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Rachadura em placa tectônica gigante acende alerta entre geólogos

Uma descoberta feita por geocientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, parece marcar uma nova fase nos estudos sobre as placas tectônicas.

Antes de falar sobre ela, é importante destacar que essas placas são a camada externa mais “fina” do planeta Terra. E esse “fina” está entre aspas, pois elas possuem, em média, mais de 100 quilômetros de espessura.

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As placas tectônicas flutuam sobre o magma, são divididas em crosta oceânica e continental e se encaixam como um quebra-cabeça. Elas foram as responsáveis pela separação da Pangeia e por desenhar os continentes e os oceanos como conhecemos hoje.

Até agora, os cientistas acreditavam que essas estruturas só sofriam desgaste nas chamadas zonas de subducção – ou seja, nas regiões onde as placas convergem ou se chocam. São as regiões também onde mais ocorrem terremotos e erupções vulcânicas.

Os cientistas canadenses, porém, mostraram que a história não é bem assim.

Uma descoberta revolucionária

  • Os geólogos encontraram inúmeras falhas na Placa Oceânica do Pacífico.
  • Entre esses danos, encontram-se rachaduras de milhares de metros de profundidade e centenas de quilômetros de comprimento.
  • E eles não estão nas bordas das placas, mas sim no meio delas.
  • Segundo os cientistas, tais falhas foram causadas pelo mergulho da placa na direção do manto terrestre.
  • Outra hipótese é que elas podem estar ligadas às atividades sísmicas e de vulcões nessas regiões.
A Placa Oceânica do Pacífico é a maior de todas as placas tectônicas – Imagem: Agpotterphoto/Shutterstock
  • Para chegar a tal resultado, os pesquisadores utilizaram modelos computacionais complexos em conjunto com dados coletados no passado.
  • As regiões objeto do estudo vão do Japão ao Havaí e da Nova Zelândia à Austrália.
  • À imprensa, os geólogos compararam a placa do Pacífico a uma toalha de mesa.
  • Conforme ela estica, áreas mais frágeis correm mais riscos de rasgos.
  • E esses rasgos são as falhas geológicas encontradas.
  • A equipe afirma que descobrir que as placas submersas são menos sólidas do que se pensava refina o conhecimento sobre as dinâmicas tectônicas da Terra.

Como isso pode afetar a gente?

Ok, aprendemos mais sobre as placas tectônicas, mas que impacto essa descoberta pode ter no nosso dia a dia? O Jornal da USP ouviu alguns especialistas que nos dão um panorama interessante.

O professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo Felipe Toledo afirma que não veremos uma nova formação de continentes:

“Tudo isso está ocorrendo em termos de tempos geológicos, ou seja, se você pensar ‘o que vai acontecer em termos humanos?’ Nada. O que a gente pode sentir são tremores de terra ou alguma atividade vulcânica, mas grandes modificações ou deformações geológicas a gente não vai presenciar”, explicou.

Para outro professor do Instituto, Luigi Jovane, a ruptura de uma placa oceânica pode causar eventos severos, como tsunamis.

“Essas áreas não tem população ou construções, então o risco é muito baixo. Mas o problema é que elas vão gerar, provavelmente, grandes tsunamis, que se propagam pelos oceanos inteiros, e com certeza pelo Pacífico, gerando ondas gigantescas”, concluiu o especialista.

Ilustração de uma onda gigante do mar, representando um tsunami
Segundo especialista, falhas geológicas no meio do Pacífico podem gerar tsunamis – Imagem: Benny Marty/Shutterstock

Você pode ler o estudo canadense na íntegra na revista Geophisical Research Letters.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 12/02/2024.

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Talvez a Terra tenha vivido um tempão sem placas tectônicas

Um estudo publicado este mês na revista Nature sugere que a crosta terrestre atual tem uma composição química muito parecida com a da protocrosta – a primeira camada sólida que se formou na Terra. Essa semelhança surpreendeu os cientistas porque acreditava-se que determinadas características só surgiam com a movimentação das placas tectônicas.

A nova pesquisa, no entanto, sugere que essas assinaturas químicas podem ter se formado antes mesmo do surgimento das placas tectônicas. Isso muda o entendimento sobre quando o planeta começou a se dividir em placas que colidem, formam montanhas e provocam terremotos.

