curiosity, que está explorando um local chamado Monte Sharp na Cratera Gale no lado oposto do Planeta Vermelho, também vê redemoinhos com certa frequência. 

“O estudo do dust devil é importante porque esses fenômenos indicam condições atmosféricas, como direções e velocidades predominantes do vento, e são responsáveis ​​por cerca de metade da poeira na atmosfera marciana”, disse Katie Stack Morgan, cientista do projeto do rover Perseverance no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

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NASA encontra “jabuticabas” em Marte? Entenda

Já pensou em comer jabuticabas de Marte? O rover Perseverance, da NASA, encontrou algo semelhante por lá. Mas, calma: não são frutas extraterrestres, e sim formações rochosas curiosas que lembram pequenas esferas escuras. Em um comunicado, a agência comparou a mirtilos – mas, para facilitar, podemos pensar em jabuticabas, mais populares no Brasil.

A descoberta aconteceu na borda da cratera Jezero, em uma área chamada St. Paul’s Bay, onde o equipamento localizou uma rocha coberta por centenas dessas esferas, que chamaram atenção pelos detalhes inusitados. Algumas delas têm bordas angulares, outras são alongadas, e algumas apresentam até pequenos orifícios.

O rover chegou recentemente a uma região chamada Broom Point, escolhida pela NASA para análise porque imagens de satélite indicaram faixas de tons claros e escuros no terreno, sugerindo camadas rochosas antigas. Essas formações podem ter se originado em uma época em que Marte tinha água corrente e condições mais favoráveis à vida.

Imagem obtida pelo rover Perseverance em 11 de março de 2025 mostra parte do alvo St. Paul’s Bay, na borda da cratera Jezero. O registro revela centenas de objetos estranhos de forma esférica, semelhantes a mirtilos (ou jabuticabas) que compõem a rocha. Crédito: NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP.

Outras “frutinhas” já foram vistas em Marte antes

Descobertas semelhantes já foram feitas antes. Em 2015, o rover Curiosity encontrou estruturas parecidas na cratera Gale, e o próprio Perseverance já observou texturas esféricas na cratera Jezero. 

Na Terra, esferas assim podem surgir por diferentes processos naturais, como a interação de minerais com a água subterrânea ou até mesmo erupções vulcânicas e impactos de meteoritos.

Os cientistas ainda estão tentando entender a origem dessas “jabuticabas marcianas”. Uma possibilidade é que sejam concreções, formadas quando minerais se acumulam ao redor de um núcleo devido à ação da água. Outra hipótese é que tenham surgido a partir do resfriamento rápido de rocha derretida, seja por erupção vulcânica ou impacto cósmico.

Imagem obtida pelo rover Perseverance em 13 de março de 2025 mostra a rocha lotada de “jabuticabas marcianas” em uma visão mais ampla. Crédito: NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP.

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Além disso, a rocha onde essas esferas foram encontradas é considerada uma “rocha flutuante”, ou seja, não parece pertencer ao ambiente ao seu redor. Isso sugere que ela pode ter sido transportada de outro lugar, talvez relacionada às faixas escuras vistas do espaço. Agora, os pesquisadores analisam o contexto geológico para desvendar esse enigma.

O rover Perseverance continua explorando Marte em busca de pistas sobre a história do planeta. Cada nova descoberta ajuda a entender melhor como Marte evoluiu e se um dia teve vida. As pequenas esferas podem ser mais um indício de um passado aquático, tornando a cratera Jezero um dos locais mais promissores para investigações futuras.

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NASA flagra “rosto cansado” em Marte em foto do rover Perseverance

Ao custo de US$2,2 bilhões (mais de R$12 bilhões, na cotação atual), o rover Perseverance, projetado pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, chegou a Marte em 18 de fevereiro de 2021. Desde então, ele tem desempenhado um papel crucial na exploração do planeta, realizando descobertas científicas e coletando amostras de solo.

Enquanto trabalha, o carinhosamente apelidado de “Percy” tem registrado imagens bem interessantes da paisagem marciana, como uma rocha em formato de cobra, um eclipse solar e até destroços de seu próprio sistema de pouso.

Entre essas capturas, uma chamou a atenção da internet: uma formação rochosa que lembra um “rosto cansado”. A imagem foi escolhida como a “Imagem da Semana 189 (22 a 28 de setembro de 2024)” da missão, em uma votação pública.

Em poucas palavras:

  • O rover Perseverance fotografou uma rocha com formato de “rosto cansado” em Marte;
  • A imagem é um exemplo de pareidolia, fenômeno psicológico comum no ser humano;
  • Esse fenômeno foi fundamental na vida dos primeiros humanos;
  • O rover já fez quase 800 mil fotos e tem muitos outros objetivos pela frente.
A imagem da rocha que se assemelha a um rosto foi capturada em 27 de setembro de 2024. Crédito: NASA / JPL-Caltech / ASU

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O que nos faz enxergar coisas estranhas em Marte

Esse tipo de imagem, que nos faz ver rostos ou figuras em objetos aleatórios, é conhecido como pareidolia. Trata-se de um fenômeno psicológico que ocorre quando a mente humana reconhece padrões familiares – como rostos – em estímulos visuais variados. É algo natural e acontece, por exemplo, quando vemos figuras nas nuvens ou em sombras.