Movimentação das placas tectônicas. Crédito: Projeto Paleomap e Michael Chin

Placas tectônicas podem ser mais jovens

Até então, acreditava-se que essas marcas químicas nas rochas eram uma evidência de que a Terra já tinha placas tectônicas há cerca de quatro bilhões de anos. Mas, segundo o geofísico Craig O’Neill, autor do estudo, isso pode ser um erro. Ao site LiveScience, ele explica que o comportamento da Terra mudou muito com o tempo, e que não é correto assumir que o planeta sempre funcionou como funciona hoje.

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Na Terra jovem, o magma era mais rico em ferro, o que afetava a forma como certos elementos químicos – como titânio e nióbio – se organizavam nas rochas. Esses elementos são usados para identificar se uma rocha passou por subducção, mas seu comportamento depende das condições ao redor. Com isso, a química observada na protocrosta pode ser resultado apenas do resfriamento do planeta, sem necessidade de placas.

Teorias sobre a origem das placas tectônicas são divergentes. Crédito: Yarr65 – Shutterstock

Usando simulações, os cientistas testaram como esses elementos se comportariam nas condições da Terra primitiva. O resultado mostrou padrões químicos idênticos aos vistos em zonas modernas de subducção, como o Anel de Fogo do Pacífico. Isso significa que a presença dessas marcas químicas não prova, por si só, que as placas tectônicas já estavam ativas.

Embora seja possível que colisões com grandes asteroides tenham gerado movimentos parecidos com subducção de forma localizada, o estudo indica que o sistema global de placas só se estabeleceu entre 3,2 e 2,7 bilhões de anos atrás. A descoberta traz um novo desafio: entender quando exatamente a Terra passou a operar com placas tectônicas e como diferenciar os sinais deixados por esse processo ao longo do tempo.

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Uma placa tectônica está se movendo mais rápido do que as outras

Você deve saber que as placas tectônicas da Terra estão em constante movimentação. É isso o que explica, por exemplo, os terremotos, que ocorrem quando estas imensas estruturas que formam o nosso planeta acabam colidindo.

Mas isso significa também que os continentes não estão parados. O que nos leva a uma pergunta. Qual deles está se movendo mais rápido? E para onde ele está indo?

Corrida entre as placas tectônicas

  • O grande vencedor desta disputa é a placa indo-australiana.
  • Ela é uma placa tectônica que inclui a Austrália continental e a ilha da Tasmânia, além de partes da Nova Guiné, Nova Zelândia e a bacia do Oceano Índico.
  • Segundo os cientistas, este pedação está se movendo cerca de 7 centímetros por ano.
  • Sim, isso é quase nada, mas representa muito mais do que os cerca de 1,5 centímetros por ano de movimentação das outras massas terrestres do planeta.
  • As informações são do IFLScience.
Placas tectônicas estão em constante movimentação (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

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Placa está se movendo para o norte

Ainda de acordo com os pesquisadores, a placa indo-australiana está se movendo em direção ao norte. Isso significa que ela poderá colidir com o fundo da placa da Eurásia em torno do Sudeste Asiático e da China, formando uma nova matriz continental que alguns apelidaram de “Austrásia”.

Este deslocamento, na verdade, faz parte da história do nosso planeta. Até 200 milhões de anos atrás, a Austrália estava conectada ao supercontinente Gondwana, que ocupava a maior parte do Hemisfério Sul. Naquela época, as placas Africana, Antártica, Indo-Australiana e Sul-Americana estavam misturadas, enquanto a Laurásia incluía a maior parte da Europa, Ásia e América do Norte.

A placa indo-australiana está se movendo quase cinco vezes mais rápido do que as outras (Imagem: Yarr65/Shutterstock)

Apesar das projeções serem assustadora, isso só deve acontecer daqui a algumas dezenas de milhões de anos. Mas há um fato interessante. Por mais lento que esse movimento seja, ele pode causar confusão nas nossas tecnologias. como no caso do GPS. Isso porque os satélites operam com base em sistemas de coordenadas fixas.

Vamos voltar a usar a Austrália como exemplo. Até 2017, o país usava as coordenadas de 1994. Isso causou uma falta de sincronia de 1,6 metros em relação ao posicionamento real, forçando as autoridades australianas a atualizar o sistema.

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