A pareidolia tem raízes na necessidade de sobrevivência do ser humano. Segundo o astrônomo Carl Sagan, a habilidade de identificar rapidamente ameaças no ambiente foi crucial para a evolução da espécie. Aqueles que conseguiam perceber um predador escondido entre os arbustos tinham mais chances de escapar, enquanto os que não reconheciam o perigo corriam risco de vida.

Pareidolia é o nome dado ao fenômeno que acontece quando a mente humana reconhece padrões familiares – como imagens de animais – em nuvens, por exemplo. Crédito: Sand Diana – Shutterstock

Missão do rover Perseverance continua a todo vapor

Desde a chegada a Marte, o rover Perseverance já registrou cerca de 800 mil imagens do planeta. Além das fotos, o equipamento coletou 27 amostras de rochas e solo marciano, sendo a primeira missão a criar um depósito de amostras fora da Terra. 

Outro feito importante foi a produção de oxigênio usando o instrumento MOXIE, uma inovação que pode ser crucial para futuras missões humanas.

Com mais de quatro anos de operação, a missão do Perseverance ainda está longe de acabar. Se comparado ao rover Curiosity, que está em Marte há mais de 12 anos, ele ainda tem muito mais para explorar e descobrir sobre o Planeta Vermelho.

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Minerais descobertos em Marte reforçam indícios de ambiente propício à vida

Recentemente, o rover Perseverance, da NASA, identificou minerais inesperados na superfície de Marte, levantando novas hipóteses sobre o passado do Planeta Vermelho. Ao analisar rochas pálidas usando laser, o veículo explorador revelou altos níveis de alumínio associados à caulinita, um mineral que na Terra se forma apenas em ambientes quentes e úmidos.

A descoberta foi feita por uma equipe liderada pelo cientista Roger Wiens, da Universidade de Purdue, nos EUA, e publicada na revista Communications Earth & Environment. A presença da caulinita sugere que Marte pode ter sido muito mais quente e úmido do que se imaginava, condições essenciais para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.

“Na Terra, esses minerais aparecem em locais com chuvas intensas e temperaturas elevadas ou em áreas de atividade hidrotermal, como fontes termais”, explica Wiens em um comunicado. “Isso indica que essas rochas ficaram submersas em água por um longo período, algo surpreendente para um planeta frio e seco como Marte”.

Representação artística do rover Perseverance na cratera Jazero. Crédito: Merlin74 – Shutterstock

Wiens tem décadas de experiência com rovers marcianos e foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da SuperCam, o instrumento no topo do Perseverance que analisou as rochas. Criada em colaboração com cientistas dos EUA e da França, a SuperCam combina diferentes técnicas para estudar a composição química da superfície do planeta.

Rochas “flutuantes” de Marte foram examinadas a laser

As primeiras amostras dessas rochas chamaram a atenção logo que o Perseverance pousou, mas só foram analisadas mais tarde. Os cientistas encontraram algumas dessas formações isoladas sobre o solo, sem conexão com o leito rochoso abaixo. Esse tipo de rocha, chamado de “flutuante”, pode ter sido deslocado de sua região original por processos geológicos ou impactos antigos.

Quando a SuperCam disparou seu laser nessas rochas, os pesquisadores perceberam que havia algo inédito em Marte. “Essas formações são muito diferentes de tudo o que já vimos”, afirma Wiens. “São um mistério que estamos tentando desvendar”.

Imagens coloridas SuperCam RMI mostrando vários tipos de texturas dos minerais encontrados em Marte. Crédito: Royer, C., Bedford, C.C., Johnson, J.R. et al.

A equipe aprofundou as análises e identificou mais de quatro mil dessas rochas espalhadas pela cratera Jezero, local explorado pelo Perseverance. Além da caulinita, algumas delas continham espinélio de alumínio, um mineral que pode se formar em condições vulcânicas ou metamórficas. Os cientistas ainda investigam se o espinélio se originou a partir da caulinita ou se os dois minerais coexistiram em algum processo geológico desconhecido.

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Minerais encontrados podem confirmar água líquida no passado do planeta

A presença desses minerais reforça a hipótese de que Marte já teve água líquida em abundância. “As grandes perguntas sobre Marte giram em torno da água“, diz Wiens. “Quanto tempo ela esteve presente? Para onde foi? Parte dela pode ainda estar retida na estrutura dos minerais”.

Detecção de rochas flutuantes em tons claros e transversais do rover. Crédito: Royer, C., Bedford, C.C., Johnson, J.R. et al.

Os cientistas sabem, por observações orbitais, que há depósitos de caulinita na borda da cratera Jezero. Agora, com o Perseverance explorando essa região, a equipe busca a origem exata das rochas analisadas. “Estudar essas amostras no local nos ajuda a entender melhor o ambiente marciano do passado e sua possível habitabilidade”, afirma Candice Bedford, coautora do estudo.

Essas descobertas são fundamentais para guiar futuras missões na busca por sinais de vida extraterrestre. A relação entre a água e a formação desses minerais pode fornecer pistas valiosas sobre a evolução de Marte e até mesmo sobre a origem da vida na Terra. O que foi descoberto pelo rover da NASA pode ser um passo importante para responder à pergunta: Marte já abrigou vida? 

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